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Zambelli também está na mira da PGR e do TCU

3 de Fevereiro de 2025, 20:47 , por Altamiro Borges - | No one following this article yet.
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Charge: Fraga
Por Altamiro Borges


A situação da “deputada-pistoleira” Carla Zambelli (PL-SP) se complica cada dia mais e alguns analistas já preveem que ela até pode ser presa em breve. Após a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), que determinou a cassação do seu mandato e sua inelegibilidade por oito anos, agora foi a vez da Procuradoria-Geral da República (PGR) pedir a condenação da raivosa bolsonarista por ter orquestrado, junto com o hacker Walter Delgatti Neto, um ataque ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira passada (31), Paulo Gonet afirma que ambos cometeram os crimes de invasão de dispositivo informático e de falsidade ideológica. O procurador-geral garante que há “conteúdo probatório suficiente” de que a parlamentar “comandou a invasão a sistemas institucionais” do Judiciário. Ele ainda argumenta que os crimes tiveram “gravidade acentuada” e visavam “colocar em dúvida a legitimidade e a lisura da administração da Justiça”.

Bolsonarista pode até ser presa

Como relembra matéria da Folha, o caso envolvendo Carla Zambelli e o hacker Walter Delgatti “teve início em janeiro de 2023, quando foram detectadas invasões aos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) com a inserção de documentos falsos, incluindo um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes por ‘organização criminosa’. Em agosto do mesmo ano, Delgatti foi preso e Zambelli se tornou alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal”.

Em seu parecer, a PGR sustenta que a deputada não só contratou o hacker, como elaborou o texto do falso mandado de prisão. Ela teria remunerado Walter Delgatti por meio de pessoas próximas, que lhe repassaram R$ 13,5 mil. O documento ainda cita que foram achados nos celulares de ambos arquivos idênticos referentes a um mandado de prisão falso contra o ministro do STF. Os crimes são graves. Como afirma Ivan Longo, em artigo na revista Fórum, “a deputada Carla Zambelli pode até ser presa”.

Puxão de orelha do TCU

Além do TRE-SP, que cassou o seu mandato, e da PGR, que pede sua condenação, Carla Zambelli ainda recebeu um puxão de orelha do Tribunal de Contas da União (TCU) na semana passada. Segundo o site UOL, “o ministro Bruno Dantas repreendeu a postura da parlamentar, que entrou com representação contra a jornalista e apresentadora Daniela Lima, da GloboNews. O relator do TCU apontou assédio à jornalista praticado por Zambelli... Para ele, a deputada federal abusou e provocou desinformação na rede social X (antigo Twitter) com acusações contra a jornalista”.

Como lembra a matéria, a raivosa bolsonarista acionou o TCU acusando Daniela Lima de se favorecer com críticas ao governo de Jair Bolsonaro. “A deputada utilizou uma ligação entre a Ancine (Agência Nacional do Cinema) e a empresa Descoloniza Filmes, cujo sócio Ibirá Perrucci Toledo Machado teria parentesco de segundo grau com a apresentadora para justificar ‘desvio de finalidade na destinação de recursos públicos’... A reprimenda direcionada a Zambelli aconteceu por falta de provas”.

Bruno Dantas insinuou que Carla Zambelli promove “desinformação em escalas impressionantes” e conclui seu parecer: “Reafirmo ser inegociável o dever de resguardar a liberdade de expressão. E de combater qualquer tentativa de manipular o sistema judicial e de usar as instituições públicas de modo disfuncional para silenciar vozes críticas”. O seu voto foi acatado pelos demais integrantes do TCU e a representação da deputada contra a jornalista foi sumariamente arquivada.
Fonte: https://altamiroborges.blogspot.com/2025/02/zambelli-tambem-esta-na-mira-da-pgr-e.html