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Blog do damirso

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

O que Marx diria do STF, de Joaquim Barbosa: STF SERVE ÀS ELITES, ESTÚPIDO!

8 de Janeiro de 2014, 8:26, por Daniel Miranda Soares - 0sem comentários ainda

O que Marx diria do STF, de Joaquim Barbosa, da cobertura do "Mensalão" pela grande mídia e das condenações de Dirceu, Genoíno, Delúbio e João Paulo Cunha?

 

MARX DIRIA: STF SERVE ÀS ELITES, ESTÚPIDO!
por MARCUS VINÍCIUS

18 DE OUTUBRO DE 2012 ÀS 14:45
Além de filósofo, economista e "pai do comunismo",  Karl Marx batia um bolão como jornalista. No próximo 25 de outubro completa-se 151 anos de uma das análises mais contundentes sobre a Guerra da Secessão. O texto foi escrito por Marx para o Die Presse, um diário austríaco burguês de tendência liberal, e mostra como a Corte Suprema dos Estados Unidos se tornou o último bastião das elites escravistas do Sul contra os brancos livres do Norte.
As elites sulistas se valiam de seu domínio sobre o Congresso Norte-Americano para manter e ampliar o regime escravagista. Esse poder, no entanto, erodia-se devido ao crescimento acelerado da população dos estados do Norte e Nordeste, não escravistas. Como a representação na Câmara dos Representantes é ligada à população dos estados, e as populações dos estados livres cresciam acima daquela dos estados escravistas, as elites escravistas perdiam gradativamente o controle da Câmara e dependiam cada vez mais do Senado, onde cada estado, independente da população, tinha dois representantes.
Ocorre que, os senhores de escravos também estavam perdendo o controle do Senado e para manter o status quo se valeram da JUDICIALIZAÇÃO DA POLÍTICA. Notou aí semelhanças com as elites do Brasil? Sim, as elites norte-americanas recorreram à Corte Suprema dos EUA para garantir seus privilégios, e foram os Juízes Supremos, que segundo Marx, deram veredicto pela escravidão:
"Ela (Corte Suprema) decidiu, em 1857, no notório caso Dred Scott, que todo cidadão americano possui o direito de levar consigo para qualquer território qualquer propriedade reconhecida pela Constituição. Consequentemente, com base na Constituição, os escravos poderiam ser forçados pelos seus donos a trabalhar nos territórios. E assim todo senhor de escravos estaria individualmente habilitado a introduzir a escravatura em territórios até agora livres conta a vontade da maioria dos colonos. O direito de eliminar a escravidão foi tirado das legislaturas territoriais e o dever de proteger os pioneiros do sistema escravagista foi imposto ao Congresso e ao governo da União (pela Corte Suprema)".
Luta de classes
No Brasil, desde a eleição do presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), as elites conservadoras, que se valeram do Golpe Militar de 1964 para chegar ao poder, têm perdido gradativamente espaço na Câmara Federal e no Senado. O DEM (ex-PFL, ex-PDS, ex-Arena), desmilinguiu-se. No período(1995-2002) de governo do presidente Fernando Henrique Cardoso(PSDB) o partido chegou a ter 105 deputados federais e 17 senadores na legislatura de 1999. Os eleitos em 2010 foram 4 senadores e 43 deputados, número que reduziu-se a 28, pela migração para outras siglas como o PSD. Em 2004 o PFL tinha 6.460. Em 2012 o DEM reduziu-se a 3.271, ou seja 3.189 vereadores a menos! Em 1996, o PFL elegeu 934 prefeitos, saltou a 1.028 no ano 2000 e em 2012, o DEM elegeu somente 271, ou seja 757 prefeitos a menos!
Até o segundo mandato do presidente Lula, o equilíbrio de forças no Senado era desfavorável ao petista. Com a eleição de sua sucessora, a aliança trabalhista formada por PT-PMDB-PSB-PC do B-PDT e outros partidos, passou a ter domínio no Congresso Nacional. A presidenta Dilma Roussef assumiu com uma bancada de 311 votos(de 513)  na Câmara Federal e de 50(de 81) no Senado. Assim como Karl Marx testemunhou a JUDICIALIZAÇÃO DA POLÍTICA via Corte Suprema nos EUA, numa reação conservadora a perda de comando no Legislativo, o Brasil assiste movimento similar, no STF que se expressa com mais vigor no julgamento da Ação 470, o dito, "Julgamento do Mensalão".
Exagero? Não.
O que justifica que no julgamento do publicitário Duda Mendonça os ministros do Supremo Tribunal Federal tenham considerado lícito o pagamento de seus serviços na campanha de 2002, com recursos oriundos do Banco Rural, mas em relação aos empréstimos feitos no mesmo banco, para pagamento de despesas de campanha no PR, de Waldemar Costa Neto, no PP, de Pedro Henry, ou pelo PT de Delúbio Soares e José Genoíno, o mesmo dinheiro do Banco Rural transformou-se em "corrupção passiva" e lavagem de dinheiro?
Não houve, nos dois casos, pagamento de despesas de campanha?
Por que apesar da ausência completa de provas no relatório da Procuradoria Geral da República, os chamados "réus do núcleo político" foram condenados com base no "Fato Motivador", no entanto, apesar do esculacho do ministro Joaquim Barbosa contra o procurador Roberto Gurgel, pela PGR não ter produzido provas contra Duda Mendonça, o empresário não foi enquadrado no mesmo "Fato Motivador"?
O Fato Motivador só se aplica a Puta, Preto, Pobre e Petista, como diria o ator José de Abreu?
Por que o caixa dois do PSDB, o chamado "Mensalão Tucano", efetivado na tentativa de reeleição do governador Eduardo Azeredo em 1998, teve seu processo desmembrado para julgamento em 1ª e 2ª instâncias, enquanto o "mensalão do PT" teve direito a apenas uma instância de julgamento?
Por que o ministro relator, que colheu as provas na fase de inquérito, também participa do julgamento, tal e qual nos Tribunais da Inquisição?
As respostas estão novamente na análise cento-cinquentenária de Karl Max: as elites, quando perdem o poder popular, recorrem aos últimos nacos de poder que controlam: seus pares no judiciário e às armas.
Em 1860 foram à guerra contra Lincoln. Em 1964, ao golpe contra Jango. E em 2012, ao STF contra Lula e o PT.
Nos EUA, os aristocratas do Sul, no Brasil, os Barões da Mídia a comandar a Corte Suprema.
Ah, diriam alguns, mas o relator da Ação 470, Joaquim Barbosa é um filho do povo, um ministro cujo pai era pedreiro, que veio do interior do país, de Paracatu-MG. Sim, de lar humilde, mas, ao que tudo indica, sem compromissos com sua classe de origem, pois somente isto justifica sua frase: "Presidente, o Supremo Tribunal Federal não tem que dar satisfação a ninguém!"
Se o Supremo como Poder da República, segundo o ministro Barbosa, não deve satisfações ao povo, é porque do povo está divorciado. Se a Corte Suprema Brasileira não está casada com o povo que banca neste ano de 2012, com impostos, os R$ 614,073 milhões aprovados na LDO para manutenção do STF, cumpre a este povo perguntar: a quem serve o STF?
Marx responderia: "Serve às elites, estúpido"!


PERSPECTIVAS PARA 2014 - “o Brasil é um BMW”

31 de Dezembro de 2013, 8:36, por Daniel Miranda Soares - 0sem comentários ainda

PERSPECTIVAS PARA 2014 - “o Brasil é um BMW”

Num editorial histórico, publicado nos jornais brasileiros, que hoje praticam um pessimismo militante, a montadora alemã BMW dá uma lição aos fracassomaníacos : “Ultimamente, parece que está na moda questionar a capacidade do Brasil. A capacidade do País de realizar, de crescer, de ser grande, de ser o país que todo mundo espera e precisa. Permitam-nos discordar inteiramente dessa percepção. Para nós, o Brasil é um BMW....”, diz o texto. “Se alguns duvidam do Brasil, nós investimos 200 milhões de euros”... "Estamos orgulhosos de nos tornarmos um pouco mais brasileiros"....“Se ficam com o pé atrás, nós pisamos no acelerador” : afirmou o diretor da empresa para as Américas, Ludwig Willisch. Ao que tudo indica, os alemães não se informam pela imprensa brasileira, eles tomam suas decisões levando em conta suas próprias análises sobre a economia brasileira.

 

O ano de 2013 ficará marcado pelo alto investimento de montadoras no mercado brasileiro, que soma R$ 5,2 bilhões. Em outubro, a Daimler anunciou que vai construir uma fábrica de automóveis Mercedes-Benz no país, .....Duas semanas antes, a Audi, unidade da Volkswagen, afirmou que vai investir cerca de 150 milhões de euros para produzir o Q3 e o sedã A3 em São José dos Pinhais (PR) a partir de 2015....A britânica Jaguar Land Rover vai construir sua primeira fábrica de veículos em Itatiaia, no interior do Rio de Janeiro, em investimento de cerca de 1 bilhão de reais....

 

O governo federal acaba de divulgar um número que derruba o último pilar doterrorismo econômico, focado no chamado descontrole dos gastos públicos; superávit primário (que mede receitas menos despesas, antes dos gastos com juros) registrado em novembro ficou em R$ 28,8 bilhões; número é recorde e eleva o saldo acumulado do ano a R$ 62,4 bilhões; “É o melhor resultado da série e mostra o que vínhamos falando antes: que iríamos cumprir a meta de R$ 73 bilhões. Estávamos corretos", disse o secretário do Tesouro, Arno Augustin; vitória também do ministro Guido Mantega, que vinha sendo atacado pela suposta "contabilidade criativa".

 

Fazendo uma RETROSPECTIVA DE 2013, vamos ver que não aconteceu o desastre e o caos econômico previsto pela Mídia Oposicionista :

 

1) O apagão que não houve.O ano de 2013 começou com garantias expressas de figurões da mídia, como a colunista Eliane Cantanhêde, do jornal Folha de S. Paulo, de que o Brasil viveria um apagão de energia. Rebatia-se, com a arrogância típica da antiga grande imprensa, que as autoridades estavam simplesmente mentindo para o público.....O que se viu, no entanto, foi uma grande ‘barriga’ – nome dado a erros crassos de jornalistas – dos articulistas. O apagão não veio.

 

2. A inflação que não disparou

À medida em que o fantasma do apagão de energia nem saiu do armário, os proclamados especialistas procuraram outra assombração. Nada melhor, àquela altura, para amedrontar o público, do que o dragão da inflação – simbolizado, em capas ridículas de Veja e Época, nas altas sazonais do tomate....notáveis como a colunista Miram Leitão, de O Globo, baixaram suas cartas na certeza de que a meta de 6,5% do Banco Central seria estourada logo depois da metade do ano....o economista-chefe e sócio do banco Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, pediu que as autoridades provocassem o “esfriamento” da economia, e deixou claro que, para ele, somente o desemprego poderia frear a demanda e, assim, normalizar os preços dos mais diferentes produtos....O que se tem agora, quando 2013 chega ao fim, é um recorde histórico na geração de empregos, que foi a maior do País desde 2002. E, ainda, o que há é uma taxa de inflação projetada que não chegará aos 6%, permanecendo abaixo da meta de até 6,5% estabelecida pelo Banco Central.

 

3. Os empresários que continuam otimistas

Nos últimos três meses, a moda nas páginas econômicas dos chamados jornalões foi abrir espaço para quem dizia que a paciência dos empresários com o governo federal estava por um triz. Neste final de ano, porém, pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou otimismo para 2014.

 

4. Concessões foram um sucesso

A partir da batida do martelo do campo de Libra, do pré-sal, em outubro, que resultou em bônus de R$ 15 bilhões para o caixa do governo, a administração federal leiloou aeroportos e estradas com forte rebaixamento de pedágios e altos pagamentos pela exploração dos equipamentos. Caiu por terra todo o mau agouro dos que apostavam no fracasso. Como disse o Wall Street Journal, em razão do bem sucedido programa de concessões, a presidente Dilma fecha 2013 “em alta”.

 

Por último, segundo Luís Nassif, como a mídia transformou crescimento das vendas de fim de ano em surpreendente “fracasso”. Manchete da Folha: “Comércio tem o pior resultado no Natal em 11 anos”.Manchete do Estadão: “Com crédito contido e juros altos, vendas de Natal decepcionam”. Ambos os jornais trabalham em cima de dados da Serasa Experian e da Alshop, a associação dos lojistas de shoppings. A Serasa trabalha especificamente com pedidos de informação para crédito. Houve retração no crédito, mas a maior ferramenta de vendas têm sido o parcelamento (em até dez vezes) em cartões de crédito e de loja. Os jornalões trataram os dados da Serasa como se representassem o universo total de vendas. As vendas em shoppings deixam de lado o comércio para classes C e D – justamente as que mais vêm crescendo. Mesmo assim, os jornalões trataram os dados como se representassem o todo. Os jornalões deixaram de lado o comércio eletrônico – que tem sido o principal competidor das lojas de shopping. Em 2013 os shoppings centers venderam R$138 bilhões, 8% a mais do que em 2012. O comércio eletrônico vendeu R$23 bilhões, ou 45% a mais do que em 2012. Somando a venda dos dois segmentos, saltou de R$151 bilhões em 2012 para R$161 bilhões em 2013, aumento de expressivos 12%. Nos últimos 11 anos, as vendas de Natal sempre cresceram em relação ao ano anterior, o que transforma este no melhor Natal da série.

 

 

Pode-se fazer uma caricatura da imprensa brasileira, bem próxima da realidade, citando o post reproduzido milhões de vezes no Facebook chamado “Super Retrospectiva Míriam Leitão”, em que a jornalista da Globo repete o mesmo quadrinho, de 2003 a 2013, com estes mesmos dizeres: “tá tudo errado, inflação vai subir, PIB vai despencar, juros vão disparar, Petrobrás vai falir, Brasil vai quebrar.”. Retrata assim uma imprensa pessimista, fracassomaníaca, combatendo a política econômica do governo e fazendo sua opção neoliberal. A mídia oposicionista na verdade prega alta dos juros pra beneficiar os banqueiros e a privatização da Petrobrás e outras estatais no modelo neoliberal dos anos 1990. Todo mundo sabe que a crise atual no sistema capitalista é consequência do fracasso desse modelo. Exatamente a falta de regulamentação do Estado sobre o mercado financeiro é que está na raiz da crise atualque se iniciou nos EUA e depois se espalhou pelo mundo. Porque ainda insistem neste modelo só pode ser explicado pelo poder que eles ainda exercem na política.

 

América do Sul é uma exceção no mundo ocidental, porque já tinha sentido na pele o fracasso desse modelo nos anos 1990, bem antes da crise de 2008. O sucesso das economias sul-americanas nos 2000 se deve às intervenções do Estado na economia (modelo keynesiano) estimulando o crescimento econômico e a ampliação do mercado interno via distribuição de renda e geração de emprego. No Brasil a economia continua crescendo com índices pequenos mas positivos (no modelo liberal esse crescimento seria negativo), com recorde de empregos acumulados, menor taxa de desemprego da história, inflação na meta, renda em alta, dívidas em baixa e distribuição de renda. O modelo liberal provocaria a recessão com juros altíssimos, queda na produção e aumento do desemprego. O governo Lula (ainda sem a crise mundial) cresceu em média quase 5% ao ano, enquanto que no governo Dilma esse ritmo cai pela metade, influenciado pelos efeitos da crise mundial, que atinge o mundo inteiro inclusive os Brics.

 

O desempenho da economia brasileira de janeiro a setembro deste ano, mostra recuperação em relação ao ano passado, com expansão puxada pelos investimentos que cresceram 6,5% neste período. O número é mais do que o dobro do crescimento do PIB de 2,4% neste mesmo período, segundo o IPEA. Fernando Brito, coordenador de Estudos de Conjuntura do IPEA, disse à Agência Brasil que o crescimento dos investimentos tem ajudado a compensar a desaceleração do consumo das famílias. Isso significa que o aumento do nível de investimentos mantém a economia crescendo. Novas concessões na área de logística (rodovias, aeroportos,etc.) podem gerar investimentos gradativos a partir de 2014. Quando entrar em operação no início de 2014, aP-62 vai produzir 180 mil barris de petróleo (só ela, 9% da produção atual) e 6 milhões de m³ de gás (a plataforma é a nona da Petrobras entregue este ano: juntas, elas tem uma capacidade de produção de 1,5 milhão de barris por dia). A refinaria Abreu e Lima (Suape, Pernambuco), quando estiver em funcionamento (2014), terá capacidade de processar 230 mil bpd de petróleopesado (22% em relação à produção atual), significando menos importação e mais alívio nas contas externas. A Petrobrás vai saltar do patamar atual de 2 milhões de barris/dia para 4,2 milhões de barris/dia, em 2020 (com mais 30 novas plataformas): além de atender a demanda interna vai poder exportar. Portanto, ao contrário do que a mídia sugere, a situação é de otimismo para 2014.

 

A situação internacional está melhorando. Na semana passada, o FMI anunciou o início da recuperação sustentada da economia dos Estados Unidos. O Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU prevê estimativas mais elevadas para 2014, com o fim da "prolongada recessão" na zona do euro, assim como a capacidade de Índia e China de "conter" a desaceleração dos últimos dois anos.

 

Daniel Miranda Soares é economista e administrador público aposentado, ex-técnico da FJP.



Sementes robustas da agroecologia brasileira

14 de Dezembro de 2013, 9:39, por Daniel Miranda Soares - 0sem comentários ainda

Sementes robustas da agroecologia brasileira

No país do agronegócio, produtores que respeitam natureza mostram força, conquistam políticas públicas e se preparam para transformar produção de alimentos

por Elenita Malta Pereira — publicado 13/12/2013 18:12, última modificação 13/12/2013 19:51

Crianças de mãos dadas com seus pais, idosos, indígenas, grupos de pessoas calçando chinelos e vestidas de forma simples. Não, não estamos observando a circulação de pessoas em algum parque, praça ou feira, mas sim no centro de eventos da PUC do Rio Grande do Sul. Esse não costuma ser o público usual de ambientes universitários, mas estamos falando de um evento científico e também político: o VIII Congresso Brasileiro de Agroecologia, realizado de 25 a 28 de novembro de 2013, em Porto Alegre, promovido pela Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), com organização e patrocínio de várias entidades e órgãos estatais.

Após dez anos, o principal evento de agroecologia do país voltou à cidade onde nasceu, em 2003. Cerca de 4.300 pessoas participaram, entre apresentadores de comunicações e pôsteres, palestrantes nacionais e internacionais, agricultores, estudantes e público em geral. Além das atividades acadêmicas houve oficinas, ações culturais, feira de produtos orgânicos e de artesanato, troca de sementes crioulas e debates paralelos.

O VIII Congresso de Agroecologia debateu, entre outros assunto (que podem ser conferidos aqui), a construção de políticas públicas para a agricultura orgânica no Brasil. O principal instrumento dessa política, o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), foi apresentado pelo representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) Valter Bianchini. Lembrando os esforços dos pioneiros da agroecologia no Brasil – Ana Primavesi, José Lutzenberger e Sebastião Pinheiro –, Bianchini avaliou o plano como o ápice de uma evolução de mais de quarenta anos de lutas pela agroecologia no Brasil. É a primeira vez que o Estado brasileiro constrói um plano para desenvolvimento da área e direciona uma soma tão significativa de recursos: 8,8 bilhões de reais. Segundo o professor e pesquisador Miguel Altieri, é o primeiro plano governamental de agroecologia do mundo.

Paulo Petersen, presidente da ABA, mencionou que a presidenta Dilma convidou entidades e movimentos interessados a participar, por meio de vários seminários, da construção do plano. Essa participação na construção de uma política pública para a agroecologia é fato inédito no país. Nem todas as sugestões e propostas foram incorporadas, porém houve participação e luta até o último minuto, garantiu Petersen.

No entanto, os palestrantes mostraram grande preocupação com o paralelo avanço do agronegócio e as marcantes contradições dentro do governo. A professora Claudia Schmitt (UFRRJ) destacou o movimento em curso no Congresso Nacional com o objetivo de flexibilizar marcos regulatórios importantes (Código de Mineração, leis de demarcação de terras indígenas, Código Florestal, entre outros) para facilitar a ampliação de negócios no espaço rural.

Petersen afirmou que é preciso entender a economia do agronegócio para melhor combatê-la. Ela é altamente dependente de crédito bancário, infraestrutura (estradas, hidrelétricas etc), de insumos mecanizados e agrotóxicos, da mídia (que, em geral, defende uma falsa eficiência produtiva do agronegócio), e da bancada ruralista para aprovar legislação a seu favor. Nesse contexto, a margem de novas alternativas a esse modelo é reduzida, em nome da governabilidade. O governo, muitas vezes, fica refém dos interesses do agronegócio.

Além disso, há contradições presentes dentro dos órgãos do governo, como foi observado pelo governador Tarso Genro, em seu discurso na abertura do Congresso. Segundo ele, a ambiguidade presente no fato de que o Ministério da Agricultura seja o ministério do agronegócio e o Ministério do Desenvolvimento Agrário defenda a agricultura familiar e sustentável reflete na estrutura estatal a disputa pela hegemonia, a ser cristalizada com políticas e programas públicos. O governador afirmou que o ideal seria, a longo prazo, que tivéssemos apenas um ministério, o da Agricultura e da Sustentabilidade, para que esse jogo de ambiguidades fosse superado e se fundisse numa visão que não é só de agricultura, é uma visão de mundo e de humanidade.

Outro aspecto preocupante da questão é a cooptação do meio acadêmico, considerado por Petersen um “autismo científico”. Muitos pesquisadores agem como se o agrobusiness fosse um caminho único e inexorável. Nesse sentido, é preciso rever o papel do mundo acadêmico, da ciência perante a sociedade. O Congresso Brasileiro de Agroecologia coloca-se como alternativa acadêmica a essa visão hegemônica dentro das universidades. O número de trabalhos apresentados mostra a pujança científica crescente da área: 1.055 apresentações, entre palestras, comunicações, relatos de experiência e pôsteres.

Diante desse quadro, a agroecologia se firma ainda mais como movimento de reação, avançando “pouco a pouco”, segundo Petersen: “o governo tem mostrado predisposição ao diálogo democrático e isso deve ser valorizado”. Ele observou que as entidades e movimentos devem seguir seu trabalho, aproveitando o momento favorável em políticas públicas, e apresentar bons projetos para receber os recursos disponíveis; e reforçou o papel da Embrapa, Universidades e Emater para que o plano de fato aconteça: “Os desafios permanecem e é preciso seguir lutando”.

Havia um clima de consenso de que a agricultura ocupa o centro da crise planetária – e seu papel pode ser de algoz ou de cuidadora do mundo. A revolução verde e o agronegócio vêm causando poluição dos solos, água e ar, além de doenças e morte de humanos e animais. Por outro lado, a vertente da agroecologia, ao cuidar e respeitar os ritmos da natureza, oferece uma alternativa de saúde e real desenvolvimento à humanidade.

As soluções oferecidas até o momento têm sido “mais do mesmo”: resolver os problemas causados pela tecnologia com mais tecnologia – o exemplo mor representado pelos transgênicos. Para resolver a resistência ao herbicida Glifosato, está prevista a aprovação de “novas” sementes de milho e soja resistentes a um herbicida ainda mais danoso, o 2,4-D, componente do Agente Laranja.

O momento, portanto, é ao mesmo tempo de comemorar e continuar lutando para superar grandes desafios. Os avanços obtidos devem ser celebrados: segundo Petersen, existem atualmente no Brasil 250 grupos de pesquisa e mais de 100 cursos de agroecologia nas universidades. Apesar de o paradigma convencional pautado pela tecnociência ainda ser dominante, é possível observar um crescente interesse dos pesquisadores pelo paradigma que tenta produzir cuidando da natureza, não lutando contra sua biodiversidade.

Também o número de propriedades vem aumentando. Segundo dados do IBGE, havia em todo o Brasil, em 2006, 90 mil propriedades orgânicas; destas, 11 mil com certificação. A meta do MDA é chegar a 50 mil certificadas até 2015. É visível o aumento do número de agricultores interessados em trocar de modelo, muitas vezes devido a intoxicações ou mortes na família provocadas pelos agrotóxicos.

A agroecologia como teoria crítica tem condições de diagnosticar as raízes da crise e apontar soluções. Para o palestrante final do evento, referência internacional no tema, professor Stephen Gliessman, da Universidade da Califórnia-Santa Cruz, a agroecologia “é a alternativa ao mercado mundial” e, ao mesmo tempo, caminho para “a transformação ética, moral, social e de valores”. Ele destacou o papel das redes e movimentos sociais alternativos para mudar a estrutura do mercado. É preciso conectar produtores e consumidores, através de mercados locais, e convencer mais e mais agricultores a passarem pelos três estágios de mudança da agricultura convencional para a que preza a ecologia: conversão, transição e transformação.

Gliessman enfatizou também a importância da investigação científica em parceria com os agricultores, o que ele chamou de “ação participativa”, uma real “educação para a sustentabilidade”, que pode ser aplicada nas escolas de agronomia de todo o mundo. E, o mais interessante, esse eminente pesquisador reconhece que agroecologia não é só conhecimento acadêmico. Em sua opinião, “agroecologia é ciência, prática e movimento social”.

Os ventos nunca sopraram tão a favor da agroecologia, mesmo que passem também por um mar de transgênicos e de agrotóxicos... É preciso fazer o Planapo acontecer no dia a dia das propriedades e continuar pressionando os governos por maiores recursos financeiros e corpo técnico capacitado para orientar os agricultores, tanto na transição como na continuidade de suas lavouras ecológicas.

A técnica nem sempre é má, como defendeu José Lutzenberger, um dos maiores batalhadores pela agricultura de base ecológica no Brasil e no exterior. Existem técnicas “do bem”, e a agroecologia é uma delas; ela pode ser “o caminho suave”, como dizia Lutz, que pode cuidar da saúde do planeta e, por consequência, de todos nós.



CIENTISTA ENCONTRA PROVA DEFINITIVA DE QUE DEUS EXISTE. SERÁ ?

7 de Dezembro de 2013, 9:25, por Daniel Miranda Soares - 0sem comentários ainda

E-FARSAS DESVENDA: CIENTISTA ENCONTRA PROVA DEFINITIVA DE QUE DEUS EXISTE. SERÁ ?

 

Nas últimas semanas de novembro de 2013, uma notícia bombástica surgiu em diversos blogs e sites e também nas redes sociais. O físico teórico Micho Kaku teria afirmado que uma teoria formulada por ele provaria, sem sombra de dúvidas, que Deus existe de fato!

De acordo com várias versões do texto que circula pela web, Kaku teria chegado a essa conclusão depois de fazer uso de um semi-raio primitivo de táquions,

Verdadeira ou falsa?

A notícia é falsa!

Na verdade, o físico teórico norte-americano Michio Kaku nunca fez tais afirmações sobre a existência (ou não) de Deus. Não encontramos a origem desse boato, mas sabemos que não se trata de um hoax recente!

Podemos perceber que desde o final de 2009, pelo menos, essa história já circulava pela web. Como visto em uma postagem feita no Yahoo! Respostas há 4 anos.

A publicação (assinada pelo pseudônimo humorístico “Décio Bráulio Mello Rego”) é uma piada e fala de algumas teorias que nunca puderam ser comprovadas como as partículas de Táquions, que existem apenas na teoria e possuem a capacidade (hipotética) de viajar acima da velocidade da luz.

 

A piada está aí: O autor estaria usando uma partícula que não existe (ou que ainda não puderam provar a sua existência) para provar a existência de Deus.

Notem que no final do texto, o Sr. Décio Bráulio afirma que a nova teoria do grande físico Michio Kaku seria apresentada no dia 9 de janeiro de 2010, em um congresso na Suiça e que a fonte daquela notícia seria a Scientific American.

Nem é preciso dizer que uma busca na Scientific American não apresenta nada sobre essa tal teoria. Há, sim, uma entrevista de 2003 com o físico, mas continue lendo o texto para não estragar a surpresa…

Características de um boato

Essa é apenas uma das características de um bom boato virtual: Usar nomes de instituições e de pessoas importantes e/ou conhecidas para conseguir mais credibilidade. Ou seja, se o físico teórico está dizendo, deve ser verdade…

Além disso, como já falamos diversas vezes aqui no E-farsas, o hoax para ser bom não pode ser datado. Dessa forma, ele pode voltar a circular em outras ocasiões. No caso desse boato, ele deve ter surgido em 2009, mas reapareceu agora, em 2013, como se fosse uma notícia “fresca”.

Possíveis Origens

Como já afirmamos nos parágrafos acima, não identificamos a origem exata desse boato, mas é bem possível que quem quer que tenha inventado essa história pode ter se baseado em uma entrevista que Micho Kaku concedeu à revista Scientific American em 2003. Na ocasião, o físico teve a oportunidade de especular a respeito de muitos assuntos como táquions, buracos de minhoca, viagens no tempo, teletransporte, sobre civilizações avançadas que poderiam existir fora do nosso sistema solar e sobre uma suposta “Teoria do Tudo”. Durante a entrevista, Michio se refere a “deus” como sendo as leis da matemática (que ciência ainda tem que descobrir).

É bem possível que alguém tenha tirado algumas partes da entrevista feita com o físico e, com apenas algumas mudanças, conseguiu mudar todo o contexto da matéria e colocar na boca do Michio Kaku que ele poderia provar existência de um deus através da ciência.

A partir daí, muitos outros blogs e sites começaram a repassar essa notícia sem se preocupar com a veracidade da história. Agora, em 2013, a farsa reaparece com ares de notícia nova!

Infelizmente, a internet é assim!

Conclusão

 

Notícia falsa!


Read more: http://www.e-farsas.com/cientista-encontra-prova-definitiva-de-que-deus-existe-sera.html#ixzz2mnHuM5Uu



Programa “Caminhos de Minas” o grande golpe eleitoral

6 de Dezembro de 2013, 15:03, por Daniel Miranda Soares - 0sem comentários ainda

Programa “Caminhos de Minas” o grande golpe eleitoral

Programa prometido para beneficiar 304 municípios com 7,9 mil quilômetros de estradas, em três anos, construiu apenas 41 quilômetros

 

A questão seria cômica se não fosse trágica. De forma similar aos portugueses, que chegaram ao Brasil oferecendo espelhos em troca de ouro e pedras preciosas, os atuais ocupantes do Governo de Minas montaram há três anos, um minucioso projeto de marketing eleitoral, criando um cadastro de estradas que seriam pavimentadas, beneficiando 304 municípios, através do programa divulgado como "Caminhos de Minas”.

Com base nesse “cadastro”, partidários de Aécio e Anastasia montaram palanques eleitorais nos municípios que seriam beneficiados pelas estradas listadas. Três anos depois, pode- se constatar que tudo não passou de um grande golpe eleitoral, e que o programa “Caminhos de Minas” pavimentou apenas 41 quilômetros de estradas.
 
O “Caminhos de Minas” foi criado como um modelo capaz de interligar as micro-regiões. Era prevista a pavimentação de 7,9 mil quilômetros, que passariam pelos 304 municípios. 
 
Nitidamente desconcertado, o secretário de Transportes e Obras Públicas de Minas (Setop), Carlos Melles (DEM), apresentou nesta quinta-feira (5), o balanço de fim de ano. Até abril do ano passado, nenhum quilômetro havia sido concluído.
 
De acordo com o balanço do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG), os quilômetros concluídos correspondem a 6 dos 244 trechos previstos. As obras de 6,5 mil quilômetros ainda sequer foram licitadas. Quanto aos projetos de engenharia, segundo o DER-MG, 2,6 mil já foram concluídos e outros 3 mil quilômetros estão com licitação autorizada.
 
Mostrando que os integrantes do governo ainda imaginam ter algum ganho eleitoral com o programa,  durante a  apresentação, o secretário classificou o  “Caminhos de Minas” como o “carro-chefe da pasta”.  

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fonte:   http://www.novojornal.com/minas/noticia/programa-caminhos-de-minas-o-grande-golpe-eleitoral-06-12-2013.html