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Burgos Cãogrino

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Os aviões não pilotados: a violação mais covarde dos direitos humanos

19 de Dezembro de 2013, 22:09, por Desconhecido - 0sem comentários ainda






por Leonardo Boff *


Vivemos num mundo no qual os direitos humanos são violados, praticamente em todos os níveis, familiar, local, nacional e planetário.

O Relatório Anual da Anistia Internacional de 2013 com referência a 2012 cobrindo 159 países faz exatamente esta dolorosa constatação. Ao invés de avançarmos no respeito à dignidade humana e aos direitos das pessoas, dos povos e dos ecossistemas estamos regredindo a níveis de barbárie. As violações não conhecem fronteiras e as formas desta agressão se sofisticam cada vez mais.

A forma mais covarde é a ação dos “drones”, aviões não pilotados que a partir de alguma base do Texas, dirigidos por um jovem militar diante de uma telinha de televisão, como se estivesse jogando, consegue identificar um grupo de afegãos celebrando um casamento e dentro do qual, presumivelmente deverá haver algum guerrilheiro da Al Qaeda. Basta esta suposição para com um pequeno clique lançar uma bomba que aniquila todo o grupo, com muitas mães e crianças inocentes.

É a forma perversa da guerra preventiva, inaugurada por Bush e criminosamente levada avante pelo Presidente Obama que não cumpriu as promessas de campanha com referência aos direitos humanos, seja ao fechamento de Guantánamo, seja à supressão do “Ato Patriótico”(antipatriótico) pelo qual qualquer pessoa dentro dos USA pode ser detida por suspeita de terrorismo, sem necessidade de avisar a família. Isso significa sequestro ilegal que nós na América Latina conhecemos de sobejo. Verifica-se em termos econômicos e também de direitos humanos uma verdadeira latino-americanização dos USA no estilo dos nossos piores momentos da época de chumbo das ditaduras militares. Hoje, consoante o Relatório da Anistia Internacional, o país que mais viola direitos de pessoas e de povos são os Estados Unidos.

Com a maior indiferença, qual imperador romano absoluto, Obama nega-se a dar qualquer justificativa suficiente sobre a espionagem mundial que seu Governo faz a pretexto da segurança nacional, cobrindo áreas que vão de trocas de e-mails amorosos entre dois apaixonados até dos negócios sigilosos e bilionários da Petrobrás, violando o direito à privacidade das pessoas e à soberania de todo um país. A segurança anula a validade dos direitos irrenunciáveis.

O Continente que mais violações sofre é a África. É o Continente esquecido e vandalizado. Terras são compradas (land grabbing) por grandes corporações e pela China para nelas produzirem alimentos para suas populações. É uma neocolonização mais perversa que a anterior.

Os milhares e milhares de refugiados e imigrantes por razões de fome e de erosão de suas terras são os mais vulneráveis. Constituem uma subclasse de pessoas, rejeitadas por quase todos os países, “numa globalização da insensibilidade”, como a chamou o Papa Francisco. Dramática, diz o Relatório da Anistia Internacional, é a situação das mulheres. Constituem mais da metade da humanidade, muitíssimas delas sujeitas a violências de todo tipo e em várias partes da África e da Ásia ainda obrigadas à mutilação genital.

A situação de nosso país é preocupante dado o nível de violência que campeia em todas as partes. Diria, não há violência: estamos montados sobre estruturas de violência sistêmica que pesa sobre mais da metade da população afrodescendente, sobre os indígenas que lutam por preservar suas terras contra a voracidade impune do agronegócio, sobre os pobres em geral e sobre os LGBT, discriminados e até mortos. Porque nunca fizemos uma reforma agrária, nem política, nem tributária assistimos nossas cidades se cercarem de centenas e centenas de “comunidades pobres”(favelas) onde os direitos à saúde, educação, à infraestrutura e à segurança são deficitariamente garantidos. A desigualdade, outro nome para a injustiça social, provoca as principais violações.

O fundamento último do cultivo dos direitos humanos reside na dignidade de cada pessoa humana e no respeito que lhe é devido. Dignidade significa que ela é portadora de espírito e de liberdade que lhe permite moldar sua própria vida. O respeito é o reconhecimento de que cada ser humano possui um valor intrínseco, é um fim em si mesmo e jamais meio para qualquer outra coisa. Diante de cada ser humano, por anônimo que seja, todo poder encontra o seu limite, também o Estado.

O fato é que vivemos num tipo de sociedade mundial que colocou a economia como seu eixo estruturador. A razão é só utilitarista e tudo, até a pessoa humana, como o denuncia o Papa Francisco é feita “um bem de consumo que uma vez usado pode ser jogado fora”. Numa sociedade assim não há lugar para direitos, apenas para interesses. Até o direito sagrado à comida e à bebida só é garantido para quem puder pagar. Caso contrário, estará ao pé da mesa, junto aos cães esperando alguma migalha que caia da mesa farta dos ‘epulões’.

Neste sistema econômico, político e comercial se assentam as causas principais, não exclusivas, que levam permanentemente à violação da dignidade humana. O sistema vigente não ama as pessoas, apenas sua capacidade de produzir e de consumir. De resto, são apenas resto, óleo gasto na produção.

A tarefa além de humanitária e ética é principalmente política: como transformar este tipo de sociedade malvada numa sociedade onde os humanos possam se tratar humanamente e gozar de direitos básicos. Caso contrário a violência é a norma e a civilização se degrada em barbárie.


*Leonardo Boff é um teólogo brasileiro, escritor e professor universitário, expoente da Teologia da Libertação no Brasil.



Fonte: Sul21



E os Clintons? Porão a pique a reaproximação EUA-Irã?

18 de Dezembro de 2013, 10:46, por Desconhecido - 0sem comentários ainda






Franklin Lamb (de Beirute), Counterpunch

http://www.counterpunch.org/2013/12/13/will-les-clintons-scuttle-usiran-rapproachement/


Sim, se puderem, e mancomunados com o lobby sionista nos EUA, talvez consigam. Os sionistas estão atualmente ardendo de desejo de financiar e promover o mais novo projeto dos Clintons, segundo fontes de New Orleans próximas do marketeiro político James Carville, veterano de três campanhas presidenciais de Clinton e duas de Obama. Carville jurou recentemente, bebendo com amigos em seu bar favorito do French Quarter, que cansou do trabalho de “gigolô dos Clintons”. E que hoje “realmente admira o atual presidente”.

Mas Bill não cansou nem chegou, de/a coisa alguma.

Apesar do patrimônio dos Clinton, agora estimado em dezenas de milhões de dólares, e que continua em rápida expansão desde os dias de Casa Branca, o ex-presidente, dizem as notícias, anda mal-humorado e rabugento.



Posto em versão muito simples, o problema de Bill tem a ver com seu planejado “terceiro ato” na vida. O Clinton precisa de que A Clinton volte ao Salão Oval, que, na opinião do O, pertence a ele.  Mas A anda cansada e lamenta que não quer, mesmo, passar por outra temporada cruel e humilhante (palavra dela) de campanha presidencial. Somando-se à pressão em casa, há também o fato de que a campanha eleitoral de 2016 está começando, com os aspirantes à Casa Branca já esvoaçando em torno de Iowa e New Hampshire e com miríades de novas caras lançando seus ‘balões de ensaio’.


A Sra. Clinton, dizem as notícias, está ouvindo súplicas e suspiros do marido, no sentido de que ela tem de focar-se em conseguir ser eleita em novembro de 2016, que ele a ajudará muito. Se tudo sair como o esperado, o nome dA Clinton estará na papelada da Casa Branca, mas O comandará o show até 2024 “detrás das cortinas, e será o faz-tudo nos quintais dos EUA” – segundo ex-membro do Comitê Nacional Republicano, do qual esse observador que vos escreve foi colega quando nós dois éramos membros do Comitê Nacional Democrata do Oregon, há muitos anos.


Há vários problemas que começam a vir à tona, alguns, parece, não antecipados, com o plano cuidadosamente e sabidamente arquitetado pelo ex-presidente. Um dos maiores problemas, pelo que se vê, é o presidente Obama. “Barack parece ameaçar quebrar o modelão do negro cabisbaixo e subserviente, e aparece todo arrogância e radicalismo, a fazer coisas nas quais diz que acreditava desde criancinha, mas escondeu até o último mandato” – segundo a mesma fonte. A história dos EUA revela muitas metamorfoses semelhantes, de presidente ‘pato-manco’ derrubado um passo antes de alcançar os objetivos de segundo mandato. Obama parece a postos para lutar pelos dele.

Como tem dito cada vez mais frequentemente em conversas privadas com amigos no Congresso, Barack Obama quer extrair os EUA, pelo menos em parte, do pesadelo do Oriente Médio; pôr fim a mais de uma década de guerras criminosas; falar a verdade sobre a falsa ‘guerra ao terror’; reduzir o financiamento; e até rasgar pelo menos parte dos véus que, nos EUA e na ONU, dão cobertura política ao regime sionista que ainda ocupa ilegalmente a Palestina. E deseja apaixonadamente “reconstruir a escola, o sistema de saúde e a infraestrutura pseudo norte-americanista” – como meu informante destacou numa de suas aparições ao lado do indicado dos Republicanos à presidência, Mitt Romney, pouco antes do sucesso maior que o esperado de Obama, na noite das eleições.

O principal problema é que os Republicanos não parecem estar muito conectados com os eleitores e ainda têm muito a fazer para capitalizar os fracassos de Obama. O campo dos Clintons vê o legado pelo qual Obama se empenha tanto como fatal às suas chances, no mínimo porque Obama não esconde de ninguém que detestou o obstrucionismo de Telavive durante as “negociações de paz”, o qual, dizem muitos, acabou de convencer Obama de que é complô para roubar mais terra palestina e minar qualquer possibilidade real de que chegue a haver um estado palestino viável.


O que se diz é que os Clintons estão convencidos de que se Obama se desgarrar do establishment de Washington e voltar às ideias de sua nada convencional mãe – estudante ativista, pelo multiculturalismo, que não só defendeu plena igualdade de gênero e de raça, mas casou-se com um africano, nesse caso a direita norte-americana e o lobby sionista se organizarão para pôr um Republicano na Casa Branca.

Um operador político que habita a colina do Capitólio e que segue de perto a política da presidência diz que, nas últimas semanas, uma questão passou a simbolizar as metas do governo Obama e todo o potencial legado de seus dois governos: a restauração de alguma espécie de normalização das relações entre EUA e Irã.

John Kerry, potencial candidato, ele mesmo, à Casa Branca em 2016, é nome que pode vir a ganhar muito, nas urnas, pelo papel que tenha nesse processo, uma vez que suas ideias estão cada dia mais bem sincronizadas com a opinião pública dos EUA – 80% da qual, segundo pesquisas recentes, é a favor de normalizarem-se as relações com o Irã.


Para O Clinton e sua equipe, não são boas notícias. Muito menos, para o lobby sionista no Congresso que sempre, inalteravelmente, vota pelos interesses de Israel, sempre acima das necessidades e desejos de seus próprios eleitores. Por essa razão, Telavive saiu com força total para forçar o Congresso a impor mais sanções contra o povo do Irã e para elevar as barreiras de contenção contra a iniciativa Obama-Kerry. Essa semana, fracassaram novamente na tentativa de afogar as esperanças de melhores relações com o Irã, por mais que tenham tentado, e não conseguiram fazer valer ameaças de que obrigariam o governo de Rouhani em Teerã a sair do jogo. Mas fizeram avançar algumas sanções políticas, que continuam a massacrar a população civil da República Islâmica, na esperança de assim inflar movimento de rua por ‘mudança de regime’, dados os altos preços dos alimentos e a falta de remédios para doenças crônicas.

Alguns do cast de atores que surgem em cena com a regularidade de figurantes da Broadway, quando convocados pelo AIPAC – senadores Eric Cantor, Mark Kirk, Ed Royce, Elliot Engel, Robert Menendez, Michael McCaul, o deputado Brad Sherman dentre outros, não conseguiram desmontar os argumentos de John Kerry no final dessa semana, no Congresso, que pediu mais tempo para ver o que acontece nos próximos seis meses. O senador desse observador que lhes escreve no 5º Distrito de Maryland, cuja equipe jura que todos ali leem CounterPunch e meus dois dedos de coluna, falou grosso e deixou o lobby pendurado na brocha, em seus esforços para abortar a iniciativa da Casa Branca. É possível que os tempos estejam mudando – embora tardiamente, nesse jogo do relógio.

Kerry uniu-se a Obama na decisão da Casa Branca de atacar empresas de petróleo e de transporte acusadas de ajudar o Irã a infringir sanções econômicas – movimento que surgiu quando a Casa Branca parecia estar ganhando terreno na luta para impedir que o Congresso aprovasse sanções ainda mais duras que poriam em risco as conversações nucleares com a República Islâmica. “Continuaremos a agir contra empresas que violem ou tentem violar nossas várias sanções contra o Irã” – disse David S. Cohen, subsecretário do Departamento do Tesouro para terrorismo e inteligência financeira, ao Congresso, essa semana. “Que ninguém se engane: o Irã continua fora, para a maioria das transações bancárias e de petróleo”, disse Cohen.

As sanções contra empresas asiáticas, europeias e iranianas foram anunciadas momentos antes de dois altos especialistas em Irã falarem num painel do Senado, alertando para o risco de a imposição de sanções mais duras pôr a perder qualquer chance de acordo final com o Irã sobre limitações permanentes ao programa nuclear daquele país. Sabe-se que a Casa Branca gostou muito do timing, que ajudou a fazer gorar o projeto sionista.


No final da semana, segundo ex-assessora que diz que deixou a política, o que se ouvia no campo dos Clinton é que Bill parece ter concluído que A Clinton não chegará ao Salão Oval, sem a luz verde (como dólares) de Telavive.

Apesar de eu ter apoiado Jerry Brown na Convenção dos Democratas de 1992 em New York e de ter permanecido com ele, contra pesadíssimo lobbying que me aplicou O Clinton, eu até que gosto dele. O trabalho humanitário que faz ajuda muita gente e ele deve dedicar cada vez mais tempo a esse trabalho. Quanto à Clinton, ela disse a Katie Couric recentemente que o que realmente mais deseja é um neto ou neta para mimar. Que fique nisso.


Fonte: IrãNews
Imagens: Google



Efeito Dominó Sírio no poder dos EUA

17 de Dezembro de 2013, 12:18, por Desconhecido - 0sem comentários ainda





The Saker, Asia Times Online. Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu.

Depois da ratificação pelas partes do recente Plano Conjunto de Ação entre Irã e o P5+1, vale a pena olhar novamente par a narrativa oficial que explica essa “solução repentina”. É alguma coisa como:

O Irã era governado pelo presidente Ahmadinejad, notório antissemita e negador do Holocausto, que fez tudo que pode para negar à comunidade internacional os direitos de monitorar que ela exigia e para manter desimpedido e no curso o programa nuclear iraniano. Então, o povo do Irã elegeu Hassan Rouhani, um moderado, que aceitou os termos dos países do P5+1 e afinal se assinou um acordo.

Essa é, no geral, a versão oficial. Evidentemente, cada frase no parágrafo acima é puro, absoluto nonsense.


O novo presidente do Irã

O Irã não é governado pelo presidente, mas pelo Supremo Líder, Aiatolá Ali Khamenei, que seleciona os seis dos 12 membros do Conselho de Guardiões os quais, por sua vez, apreciam, com poder de vetar, o nome de todos os aspirantes a candidatos presidenciais antes de que se possam apresentar às eleições, e que também podem vetar qualquer decisão do Parlamento Iraniano. O Supremo Líder também indica todos os membros do Conselho do Discernimento da Conveniência [ing. Expediency Discernment Council] que pode decidir desacordos entre o Parlamento e o Conselho de Guardiões.

Hassan Rouhani foi nomeado membro do Conselho do Discernimento da Conveniência pelo Aiatolá Ali Khamenei e sua candidatura para concorrer à presidência também foi aprovada pelo Conselho de Guardiões. Em outras palavras, não só Mahmoud Ahmadinejad jamais teve a autoridade política para tomar decisões políticas cruciais; seu sucessor tem 100% da aprovação do Supremo Líder. Assim, embora haja muito clara diferença de estilo entre Ahmadinejad e Rouhani, é ridículo sugerir que a troca do primeiro pelo segundo seria a causa real da solução “repentina” nas negociações entre o P5+1 e o Irã. Fato é que Rouhani tem total apoio do Supremo Líder e que sua eleição, embora não seja trivial, não pode ser considerada como alguma real mudança nas políticas iranianas, inclusive nucleares.

P5+1?

A imprensa-empresa fala do P5+1 como se fosse um corpo constituído de parceiros mais ou menos iguais, tomando decisões conjuntas. Mais nonsense. Quem são o P5+1?  Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU “mais” a Alemanha: China, França, Rússia, Reino Unido, EUA e Alemanha (+1), oficialmente acrescentado por razões econômicas. “P5+1” é nome errado. O certo seria “1+1(+4)”:

Os que contam (EUA e Rússia) e os que não contam (China, que está muito feliz por acompanhar a liderança russa nessa questão, França, Reino Unido e Alemanha (que fingirão ter opinião própria, mas deixam os EUA falar sozinhos em todos os assuntos sérios). E dado que a Rússia de Putin é forte aliada do Irã, sobra o “Grandão”, i.e, os EUA, como contraparte do Irã nas negociações.

A tal solução “repentina” nas negociações entre EUA e Irã explicar-se-ia mais facilmente se se considerasse que possa ter havido uma grande mudança, que afinal a tornou possível não no Irã., mas nos EUA?

Tenho interpretação diferente a oferecer.

Acredito firmemente que tudo começou em setembro, quando, depois de dias dramáticos, que por um triz não terminaram com um ataque dos EUA à Síria, Barack Obama teve de aceitar “o gambito de Putin”: os EUA não atacariam a Síria, em troca de total destruição do arsenal químico da Síria. Para mim, esse virada absolutamente tectônica da política externa dos EUA disparou o que chamarei de um “efeito dominó” que prossegue e que pode levar a novas mudanças inesperadas na política externa dos EUA.

Examinemos os eventos dessa sequência de dominós, um a um:

Dominó 1: Barak Obama aceita o gambito de Putin

Se foi o próprio Barack ou algum dos seus fantoches é irrelevante aqui. O presidente, como comandante-em-chefe é quem teve de anunciar que um acordo havia sido alcançado e que o ataque dos EUA à Síria seria adiado/descartado. Examinemos a(s) exata(s) razão(ões) por que os EUA tomaram essa decisão (e adiante voltaremos a essa questão crucial) e digamos apenas que foi mudança importantíssima pelas razões seguintes:

a) Significou que os EUA teriam de adiar e, com toda a probabilidade, desistir de um seu antigo objetivo – a “mudança de regime” na Síria.

b) Significou também que os EUA agora teriam de negociar com o governo sírio.

c) Dado que as armas químicas eram completamente irrelevantes para a dinâmica militar em campo e, dado que os EUA haviam-se comprometido a não atacar forças do governo, significou que os EUA desistiam essencialmente de seu plano, para ajudar os “rebeldes” a vencer a guerra.

d) Assim desapareceu o último pretexto(s) possível para que os EUA continuassem a impedir e evitar uma conferência Genebra-2. Dali em diante, os EUA tiveram de tratar Genebra-2 com seriedade, ou perder tudo.

Antes desse desenvolvimento, os EUA tinham dois modos possíveis para lidar com uma conferência Genebra-2: tentar sabotá-la ou tentar usar a oportunidade para conseguir alguma coisa. A partir do momento em que Obama aceitou o gambito de Putin, só restou a segunda opção. De fato, desde que a “mudança de regime” já claramente não é mais uma opção e, dado que a política externa dos EUA no Oriente Médio dependia de “mudança de regime” na Síria, os EUA agora têm de reconsiderar aquela política toda. Isso significou que a melhor opção possível para os EUA era tentar usar Genebra-2 para afinal poder fazer alguma coisa.

Mas há um truísmo que os diplomatas dos EUA tiveram de levar em conta: nenhuma solução será jamais alcançada na Síria, se não for aprovada pelo Irã. Em outras palavras, ao aceitar o gambito de Putin, os EUA não apenas se comprometeram com negociações com os sírios: também se comprometeram com negociações com os iranianos. Essa é a causa real da solução “repentina” no “P5+1 e Irã”: a derrota dos EUA na Síria literalmente forçou a Casa Branca a negociar com o Irã. Nesse ponto, continuar a bloquear as negociações sobre o programa nuclear iraniano tornou-se contraproducente e, dito sem meias palavras, absurdo.

Dominó 2: EUA e Irã finalmente chegam a um acordo na questão nuclear.

Como já escrevi várias vezes no passado, ninguém, nem nos EUA ,nem em lugar algum, realmente acredita que os iranianos estejam construindo uma bomba atômica secreta, ali, sob as barbas dos inspetores da AIEA (que continuam a trabalhar no Irã), ao mesmo tempo em que permanecem como membros normais do Tratado de Não Proliferação (nenhum estado membro do Tratado de Não Proliferação jamais desenvolveu armas atômicas).

O real objetivo dos EUA sempre foi impedir que o Irã se tornasse potência econômica regional e, se possível, achar um pretexto para isolar e desestabilizar o regime iraniano.

Quando aceita negociar com o Irã, os EUA não estão “tornando o mundo seguro, sem mulás armados com bombas atômicas”, mas, isso sim, aceitando a realidade de que o Irã é, e continuará a ser, uma superpotência regional. Isso é o que está realmente em jogo aqui. E toda aquela conversa sobre o Irã bombardear Israel num “2º Holocausto” não passa de folha de parreira usada para ocultar os reais objetivos políticos dos EUA.

Agora que os EUA desistiram da ideia de atacar a Síria, já não faz sentido algum continuar a agir como se um ataque ao Irã ainda fosse possível. E só restaram, então, duas soluções possíveis: deixar os iranianos fazerem o que querem e parecer ter falhado na tentativa de persuadir o Irã a levar em conta as objeções dos EUA; ou realmente encontrar um compromisso mutuamente aceitável que teria de ser vantajoso para os dois lados. Os EUA, espertamente, escolheram a segunda opção.

Até aqui, já caíram os dominós 1 e 2. Mas passemos os olhos pelo que pode acontecer em breve, se nada parar o momentum gerado por esses dois dominós.

Dominó 3: os dois grandes perdedores (Arábia Saudita e Israel)

É perfeitamente óbvio que sauditas e israelenses fizeram literalmente tudo que estava ao alcance deles para impedir a queda dos dominós 1 e 2, e que são agora os grandes perdedores. Os dois países odeiam e temem o Irã; os dois estão profundamente envolvidos na guerra síria; e os dois parecem ultrajados pelas ações da Casa Branca. Dado que tudo indica que haverá um acordo, sauditas e israelenses mandaram seus principais decisores (Bandar e Netanyahu) não a Washington, mas a Moscou, numa tentativa (inútil) para impedir que aconteça o que veem como catástrofe absoluta.

Agora que o acordo aconteceu, Israel e o Reino da Arábia Saudita já mostram todos os sinais de que “perderam” e recorrem a modalidades nuas e cruas de terrorismo para atacar seus inimigos. Segundo o Hezbollah, os sauditas estão por trás da bomba que explodiu na Embaixada Iraniana em Beirute; e os israelenses estão por trás do assassinato de um comandante do Hezbollah, também em Beirute. Pode-se desconsiderar essas acusações do Hezbollah, que têm motivação política.

Mas eu, pessoalmente, considero-as perfeitamente críveis, simplesmente porque “cabem” perfeitamente no quadro atual (e o Hezbollah, é preciso reconhecer, tem excelente currículo de só divulgar acusações verdadeiras). Mas, acreditem os outros no Hezbollah ou não, ninguém nega que há agora profundas tensões entre EUA e Arábia Saudita de um lado e, de outro, os EUA. Isso também explica a estranhíssima “reaproximação” em curso entre Israel e o Reino Saudita, os quais têm hoje um problema comum (os EUA) e muitos e muitos inimigos comuns (o primeiro e principal dos quais é o Irã, é claro).

Considerando o imenso poder do lobby israelense e o mais discreto, mas também muito poderoso, lobby saudita nos EUA, não é, não, de modo algum certo que essa nova aliança sauditas-israelenses não venha, eventualmente, a prevalecer sobre o que eu chamaria de “EUA antes de tudo” (em contraste com os “Israel antes de tudo”). Também voltarei a isso, adiante. Mas assumamos que as atuais políticas dos EUA não serão honradas e que os EUA, em seis meses ou mais, assinarão um tratado de longo prazo com o Irã. O que poderia acontecer na sequência?

Dominó 4: Dar adeus ao “escudo de defesa” antimísseis, dos EUA, na Europa?

Pense nisso: se os EUA aceitam a noção de que o Irã não desenvolverá armas nucleares, por que insistir em implantar um escudo de defesa antimísseis sobre a Europa? O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguey Lavrov, já o disse claramente e essa provavelmente permanecerá como posição de política russa no futuro imediato: agora que a suposta “ameaça” iraniana foi contornada mediante negociações – por que os EUA implantariam sistemas de defesa antimísseis na Europa?

Claro, os EUA podem prosseguir com esse projeto, como se nada tivesse mudado, mas não seria lógico conversar, pelo menos com os russos, para ver se não se pode fazer algumas modificações no sistema antimísseis dos EUA, que satisfaçam o lado russo? Já tendo concordado com negociar com a Síria e com o Irã, não faria também algum sentido sentar seriamente com os russos e encontrar um compromisso aceitável para os dois lados?

Afinal, a Rússia (apoiada pela China, claro) pode facilmente impedir qualquer acordo entre EUA e Irã (por exemplo, com um veto no Conselho de Segurança da ONU), e isso deixaria os EUA em posição muito vulnerável na negociação. E, claro, uma quebra nas negociações entre EUA e Irã sobre a questão nuclear seria péssima notícia para os EUA na Síria. Fato é que os EUA precisarão desesperadamente da colaboração dos russos, para chegar a um acordo de longo termo com o Irã. E esse acordo, por sua vez, terá importantes consequências em inúmeras outras questões, entre as quais a política externa europeia.

Dominó 5: Fim do Drang nach Osten [al. “afã rumo ao leste”] europeu?

Nunca mais, desde os dias de Hitler, viu-se a Europa tão histericamente antirrussos, como na última década. Claro, parte dessa russofobia foi alimentada por necessidades da propaganda dos EUA, mas basta rápida olhada na imprensa europeia, para ver-se que o pior desse espancamento da Rússia vem realmente da Europa, especialmente da Grã-Bretanha. Quanto à União Europeia e a OTAN, a ofensiva de ambas rumo ao leste faz, sim, lembrar a de Hitler; a única diferença é que é feita por meios diferentes.

Claro, o revanchismo europeu ocidental é só parte do quadro. Há, definitivamente, um desejo, de muitos europeus orientais, de virarem “verdadeiros europeus”, combinado com uma esperança de que uma combinação de União Europeia e OTAN proteja-os contra a Rússia. Não importa que a Rússia não tenha qualquer mínimo interesse em invadi-los – e muitos leste-europeus temem, em termos genéricos, o que veem como uma superpotência ressurgente no Leste. E, se obter a “proteção” da OTAN e da União Europeia significa aceitar um status semi-colonial no império dos EUA… que seja. Melhor ser servo do império dos EUA, que servo no império russo. É uma posição ideológica que resiste aos fatos e à lógica. Muitos leste-europeus provavelmente entendem que a Rússia não tem interesse algum em invadi-los, e muitos devem saber que se unir à União Europeia foi desastroso em termos econômicos para países como a Bulgária ou os Estados Bálticos. Francamente, a maioria nem liga. Veem as autoestradas alemãs, as lojas francesas ou aeroportos holandeses e querem uma fatia daquela riqueza, mesmo que seja sonho induzido por fumaças.

Quanto aos europeus ocidentais, eles vergonhosamente alimentaram essa ilusão, prometendo muito e nada cumprindo. Quanto à OTAN, continua a seguir o exemplo de Hitler e tenta levar sua influência Cáucaso adentro. Resultado, a ofensiva União Europeia-OTAN espalha-se num “front” da Estônia, no Báltico, à Georgia, no Cáucaso – cópia exata da estratégia de Hitler para sua guerra contra a Rússia.

Hitler e o “Reich de mil anos” que ele prometera, sim, foi derrotado em apenas 12 anos; e a União Europeia não se sairá melhor. De fato, está mergulhada hoje numa crise sistêmica que não tem ideia de como superar.

Os modernos Kulturträgers

Não estou sequer falando só dos chamados países “PIGS” (Portugal, Itália, Grécia e [Spain] Espanha), mas também das nações que supostamente “se saíram melhor” do norte da Europa.

Vocês sabiam que apenas três, das 17 nações da Eurozona tem avaliação AAA de crédito? Ou que, embora nada menos que sete das nações de crédito mais bem avaliado do mundo estejam na Europa, a maioria delas ou não está integrada ao euro (Dinamarca e Suécia) ou não está integrada nem à União Europeia (Noruega e Suíça)?

Quem ainda tenha dúvidas sobre a absoluta magnitude da crise social e econômica que atingiu a Eurozona, deve ler o relatório recentemente publicado pela Federação Internacional da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho, intituladoThink differently: humanitarian impacts of the economic crisis in Europe [Pensar diferente: os impactos humanitários da crise econômica na Europa] (e fico pensando: será que alguém na Ucrânia conhece esse relatório?).

A Europa está em crise profunda, o que obriga a perguntar: a Europa pode realmente custear uma nova Guerra Fria com a Rússia? E quanto aos EUA – precisa mesmo de uma nova Guerra Fria na Europa? Não estará mais do que na hora de pôr de lado esse ensandecido Drang nach Osten e aceitar que uma Europa não imperial terá muito mais a ganhar de uma parceria com a Rússia, que de outra Guerra Fria?

O tempo dirá quando cairá também esse último dominó. O que interessa aos nossos objetivos aqui não é prever acuradamente o futuro, mas examinar as oportunidades que outro futuro, assim diferente, ofereceria. Uma pergunta: se todos os dominós acima caíssem, os EUA estariam melhor ou pior? Pessoalmente, minha resposta é que os EUA sair-se-iam muitíssimo melhor, e também a Europa.

E se é assim, pode-se conjecturar, os EUA tropeçaram mesmo numa situação que desencadeou um efeito dominó, ou esse foi sempre o plano, desde o início?

É possível que algumas forças dos EUA tenham decidido usar o fracasso da política dos EUA na Síria, para disparar mudança muito maior?

Um projeto dos “EUA-em-primeiro-lugar-istas” [orig. USA-firsters]?

Como escrevi em postado recente, acredito que a presidência de Barack Obama resultou numa mudança de poder no “estado profundo” dos EUA, que afastou do Executivo os antes todo-poderosos neoconservadores e substituiu-os pelos que chamo “velhos anglo imperialistas”. Também podem ser chamados de “EUA-em-primeiro-lugar-istas” (em oposição aos “Israel-em-primeiro-lugar-istas” [orig. Israel-firsters). Regra geral, eles são atores muitíssimo mais sofisticados que os neoconservadores.

Tipicamente, os EUA-em-primeiro-lugar-istas são mais bem educados, mais cautelosos nos discursos e métodos e, diferentes dos neoconservadores, podem contar com o apoio patrioticamente inclinado dos norte-americanos das Forças Armadas, do Departamento de Estado, da CIA e outros. Por fim, têm a grande vantagem, sobre os neoconservadores, de que não precisam ocultar sua verdadeira agenda: na política exterior, cuidam antes e mais do que qualquer outra coisa, dos interesses nacionais dos EUA (internamente, é claro, os neoconservadores e os EUA-em-primeiro-lugar-istas são “1%” prototípicos, cujo real objetivo é defender seus interesses de classe, enquanto mantêm os remanescentes 99% em condições de quase servidão).

Assim sendo, é possível que essa “sequência de dominós” tenha sido deliberadamente iniciada pelos anglo-EUA-em-primeiro-lugar-istas, que teriam colhido a oportunidade para promover sua agenda, ao mesmo tempo em que mandam para fora do ringue os neoconservadores-Israel-em-primeiro-lugar-istas?

Analisemos outra vez o “dominó 1”.

Penso que preponderam as evidências de que Obama aceitou o gambito de Putin, contra um cenário de caos absoluto na Síria e nos EUA. Forças iranianas estavam entrando clandestinamente na Síria para lutar; uma poderosa força naval russa estava posicionada bem diante da costa síria; o Parlamento britânico recusou-se a apoiar um ataque à Síria; manifestações tomavam as ruas, nos EUA, por todo o país – e noutros locais – contra o ataque; e tudo indicava que o Congresso não aprovaria um ataque militar dos EUA à Síria. É difícil provar uma negativa, é claro. Mas penso que o primeiro dominó foi empurrado por todos esses fatores, muito mais do que resultou de mudança deliberada nas políticas dos EUA.

Nesse caso... E o “dominó 2”?

Diferente do dominó 1, há fortes provas de que o dominó 2 “caiu” claramente como resultado direto de uma decisão política tomada em Washington. Se aceitamos que a única mudança na presidência do Irã não passou de mudança cosmética, nesse caso temos de aceitar que os EUA decidiram deliberadamente abrir negociações com o Irã. Será que alguém na Casa Branca ou no estado profundo dos EUA deu-se conta de que a queda do “dominó 1” trazia reais oportunidades para os EUA e os interesses dos EUA-em-primeiro-lugar-istas, e decidiu acrescentar impulso ao “dominó 1”, suficiente para derrubar também o “dominó 2”?

Creio que a sequência de eventos na Síria e no Irã oferece, sim, fantástica oportunidade para os EUA, afinal, livrarem-se do legado desastroso de muitos anos de governo dos neoconservadores (na minha opinião, de 1993-2009).

Devo dizer imediatamente que não estou dizendo que os neoconservadores estão “fora”, dado que eles ainda controlam com mão de ferro a imprensa-empresa e o Congresso dos EUA.

Só estou dizendo que estou detectando sinais de uma grande mudança na política externa dos EUA, a qual parece estar-se libertando da aliança “wahabista-sionista” dos lobbies combinados de Arábia Saudita e Israel. Mais uma vez, o fato de que ambos, Netanyahu e Bandar sentiram a necessidade de viajar a Moscou para parar Washington é absolutamente sem precedentes, e engraçada; e tenho de interpretar o movimento como real sinal de pânico.

Até onde os EUA podem realmente ir?

Uma mudança na equação do poder dentro dos EUA absolutamente não significa mudança de regime, longe disso. Em muitas circunstâncias, os políticos norte-americanos continuarão a repetir, feito mantra, que “nada separa EUA e Israel”, continuará a genuflexão verbal ante tudo que tenha a ver com judeus, israelenses e o Holocausto. E é possível que a próxima fala do futuro primeiro-ministro israelense receba ovação ainda maior, quando falar ao Congresso dos EUA, que o presidente dos EUA. Mesmo assim, é também possível que, a portas fechadas, os israelenses e os sauditas ouçam reprimenda: “baixem o tom, senão...” e que o apoio dos EUA a esses dois regimes fique condicionado a nenhum deles cometer qualquer loucura (tipo atacar o Irã).

Examinemos outra vez os dominós 4 e 5 

(basicamente, um breque nas políticas antirrussos), de um ponto de vista não sionista e não wahhabista: os EUA ganhariam ou perderiam, com esse tipo de desenvolvimento? Posso até perder algum dinheiro, porque talvez o “escudo” de mísseis de defesa europeu lá permaneça, mas os russos estão oferecendo duas soluções alternativas: ou os militares russos são admitidos como parceiros plenos nesse sistema (o que remove a ameaça à Rússia) ou levam todo o sistema para a Europa ocidental, bem longe das fronteiras russas (o que também remove a ameaça à Rússia).

Uma vez que a resposta assimétrica da Rússia (forças especiais, relocalização de lançadores de mísseis, mísseis especiais) derrotará, afinal, o tal sistema proposto... por que não aceitar ou uma ou outra das duas propostas russas?

Politicamente, acordo desse tipo abriria as portas para oportunidades muito mais importantes de colaboração (na Ásia Central e no Oriente Médio) e tiraria os EUA da “rota de colisão com o resto do planeta” em que estão presos desde 11/9.

Bem claramente: um acordo com a Rússia seria muito benéfico para os EUA.

E sobre a Palestina?

Nesse ponto, desgraçadamente, permaneço tão pessimista como antes. Como outras vezes em sua história, os palestinos mais uma vez cometeram o que se pode chamar de “suicídio estratégico”, ao decidir apoiar as forças anti-Assad na Síria. Outra vez, como no caso de Saddam, os palestinos aliam-se ao lado perdedor e, o que é ainda pior, seu único movimento de resistência mais ou menos decente (o Hamás) já foi agora tomado por interesses sauditas, o que basicamente também põe o Hamás sob controle de Israel, não menos que o Fatah.Hoje, o último movimento de resistência “real” que ainda sobrevive na Palestina é “Jihad Islâmica Palestina” [orig. Palestinian Islamic Jihad], mas é comparativamente pequeno e fraco e não pode ser parceiro em qualquer negociação real com EUA e Israel.

Nesse contexto, o mais provável é que os israelenses simplesmente imponham em campo qualquer “solução” que desejem, sem precisar negociar com nenhum grupo palestino. É muito triste e nada precisava ser assim, mas os palestinos, sim, fizeram o que fizeram, eles mesmos a eles mesmos; agora, só se podem culpar também eles mesmos.

Resumo, até aqui: na Palestina não se vê nenhum efeito dominó.

Conclusão: uma verdadeira janela de oportunidade

O futuro absolutamente não é certo, e os Israel-em-primeiro-lugar-istas e seus aliados sauditas têm muitas opções para reverter esse processo (imaginem Hillary, na presidência!!). E ainda é possível que os EUA consigam sair da rota de desastre na qual caminha há duas décadas e retornar a uma política externa mais tradicional, mais pragmática: permanecerá como potência imperial com objetivos imperialistas globais, mas, pelo menos, estará sendo movida por considerações pragmáticas (embora cínicas), não por interesses ideológicos estranhos e alheios aos EUA.

Em contraste com o que os EUA vêm fazendo ao longo das últimas duas décadas, é possível que os desenvolvimento no Oriente Médio convençam os EUA de que negociações e concessões são ferramentas mais efetivas de política externa, que ameaças e ações militares.

Historicamente, os Republicanos têm, comparativamente, melhor currículo de política externa que os Democratas, e psicopatas senis como McCain nunca foram líderes Republicanos típicos. Diferente disso, os Democratas norte-americanos sempre garantiram líderes ideológicos e arrogantes. A possibilidade muito real de Hillary vir a concorrer à presidência é indicador apavorante de que a atual fase de pragmatismo produtivo tenha vida bem curta. A boa notícia é que os dois partidos têm agora a chance de aproveitar o momento e indicar candidatos que sejam pelo menos meio sãos, não totalmente doidos, para a eleição presidencial. Claro: se a coisa se resumir a uma disputa Sarah Palin/Hillary Clinton, tudo sugere que o mundo tenha pela frente tempos muito, muito difíceis.

Mas se os “EUA-em-primeiro-lugar-istas” puderem chutar para longe os “Israel-em-primeiro-lugar-istas” que atualmente controlam as posições chaves dentro dos dois partidos (gente do tipo de Rahm Israel Emanuel), então, sim, há uma real possibilidade de que os EUA consigam livrar-se da atual subserviência aos interesses de sionistas e wahabistas, e retomar outra política externa, mais pragmática e mais razoável.

Mas… será que esses EUA-em-primeiro-lugar-istas realmente existem? Honestamente, não sei. Espero que existam e quero crer que a queda do dominó sírio ter sido seguida tão imediatamente pela queda do dominó iraniano pode ser sinal de que alguém dentro do estado profundo dos EUA decidiu usar essa oportunidade para, afinal, livrar os EUA da servidão a interesses alheios que, literalmente, sequestraram o país.

Se dentro de seis meses for firmado um acordo permanente entre o P5+1 e o Irã, e se mais ou menos ao mesmo tempo os EUA iniciarem negociações sérias com a Rússia, então, sim, um melhor cenário se tornará mais crível. Hoje, ainda é cedo para saber.


Fonte: Oriente Mídia
Imagem: Google



Chefe de terroristas aspira o trono da Arábia Saudita

16 de Dezembro de 2013, 20:47, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



O chefe dos serviços de inteligência da Arábia Saudita, e principal mentor dos terroristas da Al Qaeda na Síria, o príncipe Bandar bin Sultan, vem se esforçando para remover o poder do príncipe herdeiro Salman bin Abdelaziz. 

São rumores que ultimamente se espalharam em razão da debilitada saúde de Salman e sua incapacidade de desempenhar as suas funções oficiais.

Bandar e o seu grupo desenvolve uma campanha na Arábia Saudita e no Exterior para convencer o rei Abdallah bin Abdul Aziz Al-Saud a retirar Salman do poder e substituir por membros de Câmara de Ministros, como o segundo vice primeiro ministro, o príncipe Abdulaziz Al Saud bin Muqrin.

Este tema tem sido até agora rejeitada pelo Conselho de Lealdade, órgão responsável pela definição da futura sucessão ao trono da Arábia Saudita.

Bandar é acusado de estar por trás de numerosos atos terroristas na Síria, Egito, Líbano e Iraque.

Príncipe saudita Bandar Bin Sultan, um dos financiadores de terroristas estrangeiros e mercenários que atuam na Síria.

 Além disso, é o diretor-geral da Agência de Inteligência Saudita. Como tal, ele ganhou uma reputação bem merecida e é conhecido como o "príncipe dos terroristas".

De acordo com o Wall Street Journal, Bandar líder as principais forças rebeldes que tentam derrubar o governo sírio. Muitos analistas consideram o principal suspeito no ataque químico em Quta perto de Damasco, capital da Síria.

As evidências sugerem que o príncipe Bandar foi o chefe de operações da Al-Qaeda, o banco de dados CIA e sua legião árabe de combatentes mujahedin da guerra no Afeganistão, em 1980.

São esses os combatentes da Al Qaeda apoiados pela CIA e Mossad todos comandados por Bandar hoje na Síria.




Fonte: IrãNews
Imagens: Google, A Marcha Verde




Chefe de terroristas aspira o trono da Arábia Saudita

16 de Dezembro de 2013, 20:47, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



O chefe dos serviços de inteligência da Arábia Saudita, e principal mentor dos terroristas da Al Qaeda na Síria, o príncipe Bandar bin Sultan, vem se esforçando para remover o poder do príncipe herdeiro Salman bin Abdelaziz. 

São rumores que ultimamente se espalharam em razão da debilitada saúde de Salman e sua incapacidade de desempenhar as suas funções oficiais.

Bandar e o seu grupo desenvolve uma campanha na Arábia Saudita e no Exterior para convencer o rei Abdallah bin Abdul Aziz Al-Saud a retirar Salman do poder e substituir por membros de Câmara de Ministros, como o segundo vice primeiro ministro, o príncipe Abdulaziz Al Saud bin Muqrin.

Este tema tem sido até agora rejeitada pelo Conselho de Lealdade, órgão responsável pela definição da futura sucessão ao trono da Arábia Saudita.

Bandar é acusado de estar por trás de numerosos atos terroristas na Síria, Egito, Líbano e Iraque.

Príncipe saudita Bandar Bin Sultan, um dos financiadores de terroristas estrangeiros e mercenários que atuam na Síria.

 Além disso, é o diretor-geral da Agência de Inteligência Saudita. Como tal, ele ganhou uma reputação bem merecida e é conhecido como o "príncipe dos terroristas".

De acordo com o Wall Street Journal, Bandar líder as principais forças rebeldes que tentam derrubar o governo sírio. Muitos analistas consideram o principal suspeito no ataque químico em Quta perto de Damasco, capital da Síria.

As evidências sugerem que o príncipe Bandar foi o chefe de operações da Al-Qaeda, o banco de dados CIA e sua legião árabe de combatentes mujahedin da guerra no Afeganistão, em 1980.

São esses os combatentes da Al Qaeda apoiados pela CIA e Mossad todos comandados por Bandar hoje na Síria.




Fonte: IrãNews
Imagens: Google, A Marcha Verde




EUA avalia sanções contra Ucrânia

15 de Dezembro de 2013, 13:32, por Desconhecido - 0sem comentários ainda




Os Estados Unidos avaliam a possibilidade de impor sanções à Ucrânia diante da repressão contra a oposição pró-europeia, informou nesta quarta-feira o departamento de Estado.

"Não entrarei em detalhes, mas avaliamos certas opções políticas, incluindo sanções, e, evidentemente, nenhuma decisão foi tomada", declarou a porta-voz do departamento Jennifer Psaki.

Ao ser interrogada sobre o tipo de sanções – econômicas ou políticas -, a porta-voz se limitou a responder: "estamos abertos a um leque de opções, mas ainda não chegamos a esta etapa".

Os milhares de manifestantes pró-europeus seguem desafiando o regime ucraniano e permanecem no centro de Kiev, apesar da ação da polícia de choque.

O secretário americano de Estado, John Kerry, manifestou na terça-feira a "insatisfação" dos Estados Unidos pela repressão policial, e sua vice-secretária, Victoria Nuland, visitou a Praça da Independência, ponto de concentração dos manifestantes em Kiev.

Na madrugada de quarta-feira, a polícia de choque expulsou os manifestantes da Praça Independência, mas milhares de pessoas voltaram a ocupar o local e levantaram barricadas com neve e sacos de areia.

Ao menos 5 mil pessoas estavam reunidas na noite de quarta na Praça, agitando bandeiras ucranianas e europeias para rejeitar a decisão do presidente Viktor Yanukovich de negar um acordo com a União Europeia visando manter sua proximidade com Moscou.


Fonte: NavalBrasil

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(Os Estados Unidos avaliam a possibilidade de impor sanções à Ucrânia diante da repressão contra a oposição pró-europeia)

Esta atitude do Império Americano contra a repressão a manifestações só é válida quando é com outros países, quando as manifestações são dentro do próprio país o governo imperialista é extremamente repressivo com os americanos. 



































Mas é claro que para o Xerife Obama vale a frase: 

"Façam o que eu mando, 
mas não façam o que eu faço!"




(Burgos Cãogrino)

Imagens: Google




Argentinos marcham nas Malvinas Argentinas contra a Monsanto

10 de Dezembro de 2013, 23:30, por Desconhecido - 0sem comentários ainda





Havia uma vez donas de casa, comerciantes e funcionários municipais de um tranquilo povoado no centro da Argentina. Até que chegou a Monsanto, a corporação norte-americana de biotecnologia. 

Por Fabiana Frayssinet*, no Terramérica

Inventora do herbicida glifosato e uma das principais fabricantes de sementes geneticamente modificadas do mundo, a Monsanto constrói uma de suas “maiores” unidades para acondicionar sementes de milho nas Malvinas Argentinas, município de 15 mil habitantes que fica 17 quilômetros a leste da capital da província de Córdoba.

A unidade começaria a funcionar e março de 2014, mas a obra foi paralisada em outubro em meio a protestos e demandas judiciais dos moradores, que desde 18 de setembro mantêm bloqueado o acesso ao recinto. No dia 30 de novembro de manhã, a guarda de infantaria chegou ao lugar, como mostra vídeo publicado no Facebook, e escoltou a saída de vários caminhões que haviam entrado à força no dia 28, quando membros do sindicato da construção irromperam no acampamento de moradores tentando vencer o bloqueio, o que deixou mais de 20 feridos.

Os moradores não gostam de serem definidos como ambientalistas nem que lhes atribuam bandeiras partidárias. Na maioria são mulheres. Nas Malvinas Argentinas todos conhecem alguém com problemas respiratórios ou alergias que coincidem com fumigações sobre os campos de Córdoba, uma das maiores produtoras de soja transgênica deste país. As denúncias de médicos também citam casos crescentes de câncer e malformações congênitas. Porém, tudo era suportado com estoicismo até que chegou a Monsanto.

“Participo por medo da doença e da morte”, explicou ao Terramérica María Torres. “Meu filho já está doente e se vier a Monsanto será pior”, acrescentou enquanto caminhava em meio a uma manifestação que esta jornalista acompanhou em meados de novembro. Seu filho, de 13 anos, ficou em casa com sinusite e hemorragia nasal. “Malvinas é um povoado com muita gente com os mesmos sintomas”, lamentou.

A maioria das fumigações é feita com Roundup, marca comercial do glifosato produzido pela Monsanto. Segundo a Rede Universitária de Meio Ambiente e Saúde – Médicos de Povoados Fumigados, a fumigação atinge quase 22 milhões de hectares plantados com soja, milho e outros cultivos transgênicos em 12 províncias argentinas em cujos povoados vivem cerca de 12 milhões de pessoas. Eli Leiria também participa do protesto. Ela sofre problemas como perda de peso. Os médicos encontraram glifosato em seu sangue. “Dizem que é como se um tornado tivesse passado pelo meu corpo”, contou.

O biólogo Raúl Montenegro, da Universidade Nacional de Córdoba e premiado em 2004 com o Right Livelihood Award (Prêmio Nobel Alternativo), disse ao Terramérica que não há monitoramentos oficiais de morbidade e mortalidade para comprovar se as crescentes enfermidades observadas pelos médicos são efeito dos praguicidas. Tampouco existe controle adequado da presença de praguicidas no sangue, e nem um monitoramento ambiental que detecte esses resíduos em caixas de água, por exemplo, acrescentou Montenegro, presidente da Fundação para a Defesa do Meio Ambiente.

Essas circunstâncias convertem a Argentina, e, “ao seu modo, também o Brasil”, em “paraíso” para empresas como a Monsanto, afirmou Montenegro. As entidades do Estado que autorizam o uso de praguicidas se apoiam “em sua maior parte em aspectos técnicos fornecidos pelas próprias empresas”, acrescentou.

A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, criou em 2009 a Comissão Nacional de Investigação sobre Agroquímicos, para investigar, prevenir e tratar seus efeitos na saúde humana e ambiental. Mas o país também é um “paraíso” dos transgênicos, cuja autorização depende de “informação técnica fornecida principalmente pelas corporações biotecnológicas”, ressaltou Montenegro.

Uma unidade produtora de transgênico “não é uma fábrica de pão… fabrica veneno”, disse o professor Matías Marizza, da Assembleia Malvinas Luta pela Vida. Montenegro questiona o fato de a Secretaria de Meio Ambiente de Córdoba autorizar a construção sem ter contemplado a análise de uma comissão interdisciplinar independente. O processo dos transgênicos envolve “praguicidas externos”, como os que são fumigados, e praguicidas que “saem de dentro” das sementes, como a proteína a inseticida CrylIAb produzida pelo próprio milho MON 810, explicou o biólogo.

Cada grão desse milho tem entre 190 e 390 nanogramas desse componente, cujos impactos na saúde e na biodiversidade não estão claros. “No Canadá foram registradas mulheres grávidas e não grávidas que tinham proteína inseticida no sangue”, destacou Montenegro, o que contradiz a explicação da Monsanto: que essas proteínas são anuladas no aparelho digestivo.

Segundo um documento da Rede Universitária, as sementes da unidade de Malvinas Argentinas serão impregnadas de substâncias como propoxur, deltametrina, pirimfos, tryfloxistrobin, ipconazole, metalaxyl e, sobretudo, clotianidina, um inseticida proibido na União Europeia. Até agora, as instalações estão bloqueadas por cinco acampamentos, onde homens e mulheres – algumas com seus filhos – se alternam para impedir a entrada de caminhões.

Daniela Pérez, mãe de cinco filhos, contou ao Terramérica que este “era um povoado tranquilo”, onde as pessoas se queixavam apenas de problemas como falta de pavimentação. “Agora, o que está em jogo é a saúde das crianças. Nos dá uma impotência, não há ninguém que nos defenda”, afirmou.

Soledade Escobar tem quatro filhos que vão a uma escola localizada perto da plantação da unidade da Monsanto. “Me preocupam os silos e os produtos químicos que usam. Com a mudança de clima em Córdoba temos vento o ano todo e o colégio está ao lado, eu moro em frente”, afirmou. “Não é certo o que dizem a televisão e os jornais de que há partidos políticos entre nós… a maioria é de mães que têm medo por seus filhos”, acrescentou Beba Figueroa.

Elas asseguram que muitos moradores não participam por medo de perder seus empregos municipais e ajudas sociais. A manifestação que o Terramérica acompanhou desde a praça do povo até o acampamento tinha clima festivo, ao ritmo de refrões do carnaval rioplatense, muito diferente da tensão e da violência que aconteceriam dias depois. Como outros moradores deste bairro operário, Matías Mansilla, sua mulher e seu bebê saem à porta de uma casa humilde para ver “o carnaval pela vida”. Mansilla não participa, mas apoia a causa “pelas doenças que há em outros cantos”.

Uma pesquisa feita por duas universidades e pelo Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas revelou que 87% dos entrevistados do povoado querem uma consulta popular para decidir e 58% rechaçam a unidade da Monsanto. Nem o governo da província nem a empresa responderam ao pedido de entrevista do Terramérica.

Em vários textos publicados em seu portal, a Monsanto se diz comprometida com a “agricultura sustentável”. Um comunicado divulgado em setembro afirma que a obra conta com as “aprovações correspondentes” do Conselho Deliberante de Malvinas Argentinas, e que o Estudo de Impacto Ambiental está em análise no governo provincial. A Monsanto repudiou as “campanhas sujas que manipulam a informação técnica para criar medo” e “as mentiras, em nome do ambientalismo, que mascaram interesses espúrios”.

Em abril, o Tribunal Superior de Justiça provincial desqualificou um pedido de medida cautelar apresentado pelos moradores para suspender a obra. E nos dois últimos meses a repressão policial não faltou, e tampouco as ameaças. Malvinas Argentinas é parte de um movimento que cresce em diferentes lugares do mundo contra a Monsanto. Nesse povoado os protestos chegaram a reunir oito mil pessoas, segundo Marizza. Não é para menos, afirmou: “Temos o monstro em cima”. 

(Envolverde/Terramérica)


* A autora é correspondente da IPS. Publicado pela rede latino-americana de jornais Terramérica. 


Fonte: Vermelho



Declarações de Nelson Mandela que a mídia não mostra

9 de Dezembro de 2013, 2:16, por Desconhecido - 0sem comentários ainda




Sobre a guerra dos Estados Unidos com o Iraque

“Se há um país que cometeu atrocidades terríveis no mundo, foi os Estados Unidos da América. Eles não se importam com os seres humanos.”

Sobre Israel

“Israel deveria se retirar de todas as áreas que conquistou dos árabes em 1967 e, em particular, Israel deve retirar-se completamente das Colinas de Golã, do sul do Líbano e da Cisjordânia”

Sobre a Guerra dos EUA contra o Iraque

“Tudo o que ele [George W. Bush] quer é o petróleo iraquiano.”

Sobre a Revolução Cubana e Fidel Castro

“Desde o seu princípio, a Revolução Cubana também foi fonte de inspiração para todos os povos amantes da liberdade. Admiramos os sacrifícios do povo cubano na manutenção da sua independência e soberania frente à campanha brutal orquestrada pelo imperialismo para destruir a conquista impressionante da Revolução Cubana (...). Vida longa à Revolução Cubana. Vida longa ao camarada Fidel Castro.”

Sobre Muammar Kaddafi, ex-presidente da Líbia

“É o nosso dever dar apoio ao líder irmão (...), especialmente frente às sanções que não estão afetando apenas a ele, estão afetando as massas comuns da população (...), nossos irmãos e irmãs africanos.”

Sobre a preparação dos EUA para invadir o Iraque, em 2002

“Se você olhar para essas questões, chegará à conclusão de que a atitude dos Estados Unidos é uma ameaça à paz mundial.”

Sobre um Estado palestino

“A ONU tomou uma posição firme contra a apartheid; e ao longo dos anos, um consenso internacional foi construído, o que ajudou a finalizar este sistema de desigualdade. Mas nós sabemos muito bem que a nossa liberdade é incompleta sem a liberdade para os palestinos.”




Fonte: Vermelho
Imagem: Google



Rolihlahla Dalibhunga Mandela e o Governo Branco da Africa do Sul

8 de Dezembro de 2013, 21:10, por Desconhecido - 0sem comentários ainda








1918 - Nasce Rolihlahla Dalibhunga Mandela



1925 - Passa a frequentar a escola e recebe o nome "Nelson", dado pela professora, atendendo ao costume de dar nomes
ingleses a todas as crianças africanas que frequentavam a escola












Mandela votando, em 1993


Mandela eleito Presidente da Africa do Sul
















Fonte: Google
Imagens: Google












A incrível história do melhor amigo do papa

8 de Dezembro de 2013, 11:59, por Desconhecido - 0sem comentários ainda






Por Marino Boeira


Na época da ditadura brasileira se dizia que a carreira dos militares tinha como posto mais alto a Presidência da República. Na Igreja Católica, a carreira eclesiástica termina com a chegada à condição de santo. Na última semana o Papa Francisco anunciou que em abril do próximo ano vai declarar santos dois dos seus antecessores: João XXIII e João Paulo II.

O primeiro já era considerado beato, um degrau menor na hierarquia celeste, enquanto o segundo vai bater um recorde na corrida para a santidade. Ele morreu em 2005 e será declarado santo mesmo sendo o autor reconhecido de apenas um milagre, quando as regras do Vaticano pedem no mínimo dois, graças a um “canetaço” do Papa Argentino, que dispensou o segundo milagre.

Na linguagem futebolística pode-se dizer que João Paulo II está ganhando a vaga no tapetão.

À Igreja Católica interessa sobremaneira a declaração de novos santos. Essa capilarização da santidade faz com que a sua imagem se propague pelo mundo inteiro sempre em busca de novos adeptos. A canonização de figuras expressivas como foi Karol Wojtyla, tanto do ponto de vista religioso, como político, vai se transformar numa festa tão grande como foi a coroação do Papa Francisco, com direito a generosos espaços na mídia do mundo inteiro.

Representantes das potências ocidentais certamente não faltarão a esta festa. Afinal, foi João Paulo II, quem no famoso discurso de junho de 1979, em Varsóvia, deu seu apoio a ação do Sindicato Solidariedade contra o Governo Polonês, iniciando o processo público de derrocada da unidade socialista no Leste Europeu.

Representantes das alas mais conservadoras da igreja também estarão presentes em Roma para agradecer o apoio que o Papa Polonês deu à luta que travaram contra suas alas mais progressistas, principalmente contra os bispos e padres adeptos da Teologia da Libertação, que João Paulo II combateu tenazmente pela suspeita de que o movimento, forte na América Latina, tivesse alguma proximidade com idéias marxistas.

A pergunta que fica é se o papa anterior, o renunciante Bento XVI, teria a mesma pressa em canonizar seu antecessor.

Antes de se tornar Papa, o Cardeal Joseph Ratizinger foi, durante muitos anos, o responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé, a sucessora do temido Tribunal da Inquisição da Idade Média.

Todas as denúncias de pedofilia, principalmente dos padres americanos e irlandeses, que chegaram até ele, foram engavetadas, nos moldes do que se dizia, costumava fazer um ex-procurador da república no Brasil.

Um dos casos mais notórios foi o do reverendo Lawrence Murphy , de Milwaukee, Illinois, que teria molestado uma centenas de crianças de um orfanato para surdos. O caso mereceu destaque no New York Times, quando os advogados de John Doe, um dos garotos molestados, tentou entrar com uma ação criminal contra o Vaticano e o já Papa Bento XVI.

Parece que apenas um processo interessou particularmente ao cardeal Ratizinger, durante o período que comandou a Congregação para a Doutrina da Fé, o que envolvia o padre Marcial Maciel.

Nascido no México, Marcial Maciel Degollado, foi fundador dos Legionários de Cristo e do movimento Regnum Christi e teve durante sua existência, terminada em 2008, uma vida dupla. Foi criminalmente condenado nos Estados Unidos por pedofilia, era um consumidor de drogas e teve quatro filhos com várias mulheres, além de ter plagiado suas principais obras, inclusive o livro de cabeceira dos Legionários, o Saltério de Meus Dias. Mais do que isso: foi acusado também de envenenar seu tio-avô e protetor, o Bispo Guízar (Don Rafael Guizar Valência, bispo de Vera Cruz, México, 1878/1938), também declarado santo por Bento XVI em 2006.

A vida dupla de Marcial Maciel já era conhecida da igreja desde a década de 50, quando ele se tornou um protegido de Pio XII. Quando João Paulo II se tornou Papa, essa proteção ficou ainda maior, embora chegassem centenas de denúncias contra ele à mesa de trabalho do Papa. João Paulo II as desprezou. O padre Marcial Maciel era um de seus preferidos. Enchia praças e estádios de futebol nas viagens do líder católico pelo mundo, junto com outro movimento na moda, o Caminho Neocatecumenal, do espanhol Kiko Argüello.

Embora nascido no México, o padre Marcial Maciel criou seu “exército” de Legionários na Espanha, durante o governo franquista. Hoje, a sua principal base continua sendo a Espanha, onde a ordem conta com uma universidade, vários seminários e centenas de colégios entre outras propriedades.

Maciel não só teve aventuras amorosas, como em Madri vive uma filha sua, Norma Hilda, em um luxuoso apartamento da Calle de Los Madroños. Ela fez um pacto de silêncio com o Vaticano em troca de uma pensão vitalícia. Quem selou o acordo e cuidou de que a rocambolesca história acabasse aí, foi o então Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, durante uma visita à Espanha. O dinheiro não foi obstáculo. Há décadas, que em ambientes hostis do Vaticano, o grupo de Maciel é conhecido com ironia, não como Legionários,mas sim como os Milionários de Cristo.

Coincidentemente ou não, em outubro último, o Cardeal Bertoni foi afastado do seu cargo de número 2 da Igreja Católica pelo Papa Francisco e saiu atirando, ao dizer que era vítima de uma conspiração de corvos e víboras que vivem no Vaticano.

A amizade de Marcial Maciel com João Paulo II parece ter sido a razão que impedia o cardeal Ratizinger de agir contra o padre pedófilo. Ele tinha entrada franca no Vaticano e sua intimidade com o Papa foi documentada por centenas de fotos. Quando João Paulo II morreu, Ratizinger se sentiu livre para agir e rapidamente ordenou a suspensão das atividades religiosas de Marcial Maciel, que morreria em 2008, sem uma condenação formal e pública de sua ação.

Será que se Bento XVI continuasse Papa, a canonização de João Paulo II seria tão rápida? Ou, o novo Papa imagina que estas histórias serão rapidamente esquecidas? Afinal, estão falando em canonizar Pio XII, esquecidos das suspeitas de simpatia que o então Cardeal Eugenio Pacelli parece ter nutrido pelos nazistas durante a guerra.

Ter sido Papa não é uma garantia de canonização. Dos 264 Papas que por lá passaram, desde o primeiro, São Pedro, apenas 78 se tornaram santos.

Hoje, a Igreja Católica transformou a canonização de novos santos numa verdadeira indústria. João Paulo II, o próximo santo, quando Papa, canonizou 447 pessoas. Todos os outros 263 papas, somados, fizeram 302 canonizações.

Quem sabe um dia o Padre Marcial Maciel, o fundador dos Legionários de Cristo, por seus bons serviços prestados à Igreja Católica, não seja declarado santo também.

O Papa João Paulo II e seu melhor amigo, o Padre Marcial Maciel





*Marino Boeira é professor universitário.

Fonte: Sul21