SOF participa de Simpósio sobre feminismo, ciência e tecnologia na UNICAMP
4 de Agosto de 2015, 6:39Enviado por Vera Machado - FPES (verau.machado@uol.com.br)
Desde ontem até hoje, respectivamente 3 e 4 de agosto, acontece em Limeira (SP) Simpósio Latino-americano de Estudos Feministas em Ciência e Tecnologia. O simpósio, organizado por pesquisadoras da UNICAMP do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT), teve origem no Simpósio Temático sobre Tecnologia Social de 2014, quando o grupo percebeu a necessidade de inserir a crítica feminista em seus debates. Segundo Márcia Tait e Bruna Vasconcellos, organizadoras do evento, o objetivo é "dar maior visibilidade ao campo e ampliar as possibilidades de diálogo com os debates sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade, privilegiando o engajamento, aspectos políticos e perspectivas de superação do capitalismo-patriarcado".
Estarão presentes no Simpósio temas como a medicalização do corpo feminino, a presença das mulheres na tecnologia e na universidade e o debate sobre o meio ambiente. Este último, com a mesa intitulada "Gênero, meio ambiente e soberania alimentar", terá a presença de Miriam Nobre, da SOF, com a Márcia Tait, do DPCT, e a Catiane Cinelli, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). Desta maneira, o Simpósio pretende reunir o debate teórico já existente no campo dos Estudos Feministas em Ciência e Tecnologia e, ao mesmo tempo, pautar temas da área das políticas de inovação e das políticas científicas e tecnológicas, que são recentes na articulação com o feminismo.
Banco Comunitário apoia projetos culturais na periferia paulistana
3 de Agosto de 2015, 11:28Por Secretaria de Cidadania e Desenvolvimento Cultural / Minc (http://www.cultura.gov.br/)
Banco realiza uma média anual de 50 empréstimos sem juros para a viabilização de projetos culturais da comunidade em que atua
Tecnologias inventadas ou aprimoradas nas favelas brasileiras servem de inspiração para dar escala e criar políticas públicas de cultura que atendam a novas necessidades e urgências do setor cultural. O Banco Comunitário União Sampaio, localizado no Campo Limpo, região do Capão Redondo, em São Paulo, é uma das iniciativas que traz essas soluções. Nesta sexta-feira (24), o banco completa seis anos de atividades com serviços prestados a cerca de 100 empreendimentos locais e uma média anual de 50 empréstimos sem juros para a viabilização de projetos culturais da comunidade em que atua.
"Pedi a colaboração do Banco União Sampaio para divulgar o meu disco e acabou virando uma parceria bem maior. Apresentei um planejamento para o financiamento e o investimento do Banco foi de 100% do meu disco, que está sendo lançado este ano", conta o músico Vitor Trindade. "A contrapartida era que o montante arrecadado em cada show que eu fizesse fosse retornado ao Banco até pagar tudo. Mesmo já tendo finalizado essa parte do processo, continuamos a parceria, ou seja, eles continuam divulgando o meu trabalho e eu continuo retornando para eles porque considero um trabalho essencial. Tudo foi feito sem a menor burocracia e sem juros", completa o músico, que conta com extensa agenda de shows no Brasil e na Europa.
Um dos gestores do banco, o ativista e produtor cultural Rafael Mesquita considera que, na periferia urbana, a juventude tem superado a pobreza, o racismo e a exclusão por meio da solidariedade. "A própria cultura como modo de vida faz a revolução econômica e implementa tecnologia da informação nos serviços oferecidos. Confiança e respeito também são moedas por aqui", afirma. "Os trabalhadores do Banco são integrantes da própria comunidade, o que gera uma outra forma de atendimento, mais humana e pessoal, diferente do atendimento dos bancos convencionais", completa.
E-dinheiro
O funcionamento do banco é simples. Quem produz shows, faz artesanato ou tem um equipamento de som ou uma peça de teatro a apresentar disponibiliza o serviço para o Banco União, que o oferece a grupos culturais locais. Cada vez que o serviço é utilizado, o realizador ganha créditos que podem ser utilizados na produção de outros bens e serviços.
Outra modalidade de acesso a recursos é o empréstimo. Os créditos em consumo são concedidos em moeda social sem juros, de forma a propiciar uma sinergia entre os créditos produtivos concedidos e os créditos de consumo. A aprovação dos créditos solicitados ao banco ocorre com o aval das pessoas da comunidade, que conhecem quem está solicitando o crédito, e com a participação dos trabalhadores do banco no Conselho de Análise de Crédito (CAC).
Essa engenharia de trocas, que antes era feita com cédulas, agora também pode ser feitas pelo celular. A Rede Brasileira de Bancos Comunitários, em parceria com a empresa de tecnologia MadApp, construiu um aplicativo que permite a circulação financeira voltada para o desenvolvimento local. A comunidade Jardim Maria Sampaio foi a primeira a utilizar o recurso e cerca de 2% de toda a movimentação financeira é revertida diretamente para ações coletivas da comunidade.
A Rede Brasileira de Bancos Comunitários reúne 107 instituições com um objetivo principal: democratizar recursos por meio do desenvolvimento de arranjos produtivos locais, possibilitando o acesso a serviços financeiros de qualidade para a comunidade.
Comemoração
Nesta sexta-feira, será realizada festa em comemoração aos seis anos do Banco Comunitário União Sampaio. O evento contará com a presença de secretário Nacional de Economia Solidária, Paul Singer, do economista Ladislau Dowbor, e da presidenta do Ponto de Cultura União Popular de Mulheres do Campo Limpo e Adjacências, Neide de Fátima Martins Abatti, entre outros.
PACS realiza curso sobre Mulheres e Economia
31 de Julho de 2015, 6:32Divulgado por Ligia Bensadon (ligiabensadon@gmail.com)
As inscrições para a edição 2015 do Curso Mulheres e Economia I estão abertas até o dia 07 de agosto. O curso acontece do dia 12/08 ao dia 16/09. No ano passado, o curso completou dez anos de discussão, formação e empoderamento das mulheres sobre economia.
A formação acontecerá às quartas-feiras, das 13 às 18h na sede do Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro (Sinpro). O curso é exclusivo para mulheres, gratuito e oferece ajuda de custo no transporte e certificado de extensão pela UFRJ. A formação totaliza uma carga horária de 30 horas e abarca temas como trabalho, saúde, acesso a políticas públicas, endividamento público, economia solidária, dentre outros, através de uma metodologia baseada na educação popular.
Esta iniciativa é uma realização do Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul - Pacs, em parceria com a Fundação Educacional Unificada Campograndense - Feuc/Neurb, a Universidade da Cidadania/UFRJ e o Instituto de Formação Humana e Educação Popular - IFHEP.
Inscreva-se através do e-mail mulhereseeconomia@yahoo.com.br e/ou telefone (21) 2210-2124.
Violência no campo impera no estado do Maranhão
29 de Julho de 2015, 9:49Por Diogo Cabral, advogado CPT/MA (http://www.cptnacional.org.br)
Nos últimos dias, uma onda de violência rural, patrocinada pelo agronegócio, promoveu diversas violações aos direitos de povos originários e de trabalhadores e trabalhadoras rurais no Maranhão. A história de violência e tragédia se repete, com a vigorosa omissão do Estado brasileiro. No artigo, confira alguns casos recentes de conflitos.
1. No dia 16.06.2015, a liderança rural Francisco de Souza dos Santos, do território Campestre, zona rural de Timbiras (MA), sofreu tentativa de homicídio quando retornava para sua casa, localizada no Povoado Canafístula. Francisco vinha sendo ameaçado de morte há algum tempo por conta de sua luta pela emancipação do território tradicional ocupado por mais de 300 famílias. Em que pese referida situação, não se tem notícia de instauração de Inquérito Policial a fim de apurar tal crime, notadamente um crime político. Vale lembrar que em fevereiro de 2014, nesse mesmo território, Raimundo Brechó, também liderança camponesa, foi barbaramente assassinado, em razão do conflito, que perdura há mais de 30 anos, sem que o Estado intervenha para acabar com essa situação.
2. Na comunidade quilombola de Aldeia Velha, localizada em Pirapemas (MA), tratores destruíram o território quilombola, que é ocupado há anos por mais de 150 famílias. Apesar das várias denúncias e solicitações feitas pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), em maio de 2015, ao governo do Maranhão e ao governo federal, não foi instaurado inquérito policial para investigar crimes ambientais e milícias rurais comandadas por fazendeiros da região, que ameaçam constantemente os quilombolas, com armas de toda a espécie. Mais recentemente, a própria Promotoria Especializada em Conflitos Agrários do Maranhão encaminhou Ofício de No. 84/2015, datado de 26.06.2015, solicitando ao Estado do Maranhão, por meio da Secretaria de Segurança Pública, que apurasse a responsabilidade criminal, face a existência de indícios de crimes contra os moradores posseiros da mencionada área em que se concentra o conflito, bem como crimes ambientais e possivelmente formação de milícia armada (artigo 288-A do Código Penal). No entanto, até o presente momento, nenhuma viatura policial foi até o local do conflito a fim de realizar as designações do Ministério Público do Maranhão. De janeiro até junho, as lideranças quilombolas já fizeram uma centena de registros de ocorrências, todos sem nenhum tipo de andamento.
3. O Poder Judiciário do Maranhão expediu, em 24 de junho de 2015, por intermédio das Comarcas de Urbano Santos e Coelho Neto, respectivamente, duas ordens de despejo contra as comunidades de Guarimã (zona rural de São Benedito do Rio Preto) e Feitoria (Duque Bacelar), situação esta que culminará com o desalojamento de pelo menos 60 famílias camponesas que trabalham e vivem nessas áreas há mais de 100 anos e que dependem, única e exclusivamente, da Terra para sobreviverem. Os despejos poderão ocorrer a qualquer instante. As áreas são disputadas por produtores de soja (Guarimã) e cana-de-açúcar (Feitoria).
4. Em 26.06.2015, a liderança indígena do povo Kaapor, Kapiti Kaapor, foi perseguido por homens armados que, em ato contínuo, apontaram armas para sua cabeça numa tentativa de intimidação da liderança. O índio tem participado ativamente da luta pela retirada dos madeireiros do interior da Terra Indígena Alto Turiaçu. Em 09.06.2015, a Comissão de Direitos Humanos da OAB/MA encaminhou Ofícios ao Ministério Público Federal, Polícia Federal e à Secretaria de Segurança Pública do Maranhão para que os órgãos tomassem as devidas providências quanto à onda de violência e selvageria realizadas contra o Povo Kaapor, que vitimou, em 26 de abril de 2015, Eusébio Kaapor, crime este que sequer foi esclarecido. No entanto, apesar da escalada de violência, patrocinada por prefeitos e fazendeiros da região de Centro do Guilherme, Maranhãozinho e Centro Novo do Maranhão, o Estado nada fez, restando aos guerreiros Kaapor violência bruta e impunidade.
5. Em 28.06.2015, por volta das 14 horas, vários homens armados e com coletes balísticos com o emblema da Polícia Militar do Maranhão, invadiram o Assentamento Campo do Bandeira, localizado em Alto Alegre do Maranhão, área ocupada por dezenas de camponeses, e incendiaram casas e depósitos de arroz. Além do incêndio criminoso, os pistoleiros atiraram em vários bens das famílias. A área em conflito decorre de um litígio que envolve a fazenda Caxuxa Agropastoril. Os trabalhadores rurais já foram despejados pelo menos sete vezes. Além disso, já foram registradas pelo menos 32 ocorrências policiais, no entanto não há um inquérito tramitando na delegacia local, apesar da gravidade da coação sofrida pelos lavradores há anos, realizada por organização paramilitar.
Diante deste cenário trágico, que atesta as reais condições de vida do campesinato maranhense, é necessário que o governo do Maranhão determine a constituição de grupo de delegados para investigar as condutas criminosas aqui especificadas, o mais rápido possível, tendo em vista que nas cidades em que ocorreram esses crimes não há estrutura alguma para garantir as devidas investigações. Além disso, é necessário que a Polícia Militar atue preventivamente nos locais de maiores concentrações de conflitos agrários, especificamente em Codó, Timbiras, Alto Alegre do Maranhão, Duque Bacelar, Coelho Neto, Pirapemas, São Benedito do Rio Preto, Centro Novo do Maranhão, Centro do Guilherme, Maranhãozinho.
Todavia, não sendo possível o envio de policiais militares para essas localidades, é necessário que o governador do Maranhão solicite ao Ministro da Justiça agentes da Força Nacional para intervir nos conflitos agrários. Igualmente, que o Ministério Público Estadual instaure procedimentos a fim de verificar os crimes aqui relacionados, tendo em vista a gravidade da situação elencada e, finalmente, que o Poder Judiciário do Maranhão, por meio dos Juízes Cristiano Simas (que responde interinamente pela Comarca de Urbanos Santos) e Raquel Castro Teles de Menezes (titular da 1o. Vara da Comarca de Coelho Neto) suspendam as decisões contra as famílias camponesas, respectivamente de Guarimã (Processo No. 13772014) e Feitoria (Processo No.4522015), visto que as famílias dependem da terra para sobreviverem.
A economia solidária deve migrar para o meio urbano e alavancar uma outra economia
27 de Julho de 2015, 11:15Entrevista e foto por Joel Santos Guimarães (http://brasildebate.com.br)
Para Maurício Moromizato, prefeito de Ubatuba (SP) e vice-presidente de economia solidária da Frente Nacional de Prefeitos, essa forma de atividade ganhou papel central nas cidades, combate a informalidade e deve incorporar a economia criativa
Vice-presidente de economia solidária da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), o prefeito de Ubatuba (SP), Maurício Moromizato (PT), afirma que, com as mudanças que estão acontecendo no mundo do trabalho, a economia solidária ganha um papel central nas cidades.
Por meio dela, acredita, é possível tirar grandes contingentes do trabalho informal e impulsionar atividades que encontram uma vocação local natural. No caso de Ubatuba, por exemplo, seriam as cadeias econômicas do surfe e do turismo.
Porém, para que a economia solidária tenha esse papel, alerta, ela "não pode se apequenar" e "ficar restrita apenas à agricultura familiar e aos catadores de lixo". No seu entender, o movimento da economia solidária deve ir além do cooperativismo e associativismo e incluir pequenos empreendimentos individuais, além de pensar do ponto de vista da chamada economia criativa.
Moromizato também comenta sobre a crise política que está colocando em risco a existência da Secretaria Nacional da Economia Solidária (Senaes), ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego, criada no primeiro governo Lula e desde essa época comandada pelo economista Paul Singer. A Senaes fez da política de economia solidária no país referência internacional.
Brasil Debate - O que levou a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) a criar uma vice-presidência de economia solidária?
Maurício Moromizato - É uma característica da FNP pautar temas políticos e sociais que tenham relevância para a população. E essa talvez seja a sua principal característica.
Brasil Debate - Pode explicar melhor?
Maurício Moromizato - O que a diferencia das outras associações é que a FNP não atua apenas em função do dia a dia das prefeituras; não pensa apenas na arrecadação, na relação com o governo, mas também traz para a discussão a importância das políticas públicas e de temas que afetam o dia a dia da população como saúde, educação, sustentabilidade e economia solidária, por exemplo.
Brasil Debate - Qual, em sua opinião, a importância da economia solidária?
Maurício Moromizato - O que eu percebo é que, com as mudanças do mundo do trabalho, a economia solidária tem um grande potencial de assumir uma centralidade nessa discussão e ser a alavancadora de uma outra economia.
Brasil Debate- De que maneira ela pode assumir esse papel?
Maurício Moromizato - Depois que o país viveu esse tempo de progresso, de desenvolvimento econômico nesses últimos 12 anos, com a redução do desemprego, com mais de 30 milhões de brasileiros saindo da linha da pobreza; do aumento da renda salarial do trabalhador, entendo que a economia solidária vai se apequenar, se ficar restrita apenas à agricultura familiar e aos catadores de lixo, que eram os dois vértices dela no início das discussões.
Agora a economia solidária precisa iniciar o que eu definiria como o seu segundo momento, que é exatamente a questão urbana, já que mais de 80% da população brasileira está concentrada nas cidades. E para isso é necessário que os empreendimentos solidários sejam ampliados e criados nas cidades.
Brasil Debate - E como fazer isso?
Maurício Moromizato - É preciso discutir a economia solidária do ponto de vista da economia criativa, do ponto de vista da formalização desses empreendedores, sobretudo levando em consideração da realidade econômica e social de cada município. Eu entendo, por exemplo, que a questão da economia solidária no meio urbano vai passar por questões como tecnologia da informação, por pequenos empreendimentos específicos locais.
Em Ubatuba, vejo isso muito claro na cadeia do surfe, que engloba desde a fabricação de roupas até professores, escolinhas, aulas e turismo. Ou seja, esse esporte tem uma cadeia econômica própria com pequenos empreendedores, muitos não formalizados. É preciso organizá-los ou em cooperativas ou mesmo incentivando pequenos empreendimentos individuais. Ao nome solidária acho que deveria ser acrescentado solidária e criativa. É preciso avançar na nomenclatura.
Brasil Debate - Mas a proposta básica da economia solidária é justamente o cooperativismo, no qual os empreendimentos sociais são administrados por todos, que também dividem igualmente o resultado desse trabalho. Quando o senhor fala em pequenos empreendimentos locais não está contrariando os princípios da economia solidária e fazendo o jogo do capital?
Maurício Moromizato - De maneira nenhuma. Veja bem: quando a gente fala que o brasileiro é empreendedor, reconhecemos que a livre iniciativa faz parte da nossa característica. Veja o caso de Ubatuba, que tem no turismo o carro chefe da sua economia. Dessa atividade fazem parte os ambulantes que vendem salgadinhos e outros produtos nas nossas praias, os pequenos restaurantes, os pescadores, o surfe e as atividades econômicas ligadas a ele.
Diante disso, eu pergunto: o que são os ambulantes, os músicos, os pescadores são senão atividades econômicas solidárias? É preciso, portanto, incentivar e na maioria das vezes tirar da informalidade e trazer para economia formal, seja através de cooperativas ou de pequenos empreendimentos individuais. Só para dar um exemplo, citaria os agricultores familiares que vendem alimentos para a merenda escolar de Ubatuba.
Brasil Debate - Que exemplo é esse?
Maurício Moromizato - Para acrescentar a agricultura familiar na nossa merenda, a prefeitura teve que formalizar individualmente esses agricultores familiares, para que eles pudessem receber da prefeitura pelas vendas para a merenda escolar da rede municipal de ensino.
O resultado disso foi que hoje nossos alunos recebem uma merenda mais saudável, os agricultores familiares, que as fornecem, melhoram suas rendas e, por consequência, a economia do próprio município.
Brasil Debate - Como isso foi possível?
Maurício Moromizato - Antes a prefeitura comprava da agricultura familiar algo em torno de R$ 30 mil por ano. No ano passado, essas aquisições somaram R$ 1 milhão. Isso equivale dizer que os 50 agricultores rurais que venderam para a merenda escolar acrescentaram à sua renda algo em torno de R$ 1.300 mensais.
E esse dinheiro, em sua maior parte, ficou no próprio município, no seu comércio. Aliás, esse episódio me lembra de certa forma o Bolsa Família.
Brasil Debate - O Bolsa Família?
Maurício Moromizato - Sim. Os críticos do Bolsa Família acham que é muito pouco o que os beneficiários do programa recebem - R$ 90 por criança e R$ 270 por família. Mas o programa, além de melhorar a vida dessas pessoas, muitas delas já participam de empreendimentos sociais da economia solidária, joga na economia do município mais dinheiro para o cidadão de Ubatuba do que o Governo Federal destina para a prefeitura de Ubatuba, onde 4 mil famílias do município recebem o Bolsa Família.
Brasil Debate - O senhor tem esses números?
Maurício Moromizato - A prefeitura recebeu no ano passado, pelo Fundo de Participação dos Municípios, R$ 25 milhões, e os munícipes de Ubatuba receberam 27 milhões do Bolsa Família. Ou seja, o comércio de Ubatuba recebeu mais dinheiro do governo federal do que a prefeitura.
Brasil Debate - Quando a economia solidária foi implantada em Ubatuba?
Maurício Moromizato - Já no início do meu mandato. Mandei e a câmara aprovou a lei municipal de economia solidária. Hoje já existem alguns empreendimentos sociais em pleno funcionamento, outros estão se organizando. E através dos fóruns de economia solidária, que são realizados nos bairros, estamos conscientizando a população de baixa renda da importância da economia solidária, como ferramenta de melhoria de renda e qualidade de vida.
Brasil Debate - Já existem empreendimentos sociais em atividade no município?
Maurício Moromizato - Sim. Poderia citar a cooperativa de costureiras, formada por 20 mulheres, e a Cooperativa Azul, ainda em uma incubadora, que reúne um grupo de 38 cooperados que se dedicam as atividades como o turismo de base comunitária e rural, artesanato e produção de farinha de mandioca, atividade remanescente dos escravos quilombolas da região.
Brasil Debate- Em médio prazo, e na medida em que o número de empreendimentos sociais aumentar, há planos para a criação de um banco comunitário e de uma moeda própria?
Maurício Moromizato - A criação, em 2013, da Cooperativa Azul, foi o que motivou a vinda de Paul Singer a Ubatuba e desde início a criação de um banco comunitário e sua própria moeda estava nos planos. Tanto é que o projeto se chamava Azul Marinho. Azul da cooperativa e Marinha seria o nome da moeda. Mas, infelizmente, a realidade superou o sonho.
Brasil Debate - Como assim?
Maurício Moromizato - Para eles é uma experiência muita nova. A cooperativa ainda não foi formalizada porque a comunidade ainda está discutindo. Ela tem dúvidas se todo mundo que mora lá é obrigado a se associar.
Brasil Debate - Que dúvidas?
Maurício Moromizato - Eles têm receio de que a cooperativa se sobreponha à associação que luta pelos direitos de posse da terra. Na minha visão, a cooperativa deve ser para aqueles que querem lá na comunidade organizar um empreendimento social e os que não quiserem podem continuar trabalhando fora de lá e não ser cooperativado, mas apenas membro da associação. Como a cooperativa ainda não foi formalizada, pois ainda estamos ainda na fase do convencimento, só vai se discutir a criação do banco e da sua moeda social quando isso acontecer.
Brasil Debate - Qual é a importância da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego e do seu titular, Paul Singer?
Maurício Moromizato - Essencial e indispensável. Foi graças ao seu trabalho na criação da Senaes, a sua visão socialista e a preocupação com os trabalhadores e com os desempregados que a economia solidária brasileira se tornou um exemplo para o mundo.
Brasil Debate - No entanto, em seu site, o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) afirmou que "o PDT, que hoje comanda o MTE, tem interesse em destituir o titular da Senaes, economista Paul Singer, e sua equipe."
Maurício Moromizato - Acho inadmissível qualquer tentativa de querer afastar o professor Singer da Senaes. No entanto, desde o início deste mês, circulam comentários a esse respeito nos corredores do Congresso Nacional e nas salas do próprio Ministério do Trabalho.
Brasil Debate - O senhor pode citar algum exemplo de como está ocorrendo essa conspiração pedetista?
Maurício Moromizato - Logo depois que fui aclamado vice-presidente de economia solidária da FNP estive reunido com um importante assessor do ministro Manoel Dias (ministro do Trabalho e Emprego), na sede do Ministério do Trabalho, em Brasília. Ele me disse que as bancadas do PDT na Câmara e no Senado querem a substituição de Manoel Dias por um nome escolhido pela bancada do partido e também a saída do professor Paul Singer da Senaes.
Entrevista Original em: http://brasildebate.com.br/a-economia-solidaria-deve-migrar-para-o-meio-urbano-e-ser-alavancadora-de-uma-outra-economia/#sthash.H7V3JE0I.dpuf
Fórum Paulista aprova Portal da Economia Solidária no Estado de São Paulo
24 de Julho de 2015, 9:51Por Fórum Paulista de Economia Solidária
Em reunião realizada no dia 17 de julho de 2015, nas dependências da Secretaria Regional do Trabalho - MTE, o Fórum Paulista aprovou o layout do Portal da Economia Solidária do Estado de São Paulo. A construção deste Portal é uma determinação do Plano de Economia Solidária do Estado de São Paulo.
O domínio será www.economiasolidariasp.org.br. Como o Fórum não é uma entidade jurídica e para o registro do Portal uma das exigências é que tenha uma entidade jurídica sem fins lucrativas se responsabilizando para que contenha o .org, será solicitado da Coopcent ABC, um empreendimento da economia solidária, que faça esse papel.
O Portal deverá entrar no ar assim que for liberado o domínio. O Portal é uma construção coletiva do Fórum Paulista, portanto de todos aqueles que atuam na economia solidária do estado de São Paulo visando seu desenvolvimento e fortalecimento e que participam do Fórum.
É um espaço aberto que conterá dados e informações que tem como meta servir principalmente como ferramenta de trabalho para o desenvolvimento da economia solidária enquanto política de governo e política de estado, bem como para trocas de experiências entre os diversos fóruns e empreendimentos existentes. Além do Portal, a reunião teve como ponto de pauta a "Análise de Conjuntura" e a "Comissão do Cadsol".
A ameaça de uma possível exoneração da equipe atual da Secretaria Nacional de Economia Solidária - Senaes, do Ministério do Trabalho, foi o destaque. A leitura do Fórum Paulista é que atual equipe vem desenvolvendo um trabalho fundamental para o desenvolvimento da Ecosol no Brasil, e deve ser mantida, para que a economia solidária não sofra retrocessos no País. Foi formada uma comissão constituida pelo Adolfo, Robson e Waldiane para a redação de uma carta que deverá ser encaminhada às pessoas e organizações que tem poder de interferência ou/e decisão em relação a esta questão, manifestando nossa posição: "O Singer e sua Equipe FICAM".
Essa mesma comissão ficou com a responsabilidade de articular com o Fórum de Movimentos Sociais, Unisol, DES e outras organizações um ato contra essa medidas e outras que estão prejudicando o desenvolvimento do Brasil e os avanços sociais conquistados nos últimos anos. Foi solicitado aos participantes do Fórum que realizem contatos com vereadores dos municípios em que atuam para comunicar o que está ocorrendo e solicitar que façam moção de apoio à atual equipe da Senaes. Da mesma forma, na instância estadual.
A próxima reunião do Fórum Paulista será no dia 22 de agosto, no anfiteatro da Secretaria Regional de Trabalho e Emprego, na rua Martins Fontes, 109.
Boulos: a preparação do golpe e o governo pasmo
24 de Julho de 2015, 9:05Por Guilherme Boulos* (http://outraspalavras.net/brasil/boulos-a-preparacao-do-golpe-e-o-governo-bestificado/)
PSDB, Cunha e ministros do Judiciário já não escondem conspiração. Mas ela só avança porque Dilma continua rendida à oligarquia financeira - e pode terminar de maneira indigna
A convenção do PSDB em 5 de julho domingo selou a guinada lacerdista do partido de Franco Montoro e Mario Covas. Com discursos recheados de meias palavras, os tucanos deixaram claro o que ainda não podem dizer abertamente: o apoio à interrupção do mandato de Dilma e sua prontidão para ocupar o posto.
Coube a Aécio Neves, em entrevista a uma rádio gaúcha, expressar a meia palavra num ato falho. "A convenção me reelegeu presidente da República", disse o presidente reeleito do PSDB. Os atos falhos, mostrou Freud, são sempre reveladores. Neste caso, revelou aquilo que o também psicanalista Christian Dunker chamou de uma "falta de luto" de Aécio em relação à derrota eleitoral de 2014. E uma sobra de despudor.
O despudor, aliás, é o que melhor define o tom das articulações entre líderes do PSDB e do PMDB sobre as "saídas políticas". Cassação via TSE? Impeachment a partir do TCU? Parlamentarismo com Cunha? Temer ou novas eleições? Tudo isso abertamente nos jornais e, ao que parece, em conexão com ministros de tribunais superiores, numa perigosa escalada de judicialização da política.
Numa palavra, o nome destas articulações é golpismo. Primeiro se constroem as saídas, depois buscam-se os argumentos que podem legitimá-las. Nenhum golpe se deu sem argumentos e muitos deles pretenderam-se constitucionais. Não deixaram de ser golpes por isso.
O tom da convenção tucana forçou Dilma a reagir numa entrevista dizendo que não irá cair. Para logo na sequência anunciar que serão tomadas novas medidas de ampliação do ajuste fiscal. Melhor teria sido o silêncio.
As reações de Dilma ao fogo cerrado contra seu governo parecem um caso grave da síndrome de Estocolmo. Quanto mais a direita a ataca, mais a presidenta a afaga. Repete o mesmo erro de outubro. Ao ser eleita, Dilma deu todos os sinais à direita acreditando que, com isso, garantiria governabilidade.
Deu no que deu. Agora, mais enfraquecida, repete o mesmo gesto, esperando resultados diferentes.
É claro que há um cálculo. Dilma e sua equipe sabem que nenhum golpe prospera sem apoio da elite econômica. Em particular do mercado financeiro. E este não tem razão alguma para queixas do governo Dilma até aqui. Aprofundar o ajuste antipopular poderia ser uma forma de garantir a governabilidade com a banca.
Mas este cálculo parece subestimar os efeitos da perda de governabilidade nas ruas. O governo tem hoje 9% de aprovação. O ajuste fiscal é um dos grandes responsáveis por isso e tudo indica que as consequências mais duras ainda estão por vir. Um governo tão impopular é um governo fraco.
E a banca não costuma se destacar pela lealdade. Se o governo não tiver força para aprovar as políticas de seu interesse - ainda que demonstre disposição para isso - será atirado aos cães sem qualquer remorso. A cada recuo, Dilma vai tornando-se refém desta possibilidade, que seria a mais indigna: ser derrubada não por contrariar os grandes interesses econômicos, mas por não ter condições de defendê-los.
O cenário é complexo. Aos movimentos sociais, cabe ter a firmeza de fazer o enfrentamento em duas trincheiras. De um lado, combater o golpismo sem tréguas, sabendo que - se prosperar - dará expressão a uma ofensiva reacionária de longo alcance. De outro, combater as políticas antipopulares deste governo, que se mostra incapaz de construir uma agenda que seja defensável.
Movimentos golpistas marcaram um ato para 16 de agosto. Importantes movimentos populares, sindicais e estudantis já começaram a se articular para construir uma grande mobilização em 20 de agosto.
Neste cenário de polarização e incerteza, o que é seguro é que a política transbordará cada vez mais para as ruas.
* Guilherme Boulos é da Coordenação Nacional do MTST.
Índios se articulam contra retrocessos na política nacional de demarcações
23 de Julho de 2015, 7:14Por Agência Brasil (Fonte: http://www.brasildefato.com.br/node/32478)
Uma das maiores preocupações dos índios é a PEC 215 que transfere para o Congresso Nacional a competência de demarcar as terras indígenas. Se aprovada, a alteração permitirá ainda modificar os limites de territórios já demarcados. A pressão contra a demarcação de terras indígenas é um dos principais temas discutidos durante a etapa local da Conferência Nacional de Política Indigenista (CNPI), que começou hoje (22) na Aldeia Tenondé Porã, em Parelheiros, extremo sul da capital paulista. Ficarão reunidos até amanhã (23) índios guaranis do Vale do Ribeira, litoral sul do estado, e da própria cidade de São Paulo. O encontro faz parte da preparação para as etapas regional (setembro) e nacional (novembro) do fórum, que pretende ajudar o movimento indígena a se articular para cobrar suas demandas.
Uma das maiores preocupações dos índios é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, de 2000. Em tramitação na Câmara dos Deputados, o projeto transfere para o Congresso Nacional a competência de demarcar as terras indígenas, que hoje é do Ministério da Justiça e da Presidência da República. Se aprovada, a alteração permitirá ainda modificar os limites de territórios já homologados. "Estamos passando por muita pressão para que não se demarquem mais terras indígenas no Brasil", disse Marcos Tupã, um dos coordenadores do encontro.
Tupã atribui a PEC e outros projetos que tramitam no Congresso à ação da bancada ruralista, grupo de deputados e senadores que defendem os interesses do agronegócio. Em consonância com isso estão também o projeto de mineração em terras indígenas e outros projetos de lei que preveem "mudanças trágicas em relação a direitos já conquistados pelos índios", afirmou.
A análise detalhada dos crimes cometidos contra os povos tradicionais durante o regime militar (1964-1985) é outra demanda dos índios. Marcos Tupã informou que, por isso, vai propor a criação da Comissão da Verdade Indígena, da qual os índios possam de fato participar, "porque as comunidades indígenas também sofreram perseguições e até a retirada de determinados territórios".
Pesquisadores e representantes do Poder Público convidados pelos indígenas também participam do encontro, realizado em um barracão com chão de terra batida e bancos de madeira. Ao fundo, uma fogueira ajudava a aquecer o ambiente. A única fonte de luz da sala eram a porta principal, que permanecia aberta, mesmo com a garoa, além de uma pequena janela lateral.
Todas as decisões são tomadas pelos índios, que têm apoio material da Fundação Nacional do Índio (Funai). De acordo com o coordenador regional da Funai no litoral paulista, Cristiano Hutter, a fundação presta à organização do evento todo apoio de deslocamento e alimentação para viabilizar as oficinas locais, mas não opina em nada. "Deixamos a cargo do movimento indígena estabelecer as pautas", disse Hutter.
A reunião ajuda a fortalecer a articulação dos povos, afirmou a líder da Aldeia Tenondé Porã, Jerá Guarani. "Para o Povo Guarani, mesmo separado em regiões diferentes, o significado da luta é um só: fortalecer o nosso modo de ser", ressaltou uma das anfitriãs do evento.
Apesar da defesa das tradições, o movimento indígena também está aberto a mudanças para abrigar questões como o empoderamento das mulheres que começaram a entrar na política interna da aldeia, disse Jerá. "É recente. Na Tenondé, há alguns anos, só tinha uma, que era eu, na liderança. De resto, eram todos homens. E hoje nós temos oito mulheres [em cargos de] liderança."
Na opinião de Jerá, as mulheres que têm liderança, muitas vezes, têm bom trânsito tanto dentro das comunidades quanto em relação aos não índios, o que fortalece a articulação. "[São] como as professoras, que entendem o guarani, mas também entendem a cultura dos não indígenas. Essas se colocam como protagonistas na luta pela terra", explicou.
Fonte de Imagem: Indígenas no Congresso | Crédito: Mídia Ninja
Coordenação Executiva reúne-se com conselheiros do CNES
21 de Julho de 2015, 12:59Por Secretaria-Executiva FBES
Hoje pela manhã, foi realizada uma reunião entre a Coordenação Executiva do FBES com as Conselheiras e Conselheiros representantes no Conselho Nacional de Economia Solidária. Um dos desafios deste encontro é justamente melhorar o diálogo e incidência dentro deste espaço de representação. A reunião ocorreu em Brasília -DF, na sede do Instituto Marista de Solidariedade - IMS, organização da sociedade civil também apoiadora da economia solidária.
Os principais debates pautaram os Planos Estaduais de Economia Solidária, incidências no PPA Nacional e Regionais e as mobilizações da "SENAES É NOSSA!". Agora a tarde teve início ao XIX Encontro do Conselho Nacional de Economia Solidária. A espectativa gerada é ainda a visibilizar e construir estratégias para seguir com o Plano Nacional de Economia Solidária no triênio 2016-2019.
Boletim Extraordinário sobre o Marco Regulatório da Relação Estado e Sociedade Civil
20 de Julho de 2015, 8:43Enviado por Daniel Rech (drech@uol.com.br)
Abaixo segue algumas orientações sobre as mudanças estatutárias, para caso queiram se habilitar para acessar recursos públicos a partir da vigência do Norvo Marco Regulatório.
BOLETIM EXTRAORDINÁRIO SOBRE O MARCO REGULATÓRIO DA RELAÇÃO ESTADO E SOCIEDADE CIVIL
Como devem saber, entra em vigor no dia 27 de julho a Lei no. 13.019/2014 que regula as relações de parceria entre Estado e Sociedade Civil e vale para a União, Estados/DF e Municípios.
De imediato, as organizações da Sociedade Civil que tenham mais de três anos de existência, com regularidade jurídica, fiscal e tributária, experiência prévia e capacidade técnica e operacional para o desenvolvimento dos objetos da parceria, poderão se habilitar para chamamentos públicos através de Termos de Colaboração e de Fomento.
Note-se que a partir da entrada em vigor da nova lei, não mais será possível utilizar o instrumento dos convênios para esta parceria.
Entretanto, para acessar recursos públicos, tanto a União como os Estados/DF e Municípios deverão observar alguns detalhes que deverão constar no estatuto da Organização da Sociedade Civil. Diante disso, aproveitando que muitas entidades realizam suas assembleias ainda neste semestre, estamos sugerindo uma revisão do Estatuto e, caso não estejam presentes os itens citados a seguir, proceder a adequação e assim estar em condições para cumprir o que determina a nova lei (artigo 33):
1 - Nos objetivos (ou finalidades) da entidade (que usualmente se apresentam nos artigos iniciais do Estatuto), deve constar um inciso que diga estar entre os mesmos a "promoção de atividades e finalidades de relevância pública e social". Teoricamente, outras palavras poderiam ser utilizadas, mas para evitar que o gestor público complique, estamos sugerindo que possam reproduzir exatamente o que consta na lei neste caso.
2 - A entidade deverá ter um Conselho Fiscal, o qual, entre as suas atribuições deverá estar a de "opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil e sobre as operações patrimoniais realizadas" (inciso II do Artigo 33). Não há número definido de pessoas para compor o Conselho Fiscal. No entanto, o costume tem indicado o número mínimo de três pessoas (número impar para não haver empate nas decisões), podendo haver suplentes.
3 - O estatuto deverá prever que, em caso de dissolução da entidade, o patrimônio líquido seja transferido a "outra pessoa jurídica de igual natureza e que preencha os requisitos da lei e cujo objeto social seja, preferencialmente, o mesmo" (inciso III do artigo 33). Normalmente, a maioria dos estatutos já possui uma cláusula parecida com esta e espera-se que com uma redação um pouco diferente possa ser recebida pelo órgão público. No entanto, não custa revisar para ver se a cláusula existe e se adequa ao texto da lei.
4 - Finalmente, mesmo que muitas entidades já tenham presente a prática da adoção das Normas Brasileiras de Contabilidade e o princípio da publicidade, estamos sugerindo que coloquem no estatuto uma cláusula informando que a "entidade observará os princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade e dará publicidade ao relatório de atividades e demonstrações financeiras, incluídas as certidões negativas de débitos com a Previdência Social e com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer cidadão" (isso está no inciso IV do artigo 33).
Estas alterações deverão estar registradas em Cartório.
Pela Ampliação das Políticas Públicas de Apoio à Economia Solidária em Defesa da SENAES
17 de Julho de 2015, 7:39Enviado por Secretaria-Executiva FBES
O Fórum Permanente de Economia Solidária da Baixada Santista vêm a público divulgar sua defesa em manutenção da Política Nacional de Economia Solidária. Veja a carta abaixo:
Santos, 15 de julho de 2015.
Qual o significado de se considerar a Economia Solidária em um mundo cada vez mais globalizado e guiado exclusivamente pelo paradigma econômico "produção e consumo", que se utiliza do emprego ilimitado e predatório dos recursos naturais, como se os mesmos fossem infinitos e de propriedade exclusiva daqueles que habitam o planeta na atualidade, sem nenhum tipo de compromisso com as futuras gerações e com as demais formas de vida do planeta? Qual o significado de se considerar a Economia Solidária em um mundo cada vez dominado por um sistema econômico no qual predomina a competição extremada que em escala crescente impõe ao planeta a predominância de poderosos mercados oligopolizados que ampliam a concentração de riquezas, condenando à exclusão numerosíssimos segmentos humanos que são alijados e que têm sua existência simplesmente desconsiderada?
Qual o significado de se considerar a Economia Solidária em um mundo cada vez mais submetido ao encanto do fetiche consumista e da obsolescência programada que determina uma produção de bens aética e alienada?
As consequências nefastas desse modelo já se fazem sentir no plano ambiental, refletindo situações ameaçadoras ignoradas por aqueles que supostamente se beneficiam do atual sistema, muito embora tais desdobramentos são acentuadamente visíveis e perceptíveis pelo aumento da temperatura global, por crises hídricas e energéticas, pela ocorrência simultânea de secas, enchentes e desastres naturais. As consequências nefastas desse modelo já se fazem sentir também no plano social, marcado cada vez mais pelo acúmulo desmedido e crescente da concentração absurda de renda e bens nas mãos de poucos indivíduos e grupos econômicos e que reflete de outro lado, situações extremas de injustiça social, exacerbação da violência, guerras, fanatismo, intolerâncias étnicas e preconceitos disseminados em todos os continentes. É absolutamente urgente resistir e propor alternativas a esse modelo que se esvai por suas próprias contradições; encontrar novas maneiras de prover as necessidades básicas de todos os habitantes do planeta e reverter as situações indignas e desumanas que se abatem a extensos segmentos sociais que sobrevivem em condições de grande vulnerabilidade social. O lema que tem inspirado as múltiplas versões do Fórum Social Mundial é o de que "Outro Mundo é Possível". Dentre outros instrumentos para a construção de uma nova realidade produtiva destaca-se a Economia Solidária, que se baseia no esforço e em resultados obtidos por um trabalho coletivo e de base cooperativa, numa perspectiva solidária dotada de significados e valores compartilhados que se opõem frontalmente à visão utilitarista que vem sendo engendrada e se impõe no planeta há aproximadamente três séculos de hegemonia do capitalismo.
Considerando-se a necessidade e a urgência da edificação de um novo paradigma para as relações socioeconômicas, lastreadas nos princípios da sustentabilidade e da justiça social, que seja capaz de vislumbrar novas perspectivas para deter e reverter os processos deletérios da destruição física e moral do Planeta Terra que se assiste diuturnamente.
Considerando-se a importância e o alcance da Economia Solidária já revelados em múltiplos empreendimentos exitosos nas mais diversas regiões do planeta e do Brasil.
Considerando-se que apesar dessa realidade desfavorável, vários empreendimentos resistem e conseguem sobreviver apesar de todas as dificuldades, atuando em muitas cidades em diversos segmentos cooperativos de prestação de serviços, confecções, alimentação, ecoturismo, agricultura orgânica, extrativismo, pesca, coleta seletiva de resíduos, dentre outros.
Faz-se necessário ampliar as políticas públicas da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES) com o Professor Paul Singer na sua direção. Afinal, nos doze anos de existência da Secretaria observam-se importantes avanços na construção da Economia Solidária no Brasil, que já mobiliza aproximadamente 1,5 milhão de pessoas em mais de 20 mil empreendimentos econômicos solidários e contribui para a construção de outras relações de trabalho.
Como afirmou o Professor Paulo Freire: "através de sua permanente ação transformadora da realidade objetiva, os homens, simultaneamente, criam a história e se fazem seres histórico-sociais". A questão, Senhora Presidente, Senhores Ministros, Senhores Parlamentares, é que alguns homens se diferenciam em sua trajetória por terem ações de fato transformadoras. Um desses homens admiráveis é atuante no governo federal. Trata-se do Professor Paul Singer. Pela sua manutenção na direção da SENAES e fortalecimento das políticas de Economia Solidária no Brasil!
FÓRUM PERMANENTE DE ECONOMIA SOLIDÁRIA DA BAIXADA SANTISTA
Acesse a carta completa em: http://migre.me/qNWAX
Versão final da Carta da 22ª Feicoop
15 de Julho de 2015, 9:03Por Maiquel Rosauro (MTb/RS 13334)
A 22a. Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop) e 11a. Feira Latino Americana de Economia Solidária foram realizadas de 10 a 12 de julho, no Centro de Referência em Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, em Santa Maria. Segundo a Brigada Militar, 245 mil pessoas prestigiaram os eventos.
Os participantes da Feira são provenientes de 17 países: Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Chile, China, Colômbia, Costa do Marfim, Espanha, Equador, Hungria, Itália, Nicarágua, Paraguai, Peru, Senegal, Uruguai, os quais representam três continentes (África, Europa e América do Sul). Houve a presença de 26 Estados Brasileiros e Distrito Federal, com 556 municípios representados. A Feira também contou om a presença de 27 Fóruns Estaduais de Economia Solidária, Fórum Brasileiro de Economia Solidária e mais de 800 grupos expositores.
Foram expostos cerca de 10 mil produtos, entre: Agroindústria Familiar, artesanato, alimentação, hortifrutigranjeiros, plantas ornamentais, serviços, e produtos de povos indígenas.
Para a realização da Feira, atuaram 65 equipes de trabalho, com a participação de dezenas de pessoas voluntárias. Neste mutirão destaca-se a presença dos povos quilombolas, indígenas, catadores, senegaleses, movimento de mulheres, campesinos e juventudes. Destaque também para a presença de universidades, gestores públicos, instâncias do Legislativo Municipal, Estadual e Federal, entidades, movimentos sociais, pastorais, igrejas, sindicatos, cooperativas, ONGs, Cáritas, Dioceses, Arquidioceses, escolas, incubadoras sociais e da imprensa.
Os eventos de Economia Solidária foram promovidos pelo Projeto Esperança/Cooesperança, da Arquidiocese de Santa Maria, com apoio de Cáritas, Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (Senaes/MTE), Prefeitura Municipal de Santa Maria, Instituto Marista Solidariedade (IMS), Fórum Brasileiro e Fórum Gaúcho de Economia Solidária, entre outras entidades.
Acesse a carta completa em: http://migre.me/qMmgF
Fórum Paranaense realiza 6º Encontro Estadual de Economia Solidária e Audiência Pública
15 de Julho de 2015, 8:32Por Secretaria-Executiva FBES
Ontem (14-07), o Fórum Paranaense de Economia Solidária realizou o 6o Encontro Estadual de Economia Solidária, com o objetivo de apresentar o Plano Estadual construído e aprovado na 3a. Conferencia Estadual de Economia Solidária e articular as estratégias de sua execução e eleger a Coordenação e Secretaria-Executiva, na gestão 2015-2017 do FPES. Além disso, no dia 13/08/2015, que antecedeu o encontro, realizou-se uma audiência Pública na ALEP para socializar o Plano Estadual e debater sobre o marco legal da ecosol para o Estado.
Acesse o Plano Estadual de Economia Solidária do Estado: http://migre.me/qMkF9
A Senaes é nossa: em Defesa da Política Nacional de Economia Solidária
11 de Julho de 2015, 14:05Enviado por Secretaria-Executiva do FBES
O Fórum Brasileiro de Economia Solidária - FBES, conclama a sociedade brasileira em defesa da Política Nacional de Economia Solidária. Leia carta completa abaixo:
Santa Maria da Boca do Monte, 10/07/2015
O mundo tem passado nos últimos anos, por profundas crises: degradação ambiental e consequente crise climática; crise energética; crise alimentar; crise econômica, esta sem precedentes na história moderna. Estas crises não são isoladas, mas estão interligadas a um modelo de desenvolvimento, baseado no lucro de alguns e na pobreza de muitos, que já atingiu seu esgotamento e ameaça a continuidade da espécie humana na terra.
Por outro lado, milhões de pessoas, nos cinco continentes, têm construído soluções para estes dilemas, a partir da solidariedade, da democracia, da autogestão e da organização política e econômica. São inúmeras iniciativas econômicas que geram muito mais que trabalho e renda: elas apontam de maneira concreta para outro modelo de desenvolvimento, este sim centrado na qualidade de vida de todas as pessoas desta e das futuras gerações
O Brasil possui a maior rede de economia solidária do mundo, em que se articulam dezenas de milhares de cooperativas da agricultura familiar, coleta e reciclagem de materiais recicláveis, iniciativas agroecológicas, bancos comunitários, fundos rotativos, feiras e centrais de comércio justo e solidário, sistemas de certificação participativos de produtos orgânicos, empresas recuperadas por trabalhadores/as, mulheres desenvolvendo uma economia feminista que tem qualificado a economia solidaria, de quilombolas, indígenas, ribeirinhos, ex-detentos, pessoas com problema de saúde mental, grupos de consumo responsável, empreendimentos coletivos de artesanato, confecção, alimentação, turismo, cultura, metalurgia, construção civil, educação e tantos outros campos da atividade humana.
Assim como a ONU constatamos que "estas iniciativas, em toda sua diversidade, preservam o planeta, geram trabalho e renda e contribuem para a luta contra a mudança climática." (Social Solidarity Economy Recommendations for the Post-2015 Development Agenda,~-http://ripess.org.br).
Esta esperança em construção tem, desde 2003, uma importante aliada no campo das políticas públicas, e que hoje está ameaçada: trata-se da SENAES - Secretaria Nacional de Economia Solidária, que tem promovido, a partir do diálogo inter-setorial no governo nos âmbitos federal, estadual e municipal, e também a partir da interlocução com os movimentos sociais que representam a economia solidária nos territórios, um ambiente de promoção e reconhecimento da Economia Solidária como estratégia de desenvolvimento sustentável, territorial e solidário.
A Economia Solidária só pode dar respostas à sociedade quando existirem políticas públicas adequadas a esta nova forma de se fazer economia, e este tem sido o importante papel da SENAES nos últimos 12 anos.
Nesses 12 anos, inúmeras iniciativas foram construídas:
* a identificação de mais de três milhões de pessoas que vivem a economia solidária em suas vidas em nosso país, revelando que uma OUTRA ECONOMIA JÁ ACONTECE;
* centenas de iniciativas de apoio e fomento ao desenvolvimento da economia solidária - educação, assessoramento técnico, Incubação, Finanças Solidárias, Redes e Cadeias Produtivas;
* incentivo à Produção, Comercialização Justa e Solidária e Consumo Responsável, hoje articulados no Sistema Nacional de Comércio justo e Solidário;
* o prêmio boas práticas de economia Solidária do BNDES, troféu "Sandra Magalhães";
* a criação do Conselho Nacional e de mais de 15 Conselhos Estaduais e Municipais de Economia Solidária.
* No ano de 2014, 1572 municípios com a participação de mais de 21.000 mil brasileiros e brasileiras estiveram envolvidos nas Conferências municipais, territoriais, regionais e nacionais de Economia Solidária, construindo Planos de Desenvolvimento da Política Nacional de Economia Solidária.
Fruto de um mutirão nacional, a III CONAES (Conferência Nacional da Economia Solidária), foi construído o Plano Nacional de Economia Solidária (PNES) que é a concretização do avanço da Política de Economia Solidária como estratégia de desenvolvimento territorial, sustentável e solidário. Essa construção coletiva, como método de governo, não pode retroceder e por isso defendemos o fortalecimento da SENAES para implantar e executar o PNES, como estratégia fundamental de articulação interministerial e afirmação de uma política transversal com a ampliação do fomento às diferentes iniciativas de Economia Solidária em todo território nacional.
Diante dos recentes acontecimentos que ameaçam a continuidade da Política Nacional de Economia Solidária, o Fórum Brasileiro de Economia Solidária - FBES reafirma que a Secretaria Nacional de Economia Solidária - SENAES é uma conquista histórica do Movimento de Economia Solidária. Neste sentido, não aceitamos nem um passo de recuo que prejudique a construção de uma Política Transversal. Reiteramos a importância de ampliação dessa Política articulada com a pauta de outros movimentos sociais, em espaço estratégico no governo. A SENAES É NOSSA!
Qualquer tomada de decisão que signifique mudança na SENAES ou na institucionalização da política deve ser amplamente dialogada com o Movimento de Economia Solidária, bem como nenhuma política construída pelos movimentos sociais jamais deve ser posta como moeda de troca em negociações partidárias. A SENAES É NOSSA!
Nos últimos 12 anos foram diversas as conquistas para o movimento de economia solidária e não admitimos qualquer retrocesso. Todos esses avanços foram construídos em diálogo permanente com o Movimento de Economia Solidária o que nos permite afirmar que a SENAES É NOSSA!
Diante disso, manifestamos a defesa da manutenção da SENAES no Ministério do Trabalho e Emprego - MTE como principal instrumento de articulação e fomento da Política de Economia Solidária, gerido por lideranças reconhecidas e legitimadas pelo Movimento de Economia Solidária, na pessoa do professor Paul Singer e sua equipe. Porque a SENAES É NOSSA!
É preciso defender uma economia que esteja na mão de todas as pessoas e não de uma minoria, uma economia que gere vida em qualidade para todos e não somente alguns, uma economia que garanta um meio ambiente saudável e alimentos livres de agrotóxicos e transgênicos para a população de nosso país.
Uma outra economia não é apenas urgente mas também é necessária para garantir um futuro digno, com qualidade de vida, a todas as brasileiras e brasileiros.
Por isso, conclamamos aos movimentos sociais, organizações civis, redes e fóruns, que se juntem ao FBES para que exijamos a continuidade e o fortalecimento das políticas públicas de Economia Solidária no Governo Federal, fazendo valer a nossa luta histórica.
Economia é no dia a dia. A nossa (Secretaria) vida não é mercadoria !!!!! FBES - Fórum Brasileiro da Economia Solidária
Acesse carta completa em: http://migre.me/qJuk4
Abertura da Feicoop é marcada por discursos em defesa da Senaes
11 de Julho de 2015, 13:53Por Maiquel Rosauro (MTb/RS 13334)
A cerimônia de abertura da 22a. Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop) e 11a. Feira Latino Americana de Economia, na tarde deste sábado, em Santa Maria-RS, foi uma das concorridas dos últimos anos. Dezenas de autoridades e integrantes de movimentos sociais estiveram presentes no ato, que destacou-se pelos discursos em defesa da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Logo no início do evento, a coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança, irmã Lourdes Dill, dirigiu-se diretamente ao secretário-geral da Presidência da República, ministro Miguel Rossetto.
- Pedimos que o senhor leve um recado para presidente Dilma Rousseff. Ouvimos um boato de que a equipe da Senaes será destituída, mas a Senaes é nossa. Nossa secretaria não é moeda de troca e se isso acontecer, pedras irão rolar! - advertiu a religiosa.
Em seu discurso, Rossetto deixou claro que entendeu o recado.
- Vou levar essa mensagem para Brasília, irmã Lourdes Dill. Vou dizer que aqui em Santa Maria pedras pularam e pedras falaram.
O ministro ainda ressaltou que o governo Federal não quer a Economia Solidária distante da economia nacional.
- É preciso acreditar na Economia Solidária, em uma sociedade mais igualitária, que seja capaz de aceitar as diferenças e confrontar as desigualdades - destacou Rossetto.
O economista e titular da Senaes, Paul Singer, disse estar comovido com o apoio recebido pelo público em favor de sua permanência na pasta e também deixou claro que a Economia Solidária não se baseia apenas na Agricultura Familiar.
- Precisamos aprender a fazer Economia Solidária em tudo em nossas vidas - refletiu Singer.
O ex-governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, também afirmou que a Senaes é dos movimentos sociais e explicou em seu discurso porque prestigia a Feira todos os anos.
- Cada vez que venho aqui eu me sinto energizado - disse Olívio.
A cerimônia também contou com a presença do deputado federal Elvino Bohn Gass, dos deputados estaduais Valdeci Oliveira, Jorge Pozzobom e Tarcísio Zimmermann, do prefeito municipal de Santa Maria, Cezar Schirmer, e do arcebispo metropolitano de Santa Maria, Dom Hélio Rubert. O evento foi finalizado com diversas homenagens a lideranças da Economia Solidária e movimentos sociais.
Mais cedo, no início da tarde, foi realizada a 11a. Caminhada Ecumênica e Internacional pela Paz e Justiça Social. O evento foi puxado pelo músico Antonio Gringo e contou com dezenas de participantes, sobretudo, jovens e integrantes do movimento feminista.
Neste sábado (11), o destaque da Feira é a Jornada Regional de Prevenção ao Uso de Drogas, que irá ocorrer no Espaço Sandra Magalhães, no Parque da Medianeira, entre 9h30min e 17h. A coordenação é da Arquidiocese de Santa Maria e Regional Centro do Amor Exigente. Devem participar do evento, o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Dr. César Luís de Araújo Facciolo; prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer; arcebispo metropolitano de Santa Maria, Dom Hélio Adelar Rubert; diretor do departamento estadual de Políticas Públicas sobre Drogas, coronel Edison Tabajara Rangel Cardoso; e a coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança, irmã Lourdes Dill.
Às 17h, ainda no sábado, no Palco da Feira, ocorre a entrega do "Prêmio BNDES de Boas Práticas em Economia Solidária - Homenagem à Sandra Magalhães".
No domingo (12), a cerimônia de encerramento inicia às 18h, no Palco da Feira.
São esperados cerca de 240 mil visitantes na 22a. Feicoop, no Centro de Referência em Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter. Ano passado, a Feira recebeu cerca de mil expositores, que ofereceram em torno de 10 mil produtos, entre: Agroindústria Familiar, artesanato, alimentação, hortifrutigranjeiros, plantas ornamentais e produtos de oito povos indígenas. Para esta nova edição, é esperada uma quantidade similar de expositores e produtos.
Os eventos de Economia Solidária são promovidos pelo Projeto Esperança/Cooesperança, da Arquidiocese de Santa Maria, com apoio de Cáritas, Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (Senaes/MTE), Prefeitura Municipal de Santa Maria, Instituto Marista Solidariedade (IMS), Fórum Brasileiro e Fórum Gaúcho de Economia Solidária, entre outras entidades.