Ir para o conteúdo

redecastorphoto

Tela cheia Sugerir um artigo

Blog

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Velha mídia, maior partido de oposição

23 de Maio de 2014, 12:11, por Bertoni - 0sem comentários ainda

Governo foi tímido na questão da comunicação, e talvez Dilma esteja pagando um preço alto por isso. Mas quem perde é sociedade brasileira

Por Luís Vita

Não é novidade pra ninguém habituado a consultar mídias alternativas que a grande imprensa é antiesquerdista por princípio e antigovernista por opção política. O apelido PIG – Partido da Imprensa Golpista, uma referência a porco, em inglês – não é só uma alusão à atuação conspiratória da mídia contra o governo e as demandas populares, mas também uma acusação ao papel partidário que adota.

Desde pelo menos o golpe de 1964 a mídia se tornou ator central da opinião pública nacional, trabalhou para fundamentar o golpe, e até hoje expressões como ditabranda podem ser encontradas em editoriais. Obviamente as redações dos órgãos de imprensa não eram formadas apenas por apoiadores do golpe, mas a pressão exercida sobre editores e jornalistas adestrou o comportamento da opinião pública. A velha mídia é constituída por empresas, e as empresas tratam as questões políticas como uma questão econômica – não exatamente macroeconomia, mas microeconomia, as contas domésticas. Nacionais e internacionais.

Joseph Nye, um consultor do departamento de Estado travestido de intelectual orgânico, define muito bem o poder norte-americano. Aponta suas duas origens: Hard Power e Soft Power (em má tradução, poder duro e poder brando; poder militar e poder ideológico seria mais exato). O que melhor traduziria o poder ideológico que o poder midiático? A proposta de leitura do contexto internacional criado pela Guerra Fria, na mídia periférica – entre elas a brasileira – foi a necessidade de se alinhar partidarização política em defesa de regimes opressores e aliados aos interesses do grande capital em troca de propaganda e financiamento.

Corporações compravam – e compram – propaganda. Em troca, querem as notícias certas. Corporações internacionais norte-americanas sempre financiaram ações da política externa naquele país. Nessa estratégia, buscaram oligarquias locais para sustentar internamente suas políticas. Aliado a isso, regimes ilegítimos colocaram suas estatais e órgãos de comunicação para comprar propaganda. Soft Power e Hard Power significam isso.

Nem sempre a força militar é suficiente para impor o silêncio à sociedade civil. A inovação do departamento de Estado dos Estados Unidos é que eles passaram a oprimir opositores internacionais e comprar silêncios. Os regimes das oligarquias locais e seus apoiadores internacionais financiavam e ainda financiam a grande imprensa. E a grande imprensa não tem mais condições de descolar-se disso. Boa parte da literatura em Ciência Política – José Luis Fiori, Emir Sader, Boaventura de Sousa Santos etc – define o neoliberalismo como a invasão estrangeira sobre os países periféricos, mas sugiro que, como estratégia, isso tenha surgido já nos anos 1950 do macarthismo.

Quando houve o processo de transição para as democracias na América Latina, os governos democráticos assumem ou mantém o mecanismo de financiamento da mídia, entre outras coisas porque não vai conseguir apoio e legitimidade dos veículos de imprensa sem a manutenção do esquema que inevitavelmente concentrou a imprensa. Vejam o que aconteceu com Cristina Kirchner e o Clarín, na Argentina, e o que aconteceu com Hugo Chaves e a PDV, na Venezuela. Não por acaso, cada país da América Latina tem seu grupo midiático hegemônico. E neste caso não se trata simplesmente de manter a propaganda governamental e das empresas estatais nas páginas dos jornais e revistas, mas também de manter o acesso dos interesses do grande capital nos governos e o acesso privilegiado à informação dos âncoras dos principais órgãos de imprensa. São essas as fontes que fazem com que a mídia tenha sua capacidade de financiamento ativa e seu poder de influência perpetuado. O capital midiático nacional está comprometido, associado e dependente do capital corporativo internacional.

Mas, fica a pergunta: por que a mídia brasileira tornou-se praticamente o principal partido de oposição? Obviamente porque o governo tem trabalhado, consciente ou inconscientemente, na contramão das três principais fontes do poder da mídia brasileira.

Os governos que assumiram após 2002, primeiro, fizeram uma tentativa de ressuscitar interesses nacionais e corporações nacionais para concorrer no mercado interno e externo. Segundo, reduziram o financiamento público e da propaganda governamental na grande mídia e tentaram pulverizar o financiamento da comunicação governamental (mesmo que timidamente). Terceiro, e talvez mais impactante, não mostraram a necessidade de se legitimar na mídia e dar a ela acesso privilegiado à informação.

Esta terceira ação do governo, ainda que bastante modesta, talvez seja a principal mudança conjuntural das comunicações no Brasil desde o golpe de 1964. O fato de o governo Lula e a sua posse não ter se legitimado na grande mídia e até mesmo a ausência de necessidade de Lula falar com seus apoiadores via mídias foi um grande golpe naquela imprensa ligada à legitimação dos governos e ativa como Soft Power.

Lula não teve apoio dos grandes veículos de comunicação, e mesmo que não tenha agido sistematicamente para multiplicar e descentralizar o acesso e os meios de comunicação, agiu no sentido de não se pautar ou se legitimar pelos meios de comunicação. Isso, por si só, é uma mudança que compõe uma ruptura fundamental em relação a pelo menos o regime de 1964. Mudança que Dilma aparenta dificuldade em manter…

Desde 1964 todos os governos precisavam de legitimidade institucional porque não dispunham de nenhum canal de comunicação popular que os legitimasse. Ao derrubar Jango, os presidentes militares precisavam de todo aparelho ideológico de que dispusessem para manter o poder, diante da fissura que realizaram nas instituições da sociedade civil. A mídia era personagem central. Sarney idem, herdou o trono de Tancredo e não podia se dar ao luxo de não se apoiar em propaganda midiática. Collor, então, foi a expressão cabal da importância e influência da mídia. Forjado nas redes de televisão e jornais, foi também o maior exemplo dessa esquizofrenia brasileira. Itamar não teve força para agir e FHC foi o que melhor contemplou os interesses que se manifestavam desde os militares, porque reforçou a presença das corporações internacionais no país, promoveu privatizações e conseguiu aliar os interesses internacionais em pauta com boa circulação na imprensa.

Lula chega ao poder com um projeto próprio de governo. Um verdadeiro escândalo àqueles que caminhavam soberanos nos corredores dos palácios, dizendo quais informações eram relevantes e quais não eram. Concordemos ou não com Lula, seu estilo próprio de comunicação é novidade. Uma enorme novidade. Os projetos de poder, até então, não eram representados pelos partidos, mas pela aliança entre capital internacional e empresas nacionais dependentes – incluindo a grande mídia com seus empresários conservadores, associados ao capital internacional em negócios dependentes do financiamento externo. Lula e os governos petistas romperam com isso?

Seria ingênuo dizer que sim, mas, ao não alimentar as engrenagens desses mecanismos, criaram muitos ruídos e falhas de funcionamento na velha estrutura.
Para os jornalistas da grande mídia é um escândalo – repito, um escândalo – o PT ter um projeto de poder, uma estratégia para ganhar cada vez mais eleições. Mas, o que é um partido político se não uma associação que organiza um projeto de tomada do poder e governo? É pra isso que se constitui um partido político. E, neste sentido, ao ter uma pauta própria de governo, a maior ruptura realizada foi a retomada (pelo menos em parte) da agenda de governo. Sim, aconteceu o óbvio, mas um óbvio que não ocorria no Brasil desde 1964, ao menos. Agora, veja só que escândalo: o próprio governo reivindica fazer a pauta de governo.

Quem se acostumou a dizer o que deve ser prioritário? O que é emergencial, se é a inflação ou o emprego, se é a política interna ou externa, se é a copa do mundo ou a saúde pública? Quem dizia qual pauta deveria ser seguida era a mídia. Editores tinham poder em relação a vários temas. Obviamente, no regime militar o limite era não falar mal do governo, não acusá-lo diretamente, mas, entre os temas discutidos, a mídia tinha papel de representar interesses incorporados ao governo. E depois, na redemocratização, e até o final do século XX, foi crescente a influência da mídia.
Talvez porque os elementos não estavam postos, ou porque não havia maturidade política, ou porque faltou apoio popular, ou porque faltou uma análise mais aprofundada, mas devemos reconhecer que o governo negligenciou essa área. Poderia avançar muito mais em questões como a descentralização e multiplicação dos espaços midiáticos, a pulverização dos recursos e a abertura da pauta e da informação.

As ações do governo tiveram que enfrentar momentos de crise instigados por uma imprensa não só tendenciosa, mas raivosa. Na ausência de uma oposição com base social, ela é hoje a principal oposição organizada. Nas suas constantes tentativas de deslegitimar as políticas do governo e tentar conseguir apoio popular, substitui qualquer liderança partidária.

O governo foi tímido na questão da comunicação, e talvez Dilma esteja pagando um preço alto por isso. Mas quem perde é a sociedade brasileira. Não temos um grande veículo de esquerda circulando entre os maiores editoriais, são esparsas e cada vez mais esmagadas as posições progressistas. Agora não se trata mais de uma visão distorcida da realidade, porque só apresenta um lado da questão – passamos para as visões tendenciosas, que se apoiam na ladainha da oposição cega dos veículos de comunicação. Só isso explica a nova moda de quem acha que questionar a Copa do Mundo é um ato de cidadania.



Fórum Comunitário: 4º Encontro Nacional de Blogueir@s e Ativistas Digitais

22 de Maio de 2014, 9:32, por Bertoni - 0sem comentários ainda

Sérgio Bertoni e Tânia Mandarino deram entrevista para o programa Fórum Comunitário, apresentado por Matsuko Barbosa.

Falaram sobre o 4º Encontro Nacional de Blogueir@s e Ativistas Digitais que aconteceu entre os dias 16 e 18 de maio de 2014, em São Paulo, e abordaram a questão da Regulamentação da Mídia no Brasil e Soberania Tecnológica.

O programa Fórum Comunitário é exibido todas as quintas-feiras, sempre às 22h, no canal comunitário de Curitiba, a CWB TV.



Lula discursa no #4BlogProg e reafirma caráter plural do movimento de blogueir@s e ativistas digitais

19 de Maio de 2014, 7:41, por Bertoni - 0sem comentários ainda

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou sua fala no IV Encontro de Blogueiros parabenizando o grupo pelo apoio à aprovação do Marco Civil da Internet, que garante a neutralidade da rede. "A neutralidade é essencial e quem sabe um dia chegue as outras redes".

Lula citou um texto do ex-ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, que mostra que todas as grandes democracias do mundo têm regulação dos meios de comunicação. "Precisamos pensar no marco regulatório para a comunicação no Brasil e isso não significa censura nem controle dos meios. Quem faz o controle é o público", ressaltou.

"Não temos que ficar chorando dentro dos gabinetes e reclamando dos meios de comunicação", afirmou Lula destacando que a internet, os blogs e as redes sociais são importantes alternativas de comunicação e precisam ser utilizados.

O ex-presidente contou que tem viajado o mundo e vê que parte da imprensa estrangeira apenas repete a visão negativa do Brasil que a imprensa brasileira dissemina. Lula avaliou que a situação mundial hoje é diferente da anterior, mas que enquanto a Europa e os Estados Unidos fecharam postos de trabalho, o Brasil criou 10 milhões de empregos.

O ex-presidente falou ainda do avanços que precisam ser feitos, como a instalação de banda larga em todas as casas do país.

http://www.institutolula.org/precisam...



Lula confirma presença no IV BlogProg

14 de Maio de 2014, 12:15, por Bertoni - 0sem comentários ainda

 Por Altamiro Borges

O ex-presidente Lula estará presente no IV Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, que ocorrerá nos dias 16, 17 e 18 de maio em São Paulo. Sua participação foi confirmada pela assessoria do Instituto Lula nesta quinta-feira. Logo na manhã de sexta-feira (16), o ex-presidente deverá tratar de vários temas, como o papel da mídia tradicional, as eleições de 2014 e a importância do ativismo digital. A decisão de convidá-lo foi tomada pela comissão nacional do movimento dos "blogueiros progressistas" - nascido em agosto de 2010 e também batizado de "BlogProg".

Diante das manipulações da mídia monopolizada, o ex-presidente tem dado grande importância aos que atuam na internet. Ainda no exercício do cargo e em pleno Palácio do Planalto, ele concedeu a primeira entrevista coletiva na história do Brasil a um grupo de blogueiros, em novembro de 2010, o que gerou raivosa reação dos barões da mídia. Em junho de 2011, Lula participou do II Encontro Nacional dos Blogueiros, em Brasília. Em abril passado, o ex-presidente voltou a falar com os blogueiros, numa segunda entrevista coletiva que também gerou violenta reação da velha mídia.

Maiores informações sobre o IV BlogProg no site do Encontro http://blogprog.com.br



[Conheça] Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil

12 de Maio de 2014, 6:03, por Bertoni - 0sem comentários ainda

DeMobiliza MROSC