Apontamentos PPP - 06 Dez 2015
7 de Dezembro de 2015, 15:46Projeto Político Pedagógico da Escola Classe 115 Norte
“Aquilo que os estudos das ciências da educação vem apontando nos últimos anos: a ampliação e a diversificação das fontes legítimas de saberes e a necessária coerência entre o saber fazer é o saber ser pedagógicos.”
Edina Castro de Oliveira
em prefácio à “Pedagogia da Autonomia” de Paulo Freire
1) Princípios do projeto político pedagógico
- São princípios norteadores para o projeto político pedagógico da Escola Classe 115 norte a autonomia, alteridade, cogestão, democracia, inovação, solidariedade e protagonismo, e que permeiam os processos de aprendizagem, atuação, ocupação e apropriação do espaço escolar de forma consciente, responsável, democrática e solidária.
- O projeto político pedagógico deverá ser avaliado periodicamente pela comunidade escolar a cada semestre e referendado em assembleia, tendo em vista o caráter vivo e dinâmico do projeto politico pedagógico, conforme a realidade do momento da comunidade escolar.
- Para sustentabilidade da proposta e o aprimoramento das práticas pedagógicas coerentes com os princípios do projeto político pedagógico, os educadores deverão participar de processos de formação continuada definidos pela comunidade escolar na pratica da cogestão, aprendizagem sobre temas de interesse e análise da própria prática.
- Entende-se por “escola” uma comunidade de aprendizagem: a comunidade de pessoas envolvidas no processo de construção de relações de aprendizagem e/ou do espaço de vivência para desenvolver e compartilhar autonomia; sendo ela um ponto de apoio para o aprendizado no território educativo.
- Todos são vistos como sujeitos de uma aprendizagem que se produz no coletivo com experiências e perspectivas diferentes, mas com iguais disposições para aprender: “professores” e “servidores” de todos os setores são referências para aprendizagem, ou educadores, sendo também aprendizes; e estudantes também são referências de aprendizagem, uns para os outros e para o resto da comunidade de aprendizagem; os professores são organizadores e estimuladores de processos de aprendizagem
- Autonomia pode ser entendida como uma RELAÇÃO (e não como uma propriedade) que se estabelece entre os envolvidos na busca de potencializarem-se como autores (sujeitos) de suas identidades e singularidades, buscando constituí-las por um processo de integração com a comunidade e com o espaço vivido em seus aspectos natu-culturais, e compreendendo a formação de um tecido sócio-comunitário plural e libertador (emancipador);
2) Compromisso pedagógico
- o momento da matricula, cada pai, mãe ou responsável que tiver seu filho matriculado na escola deverá disponibilizar pelo menos um turno por semestre para auxiliar em atividades na escola, no sentido de fortalecer e materializar o princípio da cogestão e participação pedagógica da comunidade de aprendizagem.
3) Cogestão
- O projeto politico pedagógico indica a formação de comissões compostas pela comunidade escolar (pais, educadores e demais servidores) para atuar junto à direção da escola e ao conselho escolar.
- Programa de formação e incentivo das crianças como protagonistas da cogestão.
4) Organização do tempo e do espaço escolar
- A escola tem que ser um espaço prazeroso, de alegria, atraente. Nesse sentido, o processo de socialização entre os estudantes pode se basear em novos parâmetros para além do regime disciplinar imposto pelo formato vertical em sala de aula. Desta forma se propõe um processo dinâmico e potencializador onde a aprendizagem se dá em todo espaço e não somente dentro da sala de aula, ampliando o conceito de espaço escolar, produzindo vivencias pedagógicas responsáveis, que transformam os espaços comuns em territórios educativos, guardadas as diretrizes e princípios.
5) Metodologia
- Na perspectiva de propor uma aprendizagem em que os sujeitos participem de um processo legitimo e significativo, isto é, a partir de suas próprias necessidades, desejos e aspirações, os educadores precisam desenvolver a escuta qualificada para selecionar as informações sobre os estudantes para subsidiar seu planejamento e identificar as necessidades para organizar o processo de aprendizagem, em rodas de conversas iniciais.
- Reagrupamento sob o regime de tutoria - projetos
6) Comunicação
- É preciso pensar duas frentes de comunicação: uma para articulação, informação, mobilização das famílias; outra de protagonismo dos estudantes.
- Ter um canal de comunicação ativo: blog, rádio da escola, jornalzinho da escola, etc
- Ter lista de email / zap com todos da escola
7) Avaliação continuada como parte do processo de planejamento, instrumento de aprendizagem e autoavaliação dialógica. Pensar instrumentos.
8) Fortalecimento dos vínculos entre toda comunidade escolar
- Garantir momentos celebrativos e prazerosos de construção coletiva
- Organizar mais festas, churrascos, etc
- Realizar encontros de formação, com vivências e reflexão das diversas praticas que ocorrem na comunidade escolar
- Ter mecanismos de incentivo para professores que participam de momentos para além do horário de trabalho.
- Garantir espaços para convivência e aprendizagem de pais e professores: momentos mensais de aprendizagem com oficinas, rodas e falas a partir de temas pré-definidos de interesse para pais-responsáveis, aberto à toda comunidade escolar.
9) Relação entre currículo e produção de conhecimento
- Construir conhecimento a partir das vivências, práticas diversas e questões geradoras produzidas pelos estudantes. O eixo condutor deve ser a prática e não os conteúdos. Nesse sentido, altera-se o processo de estabelecer os momentos de aprendizagem no formato “aula” e passa-se a envolver a comunidade num processo constante e integral de desenvolvimento e experimentação de potencialidades. Uma forma de abarcar esse processo poderia ser pelo formato de “projetos”...
- A escola como um espaço real de inclusão dos alunos especiais. Nesse sentido, assumir que somos todos especiais, singulares e diferentes, pois acentuando nossas diferenças abrimos mais espaço para a alteridade (cultivar as diferenças, no lugar da igualdade, dizer que todos somos iguais pode soar falso e não ter um efeito pedagógico)
- Musica, arte e esporte, presentes em diversos momentos, dentro e fora de sala de aula (não deve ser algo que existe, apenas, na escola parque)
- Ter espaços para vivências e experimentações
- Processo educativo como caminho de construção da autonomia da criança
- Ter como eixo do aprendizado a pesquisa, as vivencia e a experimentação
- Que as crianças proponham e construam ações de pesquisa junto com as outras crianças
- Garantir a formação continuada dos professores na perspectiva de uma educação integrada
10) Valores da dinâmica escolar
- Garantir espaço coletivo de tomada de decisões, com protagonismo das crianças
- Contribuição efetiva das famílias na escola, através das comissões de trabalho
- Explorar e valorizar nossas diferenças
- Promover o valor da alteridade
- Compartilhar responsabilidades
- Buscar garantir coerência entre o PPP da escola e as práticas escolares (exemplo: alimentação saudável, decisões dialogadas, etc)
- Ter a presença dos pais nas rodas de conversa durante a semana na escola
- Ter uma rotina de encontro dos pais na escola, para estabelecer um espaço de referência junto à comunidade escolas (proposta de encontro quinzenal)
- PRINCIPAIS AÇÕES PARA 2016
- Ampliar o reagrupamento para 2 dias no primeiro semestre e 3 dias no segundo.
- Laboratório aberto para as crianças usarem mais livremente
- Laboratório de Informática - estabelecer parcerias que permitam ter monitores que ajudem a equipe pedagógica a realizar atividades transversais no laboratório.
- Trabalhar permacultura com as crianças.
RECORTES TIRADOS DO TEXTO
- A manutenção da horta precisa ser assumida pelas turmas (prof e crianças)ou melhor, pelas crianças, não teriam mais turmas...
- Instaurar a coleta de lixo seletiva
- Limpeza da escola????
- Escola como espaço lúdico
- Recreio de 30min (tirar o nome recreio que cria antinomia e estabelecer um horário de aula de vivência lúdica, ou, melhor ainda, não tem aula, nem recreio: pedagogia de projetos
- Escola como território lúdico
CARTA EM APOIO À GREVE DOS PROFESSORES E PROFESSORAS DO DISTRITO FEDERAL
23 de Outubro de 2015, 16:29 - sem comentários aindaLeia o arquivo digital - Carta-GreveProfessores-ConselhoEscolar115Norte-assinada.pdf
CARTA EM APOIO À GREVE
DOS PROFESSORES E PROFESSORAS DO DISTRITO FEDERAL
Brasília, 23 de Outubro de 2015
Ao
Governo do Distrito Federal
A/C
Sr. Rodrigo Rollemberg
Governador
Senhor governador do Distrito Federal, os pais integrantes do Conselho Escolar da Escola Classe 115 Norte, vêm por meio desta manifestar apoio às reivindicações das professoras e dos professores das escolas da rede pública, em greve.
Defendemos a soberania da categoria em definir democraticamente por meio de assembléia a sua situação de greve amparada no o direito à greve definido em nossa Constituição. Dessa forma não entendendo ser a mesma ilegal, como decretado pela Justiça do DF, após pedido de criminalização da luta por direitos trabalhistas e cumprimento de compromissos assumidos, uma vez que as educadoras e os educadores de nossas crianças precisam de condições adequadas para garantir o ensino e contribuir na formação dos futuros cidadãos.
Vale lembrar que esta situação de greve existe por conta da “insistência do governo Rollemberg em não cumprir a legislação trabalhista do Distrito Federal” - conforme explicado em nota do SinPro-DF, convocando para ato nesta sexta-feira, 23 de Outubro.
Queremos reforçar que precarizar as condições e relações de trabalho do corpo docente do Distrito Federal é perpetuar as relações de compadrio e de clientelismo presentes nas relações sociais do Distrito Federal, tão bem explicadas por Sérgio Buarque em Raízes do Brasil. É a perpetuação e aprofundamento da má qualidade de vida de quem ensina que leva a que as condições pedagógicas não contribuam para o desenvolvimento exemplar da capital do Brasil.
Também queremos recordá-lo de uma posição recente assumida pelo senhor. Em julho de 2012, uma nota publicada na Agência Senado trazia a seguinte fala: “É um absurdo que, num país com tantos desafios na educação, como o Brasil, ainda tenhamos professores lutando por salários dignos”. Essa frase foi dita pelo senhor à época, quando como oposição ao Governo Federal, posicionou-se em favor dos docentes das universidades federais.
Na mesma nota publicada no dia 02/07/2012 na Agência Senado, o senhor defendeu a qualidade do ensino superior. “O senador disse que outros problemas igualmente importantes quanto a remuneração dos professores deveriam ser enfrentados pelo governo federal, visando melhorar a qualidade do ensino superior no Brasil. Entre essas prioridades para a educação universitária o senhor citou a educação continuada, valorização da extensão e aperfeiçoamento da infraestrutura dos campi, além de melhores condições de trabalho.”*
Se estas demandas valem para os universitários, por que não valem para as nossas crianças? São elas menos merecedoras de cuidados e de possibilidades que os jovens e adultos universitários? Se queremos uma universidade de qualidade, não devemos também ter alunos capacitados e potencializados para que aproveitem melhor as universidades? Ou o senhor pretende manter as escolas apenas como um espaço de refúgio e abrigo para crianças e adolescentes que precisam comer enquanto seus pais precisam trabalhar? Ou acredita que se não gostarmos das condições de ensino na escola pública, devemos levar nossas crianças para a escola particular?
Conclamamos assim um pronto acordo com as educadoras e educadores de nossas crianças, que possam voltar a dar aulas tranquilamente, e motivados, pois terão condições de preparar suas aulas de forma pedagógica e criativa, defendendo aqui a não ampliação do tempo de regência, mas que se respeitem o tempo de coordenação e capacitação.
Defendemos, inclusive, a realização urgente de concurso público para ampliação do efetivo de profissionais, com foco a cumprir sua meta de campanha de escolas em tempo integral e efetivar a demanda de bidocência em sala de aula, uma vez que vivemos, orgulhosamente, a inclusão em nossas salas de aula.
Sem mais, esperamos uma pronta resolução, positiva, para a situação de greve, e sua manifestação de compromisso com a valorização da educação do Distrito Federal.
Conselho Escolar da Escola Classe 115 Norte
Federico Vázquez
pelo Conselho Escolar
*Nota retirada do Portal do Senado Federal: http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2012/07/02/rollemberg-defende-melhores-salarios-para-professores-universitarios
Leia o arquivo digital - Carta-GreveProfessores-ConselhoEscolar115Norte-assinada.pdf