Secretaria Geral realiza o Fórum Dialoga Brasil
25 de Maio de 2015, 14:51Por Secretaria-Executiva FBES
A Secretaria-Geral da Presidência da República realizará por estes dias três edições do "Fórum Dialoga Brasil PPA 2016-2019". O objetivo do fórum é ampliar o diálogo do Governo Federal com os conselhos de políticas públicas, movimentos sociais e entidades da sociedade civil, empresariais e sindicais dos diferentes Estados.
Estes diálogos pretendem construir instrumentos que servirão como base para as políticas públicas nacionais nos próximos quatro anos. Todos os encontros contarão com a participação dos ministros Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, e de Nelson Barosa, Ministro do Planejamento.
Para quem for participar realize seu credenciamento através do site www.participa.br/forumdialogabrasilregional. Para maiores informações entre emc contato através do e-mail forumdialogabrasil@presidencia.gov.br ou pelo telefone (61) 3411-2523.
Atenção ao Calendário:
Sul: (PR, RS e SC): 28 de maio de 2015. Acesse o convite em: http://zip.net/brrkwh
Sudeste: (MG, SP, ES e RJ): 29 de maio de 2015. Acesse o convite em: http://zip.net/byrkTL
Nordeste 1 (CE, MA, PB, PI e RN): 11 de junho de 2015. Acesse o convite em: http://zip.net/byrkTM
Para facilitar seu credenciamento, acesse o site e faça sua inscrição
Para quem quiser acompanhar a transmissão ao vivo pela internet: http://www.participa.br/forumppa/
Cooperativa habitacional do Uruguai é tema de mostra em SP
25 de Maio de 2015, 13:00Publico por Arcoweb (www.arcoweb.com.br)
A partir de 3 de junho, o público poderá conferir no Museu da Casa Brasileira uma exposição que destaca meio século de experiências do movimento cooperativo uruguaio para habitação popular
O movimento cooperativista uruguaio será apresentado por meio de fotografias, planos e maquetes de 20 obras produzidas em Montevidéu durante 50 anos - contemplando diversas modalidades de gestão e projeto e implantações urbanas.
O modelo que possibilitou aos trabalhadores da capital uruguaia o acesso à habitação de qualidade foi criado, no início dos anos 60, a partir da iniciativa de um pequeno grupo de profissionais.
A mostra, que conta com o apoio do Consulado do Uruguai em São Paulo, é resultado de um trabalho de documentação e pesquisa desenvolvido entre Brasil e Uruguai, por meio da Escola da Cidade e da Faculdade de Arquitetura de Montevidéu.
A curadoria é dos arquitetos Alina del Castillo e Raúl Vallés, da Unidade Permanente de Habitação (Montevidéu), Luis Octavio de Faria e Silva e Ruben Otero, do curso de pós-graduação Habitação e Cidade (São Paulo).
No dia da abertura, 3 de junho, às 19h, haverá uma mesa-redonda sobre habitação no Brasil e no Uruguai com a participação de arquitetos dos dois países: Mariano Arana e Raúl Vallés (Universidad de la República Uruguay - Facultad de Arquitectura), Elisabete França (FAAP e núcleo USPcidades) e Ciro Pirondi (Escola da Cidade).
m seguida, às 19h30, será lançado um catálogo com imagens e fichas técnicas dos projetos retratados na exposição junto a textos dos arquitetos uruguaios Alina del Castillo, Benjamim Nahoum, Miguel Cecilio, Raul Vallés e Ruben Otero.
O que: Cooperativas habitacionais no Uruguai - meio século de experiências
Local: Museu da Casa Brasileira
Data: Terça a domingo Horário: 10h às 18h
Endereço: Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2705 - Jardim Paulistano, São Paulo
Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia-entrada) / Crianças até 10 anos e maiores de 60 anos são isentos / Gratuito aos sábados, domingos, feriados e aberturas noturnas
Diversidade marca festa-show do Jornalistas Livres em São Paulo
25 de Maio de 2015, 12:54Por Tiago Pereira, da RBA (http://www.redebrasilatual.com.br/)
São Paulo - Artistas, jornalistas, movimentos sociais, ativistas dos direitos humanos e a juventude "das quebradas" paulistanas se reuniram ontem (25), na Praça das Artes, no centro da capital, para a festa-show de lançamento oficial do coletivo Jornalistas Livres.
A plateia pôde conferir apresentações de samba, rap, hip-hop, tambores africanos e o ritmo caribenho de um grupo composto por imigrantes haitianos. Flora Matos fechou a noite que foi marcada pela diversidade de gêneros, estilos, crenças, raças, cores, tanto no palco como na plateia.
"É festa dos direitos humanos, é a festa da diversidade, dos movimentos sociais. É a festa de todo mundo que luta por um país justo, mais humano e mais solidário", disse Laura Capriglione, que integra o coletivo Jornalistas Livres, na abertura do evento.
"A ideia é que a gente construa um canal para que todos os movimentos sociais, todas as pessoas que querem falar, que querem se expressar, e que não encontram expressão possível dentro da mídia tradicional, possam usar esse grande canal que está se abrindo hoje por meio dos Jornalistas Livres", ressaltou Laura.
As bandeiras dos movimentos sociais marcaram presença. Uma barraca do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fazia a venda de produtos agroecológicos oriundos da reforma agrária. No palco, movimentos de luta por moradia faziam a defesa da reforma urbana "na prática", como destacou Guilherme Boulos, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
"O que os Jornalistas Livres estão fazendo, não só nesse evento de hoje, mas ao fazer a cobertura dos movimentos sociais, mostrando o que a grande mídia não mostra, é fazer, na prática, a democratização dos meios de comunicação. Nós, quando fazemos ocupação, estamos fazendo a reforma urbana, na prática, e os Jornalistas Livres estão democratizando a mídia, na prática, com as suas ações", destacou Boulos em um dos breves discursos engajados que entremearam as apresentações musicais.
Mídia livre e oposição à redução da maioridade penal, temas em destaque Outro tema presente foi a redução da maioridade penal. Na área aberta da Praça das Artes, uma enorme bandeira feita de retalhos dava o recado: "Redução é roubada". O tema também foi objeto da fala do deputado federal Orlando Silva (PCdoB), que afirmou que os parlamentares que são a favor da redução o fazem sem embasamento, com o único argumento de que "essa seria a vontade da maioria".
Também estiveram presentes o ex-senador e atual secretário de Direitos Humanos da cidade de São Paulo, Eduardo Suplicy, o blogueiro e ativista Altamiro Borges, o economista Paul Singer, a cartunista Laerte Coutinho e diversos representantes da sociedade civil organizada.
22ª Feicoop é lançada na 1ª Feira da Biodiversidade
21 de Maio de 2015, 14:27Por Maiquel Rosauro (Assessor de imprensa da 22a. Feicoop)
O sábado contou com diversas atividades na 1a. Feira da Biodiversidade, que ocorre no Centro de Referência em Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, em Santa Maria. O destaque da programação foi o lançamento da 22a. Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop). O dia iniciou com o tradicional Feirão Colonial, com a presença de pequenos produtores rurais de toda a região. Ao meio-dia, ocorreu homenagem aos 15 anos do Grupo Agroecologia Terra Sul (GATs) e aos 157 anos do município de Santa Maria. Também foi realizado um ato em favor da biodiversidade, cuja data é celebrada em 22 de maio, seguido pelo lançamento da Feicoop.
Durante a tarde, foram realizadas oficinas e formatura de capoeira, com a presença de centenas de capoeiristas de dez municípios gaúchos. A 1a. Feira da Biodiversidade teve início na sexta-feira (15) e será encerrada ao final da tarde deste domingo (17).
Prêmio BNDES de Boas Práticas em Economia Solidária será entregue na Feicoop
O maior evento de Economia Solidária da América Latina será realizado de 10 a 12 de julho, no Centro de Referência em Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter. A expectativa é de manter o sucesso de público das edições anteriores.
- Estamos aguardando a presença de 250 mil pessoas na Feicoop - projeta irmã Lourdes Dill, coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança, que organiza a Feira.
Uma das novidades deste ano será a entrega do Prêmio BNDES de Boas Práticas de Economia Solidária - Troféu Sandra Magalhães, que irá beneficiar 96 experiências brasileiras, selecionadas via edital do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).
Os empreendimentos selecionados irão receber o valor de R$ 20 mil, enquanto que as Redes de Economia Solidária irão ganhar R$ 50 mil, caso do Projeto Esperança/Cooesperança. No total, serão repassados R$ 2,4 milhões a todos os 96 empreendimentos e redes selecionados de todos os estados brasileiros - comenta irmã Lourdes.
A entrega do Prêmio será realizada no dia 11 de julho (sábado), às 17h, no Palco da Feira. O objetivo é reconhecer e divulgar as iniciativas de "boas práticas" de Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) e suas Redes. A iniciativa é uma ação conjunta de BNDES, Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (Senaes/MTE) e do Fórum Brasileiro de Economia Solidária.
O Prêmio homenageia a economista Sandra Magalhães, que liderou diversos movimentos em busca da evolução da Economia Solidária no Brasil.
- O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, estará presente representando o governo Federal - afirma a religiosa, que também aguarda a presença de 40 bancos comunitários de fundos rotativos vindos do Ceará.
Paralelo a 22a. Feicoop, também irá ocorrer a 11a. Feira Latino Americana de Economia Solidária, 15a. Mostra da Biodiversidade e Agricultura Familiar, 11o. Seminário Latino Americano de Economia Solidária, 11a. Caminhada Internacional e Ecumênica pela Paz e Justiça Social e 11o. Acampamento do Levante Popular da juventude.
Informações pelo fone (55) 3219-4599 ou no site www.esperancacooesperanca.org.br.
Fórum do DF e Entorno realiza atividade sobre as Políticas de Ações Integradas
19 de Maio de 2015, 12:57Enviado por Rosimeri Pereira (rosimeri.mp@gmail.com)
Em parceria com a SENAES, o Fórum de Economia Solidária do DF e Entorno realiza o I Encontro de Políticas Integradas de Economia Solidária do Distrito Federal. Neste contexto a proposta é reunir em um mesmo espaço empreendimentos econômicos solidários - EESs, entidades de assessoria a economia solidária com projetos em execução e poder público (SENAES, Secult, SDE, Sedest, SETRAB GDF), com dois principais objetivos:
1) Dar visibilidade a economia solidária do DF e Entorno projetos, EES, poder público;
2) Fortalecer uma agenda de articulação e trabalho voltada à política pública de economia solidária;
Atualmente, o DF e Entorno possui uma série de iniciativas de projetos conveniados com o poder público. Além disso, em 2014 foi realizado uma Conferência de Economia Solidária - III CONAES, que tem por resultado um levantamento de informações que precisam se transformar agora em um plano para a política pública de economia solidária no DF.
DATA: 20 de maio de 2015 (quartafeira)
LOCAL: Auditório MTE Brasília/DF
INSCRIÇÕES: http://cirandas.net/fesdfe/
Não podemos desistir do projeto de renovação em curso nos países latino-americanos
19 de Maio de 2015, 8:31Por Claudia Fanti (Agência Adista)
Em entrevista, Ana Maria Araújo Freire, esposa do educador, fala sobre o encontro que teve com o Papa Francisco e o legado educacional deixado por seu companheiro.
O pedagogo Paulo Freire baseou todo seu trabalho na libertação dos "condenados da Terra." Escreveu inúmeros textos e livros, mas talvez o mais recordado e atual tenha sido o livro "A pedagogia dos oprimidos" centrado no princípio da educação como instrumento para a libertação, num processo de autoeducação coletiva (através de um método de alfabetização centrado na participação ativa e consciente, a partir das reais necessidades e aspirações dos estudantes), capaz de superar os esquemas da cultura da classe, de uma educação "bancaria", autoritária e discriminatória, que vê o aluno como uma conta vazia na qual o professor é chamado para depositar mecanicamente o que ele sabe.
Esse livro foi escrito durante seu exílio no Chile, onde Freire tinha chegado depois do golpe no Brasil em 1964, e publicado em espanhol e inglês em 1970, com uma dedicação que é em si mesmo um cartaz: "Para os mendigos do mundo e para aqueles que se reconhecem neles e, assim, com eles sofrem, mas também com eles lutam".
De Paulo Freire e do que a sua perspectiva revolucionária ainda pode dizer à Igreja, Ana Maria Araújo Freire, a segunda esposa do grande pedagogo (a primeira esposa, Elza Maia Costa de Oliveira, sua colega de ensino, morreu em 1986), enfatiza que o conceito de mundanismo de Freire, na sua relação não dicotômica com a transcendência ("Eu estou com Marx no mundanismo, mas em busca de Cristo na transcendência", escreveu Freire), é também um sinal distintivo do pontificado de Francisco: ou seja, o princípio de que a transcendência necessariamente tem que "ir para a vida concreta dos homens e das mulheres da terra".
Segue a entrevista:
Adista - Como foi o seu encontro com o Papa Francisco?
Ana Maria Araújo Freire - Foi muito emocionante. Eu queria conhecê-lo para falar com ele sobre como a Igreja Católica avalia o trabalho de Paulo e sua mensagem profundamente libertadora. Pensei que ele pudesse me dedicar apenas alguns minutos, mas a conversa durou 40 minutos e foi muito frutífera. Esperava que os Dominicanos, Salesianos, Jesuítas e etc, estudam os textos de Paulo sobre a pedagogia da libertação e perguntei se é possível iniciar uma busca nos arquivos do Vaticano sobre a repercussão que a pedagogia do Oprimido teve dentro da Igreja Católica.
Mas ele explicou que o Vaticano permite pesquisar apenas sobre os acontecimentos que tiveram lugar há 70 anos.Também falei sobre a importância do seu pontificado, permeado por aquilo que Paulo chamou de "mundanismo", em relação não dicotômica com a transcendentalidade: ou seja, o transcendental deve passar pela vida concreta dos homens e das mulheres da terra.
Não podemos pensar em uma Igreja que não seja profética, uma Igreja que não coloca o ser humano no centro. E para que isto seja possível temos que pensar em termos de extrema concretude: se você estiver cheio ou se você estiver com fome, se você dormir sob um teto ou não, se você é forçado a viver perseguido fugindo do mundo, se você morrer no mar perseguindo um sonho de liberdade.
Precisamos pensar sobre a violência no mundo, determinada pelo sistema capitalista, com sua obsessão com dinheiro e bens materiais. Um sistema para o qual a vida não vale nada. Paulo tratou o tema da ética como afirmação da vida, contra o mal neoliberal e sua recusa cínica do sonho e da utopia. E a Igreja Católica tem que começar a partir daqui. A direção deve ser de baixo - a partir das reivindicações de todos os povos em todas as sociedades - para cima, como sempre tem destacado Paulo.
Não pode ser uma pequena elite - antes a nobreza, em seguida, a grande burguesia e da burguesia hoje alguns bilionários - que controlam e decidem tudo: como as pessoas devem se vestir, comer, o que a escola ensina. Os jornais não dizem, a escola não diz. E assim, as pessoas não sabem o que realmente acontece no mundo. Concentrei-me sobre estes aspectos e o Papa concordou.
Hoje, no contexto atual do Brasil, o que significa o pensamento, a visão de mundo, a compreensão da educação de Paulo Freire?
Eu acho que, em um contexto de opressão tão profunda e de violência tão difundida, a obra de Paulo Freire é agora ainda mais significativa do que quando ele morreu, em 1997. Desde 1970, com a Pedagogia do Oprimido, e depois com os livros, sua obra foi lida em todo o mundo, na Europa, nos Estados Unidos, Canadá, América Latina, na Ásia, em grande parte da África.
Na década de 90, com a propagação do desconstrucionismo, tem sido fortemente reduzido o valor da utopia, o sonho de um mundo melhor: o mundo é como é, um reino animal, onde prevalece o mais forte sobre o mais fraco. Mas quem não se resigna a essa visão, que foi incorporada pelo neoliberalismo com consequências perversas que sabemos, volta para as obras de Paulo. O filósofo Henrique Dussel disse uma vez que os dois maiores pedagogos da história humana foram Rousseau e Paulo Freire. Mas Paulo foi mais longe, porque sua pedagogia não é a partir de um ser imaginário como o jovem Emilio, mas pelo sofrimento, alegria, tristeza, medo e interesses de pessoas concretas em suas vidas diárias, de modo que eles se tornam mais plenamente pessoas, ultrapassando as condições e relações de opressão.
Paulo Freire disse que a educação não é apenas um ato, mas também um ato político pedagógico. Não é precisamente isso que falta hoje?
O trabalho de Paulo representou algo especial: a oferta de educação a serviço da transformação política e econômica dos oprimidos. Uma sobrinha perguntou-me se eu estava vindo para falar sobre a minha vida com Paulo, a uma vida de cumplicidade, de comunhão de ideias, de harmonia, de confiança, de amor profundo. Eu respondi que preferia falar de educação como Paulo sempre a entendeu, uma educação que é essencialmente política, que nunca é politicamente neutra, que não pode ser a serviço de grupos com interesses contraditórios.
Quando você faz educação, sempre será em favor de alguém e, consequentemente, contra alguém. Quando você dá uma notícia em um jornal, será sempre em favor ou contra um interesse particular. Eu acho que, no Brasil, mais do que em qualquer outro lugar, a imprensa sabe como enganar e iludir o povo.
Por que as pessoas vão contra o governo Dilma, contra o PT? Porque eles pensam que o que a imprensa diz é verdadeiro e incontestável. É verdade que há corrupção, que foram colocadas as mãos sobre a Petrobras, que foi um dos grandes projetos brasileiros como o carnaval ou o futebol, basta pensar sobre a importância do pré-sal. Mas pensar que isso só acontece no Brasil e que a solução é substituir o atual governo por um governo da direita. Um governo que quer vender a Petrobras, porque acha que só o setor privado funciona, enquanto o público está à mercê de ladrões, como se não houvesse milhões de casos de roubo e corrupção nas empresas privadas. A solução, para fazer as coisas funcionarem bem, não é livrar-se do patrimônio nacional.
Em uma era profundamente marcada pela ameaça de uma catástrofe climática, e tendo em conta os dados fornecidos pelos cientistas - que, para ter qualquer esperança de manter o aquecimento global abaixo de dois graus Celsius, precisamos manter intactas, pelo menos, um terço das reservas mundiais de petróleo - não seria melhor trabalhar para superar um modelo dependente de combustíveis fósseis, um modelo que não é praticável em face de crises de pico do petróleo (a ideia, ou seja, que a produção de petróleo convencional, como produto fácil e barato, está começando a declinar?). E, não deve ser apenas essa a tarefa dos movimentos populares: empurrar na direção de outro modelo de energia?
Que alternativas existem? Nas condições atuais, não é possível substituir o modelo existente por um modelo baseado em energia solar e outras fontes renováveis. O Brasil está trabalhando para reduzir suas emissões, ao contrário de outros países que têm mais responsabilidade em relação ao aquecimento global. Se o Brasil não usar o petróleo do pré-sal, outros países parariam de consumir petróleo? Infelizmente, o pré-sal é necessário. Embora, é verdade, o Brasil poderia aumentar a produção de energia solar.
Até os anos 50, tivemos no Brasil um serviço de trem que ficava em segundo lugar no mundo. Mas o governo de Juscelino Kubitschek estabeleceu um acordo com os Estados Unidos para o desmantelamento da rede ferroviária, afim, de favorecer carros e caminhões. Foi uma tragédia na história do nosso país. Se o Brasil mantivesse um serviço de trem avançado e confortável, poderíamos ir de São Paulo para Recife em dois dias e as ruas não seriam tão cheias de automóveis e caminhões.
Pode-se dizer que a estratégia dos governos do PT para melhorar as condições de vida das pessoas sem chocar-se com os interesses do grande capital chegou ao fim?
Não houve, de fato, uma ruptura do modelo dominante. Em teoria, Lula poderia ter se comprometido com um governo socialista, poderia ter parado de promover o agronegócio para apoiar a agricultura camponesa e os Sem-Terra, poderia ter eliminado a propriedade. Eu acredito que não é falta de vontade. Lembremo-nos de que o PT não ganhou o governo de uma maneira revolucionária, mas através de eleições. Basta pensar como é reacionário o exército brasileiro, que comprometeu-se a evitar que vir à luz tortura, repressão, assassinatos, dificultando o trabalho da Comissão Nacional da Verdade.
Hoje há uma revolta das elites. Alguns dizem: como faço para voar se eu posso me sentar ao lado de qualquer tipo de pessoa? E há também quem polemiza contra as classes mais pobres que hoje tiram vantagem dos serviços que anteriormente estavam excluídos, como se a educação fosse deteriorada devido ao aumento do número das pessoas que vão à universidade através de bolsas de estudo. O fato é que, infelizmente, não aumentou o número de universidades públicas. Em qualquer caso, a escolaridade cresceu. O que falta no Brasil é a garantia para os pais que deixam seus filhos em um lugar onde sejam controlados, mas também educados, onde recebam estímulos para que consigam facilitar o processo de aprendizagem posterior.
Há um reavivamento preocupante da agressividade por parte da direita, incluindo a direita do golpe, no Brasil e em toda a região latino-americana. Existe o perigo de uma restauração conservadora?
O perigo existe. Por isso a última eleição foi tão importante. Foi necessário evitar o retorno da direita. Não podemos desistir do projeto de renovação em curso em muitos países latino-americanos. Por isso, por exemplo, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra tem apoiado o governo Dilma, apesar das críticas contra este governo.
Quando ele foi questionado sobre como ele queria ser lembrado, Paulo Freire respondeu: "Eu gostaria de ser lembrado como uma pessoa que amava profundamente o mundo e as pessoas, os animais, as árvores, a água, a vida." Diante de tantas ameaças ao meio ambiente que são registrados em todo o mundo, e também no Brasil, isso pode ser lido como um convite a levar em sério o cuidado de nosso planeta?
Paulo era um educador político, não um ambientalista, mas se preocupava com os seres humanos e a natureza. Em alguns de seus textos falou da importância da eco-pedagogia. Tudo o que ele escreveu sobre o "cuidado" da vida implica em cuidar dos bens da natureza. Ele não falou de tudo, é claro. Mas hoje, se ele estivesse vivo, eu não tenho nenhuma dúvida que seria um ecologista.
FBES realiza reunião de sua Coordenação Executiva
19 de Maio de 2015, 8:11Por Secretaria-Executiva
O Fórum Brasileiro de Economia Solidária, através da Coordenação Executiva, realiza desde ontem (18) até 20 de abril mais uma reunião estratégica, com o intuito de realizar um balanço de suas ações durante os primeiros cinco meses de gestão. Além disso, pretende analisar também o impacto do Prêmio Boas Práticas em Economia Solidária, desenvolvido através de uma parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES e a Secretaria Nacional de Economia Solidária - SENAES. Esta é a segunda reunião que acontece em 2015.
Ontem realizamos um debate sobre a Análise de Conjuntura, com a participação de Marcel Farah (Recid). Em sua análise, ele destacou a construção dos movimentos sociais, a partir dos anos 80 até os dias atuais, além dos desafios de "construção do poder popular". E destacou que de 2003 a 2014 tivemos avanços nas políticas públicas, porém não de forma emancipatória. Além disso, deixou claro a reafirmação da importância do papel da comunicação da plataforma externa e interna.
Juca Ferreira: É hora de repensar a cultura digital
12 de Maio de 2015, 9:31Fonte: Publicado por Cultura Digital (http://culturadigital.br) - Originalmente publicado no BrasilPost
Há algumas semanas uma foto de um casal de indígenas de peito nu, pertencente ao acervo da Biblioteca Nacional e integrante de um projeto de difusão do patrimônio fotográfico brasileiro, foi censurada pelo Facebook. Já havia ouvido relatos de artistas e ativistas sobre casos de censura dentro dessa rede social, mas não achei que eles chegariam ao ponto de censurar o estado brasileiro. Pois censuraram, e nós reagimos, anunciando que os processaríamos com base nas nossas leis e no nosso respeito à Convenção sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade Cultural. Antes de decidir pelo processo, cheguei a procurar os gestores do Facebook no Brasil, mas eles se recusaram a rever a censura. Depois do barulho, recuaram. Um recuo tático, como sabemos, pois se trata de prática recorrente. Esse episódio teve várias consequências. Entre elas, reforçou minha convicção de que é preciso repensar a cultura digital e rever o foco do Ministério da Cultura (MinC) nesse campo.
No início do governo Lula, em 2003, quando assumi como Secretário Executivo de Gilberto Gil, a internet era incipiente no Brasil. O acesso à banda larga não chegava a um milhão de pessoas, mas a percebíamos como uma possibilidade democratizante que mereceria nossa atenção. Nos Estados Unidos e na Europa, a empolgação com essa nova infraestrutura de comunicação havia gerado uma bolha especulativa que ruiu na velocidade e dimensão estonteante com que surgiu. A quebra da bolsa de valores das empresas.com, a Nasdaq, em 2001, abriu novos horizontes e propiciou a emergência de uma série de iniciativas que viriam a ser reconhecidas a partir de 2004 pelo termo web 2.0, por promover a interatividade e a participação dos usuários na criação e no desenvolvimento dos serviços e soluções de comunicação digital.
O MinC, em nossa gestão, resolveu estimular a internet baseada no software livre, na colaboração e no compartilhamento. Entendíamos que essa tecnologia precisaria ser compreendida em seu aspecto cultural. Gil passou a discursar recorrentemente sobre o tema, e nós nos concentramos em desenvolver iniciativas que concretizassem o desejo de estimular a criação nesse novo contexto. As primeiras ações de cultura digital ocorreriam a partir de 2004 dentro do programa Pontos de Cultura. Hoje uma Lei Federal, os Pontos de Cultura à época buscavam reconhecer e premiar, por meio de um edital nacional, grupos componentes da ancestral teia viva da cultura brasileira e que jamais haviam se relacionado com o Estado brasileiro de forma cooperativa.
Cada Ponto de Cultura, que podia ser desde uma associação de coco de umbigada a uma posse de hip hop, recebiam um kit multimídia com computadores, máquinas fotográficas, gravadores e softwares livres mais conexão à internet, para produzirem conteúdos baseados em suas práticas e os distribuírem em rede. A iniciativa foi um sucesso e conformou em torno de si uma rede de jovens entusiastas das tecnologias integradas à experiência cultural. Essa visão pública sobre um tema inovador levaria nosso país a obter um importante reconhecimento internacional.
A ação cultura digital nos Pontos de Cultura se desdobrou em inúmeras outras iniciativas, com a promoção da produção de jogos eletrônicos, de audiovisual colaborativo, de desenvolvimento de plataformas livres, entre outras. Em 2009, já como Ministro da Cultura, promovi a realização do 1o. Fórum da Cultura Digital com o objetivo de elaborar uma ampla política para o campo. Nessa mesma época, começamos a desenvolver soluções digitais de participação social, fortalecendo o sonho de uma democracia efetivamente participativa, como no caso do Marco Civil da Internet, cujo processo de consulta pública em rede ocorreu dentro da plataforma CulturaDigital.Br.
Esses desdobramentos caminhavam pari passu com a emergência de uma série de serviços baseados na lógica da colaboração, como os sites de redes sociais e a popularização do acesso aos computadores e da conectividade. Em 2010, quando deixei o MinC, os usuários de internet já eram cerca de 65 milhões de brasileiros, e na agenda da cultura digital tínhamos um claro programa a ser posto em prática, com o Plano Nacional de Banda Larga, o Marco Civil da Internet, a modernização da lei de direitos autorais e políticas culturais inovadoras de fomento à criatividade.
Ao reassumir o Ministério da Cultura, encontro outro cenário
Se em 2003 vivíamos a esperança de uma internet efetivamente democratizante, hoje já sabemos os benefícios e malefícios que temos diante de nós. De 2011 para cá, vivemos os levantes globais que começaram com a Primavera Árabe e passaram pelos Indignados na Espanha e o Occupy Wall Street nos Estados Unidos até chegarmos aos protestos de junho no Brasil. Processos políticos articulados em rede, com uso intensivo da internet e das mídias sociais. De outra parte, as revelações de Edward Snowden demonstraram que um aparato gigantesco de espionagem foi montado pelo governo dos Estados Unidos por meio da rede mundial de computadores. Algumas poucas corporações se tornaram hegemônicas e muito poderosas, como é o caso da Google e do Facebook, dragando assim a prometida multiplicidade de vozes que pretendíamos estimular, chegando ao ponto de desrespeitarem as legislações nacionais e internacionais de proteção da diversidade cultural como no caso supracitado. No âmbito interno, o Marco Civil da Internet foi aprovado, mas ainda carece de regulamentação. E no caso das políticas públicas de cultura, houve uma clara retração entre o que tínhamos quatro anos atrás e o que temos agora.
O ciclo da esperança, do elogio da potência, deu lugar à era da razão. Nesse processo de repensar a cultura digital devemos ir fundo. Até o conceito deve ser ressignificado, porque falar em cultura digital já soa bastante limitado. Entendo que, no caso brasileiro, essa denominação contribui para conectar um conjunto disperso de atores sociais que tem em comum trabalhar com internet, seja na regulação, nos direitos autorais, em ações sociais ou na criação artística. Sua utilização, portanto, ajuda a aglutinar o que poderia ser só fragmentação. Mas acredito que o debate sobre as relações entre arte, cultura e tecnologia vai além da cultura digital e da internet, e hoje é central para enfrentar o iminente colapso ambiental que os cientistas têm projetado nos painéis internacionais sobre o clima. Ainda assim, sigo crendo que as novas tecnologias da informação e da comunicação podem ser vistas como uma eficaz forma de distribuição do poder simbólico e político. As forças do mercado, no entanto, têm criado uma camada de serviços e aplicações que centraliza o que antes era descentralização. Como lidar com essa conjuntura?
Um ponto de partida é deixar de apenas afirmar a cultura digital para pensarmos qual cultura digital queremos. Que tipo de sociedade gostaríamos de ver realizada a partir dessa onipresença das tecnologias de informação e comunicação em nosso cotidiano? Acredito que uma parte do papel do Ministério da Cultura é retomar aquilo que iniciamos em 2003, atualizando-nos institucionalmente para lidar com a estruturação de programas sólidos e permanentes de promoção da inovação cidadã e do desenvolvimento de tecnologias abertas e livres. A cultura e a arte são essenciais para a criação de tecnologias comprometidas com o futuro planetário. No meu entender, essa retomada deve vir acompanhada de novas políticas, programas e ações que afirmem o interesse público sobre os interesses comerciais, valorizando a diversidade cultural e permitindo a expressão múltipla das vozes políticas e culturais de nosso país. E devemos fazer isso em diálogo com o mundo.
MinC abre consulta pública para edital de Pontos de Mídia Livre
11 de Maio de 2015, 12:59Por Ascom MINC (http://www.cultura.gov.br/)
Com o objetivo de expandir a participação social na formulação e implantação de políticas públicas de cultura, a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC) realizará consulta pública para o edital Prêmio Pontos de Mídia Livre. A iniciativa irá beneficiar entidades, coletivos culturais e grupos midialivristas responsáveis por iniciativas de mídia livre. Interessados poderão mandar propostas entre 11 e 25 de maio.
A consulta pública será realizada segundo critérios da Política Nacional de Participação Social e prevê a publicação de um documento contendo objetivo, justificativa, público-alvo, categorias e valores dos prêmios, entre outros tópicos que sejam de relevância para apreciação e coleta de sugestões da sociedade.
A partir do dia 11, o documento será disponibilizado em plataforma digital, dentro do portal culturadigital.br, e receberá contribuições durante 15 dias. Após o encerramento do prazo, todas as contribuições serão sistematizadas e o resultado será publicado até 1o. de junho. A SCDC assumirá o compromisso de responder todas as propostas recebidas.
"A possibilidade de cogestão das políticas públicas é o caminho a ser seguido", destaca a secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do MinC, Ivana Bentes. "Estamos construindo diversos instrumentos de estímulo à participação social. A consulta pública é um deles e deve ser a mais ampla possível, para possibilitar que quem recebe essas políticas na ponta também participe do seu processo de criação e implementação", ressalta.
Além da consulta virtual, a SCDC também realizará um debate aberto sobre o edital durante a programação do Encontro de Midialivrismo e Juventude, que será realizado nos dias 15 e 16 de maio, no Rio de Janeiro (RJ).
Pontos de Mídia Livre
O edital Pontos de Mídia Livre será uma ação de apoio e fomento a iniciativas de comunicação livre e compartilhada, não atreladas ao mercado. A proposta do edital integra a ação estruturante cultura, comunicação e mídia livre, prevista pela Lei Cultura Viva (Lei 13.018/2014), e visa reconhecer iniciativas nacionais, regionais, estaduais e locais realizadas por entidades, grupos e coletivos que tenham ou não personalidade jurídica (CNPJ), promovendo a revitalização de uma Rede Nacional de Pontos de Mídia Livre pelo país.
Já foram realizados dois editais de premiação para o campo da mídia livre, em 2009 e 2010, totalizando investimentos de aproximadamente R$ 9 milhões, destinados em forma de prêmios para 154 Pontos de Cultura e instituições privadas sem fins lucrativos, contemplando um amplo espectro de suportes de comunicação (audiovisual, impresso, multimídia, rádio e web) distribuídos pelas cinco regiões brasileiras.
Agroecologia como estilo de vida e método de trabalho
10 de Maio de 2015, 16:31Por MDA (http://www.mda.gov.br/sitemda/casos-sucesso)
A agricultora Francisca Eliane Viana vive em Mossoró, no Rio Grande do Norte. No assentamento Mulunguzinho, porém, não pergunte por Francisca para encontrá-la, mas, sim, por Neneide. Com três filhos, de 20, 23 e 26 anos, Neneide foi mãe pela primeira vez aos 15 anos e, aos 41 anos, tem quatro netos. Trabalhadora do campo, ela tem disposição de sobra para enfrentar os desafios diários, colocar sua força na gestão de uma cooperativa e divulgar, para quem puder, os benefícios das práticas agroecológicas.
Atualmente, Neneide preside a Cooperativa de Comercialização Solidária Cooperxique, formada por 60 famílias, homens e mulheres agricultores familiares, e também coordena a rede Xique-Xique, que reúne 14 núcleos de artesãos e artesãs em 14 municípios do Rio Grande do Norte. A rede une associações e cooperativas para promover a comercialização dos produtos dos cooperados. A cooperativa familiar Cooperxique é um braço da rede que cuida da parte administrativa e comercial.
Neneide e todos os agricultores da cooperativa vendem sua produção individualmente para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA): hortaliças, galinha caipira e mel. Já a cooperativa vende produtos para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). A comercialização para o programa começou no segundo semestre de 2013, quando foram feitos dois contratos, de peixes e frutas, no valor de R$ 7 mil, e que deve ser o primeiro de muitos, segundo expectativa da presidente Neneide.
"Quando comecei a frequentar grupos de discussão de mulheres agricultoras, conheci um tipo de agricultura diferente. Comecei a me reconhecer e minha mãe passou a resgatar como era o manejo. A gente se encontrou novamente com o campo e as práticas que se fazia antes, trabalhar de uma maneira em que se respeitassem os animais, as pessoas que vivem naquela comunidade", relata Neneide.
Manejo sustentável
"Começamos a trabalhar o manejo sustentável, com uma perspectiva diferenciada da comunidade", ela lembra. O trabalho com hortaliças agroecológicas foi iniciado em 1999. "Percebemos o equilíbrio da natureza, aprendemos que não se precisa de químicas para ter o equilíbrio, como a natureza tem o ciclo. O sapo come o grilo, as joaninhas comem o pulgão, a natureza faz com que as coisas permaneçam sem você interferir nela. A gente tem que aprender a conviver com o equilíbrio que a natureza nos oferece", descreve. As agricultoras do Mulunguzinho passaram, então, a cultivar frutas e 30 variedades de hortaliças. "Isso começou a fortalecer nossa produção e dar condições para nossa segurança alimentar".
Em 2003, a comunidade pensou em exercer uma atividade diversificada para não depender de muita água, que falta em período de seca na região. Iniciaram a produção de mel: "A abelha fazia a polinização das frutas e fazia o mel para nossa segurança alimentar", conta Neneide. Em busca de mercado para comercializar as frutas, o mel e as hortaliças, as agricultoras acessaram o PAA e outras políticas públicas. Criaram, também, uma associação, para estimular o consumo urbano do que era produzido.
"Para nós, foi muito importante viver e conviver com agroecologia, porque começamos a nos organizar, a tirar nosso sustento e a fortalecer nossa mesa; ter diversidade de produção e de alimentos para nossa casa. Se um filho nosso sentisse fome, a gente buscava na horta um mamão para ele comer, uma banana pra ele lanchar, verdura para colocar no feijão. E foi assim que a gente começou a perceber o quanto a agroecologia é importante", relata Francisca Eliane Viana, a Neneide.
RS realiza VI Feira de Economia Solidária
6 de Maio de 2015, 7:32Por Secretaria-Executiva FBES
A Coordenadoria de Desenvolvimento Social - CODES, o Instituto Marista de Solidariedade - IMS e a Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS realizam a VI Feira de Economia Solidária e a I Feira de Agroecologia, de 11 a 15 de maio. Este encontro tem como princípio o foco no desenvolvimento da comunidade, o ser humano como centro da atividade econômica e resgate dos princípios da ecosol através dos princípios de participação e autogestão.
Os grupos confirmados para esta feira são: Ecorede Sustentável, Casa da Economia Solidária, Justa Trama, Ewé Folha Sagrada, Associação Feira Partenon, Mandalas Decorativas, Yvyrapegê e Ateliê Maria da Conceição, Pão da Terra, COCEARGS, COOTAP e COOPAN.
Uma feira de economia solidária, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego - MTE: "Na economia solidária, as feiras constituem importante estratégia de comercialização, combinando espaços de venda direta, trocas solidárias e rodadas de negócios. Além de viabilizar a produção dos bens e serviços comercializados, estes espaços também resgatam relações personalizadas entre produtores e consumidores, favorecendo a fidelidade do consumo de produtos e serviços de origem solidária, e também da produção familiar e agroecológica. As feiras proporcionam também o encontro e o intercâmbio de conhecimentos conceituais e práticos e o fortalecimento da articulação da economia solidária em fóruns e/ou redes."
O que: VI Feira de Economia Solidária e a I Feira de Agroecologia
Quando: 11 a 15 de maio
Onde: Saguão do Prédio 5
Horário: 10h as 20h
Informações: incubadorasocial@pucrs.br
Um mês antes de votação, mobilização popular pela reforma política é intensificada
5 de Maio de 2015, 8:33Por Marcela Belchior - marcela@adital.com.br (www.adital.com.br)
A um mês da votação da reforma política proposta pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados, marcada para o próximo dia 26 de maio, pelo Congresso Nacional, a articulação nacional de movimentos sociais, organizações e representantes da sociedade civil organizada devem aumentar ainda mais a pressão. A ideia é intensificar a agenda de mobilização nacional e pressionar os parlamentares a não aprovarem uma proposta que atente contra a democracia brasileira. Uma das principais ações será a entrega das assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular.
Manifestantes pedem reforma política em atos pelo país. Foto: Reprodução.Nesta terça-feira, 28 de abril, um ato público contra o financiamento empresarial de campanha se concentrará na Câmara dos Deputados, em Brasília. A ideia é chamar os parlamentares a aderirem ao protesto e fazerem fotos com a placa que defende a bandeira.
Já no dia 30 de abril, próxima quinta-feira, haverá um ato público durante o 3o. Festival da Juventude Rural, quando 5 mil jovens trabalhadoras e trabalhadores rurais de todo o país e delegações de 10 países da América Latina se reunirão na capital federal, em evento realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Na ocasião, uma caminhada sairá do Museu Nacional e passará pelos ministérios, chegando à Câmara dos Deputados, em favor da reforma democrática do sistema político brasileiro.
O próximo dia 11 de maio é a data limite para o envio de assinaturas do Projeto de Iniciativa Popular pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas ao Congresso Nacional. Então, até lá, o esforço do movimento será por recolher o maior número possível de adesões e enviar o material o quanto antes.
Logo após, em 12 e 13 de maio, haverá um ato massivo em Brasília contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Corrupção e contra o financiamento privado de campanhas eleitorais, além da defesa do voto proporcional, da paridade de sexo e da ampliação da participação popular no sistema político brasileiro. Uma semana depois, em 20 de maio, está marcado outro ato massivo em Brasília com as mesmas bandeiras pela reforma política. Na ocasião, será realizada a entrega das assinaturas no Parlamento Federal, independentemente do número de adesões alcançadas.
Atenção redobrada: 26 de maio
26 de maio é a data marcada para ser iniciada a votação do relatório da reforma política, no plenário da Câmara dos Deputados. O documento é fruto da Comissão hoje presidida pelos deputados federais Rodrigo Maia (Democratas - DEM/ Rio de Janeiro) e Marcelo Castro (Partido do Movimento Democrático Brasileiro - PMDB/ Piauí), ambos ligados a grupos políticos conservadores de direita. A partir dessa votação, acredita-se que será proposta a constitucionalização do financiamento empresarial de campanha e do voto distrital misto, indo de encontro às reivindicações populares. Os movimentos sociais se organizam para articularem uma agenda de mobilização nesse período.
José Antônio Moroni, membro do colegiado de gestão do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), no Ceará, explica que a coleta de assinaturas por um Projeto de Iniciativa Popular contribui para pressionar o Parlamento a discutir mudanças reais e benéficas para a democracia brasileira. "Estamos dizendo que o povo tem o direito de influenciar esse debate, apresentando propostas, que devem ser levadas em conta pelos deputados", afirma.
Para ele, a sociedade precisa se posicionar e participar do processo de discussão e formulação da reforma política que, hoje, corre no Congresso Nacional. Caso contrário, prosseguiremos sem avançar. "Se deixarmos, exclusivamente, na mão dos deputados, a reforma que sairá do Congresso não atenderá aos interesses da sociedade. Quem tem que dizer qual reforma política que o país quer é a sociedade", afirma Moroni.
AGENDE-SE
* 30 de abril - Ato do Festival da Juventude, com saída no Museu Nacional, em Brasília.
* 28 de abril - Ato contra financiamento empresarial na Câmara dos Deputados, em na capital federal.
* 11 de maio - Prazo para envio de assinaturas para o Projeto de Iniciativa popular pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas.
* 12 e 13 de maio - Ato contra a PEC da Corrupção e contra financiamento empresarial de campanha, em Brasília.
* 20 de maio - Ato público e entrega das assinaturas no Parlamento Federal, em Brasília.
* 26 de maio - Início da votação do relatório da reforma política no plenário da Câmara dos Deputados.
Alie-se à mobilização através da Plataforma pela Reforma do Sistema Político e da Coalizão pela reforma política democrática e eleições limpas.
Trabalhadores da Flaskô organizam delegação a Brasília
4 de Maio de 2015, 18:38Companheiros
Por mandato da Assembleia Geral dos trabalhadores da fábrica ocupada Flaskô eu fique responsável de organizar uma ampla delegação a Brasília para encaminhar questões de nossa luta. Por isso estou organizando uma delegação de representantes para ir a Brasília, com data ainda a confirmar, dependendo da disponibilidade dos participantes em 20 ou 27 de maio. Por isso peço que responda in-box em qual data seria melhor para vocês.
1. Porque vamos a Brasília?
Vamos a Brasília discutir a questão da adjudicação da fábrica Fábrica Ocupada Flasko.
2. E o que é a adjudicação da fábrica ocupada Flaskô?
A adjudicação é uma medida jurídica, prevista em diversas leis e normas de nossa legislação, que prevê a transferência de patrimônio do devedor para o credor.
3. E o que isso significa no caso da fábrica ocupada Flaskô.
Isso significa que: sendo que os antigos donos da Flaskô deixaram dividas enormes, e estas estão em nome da Flaskô, está é devedora. Estas dívidas são com o governo federal. Isso faz da Flaskô devedora e do governo federal credor,
Assim a adjudicação seria a transferência do patrimônio da Flaskô, máquinas, equipamentos e terrenos que estão em nome do antigo patrão, para o governo.
4. E o que isso significaria mesmo e o que ajuda os trabalhadores avançarem?
Isso significaria o fim da insegurança que aflige os trabalhadores diariamente. E mais do que isso, significa a segurança jurídica e política necessária para continuar este importante projeto da classe trabalhadora.
Gostaríamos de convida-los a se fazer presente, entre em contato comigo para maiores detalhes.
Seria fundamental a participação de representantes de movimentos, de partidos, de centrais sindicais, de sindicatos, intelectuais e lutadores e lutadoras.
Trabalhadores da Flaskô organizam delegação a Brasília
4 de Maio de 2015, 16:26Companheiros
Por mandato da Assembleia Geral dos trabalhadores da fábrica ocupada Flaskô eu fique responsável de organizar uma ampla delegação a Brasília para encaminhar questões de nossa luta. Por isso estou organizando uma delegação de representantes para ir a Brasília, com data ainda a confirmar, dependendo da disponibilidade dos participantes em 20 ou 27 de maio. Por isso peço que responda in-box em qual data seria melhor para vocês.
1. Porque vamos a Brasília?
Vamos a Brasília discutir a questão da adjudicação da fábrica Fábrica Ocupada Flasko.
2. E o que é a adjudicação da fábrica ocupada Flaskô?
A adjudicação é uma medida jurídica, prevista em diversas leis e normas de nossa legislação, que prevê a transferência de patrimônio do devedor para o credor.
3. E o que isso significa no caso da fábrica ocupada Flaskô.
Isso significa que: sendo que os antigos donos da Flaskô deixaram dividas enormes, e estas estão em nome da Flaskô, está é devedora. Estas dívidas são com o governo federal. Isso faz da Flaskô devedora e do governo federal credor,
Assim a adjudicação seria a transferência do patrimônio da Flaskô, máquinas, equipamentos e terrenos que estão em nome do antigo patrão, para o governo.
4. E o que isso significaria mesmo e o que ajuda os trabalhadores avançarem?
Isso significaria o fim da insegurança que aflige os trabalhadores diariamente. E mais do que isso, significa a segurança jurídica e política necessária para continuar este importante projeto da classe trabalhadora.
Gostaríamos de convida-los a se fazer presente, entre em contato comigo para maiores detalhes.
Seria fundamental a participação de representantes de movimentos, de partidos, de centrais sindicais, de sindicatos, intelectuais e lutadores e lutadoras.
Carta do FBES Contra a PL 4330/04
30 de Abril de 2015, 15:44Contra a PL 4330 - Não a Terceirização!
"Terceirizar é precarizar"
O Fórum Brasileiro de Economia Solidária - FBES, organização da sociedade civil que congrega empreendimentos econômicos solidários, entidades de assessoria e fomento e gestores públicos organizados em rede pela construção de outra economia, vêm a público manifestar repúdio contra a aprovação da PL 4330/04, que expande a terceirização no Brasil. O Projeto que foi votado por determinação do Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sem diálogo com a sociedade.
As atividades consideradas meio (isto é, que não são o objetivo final da empresa) já são terceirizadas hoje no Brasil, a exemplo dos serviços de limpeza e segurança, sendo prestados por milhares de trabalhadoras e trabalhadores em todo o país de forma precária e com muita restrição salarial.
Esse projeto de lei viola a Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT, sendo uma grande ameaça aos direitos da classe trabalhadora, pois permite que empresas terceirizem até mesmo sua atividade-fim, um modelo que não favorece em nada o trabalhador, criando um ciclo de "pejotização", que é quando o empregador demite o trabalhador contratado via CLT e o readmite como "pessoa jurídica", ou seja, sem a garantia de aposentadoria, seguro-desemprego, dentre outros, como os contratos sazonais (apenas para o período de maior demanda de trabalho por parte do empregador).
A terceirização é um ataque frontal contra as condições de trabalho e o direito à organização. Nós, defensores do trabalho associado não apoiamos a lei que irá cada vez mais individualizar essas relações, abolir o direito das trabalhadoras e trabalhadores de cada área a se organizarem e lutarem juntos. Sozinhos ficam a mercê dos contratantes, é isso que querem!
Desde 1990 no Brasil, que os empresários encontram um terreno fértil para implantar medidas como a retirada dos direitos trabalhistas. As terceirizações passaram a ser adotadas através da utilização de diferentes tipos de contrato, precarizando e fragmentando os vínculos trabalhistas em um mesmo local de trabalho. Por isso, é nosso dever entender o teor dos ajustes e sair às ruas contra tais medidas.
A resposta começa mexendo no bolso dos patrões, das grandes fortunas que ironicamente pagam menos impostos que os pobres e trabalhadores.
Diante dessas ameaças, o FBES convoca todas e todos os militantes da economia solidária para lutarem contra qualquer tentativa de retrocesso da conquista de direitos das trabalhadoras e trabalhadores no Brasil.
Que avancemos, sem nenhum passo atrás!
A crise é dos ricos!
Fórum Brasileiro de Economia Solidária - FBES
Acesse a nossa carta em: http://www.fbes.org.br/index2.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=1938&Itemid=18