Relatório de CPI do Senado diz que Previdência Social não tem déficit
26 de Outubro de 2017, 17:06Publicada em 23 de Outubro
Link da Notícia: http://m.agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2017-10/relatorio-de-cpi-do-senado-diz-que-previdencia-social-nao-tem-deficit
Autora: Karine Melo
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Previdência, senador Hélio José (PROS-DF), apresentou nesta segunda-feira (23) o relatório final dos trabalhos ao colegiado, com a conclusão de que a Previdência Social não é deficitária, mas, sim, alvo de má gestão.
Segundo o senador, “está havendo manipulação de dados por parte do governo para que seja aprovada a reforma da Previdência”. Ele acrescentou que “quando o assunto é Previdência, há uma série de cálculos forçados e irreais”.
Em 253 páginas, o relatório destaca que o “maior e mais grave problema da Previdência Social vem da vulnerabilidade e da fragilidade das fontes de custeio do sistema de seguridade social”. No documento, o relator destaca que, “antes de falar em déficit, é preciso corrigir distorções”.
Outro trecho do documento ressalta que “a lei, ao invés de premiar o bom contribuinte, premia a sonegação e até a apropriação indébita, com programas de parcelamento de dívidas (Refis), que qualquer cidadão endividado desse país gostaria de poder acessar.
Proposta
Ao contrário da maioria das CPIs, que, segundo Hélio José, ao final costumam pedir o indiciamento de pessoas, desta vez, o relatório é apenas propositivo. Nesse sentido, sugere dois projetos de lei (PLS) e três propostas de emenda constitucional (PECs). Uma delas proíbe a aplicação da Desvinculação de Receitas da União às receitas da seguridade social.
Votação
Após um pedido de vista coletiva – mais tempo para analisar o parecer – o relatório precisa ser votado até o dia 6 de novembro, quando termina o prazo de funcionamento da comissão. Antes da votação final os membros da CPI podem sugerir mudanças no documento.
Histórico
Instalada no fim de abril , em pouco mais de seis meses, a CPI realizou 26 audiências públicas e ouviu mais de 140 pessoas entre representantes de órgãos governamentais, sindicatos, associações, empresas, além de membros do Ministério Público e da Justiça do Trabalho, deputados, auditores, especialistas e professores. A comissão é presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), e é formada por seis senadores titulares e cinco suplentes.
A Agência Brasil procurou a Secretaria de da Previdência, que até o momento não se manifestou sobre o relatório da CPI.
Relatório da CPI do Senado aponta que Previdência não dá prejuízo
26 de Outubro de 2017, 17:02Publicada em 24 de outubro
Link da Notícia: http://odia.ig.com.br/economia/2017-10-24/relatorio-da-cpi-do-senado-aponta-que-previdencia-nao-da-prejuizo.html
Autora: Martha Imenes
Parlamentares advertem que problema do sistema vem da má gestão, desvio de recursos e sonegação
O principal argumento do governo Temer para fazer a Reforma da Previdência sofreu grande revés ontem com a leitura do relatório da CPI da Previdência no Senado. O documento de 253 páginas, lido ontem pelo relator, senador Helio José (Pros-DF), conclui que o sistema não é deficitário, como argumenta a base governista para justificar a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287. “A Previdência Social é alvo de má gestão, ela é mal administrada”, criticou o senador Hélio José. Segundo ele, “quando o assunto é Previdência, há uma série de cálculos forçados e irreais”.
Já o presidente da CPI, senador Paulo Paim (PT-RS), garantiu que não há necessidade da reforma com base nos dados apurados pela comissão -, que reuniu 268 documentos de diversas entidades, 31 tabelas e 15 gráficos e ouviu 140 pessoas em audiências públicas e debates. “A recomendação que fazemos é que haja uma reformulação no sentido de aprimorar a gestão sem tirar direitos dos trabalhadores”, ressaltou Paim.
“O governo diz que a Previdência é deficitária, mas nós dizemos que é superavitária. Os documentos, estudos, levantamentos e audiências mostram quem são os maiores devedores, e mostra como funcionam as fraudes, sonegações e anistias”, disse Paim.
O relatório destaca que o “maior e mais grave problema da Previdência Social vem da vulnerabilidade e da fragilidade das fontes de custeio do sistema de seguridade social”. No documento, o relator destaca que, “antes de falar em déficit, é preciso corrigir distorções”.
De acordo com os senadores, se os recursos que hoje são sonegados fossem recuperados pelo governo, se houvesse cobrança efetiva aos grandes devedores, e passassem a ser estabelecidos outros critérios aos programas de isenção fiscal em vigor, o país teria um fundo de R$ 3 trilhões para a Previdência.
Paim pontua que o rombo tão alardeado pelo governo Temer está diretamente ligado a uma dívida acumulada por grandes bancos, empresas e montadoras. Segundo o relatório, as empresas privadas devem R$ 450 bilhões à Previdência e, conforme a Procuradoria da Fazenda Nacional, somente R$ 175 bilhões correspondem a débitos recuperáveis. “Chamei todos os devedores à CPI, bancos, empresários, sabe o que eles dizem? Devo, não pago, estou discutindo na Justiça e renegociando um novo Refis. É um escândalo, pior que a Lava Jato”, advertiu.
Até empresas do governo estão entre sonegadores do sistema
Na tese do senador Paulo Paim (PT-RS), de que “devo não pago, estou discutindo na Justiça”, ganha reforço quando o senador do Pros, Helio José, mostra os números levantados pela CPI: entre os principais devedores estão empresas privadas como a JBS, com um passivo de R$ 2,1 bilhões, a Associação Educacional Luterana do Brasil (R$ 1,8 bilhão), Marfrig Global Foods (R$1,1 bilhão), e até empresas públicas como a Caixa Econômica Federal (R$1,2 bilhão) e Banco do Brasil (R$ 1,1 bilhão), entre outros.
“Mesmo assim, muitas destas empresas obtiveram empréstimos do BNDES a despeito de sua sabida condição de grandes devedoras. Mais grave ainda é o fato de empresas estatais também deverem à Previdência”, observa José. “Com todo esse complexo cenário, falar simplesmente de déficit da Previdência, a partir do comportamento das receitas e despesas atuais da Seguridade Social como um todo, é ‘diminuir’ a realidade”, destaca o relator.
“Está faltando cobrar dos devedores e não querer prejudicar trabalhadores e aposentados, mais uma vez”, complementa Paim. Ao contrário da maioria das CPIs do Congresso, que, segundo Hélio José, ao final costumam pedir o indiciamento de pessoas, desta vez, o relatório faz propostas. Nesse sentido, sugere dois projetos de lei (PLS) e três propostas de emenda constitucional (PECs).
O relatório precisa ser votado até o dia 6 de novembro, quando termina o prazo de funcionamento da comissão. Procurada pelo DIA, a Secretaria de Previdência informou que “reafirma confiança nos dados que vêm sendo utilizados pelo governo, que são fiéis, fidedignos e têm metodologia longeva, com reconhecimento do Tribunal de Contas da União (TCU)”. Na mesma nota, a pasta diz ainda que respeita o trabalho da CPI e que irá avaliar o relatório”
Previdência não é deficitária, diz relatório de CPI no Senado
26 de Outubro de 2017, 16:58Publicada em 24 de Outubro
Link da Notícia: https://www.cartacapital.com.br/economia/previdencia-nao-e-deficitaria-diz-relatorio-de-cpi-no-senado
O senador Hélio José (Pros-DF) apresentou na segunda-feira 23 seu relatório final na CPI da Previdência, no qual defende que a Previdência Social não é deficitária. A data de votação do texto ainda vai ser definida pelo presidente da comissão de inquérito, Paulo Paim (PT-RS), que deu mais prazo para análise dos parlamentares (vista coletiva). Ele garantiu que a CPI vai encerrar seu trabalho dentro do prazo inicialmente previsto, que é 6 de novembro. Uma das propostas do relatório é aumentar para 9.370 reais o teto dos benefícios do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), que atualmente é de 5.531,31 reais.
O texto de 253 páginas aponta erros na proposta de reforma apresentada pelo governo; sugere emendas à Constituição e projetos de lei; além de indicar uma série de providências a serem tomadas para o equilíbrio do sistema previdenciário brasileiro, como mecanismos de combate às fraudes, mais rigor na cobrança dos grandes devedores e o fim do desvio de recursos para outros setores.
O relatório alega haver inconsistência de dados e de informações anunciadas pelo Poder Executivo, que “desenham um futuro aterrorizante e totalmente inverossímil”, com o intuito de acabar com a previdência pública e criar um campo para atuação das empresas privadas.
“É importante destacar que a previdência social brasileira não é deficitária. Ela sofre com a conjunção de uma renitente má gestão por parte do governo, que, durante décadas: retirou dinheiro do sistema para utilização em projetos e interesses próprios e alheios ao escopo da previdência; protegeu empresas devedoras, aplicando uma série de programas de perdão de dívidas e mesmo ignorando a lei para que empresas devedoras continuassem a participar de programas de empréstimos e benefícios fiscais e creditícios; buscou a retirada de direitos dos trabalhadores vinculados à previdência unicamente na perspectiva de redução dos gastos públicos; entre outros”, resume Hélio José em seu relatório.
Sonegação
Na visão do relator, não é admissível qualquer discussão sobre a ocorrência de déficit sem a prévia correção das distorções relativas ao financiamento do sistema.
“Os casos emblemáticos de sonegação que recorrentemente são negligenciados por ausência de fiscalização e meios eficientes para sua efetivação são estarrecedores e representam um sumidouro de recursos de quase impossível recuperação em face da legislação vigente”, argumentou.
Segundo o relatório da CPI, as empresas privadas devem 450 bilhões de reais à previdência e, para piorar a situação, conforme a Procuradoria da Fazenda Nacional, somente 175 bilhões de reais correspondem a débitos recuperáveis.
“Esse débito decorre do não repasse das contribuições dos empregadores, mas também da prática empresarial de reter a parcela contributiva dos trabalhadores, o que configura um duplo malogro; pois, além de não repassar o dinheiro à previdência esses empresários embolsam recursos que não lhes pertencem”, alegou.
Desinteresse da mídia
A CPI foi instalada no final de abril e, desde então, promoveu 26 audiências públicas. O presidente Paulo Paim (PT-RS) disse que a comissão está cumprindo seu papel, apesar de ter sido ignorada pelos meios de comunicação:
“Os grandes devedores da Previdência também são clientes da mídia. Sabíamos que uma CPI deste vulto não teria cobertura da grande imprensa. Mas o importante é o trabalho e vamos concluir até 6 de novembro”, afirmou.
Paim lembrou que 62 senadores assinaram a proposta de criação do colegiado – seriam necessárias apenas 27 assinaturas –, o que demonstra insegurança dos parlamentares em relação aos argumentos do governo em relação ao setor.
O senador ainda classificou a proposta da CPI de séria, principalmente em relação aos maiores devedores do sistema. E aproveitou para mandar um recado: “Não pensem os grandes devedores que vai ficar como está. Vamos pra cima deles”, advertiu.
Veja os Projetos e emendas constitucionais sugeridos
— Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que consolida a competência material da Justiça do Trabalho para a execução das contribuições previdenciárias não recolhidas no curso do vínculo empregatício apenas reconhecido na sentença;
— PEC para recriar o Conselho Nacional de Seguridade Social – que participará da formulação e fiscalização da proposta orçamentária da Seguridade – e determinar a não aplicação da Desvinculação das Receitas da União (DRU) nas receitas da seguridade social;
— Projeto de Lei do Senado (PLS) que permite a flutuação da alíquota de contribuição das empresas: essa alíquota poderá aumentar em um ponto percentual sempre que a empresa reduzir em 5% ou mais seu quadro de pessoal; ou a alíquota poderá ser reduzida sempre que a empresa aumentar em 5% ou mais seu quadro de pessoal;
— PEC que impede a incidência da DRU sobre as fontes de financiamento da Seguridade Social, como as contribuições sociais incidentes sobre a receita ou o faturamento, sobre a receita de concursos de prognósticos e sobre a receita do importador de bens ou serviços do exterior;
— PLS que retira do ordenamento jurídico brasileiro a possibilidade de extinção de punibilidade para os crimes contra a ordem tributária, que atualmente ocorre com o pagamento do tributo devido;
— PEC que aumenta para R$ 9.370,00 o teto do valor dos benefícios do RGPS, com ajustes que preservem seu valor real, “atualizado pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do Regime Geral da Previdência Social”.
Previdência não é deficitária, diz relatório de CPI
26 de Outubro de 2017, 16:53Publicada em 24 de Outubro
Link da Notícia: https://www12.senado.leg.br/jornal/edicoes/2017/10/24/jornal.pdf#page=1
Parecer de 253 páginas indica erros na reforma proposta pelo governo e aponta como causas da crise do setor a má gestão, sonegação e desvio de recursos para outros usos
Em relatório final lido ontem na CPI da Previdência, o relator, Hélio José, concluiu que a Previdência Social não é deficitária e apontou erros na reforma apresentada pelo governo. A data de votação do texto ainda vai ser definida pelo presidente da comissão de inquérito, Paulo Paim, que concedeu vista coletiva do documento aos senadores. Paim garantiu, no entanto, que a CPI vai encerrar seu trabalho dentro do prazo previsto, 6 de novembro
Documento final lido ontem aponta erros na proposta de reforma apresentada pelo governo, sugere providências e afirma que empresas devem R$ 450 bilhões ao setor
O relatório final da CPI da Previdência, apresentado ontem pelo senador Hélio José (Pros-DF), sustenta que a Previdência Social não é deficitária.
O texto deve ser votado hoje ou na próxima semana, afirmou o presidente da CPI, Paulo Paim(PT-RS). Ele concedeu vista coletiva para que os parlamentares tivessem mais prazo para analisar o relatório.
O texto de 253 páginas aponta erros na proposta de reforma apresentada pelo governo e sugere emendas à Constituição e projetos de lei. O relatório também indica providências a serem tomadas para o equilíbrio do sistema previdenciário brasileiro, como mecanismos de combate às fraudes, mais rigor na cobrança dos grandes devedores e o fim do desvio de recursos para outros setores.
Uma das propostas é aumentar para R$ 9.370 o teto dos benefícios do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), que atualmente é de R$ 5.531,31.
O relatório alega haver inconsistência de dados e de informações anunciadas pelo Executivo, que “desenham um futuro aterrorizante e inverossímil”, com o intuito de acabar com a Previdência pública e criar um campo para atuação das empresas privadas.
Depois de mais de dez horas de leitura, em que se revezou com Paim, Hélio José decidiu incluir no relatório sugestão para que sejam indiciados os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, por terem fornecido “dados enganosos” à CPI. De acordo com o relator, eles forneceram dados não confiáveis, “mentirosos e falaciosos” para defender a necessidade da reforma da Previdência frente aos parlamentares e à população brasileira.
“Má gestão”
Hélio José sustenta no relatório que a Previdência Social brasileira não é deficitária. Na avaliação dele, o setor sofre com a conjunção “de uma renitente má gestão por parte do governo, que durante décadas retirou dinheiro do sistema para utilização em projetos e interesses próprios e alheios ao escopo da Previdência, protegeu empresas devedoras, aplicando uma série de programas de perdão de dívidas e mesmo ignorando a lei para que empresas devedoras continuassem a participar de programas de empréstimos e benefícios fiscais e creditícios”.
Na visão do relator, não é admissível qualquer discussão sobre a ocorrência de deficit sem a prévia correção das distorções relativas ao financiamento do sistema. “Os casos emblemáticos de sonegação que recorrentemente são negligenciados por ausência de fiscalização e meios eficientes para sua efetivação são estarrecedores e representam um sumidouro de recursos de quase impossível recuperação em face da legislação vigente”, afirma.
Segundo o relatório da CPI, as empresas privadas devem R$ 450 bilhões à Previdência e, para piorar a situação, conforme a Procuradoria da Fazenda Nacional, somente R$ 175 bilhões correspondem a débitos recuperáveis. Hélio José diz que o débito decorre do não repasse das contribuições dos empregadores e também da prática empresarial de reter a parcela contributiva dos trabalhadores, “o que configura um duplo malogro, pois, além de não repassar o dinheiro à Previdência, esses empresários embolsam recursos que não lhes pertencem”.
Audiências
A CPI foi instalada no final de abril e, desde então, promoveu 26 audiências públicas. Para Paim, a comissão está cumprindo seu papel, apesar de ter sido ignorada pelos meios de comunicação: — Os grandes devedores da Previdência também são clientes da mídia. Sabíamos que uma CPI deste vulto não teria cobertura da grande imprensa. Mas o importante é o trabalho e vamos concluir até 6 de novembro — afirmou.
Paim lembrou que 62 senadores assinaram a proposta de criação do colegiado — seriam necessárias apenas 27 assinaturas —, o que demonstra insegurança dos parlamentares em relação aos argumentos do governo em relação ao setor.
O senador ainda classificou a proposta da CPI de séria, principalmente em relação aos maiores devedores do sistema. E mandou um recado:
— Não pensem os grandes devedores que vai ficar como está. Vamos pra cima deles.
Veja as sugestões apresentadas
Proposta de emenda à Constituição (PEC) que consolida a competência material da Justiça do Trabalho para a execução das contribuições previdenciárias não recolhidas no curso do vínculo empregatício apenas reconhecido na sentença.
>PEC para recriar o Conselho Nacional de Seguridade Social — que participará da formulação e fiscalização da proposta orçamentária da seguridade — e determinar a não aplicação da Desvinculação das Receitas da União (DRU) nas receitas da seguridade social.
>Projeto de lei do Senado (PLS) que permite a flutuação da alíquota de contribuição das empresas: essa alíquota poderá aumentar em um ponto percentual sempre que a empresa reduzir em 5% ou mais seu quadro de pessoal; ou a alíquota poderá ser reduzida sempre que a empresa aumentar em 5% ou mais seu quadro de pessoal.
>PEC que impede a incidência da DRU sobre as fontes de financiamento da seguridade social, como as contribuições sociais incidentes sobre a receita ou o faturamento, sobre a receita de concursos de loterias e sobre a receita do importador de bens ou serviços do exterior.
>PLS que retira do ordenamento jurídico brasileiro a possibilidade de extinção de punibilidade para os crimes contra a ordem tributária, que atualmente ocorre com o pagamento do tributo devido.
Por unanimidade, relatório da CPI é aprovado com emenda do presidente Paulo Paim
25 de Outubro de 2017, 18:04O relatório da CPI da Previdência no Senado Federal foi aprovado, nesta quarta-feira, dia 25, por unanimidade, inclusive com voto favorável do líder do governo, senador Romero Jucá. A votação foi possível após acordo entre os membros da Comissão pela retirada do indiciamento dos ministros Henrique Meirelles e Eliseu Padilha.
“A Comissão concluiu que não é necessária a reforma e que o verdadeiro problema da Previdência é de gestão. As más administrações ao longo dos anos somente favoreceram os desvios, as sonegações, as desvinculações, as fraudes e as corrupções. Estamos apontando o caminho para o atual e os próximos governos. A Previdência é dos brasileiros e não deve nada para ninguém”, disse Paulo Paim (PT-RS), presidente da CPI.
Paim trouxe colaborações para o relatório final. Entre os pontos, estão o projeto de Decreto Legislativo, de iniciativa da CPI, que determina que o Tribunal de Contas da União (TCU) desenvolva uma fórmula de avaliação atuarial para os regimes de Previdência. O senador propõe também um Projeto que efetue com celeridade a cobrança dos grandes devedores.
Outra sugestão, foi a proposta de Emenda à Constituição, que altera os artigos 5°, 109, 114, 149, 167, e 250 da Constituição para dispor sobre os Regimes Próprios de Previdência e Seguridade Social.
Além do projeto de Lei do Senado, que trata dos crimes contra a Previdência Social e o projeto de Lei Complementar do Senado sobre as premissas dos Regimes de Previdência.
O relatório será encaminhado para a Procuradoria Geral da República (PGR) para apuração de ilícito penal, ao Congresso Nacional para a criação de Comissão Parlamentar Mista, para auditar a dívida pública. Além do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) com o intuito de viabilizar no âmbito dos três poderes a criação da Unidade Gestora Única do Regime Próprio de Previdência Social da União, em cumprimento aos comandos legais existentes.
O presidente da Comissão agradeceu o empenho e dedicação de todos os membros da CPI, inclusive os colaboradores e toda a equipe que ajudou nas audiências públicas e na criação do relatório final.
A CPI, inédita, instalada por meio de 63 assinaturas, 36 a mais do necessário para a formação, teve início no dia 26 de abril. O relator é o senador Hélio José (PROS-DF). No total, foram 277 requerimentos de audiência aprovados para pedidos de informações, requisição de documentos e convites/convocações para depoimentos na comissão. Além disso, foram recebidos mais de 268 documentos e 322 ofícios. Ao todo, foram realizadas 31 audiências públicas e ouvidos 120 representantes.
A CPI é composta de 7 membros titulares e 5 suplentes. O Vice-presidente da Comissão é o senador Telmário Mota (PTB/RR). A comissão conta também com os senadores, Dário Berger (PMDB/SC), José Pimentel (PT/CE), Romero Jucá (PMDB/RR), Lasier Martins (PSD/RS), José Medeiros (PODE/MT), João Capiberibe (PSB/AP), Antonio Carlos Valadares (PSB/SE) e Rose de Freitas (PMDB/ES).