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Ana Prestes

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Notas internacionais (por Ana Prestes) 04/04/19

4 de Abril de 2019, 11:11 , por Ana Prestes – O Cafezinho - | No one following this article yet.
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– Lori Lightfoot é agora a nova prefeita de Chicago, a terceira maior cidade dos EUA. Sua eleição chamou atenção por ser a primeira prefeita negra e lésbica da cidade. A posse será em 20 de maio. Ela venceu com 74% dos votos. Chicago só havia tido um prefeito negro e uma prefeita mulher em sua história.

– Segundo levantamento do portal Nexo, entre os cinco presidentes eleitos desde a redemocratização, Bolsonaro é o que mais passou tempo (15 dias) no exterior nos 100 primeiros dias de governo. O presidente já esteve na Suíça (FEM-Davos), Estados Unidos, Chile e Israel. A Argentina que costuma ser destino certo das primeiras viagens presidenciais ficou de fora. Circulam informações de que a China pode ser destino do presidente no segundo semestre de 2019.

– Da viagem do presidente a Israel o que mais repercutiu foi o fato de a transferência da Embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém ter se transformado na abertura de um escritório comercial brasileiro em Jerusalém e a afirmação em pleno museu do Holocausto de que o nazismo era um movimento de esquerda. Bolsonaro se referiu ao nome do partido de Hitler, Partido Nacional Socialista da Alemanha, para dizer que “não há dúvidas” (de que foi um movimento de esquerda).

– Está em fase final de construção na Suécia o novo caça da Força Aérea Brasileira, modelo Gripen, desenvolvido pela empresa Saab e a Embraer. Desde 2014, durante o governo Dilma, o Gripen foi escolhido como o novo avião de combate multimissão brasileiro. Uma parte dos aviões estão sendo construídos na Suécia, com os brasileiros como observadores, e a segunda parte será construída no Brasil em Gavião Peixoto (SP) sem a participação dos suecos. Todos devem estar prontos até 2026.

– Acontece hoje nos EUA uma reunião entre Trump e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He. Pode ser fechado um acordo para amenizar a guerra comercial entre os dois países, segundo a imprensa.

– Um iminente fechamento da fronteira dos EUA com o México mobiliza as opiniões internacionais nos últimos dias. A divisa entre EUA e México tem mais de 3000 mil quilômetros de extensão e 48 pontos de passagem. Segundo Trump, no twitter, “nossas instalações de acolhimento estão lotadas e não aceitaremos mais ilegais, então o próximo passo é fechar a fronteira”. Vários prefeitos americanos de cidades fronteiriças já se posicionaram contra o fechamento por ser “extremamente prejudicial à nossa economia”. Depois da China, o México é o segundo maior consumidor de produtos americanos. Por seu lado, em entrevista concedida na terça (2), o chanceler mexicano Marcelo Ebrard, afirmou que “não há fechamento em nenhum ponto. Nos disseram que isso não vai ocorrer e esperamos que isso não ocorra”.

– O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, descartou ontem (03) uma nova extensão do prazo para o Brexit. O prazo hoje é de 12 de abril para que o RU informe Bruxelas sobre o que pretende fazer. Segundo Juncker, “após 12 de abril corremos o risco de comprometer as eleições para o Parlamento Europeu, e, assim, ameaçar o funcionamento da União Europeia”. No entanto, caso o projeto de acordo seja aprovado no parlamento britânico, o bloco europeu topará uma extensão do prazo até 22 de maio. Caso contrário será mesmo o hard brexit em 12 de abril. Em tempo, ontem (3) o parlamento britânico aprovou por apenas 1 voto de diferença uma medida que impede o RU de deixar a UE sem um acordo.

– Diante do cenário caótico do Brexit, May se sentou ontem com Jeremy Corbyn, líder trabalhista. Segundo o porta-voz de May, ambos concordaram com um “programa de trabalho”, já Corbyn disse que não houve na conversa “tantas mudanças quanto ele esperava” e que o encontro foi “útil, mas inconclusivo”. A conversação entre os dois levou à renúncias no alto escalão, como Nigel Adams, ministro britânico para o País de Gales, e fúria de líderes pró-Brexit, como o ex-ministro Boris Johnson. Chris Heaton-Harris, ministro para o Brexit, também renunciou mas por discordâncias quanto à extensão do prazo do Brexit, ele preferia que o RU já estivesse fora da UE desde março, seguindo o referendo de 2016.

– A OTAN completa hoje 70 anos. Em evento que começou ontem e reúne chanceleres dos países-membros para marcar a data, o secretário geral da OTAN, o norueguês, Jens Stoltenberg, se pronunciou no Congresso dos EUA e se dedicou a alertar sobre os perigos vindo da Rússia, por seu investimento no poderio militar e desenvolvimento de novas armas. Presença da China no Ártico e as disputas travadas no Mar do Sul da China também estão na pauta da OTAN. Durante o evento, a Alemanha também foi atacada pelos EUA por sua proximidade e dependência da Rússia no caso do gasoduto NordStream 2.

– Ainda no contexto dos 70 anos da OTAN, EUA e Turquia trocaram farpas por twitter ontem. Sobre a compra de mísseis antiaéreos russos pela Turquia, o vice-presidente americano Mike Pence disse: “a Turqui precisa escolher. Ela quer continuar a ser uma parceira crucial na mais bem sucedida aliança militar da história (otan) ou quer arriscar a segurança dessa parceria ao tomar decisões imprudentes como esta que minam nossa aliança? ”. Em resposta, o vice-presidente turco, Fuat Oktay, disse: “os EUA precisam escolher. Eles querem continuar aliados da Turquia ou arriscar nossa amizade ao unir forças com terroristas (curdos) que minam as defesas de seu aliado na OTAN contra seus inimigos? ”.

– A empresa Amazon e os oito países amazônicos da América do Sul tem até o dia 7 de abril para chegarem a um acordo quanto ao uso da extensão de internet “.amazon”. Caso não cheguem um acordo, a Icann (Corporação da Internet para Designação de Nomes e Números) decidirá unilateralmente sobre o uso da extensão.

– O sultanato de Brunei (sudeste asiático) introduziu novas leis islâmicas no país no dia de ontem (3) que transformam o sexo gay em crime punível com apedrejamento até a morte.

– Em Moçambique seguem os desdobramentos catastróficos após a passagem do ciclone Idai no último 14 de março. A ONU está vacinando a população contra a cólera que está se proliferando rapidamente. A cruz vermelha começou a distribuir os primeiros mantimentos. Os últimos dados do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) divulgados em 1º de abril são de 598 pessoas mortas, 195.287 famílias afetadas, um milhão (967.014) de pessoas atingidas e 62.153 casas destruídas.

– A ONU anunciou um dado de que pela primeira vez na história há mais idosos no mundo do que crianças. São 705 milhões de pessoas acima de 65 anos contra 680 milhões entre zero e quatro anos. As projeções são de que em 2050 haverá duas pessoas com mais de 65 anos para cada criança de 0 a 4 anos.

– Foram encerradas ontem (3) na Nicarágua as negociações entre o governo Ortega e a oposição. Não foi alcançado um consenso sobre os temas divergentes. A oposição insiste em antecipar as eleições previstas para 2021. Ambas partes se comprometeram a fazer “consultas” e voltar ao diálogo.

– Na Síria, houve no último dia 2 uma manifestação de residentes das colinas de Golã contra a ocupação israelense e a recente decisão de Trump de reconhecer a “soberania de Israel” sobre a região.

– Segundo a Reuters, apesar de toda a crise vivida nos últimos meses, a PDVSA (petroleira venezuelana) manteve em março a produção de um milhão de barris dia para venda ao exterior. A maioria do petróleo exportado foi para a Ásia (74%), Índia, China e Singapura, 17% para Europa.

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