Devemos ser solidários por egoísmo
10 de Julho de 2015, 16:13O discurso insano de ódio, preconceituoso e racista que vemos todos os dias, proferido por parte da sociedade, não se restringe apenas aos assuntos da política partidária. Ele está presente no ônibus, quando o jovem finge estar dormindo para não ceder o lugar a uma pessoa mais velha.
Por Joaquim Dantas
Esse discurso está presente no prazer que algumas pessoas sentem ao receber o troco a mais, sem se importar que o equívoco cometido pelo caixa será descontado do seu minguado salário. Se parasse para pensar que erro cometido talvez tenha sido provocado pela extensa jornada e pelas péssimas condições de trabalho, devolveria o dinheiro que recebeu a mais.
Quando eu ouço que "bandido bom é bandido morto, não importa a idade", mais eu me convenço de que as pessoas esqueceram definitivamente o significado da palavra solidariedade humana e digo isto não porque eu defenda quem comete crimes, muito pelo contrário. Esqueceram o que é solidariedade porque a frase em aspas acima, reflete a preocupação em resolver a consequência e não a causa do problema.
Nós, enquanto sociedade, somos sócios dos problemas da Segurança Pública, da Saúde Pública, da Educação Pública e assim por diante. Ouvi uma estudante de cerca de 12 anos falar para sua mãe na porta da escola que uma outra menina a estava encarando minutos antes. A mãe respondeu que a filha, além de encarar a outra garota também, deveria partir pra cima e tomar satisfações com ela. Que tipo de cidadã esta mãe está formando?
A escola pública hoje é praticamente um depósito de jovens, onde os pais transferem para os professores a responsabilidade de ensinar valores que são competência da família, como respeito, honestidade e assim por diante. De novo a solidariedade foi para a lata do lixo.
Nos dias atuais, infelizmente, a solidariedade é praticada com o sentimento de piedade, de esmola ou até mesmo como sentimento de superioridade. Eu posso, ele não.
Deveríamos ser solidários para sentirmo-nos bem, como dizia o Raul Seixas: "o meu egoísmo é tão egoísta, que o auge do meu egoísmo é querer ajudar, eu faço porque me faz bem, se não me fizer mais bem eu vou deixar de fazer".
Pesaroso e triste é este caminho que escolheu a nossa sociedade, cega pelo pelo ódio e pelo consumo não só de bens, mas de notoriedade narcisista e burra, sobretudo porque este caminho levará, os que são solidários por egoísmo, ao isolamento e a solidão.
A Adm do Gama e a velha politicagem Rorizista
10 de Julho de 2015, 12:43Ao omitir crédito de realização de obra, a Administração do Gama pratica a velha politicagem Rorizista
Do Gama
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
O Departamento de Estradas e Rodagens, DER, iniciou a pavimentação de uma via marginal à DF 480 no Gama, entretanto, a Administração Regional do Gama noticiou o fato sem citar que quem está tocando a obra é o DER, dando a entender aos mais desavisados que é uma realização da própria Administração Regional.
A notícia foi publicada no portal do GDF, na página da Administração do Facebook e em vários grupos do WatssApp. Todos com comentários parabenizando a Administração pela obra, comprovando o que escrevi acima, alguns desavisados entenderam que era a Administração que estava realizando a pavimentação.
Ao tomar conhecimento do fato o presidente do Partido dos Trabalhadores do Gama, PT, Márcio Carneiro, informou à Assessoria de Comunicação do DER o que havia sido noticiado e enviou um "print" da página do GDF. O DER respondeu dizendo que tomaria as providências necessárias.
Meia hora depois a Administradora postou em sua página pessoal do Facebook, uma foto dela com o presidente do DER com um agradecimento pela agilidade na pavimentação da via marginal. Em seguida, todos os meios de comunicação utilizados pela Administração tiveram a notícia editada, acrescida da sigla DER.
A Assessoria de Comunicação da Administração do Gama mandou-me uma mensagem, em resposta à uma crítica que fiz nas redes sociais, em que dizia que "Joaquim Dantas, pra quê disseminar tanta maldade? Não existe desonestidade intelectual, em momento algum a Administração do Gama quis "dar a entender" que a obra seria nossa. Apenas divulgamos uma Ação do GOVERNO. Não estamos aqui para alimentar este tipo de informação. Nos ocupamos demais para trabalhar em prol da comunidade".
Esta é a velha e rasteira forma Rorizista de fazer politicagem, tentam se apropriar do crédito de alguma realização omitindo o nome do verdadeiro realizador, embora não explicitem que são eles próprios os realizadores da obra. O resultado é que algumas pessoas desavisadas entendem equivocadamente quem está realizando, de fato, a obra. E no final se colocam como vítimas.
Esta não é a primeira vez que o GDF utiliza esta velha prática, recentemente o governador foi vaiado no Riacho Fundo II, onde foi entregar unidades habitacionais do Projeto Morar Bem, construídas pelo governo anterior. Em seu discurso o governador atribuiu a obra à sua gestão, levou uma sonora vaia.
Rollemberg também mandou trocar as placas de inauguração de creches construídas pelo ex-governador Agnelo Queiroz, uma atitude rasteira e recriminável.
Até ontem eu acreditava que a Administração do Gama era composta por pessoas equivocadas, no entanto, mudei de opinião quando soube que a administradora é assessorada por inúmeros jornalistas e publicitários, que sabem muito bem manipular informações e maquiar notícias. De equivocados essa gente não tem nada.
Portal do GDF antes do aviso ao DER sobre o crédito da obra
Portal do GDF depois do aviso ao DER sobre o crédito da obra
Espetáculo Miguilim estréia no Gama
9 de Julho de 2015, 18:59O premiado diretor de teatro, Valdeci Moreira, estréia a peça Miguilim no Gama
Do Gama
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
O premiado diretor de teatro do Gama, Valdeci Moreira de Souza, estréia seu novo espetáculo, Miguilim, no Semente Cia de Teatro nesta sexta-feira (10) às 21h. Confira abaixo o resumo da peça fornecido pelos organizadores.
“Toda vez que releio esta história, enchem-me os olhos de lágrimas. Ela é assim mais forte do que eu, pois me comove.” (Guimarães Rosa, sobre “Campo Geral”) “Campo Geral”, narrativa mais conhecida como Miguilim, era a estória preferida de seu autor, o escritor mineiro João Guimarães Rosa (1908-1967).
Por quê? Talvez por ser em parte autobiográfica ou pelo protagonismo infantil que sempre atrai singeleza para o texto; talvez seja pela dramaticidade das primeiras lições da vida ou por se tratar de um texto sobre origens.
Muitos podem ser os motivos da preferência do autor por essa novela empírica, mas o fato é que esta história (ou estória) parece, de fato, carregar um significado ao mesmo tempo pessoal e universal que atrai e cativa seus leitores através dos tempos. Se a obra de Guimarães Rosa tem entre seus temas recorrentes a Travessia do ser humano, Campo Geral é a narração da Travessia do menino Miguilim. Uma Travessia iniciada, apenas... Miguilim – inacabado “Cada criatura é um rascunho a ser retocado sem cessar” (Guimarães Rosa) A releitura de Campo Geral que está sendo proposta pela Semente Companhia de Teatro agarra, justamente, o mote do ser humano como ser em travessia, em constante aprendizado.
Miguilim é a criança dentro de cada um de nós: ora cercada pela alegria da vida, ora desafiada pela presença da morte; mas sempre aberta para a beleza do mundo – “Mutum é lindo”, como diz o protagonista.
A gama de personagens que circundam o Menino é diversa em amor e sabedoria: o carinho da mãe Nhanina e do Tio Terez destoam da rispidez do pai Bernardo que, no entanto, também quer bem aos filhos; a religiosidade ancestral de Mãitina destoa das crenças de Vó Izidra, mas o atrito gerado pela convivência entre as duas gera a faísca do Sagrado para Miguilim; a sapiência do irmão Dito destoa de sua tenra idade, mas é por meio dela que o protagonista vai aprender a lição mais preciosa de todas: “A gente pode ficar sempre alegre, alegre, mesmo com toda coisa ruim que acontece acontecendo.”
O espetáculo Miguilim inacabado é um convite à reflexão sobre nossas origens, sobre a infância sagrada que alimenta nossos sonhos durante toda a vida e não deixa que nossa criança interior pereça frente às “coisas ruins” que acontecem no mundo. Além, claro, de ser um convite à leitura da obra deste grande brasileiro que está entre os autores da Literatura Universal, João Guimarães Rosa.
Serviço
Ao lado da Rodoviária do Gama
Ficha Técnica
Encenação e Direção: Valdeci Moreira e Ricardo César
Dramaturgia: Valdeci Moreira e Sara Tavares
Elenco: Leo Thilé, Jura Camilo, Jussy Nascimento, Sara Tavares, João Camargo, Crys Lira, Thiago Bellargo, Murillo Medeiros e Matheus Trindade.
Cenário e figurino: Ricardo César
Iluminação: Valdeci Moreira
Sonoplastia: O grupo
Cabelo e Maquiagem: o grupo
Arte Gráfica: Wilton Oliveira
Fotografia: Luiz Alves, Marli Trindade
Texto: Baseado na obra Corpo de Baile - de Guimarães Rosa
Produção: Marli Trindade – (61) – 8415-2782 – 8126-1989
Telefones Valdeci Moreira: (61) 3385-3439 - 9817-8156 – 8181-2556
E-mail: valdecimsouza@gmail.com e sementeciadeteatro@gmail.com
Classificação: 14 anos
Datas: 10 de Julho à 02 de Agosto, sempre sexta, sábado às 21hs e domingo às 20hs.
Ingressos: R$: 30.00 (Inteira) e R$: 15.00 (Meia)
Tico Santa Cruz diz que os próximos anos poderão ser de trevas
9 de Julho de 2015, 15:43Foto: Girlene Medeiros |
Cantor diz em vídeo que teme que os próximos anos poderão ser de trevas
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
Luis Guilherme Brunetta Fontenelle de Araújo, ou simplesmente Tico Santa Cruz, publicou um vídeo nesta quinta-feira (9), onde literalmente solta o verbo e fala sobre drogas, traficantes, sociedade e política. Ele desenvolve uma linha de raciocínio onde expõe que todas essas coisas estão intrinsecamente ligadas.
Em 1997, em uma das inúmeras salas de bate-papo do precário início da internet discada no Brasil, os jovens Luis Guilherme e Eduardo Simão se encontraram. E a simples pergunta de Luis (“Alguém aí toca algum instrumento?”), respondida em seguida por Eduardo ("Sei cozinhar."), foi a semente para a transformação total da vida de ambos e de terceiros. Tico Santa Cruz e Tchello, e a senha para a formação da banda que, misturando o sol do Rio de Janeiro a madrugadas ora de festa, ora de introspecção em quartos trancados, tomou de assalto o país sob o nome de Detonautas Roque Clube. Após o contato virtual, a hora da realidade.
O mineiro Tchello saiu de Ilhéus, no litoral baiano, onde administrava uma pousada, e foi para o Rio, onde passou a tocar com Tico nas diversas formações anteriores do grupo. Com a entrada dos guitarristas Renato Rocha e Rodrigo Netto, do baterista Fábio Brasil e do DJ Cléston, o Detonautas chegou à sua escalação clássica que, após a gravação de uma demo, entrou em campo com o disco Detonautas Roque Clube, lançado pela Warner Music em 2002. Com o sucesso do álbum, que emplacou os hits "Outro Lugar", "Olhos Certos" e "Quando o Sol Se For", a banda foi catapultada para o posto de uma das principais do país.
A coroação se deu com a oportunidade de abrir os shows dos Red Hot Chili Peppers no Rio e em São Paulo, e, ainda, três shows do Silverchair. Fechando o ano com chave de ouro, os Detonautas faturaram ainda o prêmio VMB de banda revelação.
De lá pra cá, devido a postura cada vez mais de ativistas sociais progressistas, a banda foi perdendo espaço nas grandes rádios e na TV aberta. Segundo palavras do próprio Tico, eles não "morreram ainda por causa da internet".
No final do vídeo ele afirma que não é pessimista, entretanto, teme que nos próximos anos poderemos viver uma era de muita treva.
Confira:
Quero dizer umas verdades aqui que a TV aberta não tem culhão de dar espaço pra falar.
Posted by Tico Santa Cruz on Quinta, 9 de julho de 2015
com informações da Enciclopédia Livre
Deputada senta no colo de Cunha
9 de Julho de 2015, 15:17Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil |
Para comemorar a aprovação da PEC que propõe a redução da maioridade penal, deputada senta no colo de Cunha
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
A deputada federal Iolanda Keiko Miashiro Ota, ou Keiko Ota, PSB/SP, sentou-se literalmente no colo do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, PMDB/SP, após a exibição do resultado da votação da proposta de emenda à Constituição, PEC, que propõe a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos.
Em seu segundo mandato, a deputada ficou conhecida nacionalmente quando o seu filho, Yoshiaki Ota, foi morto por seguranças de uma loja da família. O garoto foi sequestrado no dia 29 de agosto de 1997 de dentro de sua casa por um motoboy que se passou por entregador. Ao chegar no cativeiro o garoto de 8 anos reconheceu o policial militar Paulo de Tarso Dantas, autor intelectual do sequestro e que fazia bico como segurança na loja do avô do menino. A ideia era extorquir mais de R$ 800 mil da família. Com medo de ser denunciado pelo garoto após o sequestro, Paulo de Tarso mandou o motoboy matá-lo com 2 tiros no rosto.
Mesmo aós matar a criança os sequestradores continuavam a negociar o valor dos resgate e, um mês depois do sequestro, o motoboy foi preso enquanto negociava o resgate em um telefone público com o pai do menino. Confessou o crime, delatou Dantas e outro segurança da loja da família, o também soldado da Polícia Militar Sérgio Eduardo Pereira de Souza. Os dois policiais foram detidos no mesmo dia, enquanto trabalhavam na loja de Ota, em São Miguel Paulista, São Paulo.
À partir de então Keiko passou a defender penas mais duras para crimes desse tipo até entrar para a política em 2010, quando elegeu-se deputada federal pela primeira vez com mais de 200 mil votos. Ela sempre defendeu a redução da maioridade penal e na votação da PEC no último dia 1º ela transitou pelo plenário usando uma camiseta com a foto do filho assassinado e como se não bastasse, fez diversas intervenções pedindo aos parlamentares que votassem favoravelmente à proposta, citando sempre o caso o filho.
É simplesmente desprezível essa atitude, usar um fato pessoal para legislar. Mesmo que o garoto tivesse sido vítima de algum adolescente, o que não foi o caso, o legislador não pode se nortear em fatos pessoais para criar Leis que serão aplicadas à todos os cidadãos.
Para comemorar a aprovação da proposta em primeiro turno, a deputada aparece em uma foto sentada no colo do presidente da Câmara e, em outra, dando um beijo nele.
Eleita deputada 13 anos após [em 2010] o assassinato brutal de seu filho, Keiko Ota luta agora para fazer com que a pena máxima para crimes hediondos passe de 30 para 100 anos de prisão.
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil |