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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Internet Livre Sempre - Censura Nunca

24 de Outubro de 2013, 8:01, por Bertoni - 0sem comentários ainda
Por um Marco Civil sem o parágrafo 2º do art. 15 já! 

► http://marcocivil.org.br/noticias/nota-publica-marco-civil-sem-censura-ja/

MANTENHA A INTERNET LIVRE

Nossa Internet e democracia estão sendo ameaçadas. Anos de lobby das operadoras de telefonia podem acabar com a liberdade de expressão e de comunicação na internet. O Marco Civil, a legislação que pode proteger a democracia na rede, agora está nas mãos do Congresso. 

O governo permitirá que a censura na Internet faça parte do Marco Civil?


Convocamos a todos que defendem e amam a nossa lnternet Livre para que contatem seus deputados e membros do Congresso antes da votação, para impedir que esta seja adiada e pedir que rejeitem o parágrafo 2º do artigo 15 ou qualquer outra alteração no texto original que possa ir contra os interesses dos cidadãos da Internet.

O Marco Civil foi construído pela sociedade civil e não permitiremos que apliquem a censura no projeto ao apagar das luzes. Não em nosso nome.



Olá, presidenta Rousseff… eu avisei!

24 de Outubro de 2013, 7:36, por Bertoni - 0sem comentários ainda

Blog do Maddog

Reflexões de um Cachorro Louco

Querida Presidenta Rousseff,

Eu entendo que a senhora esteja irritada com meu país, os Estados Unidos da América, porque uma de nossas agências, a Agência de Segurança Nacional (NSA), vem armazenando suas comunicações privadas, lendo seu e-mail e espionando a senhora, além de outros brasileiros.

Me desculpe por falar isso, mas... “eu avisei”.

Desde 1996 tenho ido ao Brasil para falar sobre GNU/Linux e Software Livre e de Código Aberto em geral. Depois dos acontecimentos de 11 de setembro de 2001 e a aprovação do que ficou conhecido como “USA Patriot Act of 2001” (Ato Patriota dos EUA de 2001), comecei a sentir um frio na espinha. Eu sabia que poderes de longo alcance, sem supervisão, não eram exatamente o que os patriotas que fundaram nosso país pretendiam... Na verdade, muito pelo contrário.

Durante os últimos 10 anos também venho me envolvendo mais com questões sobre Cuba e o embargo que vem acontecendo nos últimos 40 anos. Com a reação do meu país em relação à eleição de Hugo Chavez, comecei a me perguntar o que poderia acontecer com o Brasil (ou com muitas outras nações) se estivessem sob um embargo militar ou econômico.

Sendo da indústria de computação desde 1969, claro que pensei nas consequências de um embargo do ponto de vista da Ciência da Computação/Software, e isso vem sendo a minha maior motivação pelo desejo de ver o Brasil (e o resto do mundo) usando Software Livre e também projetando e manufaturando Hardware Aberto.

Nos últimos 10 anos venho dizendo ao público ao redor do mundo que amo meu país, mas, se você não vive no meu país então qualquer dado que é armazenado aqui, ou mesmo que passe de alguma forma por perto destas fronteiras, não é realmente “privado”. Também venho dizendo a todo mundo que software não é mais um item de luxo, e se todo o software existente tiver que desaparecer do planeta, seus elevadores vão parar de funcionar e seus e-mails não serão mais enviados. Tenho falado muitas e muitas vezes que os Militares dos Estados Unidos não pensam duas vezes sobre colocar um código-fonte fechado criado por companhias norte-americanas nos nossos tanques de guerra, aviões e navios, uma vez que essas empresas são mantidas por cidadãos americanos leais... Mas, se você é a China ou o Brasil, deve realmente pensar duas vezes sobre colocar estes softwares em seu arsenal caso não tenha inspecionado todo o código em busca de back doors e cavalos de tróia/trojan.

Muitas vezes também tenho mostrado questões sobre embargo econômico, usando aquela pequena ilha na costa da Flórida como exemplo. Mostrei que empresas como Microsoft e Oracle não podem vender legalmente software para Cuba. Mas é claro que Cuba usa softwares da Microsoft e da Oracle. Porém Fidel não pode ligar para Bill Gates e oferecer a ele uma caixa de cigarros cubanos para resolver os problemas que estão tendo. Bill Gates é um cidadão americano fiel e a ele não é permitido vender coisas high-tech para Cuba.

Algumas dessas empresas têm programas que permitem que o comprador inspecione todo o código fonte à procura de cavalos de tróia ou outras vulnerabilidades. Mas essas companhias esperam que você realmente acredite que o código-fonte que está sendo inspecionado é o código fonte real e não o código fonte oculto nos arquivos binários dos seus produtos?

Nesse período, tenho visto a consagração de Software Livre e de Código Aberto, desenvolvido ao redor do mundo, com os olhos de todas as nações sobre ele. Software que pode ser (como a senhora já deve saber) tipicamente baixado pela Internet e de graça. E usando o dinheiro, que seria normalmente utilizado para o pagamento de licenças de software, para pagar progamadores nacionais para modificar estes softwares e suprir as suas necessidades. Programadores nacionais que compram comida local, moram no país e pagam impostos nacionais... e que votam em políticos locais. Tenho mostrado também que, enquanto empresários de um país como o Vietnam podem achar difícil pagar 400 doláres por hora para um programador, estes mesmos empresários vietnamitas poderiam encontrar mão de obra local que poderia fazer o trabalho tão bem quanto e por muito menos dinheiro.

No final ensinei sobre não armazenar dados brasileiros, particularmente dados sensíveis, fora das fronteiras do país. Brasileiros vão votar na senhora, Presidenta Rousseff. Se eles não gostarem do que a senhora faz, eles podem votar em outra pessoa. Brasileiros não podem votar no presidente Obama, ou em John Boehner (o responsável pela USA House of Representatives), nem podem votar na emenda da nossa constituição para melhor proteger seus dados.

Ainda que eu reconheça as vantagens de alguns tipos de infraestrutura na nuvem (Cloud Computing), tenho ressaltado o quanto a computação em nuvem irá esconder o software do poder das pessoas e tornar-las mais dependentes das grandes empresas deste ramo (com seus servidores instalados nos EUA) do que elas são hoje de grandes empresas de produtos de código-fechado dos EUA.

A senhora pode não ter estado em nenhuma das minhas apresentações, presidenta Rousseff, mas seu povo esteve, e eu fiquei triste, pois parece que eles não levaram meus avisos a sério... até agora.

Agora eu soube que a senhora quer desenvolver um método para proteger o Brasil desses comportamentos intrusivos e de espioanagens dos EUA. Eu lhe parabenizo por isso e espero que outros países façam o mesmo. Talvez o Brasil possa (mais uma vez) ser o modelo de como isso pode ser feito. Eu sei e entendo que isso não é fácil de se fazer, assim como implantar uma infraestrutura de segurança e privacidade não é fácil, nem é trivial de ser desenvolvido. Isto requer muito planejamento e muito trabalho duro.

Eu tenho boas notícias para a senhora, pois venho trabalhando em um plano há sete anos que tem como objetivos:

  • » Criar milhões de novos empresários locais independentes, fornecendo empregos na área de alta tecnologia, treinando pessoas para ajudar nessa questão de privacidade e segurança e ao mesmo tempo disponibilizar melhores serviços computacionais para usuários locais;
  • » Criar um plano para a criação de milhões de “nuvens locais” e pequenos clientes que podem prover melhores serviços de computação em nuvem de baixo custo para áreas urbanas com uso de pouca energia e com baixo custo de climatização;
  • » Melhorar o tempo de resposta para comunicações wireless/sem fio que estão com problemas de saturação e de contenção, permitindo que centenas de megabits de dados por segundo sejam fornecidos para cada dispositivo;
  • » Reduzir a quantidade de dispositivos eletrônicos jogados fora, mantendo o máximo de lixo eletrônico o mais longe possível de aterros sanitários;
  • » Fazer com que os computadores sejam fáceis de se usar, salvando tempo e dinheiro dos usuários;
  • » Ajudar a balança comercial brasileira gastando mais dinheiro em software e hardware dentro do Brasil ao invés de enviar esse dinheiro para fora do país;
  • » Permitir que os brasileiros decidam onde querem executar seus programas e onde armazenar seus dados dinamicamente, sob o controle do Brasil;
  • » Utilizar computadores projetados e fabricados no Brasil.

Tudo o que foi exposto acima (e muito mais) pode ser feito hoje utilizando Software Livre (Open Source Software) e hardware já existentes, mas a maioria do hardware é projetado e produzido na China, ou seja, o fato deste hardware não ser fabricados pelo processo de manufatura brasileiro nem ser projetado por indústrias de projeto de hardware do Brasil, existe a possibilidade de existir algum spyware escondido em algum campo binário no próprio firmware do dispositivo ou de seu software. Meu plano é utilizar as universidades e indústrias brasileiras para criar soluções high-tech, projetadas e fabricadas em território brasileiro.

Tudo acima foi pensado para ser financiado pela iniciativa privada, ficando com o governo a responsabilidade de dar os incentivos (como isenção de impostos) que milhões de novos empresários e centenas de companhias necessitam para produzir esta estrutura. Entretanto, este projeto sendo financiado completamente pela iniciativa privada implica que poderia levar 20 anos para ser finalizado. Com alguns pequenos investimentos iniciais por parte do governo e cooperação de várias agências governamentais nós podemos fazer este projeto auto-sustentável em 3 anos, e inclusive encurtar o tempo de implementação do mesmo em 10 anos.

É um plano que venho falando abertamente pelos últimos três anos, e do qual originou-se o projeto chamado "Projeto Cauã", e no qual estamos trabalhando duro para tocá-lo para frente, pois estamos tendo dificuldade em obter cooperação do governo brasileiro (federal, estadual e municipal) e da indústria brasileira.

O Projeto Cauã pode ser estendido para dar ao Brasil (e a outros países) a independência necessária para controlar sua própria Internet e ter seus próprios “serviços de nuvem” sem fechar o acesso a Internet mundial que as pessoas usam hoje.

Eu não estou pedindo a adoção do Projeto Cauã, entretanto, acho que esse projeto poderia dar ao povo brasileiro que vive em áreas urbanas (em torno de 70% da população) muitos benefícios. Diante das questões que tenho falado nesta carta, eu realmente acho que a senhora deveria:

  • » Incentivar o ensino de Software Livre, de Código e Hardware Aberto nas universidades federais
  • » Criar uma política governamental para acelerar a adoção de Software Livre, de Código e Hardware Aberto a um passo ainda mais rápido;
  • » Incentivar a certificação de administradores de sistemas em ferramentas livres, talvez diminuindo seus impostos;
  • » Criar ou incentivar a diminuição de impostos para novos empreendimentos de rede que possam trazer “nuvens” locais que disponibilizem acesso em alta velocidade para os usuários de uma determinada região.

O Brasil vem sendo um líder em Software Livre e de Código Aberto por muitos anos. Eu o tenho apelidado como a “estrela brilhante” do movimento na América Latina. O Brasil vem seguindo algumas das sugestões que mencionei acima, mas devido ao que vem acontecendo com relação a NSA, acredito que a senhora precise acelerar isso ainda mais.

Estou indo falar sobre o Projeto Cauã na Latinoware em Foz do Iguaçu nos dias 16 e 17 de outubro, e também em uma conferência que será realizada em Brasília no dia 8 de novembro. Eu não espero que a senhora esteja lá, pois a senhora é muito ocupada, mas eu gostaria de discutir seriamente com os membros do seu staff técnico e outros membros do governo brasileiro alguns metódos para ajudar o Brasil direcionar seu próprio futuro na área tecnologia da informação e talvez usando parte ou tudo o que se propõe no Projeto Cauã.

Isso talvez leve 10 anos para ser concluído, mas se a senhora não começar agora, nunca vai chegar lá. E eu acho que a senhora gostaria de que o povo brasileiro se lembrasse da senhora como a “Presidenta do Progresso”.

Com meus melhores votos,

Jon “maddog” Hall, Presidente do Projeto Cauã

Agradecimentos pela colaboração com a tradução à:
Rafael Carício @rafaelcaricio
Romeryto Lira @romeryto
Sérgio Vilar @sergiovilar
@ftcbrandt
Rubens Cavalcante @rubenspgcavalcante
Igor Steinmacher @igorsteinmacher



Os indicadores de educação no Brasil

24 de Outubro de 2013, 6:58, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

Coluna Econômica - 24/10/2013


A educação brasileira caminha para consensos, essenciais para coloca-la como objetivo nacional, acima das quizílias partidárias.


No dia a dia dos estados, no entanto, persistem conflitos e polarização de posições, contra ou a favor os sistemas de avaliação.


Vamos por partes.


Sistemas de avaliação são essenciais em qualquer política pública ou privada. São eles que permitem saber onde se está e onde se pretende chegar. E a educação não está fora dessa métrica.


A questão central é discutir a qualidade dos modelos a serem implementados, que melhor permitam avaliar os avanços educacionais.


***


Indicadores não são objetivos em si, mas instrumentos de aprimoramento. Portanto, devem conter informações que permitam diagnósticos precisos sobre como aprimorar a educação.


Hoje em dia, há um conjunto de avaliações  – inclusive em nível global – medindo habilidades básicas na língua pátria, matemática e outros ramos de ciências duras.


Mas há maneiras e maneiras de trabalhar com dados, especialmente com avaliações gerais, que não respeitam as características de cada escola, região, do seu entorno. Se são realidades heterogêneas, como tirar ensinamentos universais?


***


Uma das principais teóricas dos métodos gerenciais na educação básica nos Estados Unidos, Diane Ravitch -  que atuou no primeiro governo Bush, pai -, fez uma pesada autocritica da implantação do sistema.


Através de dois programas, No Child Left Behind e Accountability, definiram-se metas ambiciosas para serem atingidas até 2014: 100% dos alunos com nível de proficiência.


Eram metas impossíveis de serem alcançadas. Houve ampla manipulação de dados e de resultados pelos estados, que reduziram suas exigências para cumprir as metas.


As diferenças sociais também impediram qualquer avaliação horizontal. Em Nova York, por exemplo, havia diferenças fundamentais entre as escolas de Manhattan e do Bronx, impedindo a padronização das avaliações.


O método praticamente desmontou o ensino básico nos Estados Unidos. O livro, em que expressa sua decepção, chama-se “Vida e morte do grande sistema escolar americano”.


***


Não significa que devam-se abolir os indicadores, mas aperfeiçoa-los.

 

As provas aplicadas pelo MEC (Ministério da Educação) tem a virtude de funcionarem como um avaliador externo às escolas. E têm permitido identificar boas práticas em vários lugares.


Escolas do Piauí conseguiram resultados excepcionais devido ao fato dos professores manterem contato permanente com as famílias, visitando-as em casa.


Obviamente, um recurso quase impossível para grandes metrópoles.


***


Há uma grande discussão sobre o nível da educação brasileira. Os pessimistas analisam o nível estaticamente,  comparam com os indicadores internacionais e forem. Os otimistas analisam o ritmo de melhoria e celebram.


A questão central, no entanto, é como proceder ao chamado “catching up”, o salto que corte etapas.


Há alguns exemplos muito bem sucedidos, apresentados como exemplares pelo MEC. Um deles é o de Foz do Iguaçu; outro, o de Sobral, no Ceará.


A identificação das boas práticas foi possível com a aplicação das provas e o uso das estatísticas.


 

Os posts mais comentados no blog Luis Nassif Online na quarta (23):


 

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Presidente do CNJ (Conselho Nacional da Justiça), Joaquim Barbosa acordou,  abriu a Folha e leu que, no sábado, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, participou de um jantar na casa do megadvogado José Siqueira Castro.

 

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Blogueir@s, Movimentos Sociais e Sindical organizam lançamento de livro em Curitiba

23 de Outubro de 2013, 11:34, por Bertoni - 0sem comentários ainda

 

 

25 de outubro de 2013, 19 horas, na APP-Sindicato



A educação e seus cabeças de planilha

23 de Outubro de 2013, 6:30, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

Coluna Econômica - 23/10/2013


Na segunda-feira passada, o programa Brasilianas.org da TV Brasil foi sobre educação. Participaram o professor da Unicamp Reginaldo Moraes, o vereador do PSDB de São Paulo Floriano Pesaro - que ocupou uma das secretarias do MEC (Ministério da Educação) na gestão Paulo Renato de Souza, e o Secretário de Educação Básica do MEC Romeu Caputo.


Houve consenso sobre a importância de aprimorar o modelo federativo, com a União utilizando as verbas do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) para monitorar o ensino municipal e estadual; os avanços continuados no setor que eliminaram as influências políticas sobre a destinação das verbas; a importância dos indicadores de acompanhamento e da melhoria da gestão nas escolas.


***


A roda emperra em alguns ângulos do gerencialismo - o modelo que pretende aplicar à educação métodos de avaliação de empresas privadas. Não pelo princípio em si, mas pela visão tosca e mecanicista de alguns dos gurus do gerencialismo.


Há anos, a "reengenharia" foi extirpada do universo das modernas empresas brasileiras. Consistia em assumir uma empresa, desconstruí-la, demitir os funcionários e começar do zero, em cima de indicadores fechados em cada departamento, sem visão de conjunto.


Mas é mantida no setor de educação como se fosse o estado da arte em matéria de gestão.


***


Os avanços de gestão consagraram novos modelos:


1. Foco no cliente. todos os processos devem ser estudados a partir dos impactos no  produto final. No caso escolar, na melhoria do ensino dos alunos.


2. A conquista de corações e mentes. A base inicial é a estrutura de pessoal existente.  Devem ser convencidos, ouvidos, avaliados e participar da construção dos novos modelos.


3. Gestão colaborativa. O modelo da competição entre funcionários ou departamentos foi sepultado nos anos 90. Era corrosivo. Desde então, na partida os programas de gestão procuram definir a missão da empresa, incutir alma na corporação, e fazer as partes entenderem como contribuem para o resultado final.


***


O modelo educacional brasileiro tem produzido pensadores de peso, como Cláudio Moura Castro, Simon Schwartzman, Fernando Haddad, o próprio Reginaldo.


Mas visões complexas da realidade não atendem ao marketing da notícia. O que vende jornal é o personagem que vende fórmulas mágicas e enganadoras.


É o caso Gustavo Iochpe, transformado em guru pela revista Veja, que apresentou como ideia salvadora a proposta de obrigar cada escola a exibir na porta o seu índice IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) para que a competição se incumbisse do restante.


Ora, o ponto central de estímulo ao aluno, especialmente de baixa renda, não é a síndrome do videogame, mas a convicção de que, estudando, escapará da sina familiar de miséria. É essa a "missão" a orientar especialmente as escolas públicas.


***


Nos anos 90, a então Fundação Cristiano Ottoni - dirigida por Vicente Falconi, um dos pais da moderna gestão no Brasil - buscou implementar métodos gerenciais mais sofisticados em uma escola pública da Pampulha, Belo Horizonte. O primeiro passo foi levantar a auto-estima dos alunos - chamados de "sopões" pelos alunos de escolas privadas - evitando comparações diretas com os colegas das escolas privadas, dada a enorme disparidade de condições entre ambos.


O segundo ponto foi o envolvimento de toda a comunidade - pais, alunos e professores -  tanto na definição dos currículos como na avaliação dos professores. Era um trabalho de convencimento, não de imposição; e trabalho coletivo, não de gabinete.


***


Alguns anos atrás, a consultoria McKinsey assessorou Minas e São Paulo na implementação de novos modelos educacionais,  baseados na meritocracia. Minas foi bem sucedida; São Paulo, não. A diferença básica é que Minas fez um trabalho de convencimento dos professores; em São Paulo, a Secretária Maria Helena Guimarães de Castro  tentou enfiar goela abaixo dos professores. Tipo, "eu conheço o be-a-bá da gestão, logo eu tenho a força".


Pesaro reconheceu os avanços do modelo participativo em Minas, mas disse que em São Paulo há enorme dificuldade porque: os professores são invencivelmente corporativistas; os pais de alunos não sabem avaliar as escolas; nem os alunos sabem.


Quem sabe se invente um dia um sistema escolar sem alunos, sem pais de alunos e sem professores.


***


Na gestão Gabriel Chalita na Secretaria da Educação - primeiro governo Alckmin -, as escolas passaram a ser abertas em finais de semana, com reflexos positivos até no índices de criminalidade. Eleito governador, José Serra mandou fechá-las. Pesaro justificou a medida, alegando que eram utilizadas apenas para lazer.


Tinha-se o mais difícil para qualquer trabalho pedagógico: a comunidade reunida. Pouco importa se para utilizar as quadras esportivas, fazer bailinhos ou jogar truco. Houvesse um mínimo de inteligência pedagógica, o passo seguinte seria envolver a comunidade em projetos culturais, teatro, música. E, na sequência, na discussão do conteúdo escolar.


Jogou-se tudo fora, inclusive para impedir a ascensão política de Chalita.


***


A visão de Pesaro foi rebatida por Caputo, que falou o óbvio: sem a adesão dos professores, nada se faz. Mencionou  exemplos concretos de como, desafiados, os professores souberam responder positivamente. Falou da importância de se canalizar o sindicalismo e o corporativismo para a busca de objetivos comuns, de melhoria do ensino.


***


As próprias dificuldades enfrentadas pelo Governo Federal nos programas de concessão, apontam para o óbvio: não se constroem políticas públicas duradouras sem o envolvimento objetivo de todas as parte.

Seria importante que a comunidade da Educação exorcizasse o setor dos vendedores de Bíblias e se dedicasse a uma discussão aprofundada sobre o modelo gerencial eficiente para melhorar a educação brasileira.


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