Fórum Social Mundial da Biodiversidade 2015
20 de Janeiro de 2015, 9:08Comissão Organizadora do Fórum Social Mundial da Biodiversidade Redes Sociais (www.facebook.com/2015manaus)
No período de 26 a 30 de janeiro de 2015, em Manaus - Amazonas, Brasil acontece o Fórum Social Mundial da Biodiversidade - 2015. Este evento pretende ser um espaço aberto de encontro para a reflexão, do debate democrático de ideais, a formulação de propostas, troca de experiências e da articulação para ações eficazes, de entidades e movimentos empenhados na construção de uma sociedade planetária orientada a uma relação fecunda entre os seres humanos e destes com a Terra.
A partir de sua realização, destaca-se a importância para as comunidades participantes, sejam Municipais, Estaduais, Amazônidas, Nacionais e Internacionais, bem como a mobilização dos Movimentos Sociais, Autoridades de Estado, Instituições e Organizações que participarão do evento.
O encontro articula demandas dos movimentos sociais com foco nas seguintes ações:
* Espaço Aberto aos Movimentos Sociais (26/01);
* Agroecologia; Segurança e Soberania Alimentar (27/01);
* Trabalho Decente e Transição Justa: Meio Ambiente sob a perspectiva sindical (28/01);
* Bacias Hidrográficas como base de planejamento (29/01);
* Mudanças Climáticas e Direitos Humanos (30/01);
* Biodiversidade; Bioética e o outro mundo possível (30/01).
O Fórum estimula as entidades e movimentos que dele participam a situar suas ações, do nível local ao nacional e buscando uma participação ativa nas instâncias internacionais, como questões de cidadania planetária, introduzindo na agenda global as práticas transformadoras que estejam experimentando na construção de um mundo novo solidário.
O Brasil, através de seus movimentos sociais, tem sido palco destes debates e mobilizações. Sendo a etapa Manaus preparatória ao FSM da Tunísia em março de 2015 e o próximo COP na França em dezembro de 2015.
DA INSCRIÇÃO E PARTICIPAÇÃO NO FSMBio 2015
O Processo de inscrição encontra-se aberto conforme as orientações no Blog Oficial do Fórum Social Mundial da Biodiversidade - Manaus 2015: http://fsmbio2015.blogspot.com na seção "Inscrição" no menu do Blog.
É possível inscrever uma Instituição ou Movimento Social no formulário correspondente, indicando razão social, sigla, CNPJ e dados para contato. Organizações sediadas no Amazonas têm o valor de inscrição em R$ 100,00 (Cem Reais). Organizações sediadas em outras partes do Brasil inscrevem-se por R$ 150,00 (Cento e Cinquenta Reais) e Organizações internacionais desembolsam R$ 200,00 (Duzentos Reais) para realizar sua inscrição. Na inscrição para Instituições e Movimentos Sociais, devem ser preenchidos ainda os dias de participação conforme os Eixos Temáticos e as datas descritas no formulário, bem como direcionar o projeto da atividade, no respectivo eixo adequando-o à realidade do local e as necessidades do projeto.
Para participação individual, inscreva-se utilizando o formulário indicado para Participantes. A taxa para realização desta inscrição tem o valor de R$ 10,00 (Dez Reais). O pagamento dos valores de inscrição deverá ser efetuado em depósito bancário realizado para:
BANCO DO BRASIL AGÊNCIA 1249-1 C/C 048.338-9
Ainda há a modalidade de pagamento por Trocas Solidárias. Para efetua-lo, contacte a Comissão Organizadora do FSMBio 2015 pelos telefones: (92) 3183-4457 (92) 98280-6457 (Sérgio) (92) 99132-2759 (Isabel) (92) 99465-5110 (Deivid) (92) 99103-9964 (Fran)
E-Mails: fsbma.am2015@gmail.com | fsbam.am2015@gmail.com | fsma.am2015@gmail.com
CEPAL: 30,8% das mulheres da América Latina não têm renda própria Leia a matéria completa em: CEPAL
19 de Janeiro de 2015, 15:09Fonte: geledes.org.br/cepal
Representantes da CEPAL e dos governos do Chile e Noruega participam de diálogo para garantir que a agenda de desenvolvimento pós-2015 leve em conta empoderamento econômico das mulheres.
A agenda de desenvolvimento pós-2015 deve incluir a igualdade de gênero, não só como um objetivo específico, mas com uma perspectiva transversal que aumente a capacitação econômica das mulheres, destacaram os participantes de um encontro realizado na sede da Comissão Econômica para a America Latina e o Caribe (CEPAL) da ONU, em Santiago, no Chile, nesta segunda-feira (12).
O diálogo "Desafios para a igualdade. O empoderamento econômico das mulheres na agenda de desenvolvimento pós-2015: a construção de novas respostas para a América Latina e a Europa" reuniu representantes dos governos do Chile e Noruega e da CEPAL para compartilhar ideias e experiências, bem como discutir propostas para a nova agenda que entra em vigor este ano.
Segundo o diretor da Divisão de Planejamento de Programas e Operações da CEPAL, Raúl Gárcia-Buchaca, uma em cada três mulheres na América Latina, cerca de 30,8% do total, não tem renda própria. Deste total, 51,6% das mulheres afirmaram que isto ocorre por ter que cuidar das tarefas domésticas. Além disso, para cada 100 homens que vivem na pobreza, há 117 mulheres.
Sobre esta situação, a diretora da Divisão de Assuntos de Gênero da CEPAL, Sonia Montaño, disse que é necessário que haja uma distribuição equitativa das tarefas domésticas e uma redistribuição dos benefícios de proteção social para garantir a igualdade de gênero em todos os âmbitos da vida.
O loteamento de Kátia Abreu
19 de Janeiro de 2015, 6:32Enviado por Brasil de Fato (noticias@brasildefato.org.br)
O loteamento do Ministério da Agricultura, por Kátia Abreu - entregando cargos a amigos, apadrinhados, muitos deles respondendo processos na justiça por corrupção.
Ignorando pedido da presidente Dilma, ministra da Agricultura indicou para compor sua equipe pessoas que respondem a ações na Justiça e já provoca constrangimento no ministério.
Ao compor o novo Ministério, a presidente Dilma Rousseff transmitiu aos integrantes do primeiro escalão que o preenchimento dos cargos nas pastas deveria obedecer ao tripé: força política, capacidade de gestão e probidade administrativa. Para estarem aptos às vagas os indicados deveriam reunir preferencialmente essas características. Não é isso, porém, o que vem ocorrendo no Ministério da Agricultura. Além de chegar ao ministério sob as desconfianças do PT e de transformá-lo numa espécie de República da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) e de Tocantins, a ministra Kátia Abreu tem indicado para comandar cargos estratégicos pessoas com problemas na Justiça.
Para a Secretaria de Defesa Agropecuária, Kátia Abreu indicou Décio Coutinho, atualmente assessor técnico da CNA. Coutinho foi articulador da entidade na elaboração da Plataforma de Gestão Agropecuária - ferramenta criada para fazer a gestão operacional do setor agropecuário e reforçar o controle sanitário do rebanho bovino brasileiro. O problema é que Décio Coutinho foi condenado, em outubro de 2013, pela Justiça Estadual de Mato Grosso por improbidade administrativa. A ação, ajuizada pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, condenou Coutinho por irregularidades na execução de um contrato firmado em 2003 entre a gestão do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea) e a Agência de Viagens Universal Ltda. O Ministério Público considerou irregular a alteração do valor inicial do contrato, efetivação do pagamento à empresa sem a devida comprovação dos serviços prestados e pagamento de quantia superior à estabelecida. Segundo os procuradores, as irregularidades resultaram num prejuízo de R$ 1,15 milhão ao erário.
O novo subsecretário de Planejamento, Orçamento e Gestão do Ministério da Agricultura, Luizevane Soares Mizurine, é réu num processo de busca e apreensão de um carro por inadimplência. Ou seja, o novo responsável pelo orçamento da Agricultura responde a um processo por falta de pagamento. Seguindo a mesma toada de nomeações de pessoas que respondem a processos na Justiça, a ministra escolheu Kátia Rocha para assessorá-la. Ela foi secretária de Estado da Cultura e presidente da Fundação Cultural de Tocantins quando o órgão foi questionado sobre o pagamento de polpudos cachês para duplas sertanejas fazerem shows no Tocantins. Além disso, a então secretária da Cultura foi denunciada ao MP por improbidade administrativa por ter dado calote em profissionais do curso de capacitação em gestão cultural em Palmas, em 2012. A denúncia foi feita por Paulo Azevedo, que ministrou o curso. "Ela cometeu várias irregularidades, entre as quais abuso de poder e improbidade administrativa, pois a mesma exerce a função de secretária de Estado e presidente da fundação, além de formação de quadrilha", acusou na época.
A ministra Kátia Abreu não se constrangeu em importar integrantes da CNA e de Tocantins para a Agricultura. Além de Coutinho e Rocha, para a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio ela indicou a superintendente de Comércio Exterior da CNA, Tatiana Palermo. O loteamento desenfreado já provoca constrangimentos aos funcionários de carreira do Ministério da Agricultura. Desde a terça-feira 6, cerca de dez assessores de Kátia vinculados à CNA tomam conta das dependências da pasta, mesmo sem estarem oficializados no "Diário Oficial".
Consumindo o que não poderemos repor
16 de Janeiro de 2015, 8:58Por Washington Novaes (O ESTADO DE S.PAULO)
Já não soam hoje como "conversas de ecoterroristas" ou de "ambientalistas radicais" textos em que é discutida a chamada "crise de recursos naturais" ou o consumo desregrado de bens provindos do meio físico. É difícil que não se reconheça a gravidade da situação. Muito menos frequente, entretanto, é a discussão sobre o caminho da exaustão de certos recursos hoje usados em atividades vitais para o ser humano. Mas nos últimos anos algumas vozes conceituadas - como a do professor Ricardo Abramovay, da Faculdade de Economia da USP - alertam para a caminhada rumo à exaustão de certos bens e a gravidade do problema. Eles têm mostrado que hoje o consumo de vários bens físicos já é da ordem de 70 bilhões de toneladas por ano, ou quase 10 toneladas anuais por ser humano - e esses bens não têm como ser repostos, ainda mais que a população cresce.
É o caso, por exemplo, de certos minérios, areias, solos e outros materiais que não terão como ser repostos. O próprio relatório de 2014 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente chama a atenção para esse uso insustentável de 40 bilhões de toneladas anuais só de areia e cascalho, ou seja, quase 6 toneladas anuais por pessoa. E o Brasil, a China, a Índia e a Turquia estão entre os países mais responsáveis nessa área, pois se incluem entre os principais produtores de cimento no mundo - e por esse caminho são também grandes mineradores de areia, já que cerca de 80% desse material vai para obras (O Globo, 4/1, texto de Flávia Milhorance). Da mesma forma, na construção de rodovias, que exige 30 mil toneladas de areia por quilômetro (uma casa precisa de 20 toneladas).
As consequências disso estão em trechos devastados de litoral, já que as areias de desertos não são consideradas adequadas para essa finalidade. Há também no Brasil áreas como a bacia do Rio Guandu, no Estado do Rio de Janeiro, onde já se encontram crateras resultantes da extração.
Texto veiculado pelo professor Luiz Fernando Badejo Carvalho (luiz_badejo@yahoo.com.br), mestre em Tecnologia e Administração de Empresas, traz também informações importantes sobre essas áreas entre nós, principalmente na construção. Ele lembra que no País existem quase 7 mil olarias, com forte uso desses insumos - renováveis e não renováveis -, metade pelo menos em fornos a lenha (principalmente no Nordeste). E a média de calorias consumidas para gerar um milheiro de tijolos é de 150 megajoules - ou de 15,5 quilos de madeira incinerados para cada milheiro de tijolos. Como há poucos anos o IBGE estimou uma produção de 63 bilhões de peças pelas olarias - das quais 75% como blocos e tijolos -, a cada ano seriam 47,25 bilhões de peças. Só nos fornos a lenha o uso seria de 368,5 mil toneladas de biomassa por ano - e aí o consumo não seria apenas de materiais que não podem ser repostos, mas também de biomassa de florestas, com 6,7 milhões de árvores "para atender ao suprimento de lenha só para a produção de metade das olarias em funcionamento".
Diz o trabalho que a construção vertical no Estado de São Paulo, já há alguns anos, absorvia 605 mil metros cúbicos de madeira, 80% descartados após o uso em formas para concreto, andaimes e escoramentos. O volume de madeiras descartadas ou utilizadas apenas uma vez chegaria a 3 milhões de árvores a cada ano, para confecção de formas para concreto, andaimes e escoramentos. No País todo 15,4 milhões anuais de árvores - que, somadas a mais 6 milhões incineradas em olarias, levariam ao total de 392 quilômetros quadrados de florestas derrubadas por ano. E tudo isso ainda se soma ao uso associado com materiais físicos que não podem ser repostos e levam a um impasse civilizatório, como dizem alguns autores.
Lembra o autor do trabalho que há alternativas disponíveis para uso mais racional de recursos, a redução do descarte. Vários caminhos. Mas são veredas muito pouco trilhadas até aqui. Um número citado está nos resíduos sólidos domésticos levados para aterros. Só nas 260 maiores cidades brasileiras, entre 1999 e 2010, eles teriam sido suficientes, reciclados, para a construção de 10 milhões de residências com 100 metros quadrados cada uma.
No final de 2014, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou em primeira discussão projeto de lei que prevê a isenção do pagamento de ICMS para produtos derivados da reciclagem de resíduos na construção civil. Mas é preciso acrescentar estímulos à substituição de produtos que não podem ser repostos, principalmente areia, cerâmica, minérios e outros.
Outro texto ainda, de Catarina Anderaos (secovi.com.br) menciona estudo com profissionais que atuam em incorporadoras imobiliárias no País. Para 82% deles, "o custo adicional da obra é a principal barreira para que a construção sustentável decole". E esse custo variaria entre 1,6% e 8,6% em incorporadoras experientes, entre 3,5% e 17,66% "para as sem experiência". "Edifícios sustentáveis" poderiam economizar 35% do consumo de água e energia elétrica.
Todos esses estudos mostram que precisamos de avanços urgentes, para reduzir o desperdício e a perda de materiais (renováveis e não renováveis), assim como para a implantação de métodos adequados na construção e em outros setores. É ilusório supor que poderemos, aqui e em outros países, continuar trilhando caminhos insustentáveis ou - pior ainda - que levem à exaustão de recursos físicos em várias áreas. Até mesmo porque, se não o fizermos por nossa conta, a isso seremos obrigados pelos países mais ricos, que hoje consomem 80% dos recursos naturais - e nossas balanças comerciais estão fortemente baseadas em produtos primários.
Tudo isso também mostra quanta inovação ainda nos falta nos currículos escolares em todos os níveis. Não apenas para qualificar profissionalmente os alunos. Mas também para promover uma revolução cultural e de vida.
*Washington Novaes é jornalista
Assista ao documentário da Feira de Santa Maria 2010
16 de Janeiro de 2015, 4:49Por Secretaria-Executiva do FBES
Assista o documentário sobre a vivências de empreendedoras e empreendedores na feira de economia solidária mais importante de América Latina. Este vídeo foi gravado em Julho de 2010, durante a XVII FEICOOP e VI Feira de Economia Solidária, e contou com o apoio da Coordenadoria de Economia Solidária do Uruguai. No documento também contamos com a contribuição do FBES, que também foi um dos entrevistados.
Assista:
Por que sempre à custa dos trabalhadores?
16 de Janeiro de 2015, 4:25Por Heitor Scalambrini Costa (Professor da Universidade Federal de Pernambuco)*
Analistas e articulistas econômicos tem apontado como principais desafios do segundo mandato presidencial arrumar as contas públicas e retomar o crescimento econômico.
Ajustar as contas públicas - na lógica econômica predominante - significa cortar gastos. Contrário ao discurso crítico da ortodoxia econômica na época da eleição, a presidente eleita acabou cedendo ao mercado, e nomeou para ministro da Fazenda um alto executivo do sistema bancário, ex-secretário de Tesouro no primeiro governo Lula, chamado na época de "Levy mãos de tesoura".
Como parte das medidas da nova equipe econômica para cortar gastos e promover um ajuste fiscal, a "novidade" no final do 1o mandato do governo Dilma, em pleno período de festas natalinas, foram às medidas que atingiram as regras de acesso a vários benefícios sociais.
No início do primeiro mandato do governo Lula, eleito como esperança contra a continuidade do governo neoliberal do Partido da Social Democracia Brasileiro (PSDB), foi promulgada, como sua primeira medida, a reforma da previdência que atingiu diretamente os trabalhadores do setor público.
Em ambos os casos, as medidas evidenciaram que os governos eleitos pelo Partido dos Trabalhadores (PT) não estavam (e não estão) assim tão preocupados com os trabalhadores. Estas medidas, tomadas em períodos distintos, com grande simbolismo, foram justificadas para corrigir distorções, e realizar ajustes necessários para a retomada do crescimento econômico (para beneficiar a quem?). Mas na verdade não se pode admitir que a filosofia de Robin Hood seja materializada às avessas, tirando dos mais pobres para manter os privilégios dos mais ricos.
No Brasil existem inegavelmente importantes e indesejáveis distorções. Necessidades de ajustes e correções estão presentes nos diferentes aspectos da vida nacional, em particular no vergonhoso fosso que divide ricos e pobres. Mais do que meras distorções, são injustiças que deixam o país entre aqueles de maior desigualdade social no mundo.
E ai cabe uma pergunta que não quer calar. Serão tais medidas, como cortar gastos à custa da classe trabalhadora, que na prática significam reduzir direitos, que conduzirão o país a uma maior justiça social? A uma maior igualdade na distribuição de renda?
Obviamente que não. Fica claro que existe em tais medidas um viés claro de penalizar o trabalho e a classe trabalhadora. Daí o fato de tais medidas serem sempre bem recebidas pelos empresários e criticadas pelos trabalhadores.
Interpretadas como medidas fiscais, visando economizar para os cofres públicos, as medidas provisórias no 664 e 665, publicadas no dia 30/12/14 com a justificativa de economizar R$ 18 bilhões em 2015 (o equivalente a cerca de 70% do gasto com o Bolsa Família em 2014), modificam as regras dos critérios de acesso a benefícios sociais como o seguro-desemprego, auxílio-doença, pensão por morte, abono salarial e o seguro defeso para os pescadores. Estes benefícios previdenciários são todos de interesse direto dos pobres.
Além destas primeiras medidas, outras estão a caminho, e também afetarão a classe trabalhadora. A correção da tabela do imposto de renda é uma delas. O reajuste de 6,5% para o ano-calendário de 2015, aprovado pelo Congresso Nacional, não foi sancionado neste final de 2014. Será então mantida a correção de 4,5%, a mesma que vigorou nos últimos quatro anos. O reajuste ajudaria a reduzir a defasagem, favorecendo o contribuinte. Para o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), o prejuízo do trabalhador, acumulado desde 1996, chega a 68%. A não aprovação do reajuste representa uma elevação indireta da carga tributária - um claro arrocho do governo sobre os ganhos dos assalariados.
Por outro lado, medidas que poderiam aumentar a arrecadação não são tomadas. Uma delas é o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), que somente a União tem competência para instituir (art. 153, inciso VII da Constituição Federal), o qual, apesar de previsto, ainda não foi regulamentado. Esta espécie de imposto sobre o patrimônio mudaria a lógica da estrutura tributária, pois hoje quem paga mais é o pequeno trabalhador assalariado. O imposto de renda sobre o trabalho faz crescer a arrecadação, e os benefícios não são sentidos. Os ricos pagam relativamente menos que os assalariados, as grandes fortunas são taxadas com valores irrisórios - muito diferente do que acontece em outras partes do mundo.
Outro aspecto que pune o trabalhador - sempre que se fala em ajustar a economia - é a dívida pública. Irregularidades apontadas nunca foram investigadas, apesar de um preceito constitucional viabilizar a realização de uma auditoria da dívida. O que falta é vontade e decisão política.
Portanto, as primeiras medidas do "novo governo" Dilma são o oposto do discurso, cujo slogan afirma "nenhum direito a menos, nenhum passo atrás". E não adianta tergiversar afirmando que não se trata de retirar direitos e, sim, de corrigir "distorções". Então, a classe trabalhadora deve agir se quer tornar este um país de cidadãos mais conscientes de seus direitos e obrigações, respeitados pelo governo.
A esperança apregoada para conquistar mais quatro anos de governo necessita, sim, ser convertida em participação com pressão popular. Afinal, os políticos são eleitos por nós, e cabe a nós influir nos seus mandatos. Acompanhar como vota o político no parlamento, escrevendo para ele, exigindo que cumpra as promessas feitas. Aí sim poderemos começar a pensar em construir um país melhor. A esperança da mudança está em nossas mãos. A classe trabalhadora precisa agir participando - caso contrário, não haverá salvação.
*Fonte: http://heitorscalambrini.blogspot.com.br/
Catadoras de Mangaba conquistam registro da cooperativa
22 de Dezembro de 2014, 4:56Fonte: Assessoria de comunicação
Fruto do trabalho de auto-organização das Catadoras de Mangaba iniciado em 2011, as Mulheres extrativistas tiveram mais uma grande conquista na luta pela preservação das comunidades tradicionais e das espécies: o registro da Cooperativa de Economia Solidária das Mulheres Extrativistas de Sergipe (Coopmese).
A organização cooperada era um sonho, mas também uma necessidade real. As Catadoras de Mangaba precisavam de uma forma de organização que pudesse gerar renda, a partir da valorização dos saberes das Mulheres Extrativistas, das potencialidades e dos recursos de cada comunidade, com uma perspectiva de distribuição de riqueza centrada na valorização do ser humano. Todas essas demandas estão reunidas no estatuto da Coopmese, regidas sob os princípios e valores da economia solidária, sustentabilidade e divisão justa do trabalho.
Para a presidente da Associação das Catadoras de Mangaba E Indiaroba (Ascamai), Alicia Morais, a conquista do registro da cooperativa é mais um importante passo na organização das Mulheres Catadoras de Mangaba e preservação das Mangabeiras. "Nossa sabedoria popular vem de geração para geração. Cato mangaba desde que eu me conheço por gente, mas eu não sabia o valor que uma Catadora de Mangaba tem. Hoje é diferente, por onde eu chego digo com muito orgulho que sou uma Catadora de Mangaba, isso é a nossa cultura", afirma.
Josefa dos Passos, Catadora de Mangabado Povoado Ribuleirinha, município de Estância, acredita que o trabalho cooperado potencializará a produção nas comunidades. "A cooperativa vai possibilitar o acesso à comercialização de forma mais organizada, como a participação em programas de governo e outros mercados. Assim como, garantir a preservação da mangabeira, árvore que nos dá alimento e vida", afirma.
Já Silvana Corrêa dos Santos, Catadora de Mangaba do Povoado Capuã, município da Barra dos Coqueiros, diz que a Coopmese deve estimular a união entre as Mulheres Extrativistas. "É necessário termos união entre as Catadoras, união para seguirmos na luta em defesa de nossos objetivos".
O processo de discussão sobre a formalização da cooperativa e construção do estatuto e regimento mobilizou Catadoras de Mangaba de Pirambu, Japoatã, Pacatuba, Japaratuba, Barra dos Coqueiros, Itaporanga D'Ajuda, Estância e Indiaroba - comunidades que fazem parte do Movimento das Catadoras de Mangaba (MCM) - e toda a equipe técnica do Projeto Catadoras de Mangaba. Foram aproximadamente dez seminários de formação e capacitação, envolvendo discussões sobre preço justo, sustentabilidade, divisão social do trabalho e meios de produção.
Segundo a professora Sônia Meire, coordenadora pedagógica do Projeto Catadoras de Mangaba Gerando Renda e Tecendo Vida em Sergipe pela UFS, o processo de construção da Cooperativa teve como objetivo o rompimento do individualismo e a formulação de outro tipo de trabalho. "A cooperativa é uma organização em que as mulheres produzem a cultura do pensar e agir juntas. Elas organizam o trabalho respeitando o fazer e o saber de cada participante e tomam decisões coletivas com a ampla participação, exercitando de forma democrática a construção de projetos que tem por base o desenvolvimento humano", explica.
A defesa das espécies e da cultura extrativista também fez parte das discussões para a implantação da Coopmese. Todos os princípios que dão base para o desenvolvimento do Projeto Catadoras de Mangaba Gerando Renda e Tecendo Vida em Sergipe vão além da perspectiva da geração de renda e comercialização, pois há em cada ação a preocupação com a preservação e o respeito aos saberes das comunidades tradicionais. Exemplos disso são as práticas de manejo florestal, de uso de tecnologia social a partir da energia solar, e a valorização das espécies que podem contribuir para melhorar os índices de segurança alimentar e nutricional.
Agroecologia e "produção de água - por que não investir nessa solução?
22 de Dezembro de 2014, 4:30Fonte: https://storify.com/regica/agroecologia-e-produc-o-de-agua-por-que-n-o-invest
Estamos vivendo uma crise hídrica sem precedentes, não só no estado de São Paulo como em todo o Brasil. As soluções apresentadas têm principalmente foco no consumidor, propondo uma economia por meio do "fechamento de suas torneiras e chuveiros", ou ainda na busca de águas mais subterrâneas, com obras de alta complexidade tecnológica e que envolvem bilhões de reais, incluindo transposições e tratamentos complicados para purificar a água.
É evidente que medidas de estímulo ao uso racional da água (economia, reuso, captação de água de chuva e redução nas perdas do sistema) são extremamente importantes e deveriam ser uma constante nas estratégias de gestão desse recurso, e não serem implementadas somente no momento da maior crise de abastecimento de água de todos os tempos. Mas elas não são suficientes.
A pergunta que deve ser feita é se as grandes obras que estão sendo propostas darão conta do necessário abastecimento de água. Os governantes não anunciam soluções efetivas para a produção de água, contando mais com a "benevolência de São Pedro". Será que as obras propostas não acabarão gerando impactos no já frágil equilíbrio do ambiente em que serão construídas? Como alerta, o Movimento Aliança da Água chama atenção para a ausência no pacote de medidas proposto pelo governador de São Paulo para a Presidência da República de "qualquer menção sobre a recuperação e recomposição dos mananciais existentes, incluindo a restauração florestal, a ampliação de parques e áreas protegidas e o pagamento por serviços ambientais", e ainda programas de incentivo e apoio à recuperação de todas às APPs (Áreas de Proteção Permanente, ou matas ciliares) de todas as propriedades rurais, reservatórios e mananciais; programa de fiscalização efetiva nas áreas de mananciais, a fim de evitar ocupações e desmatamentos irregulares; estímulo a práticas que promovam o aumento da permeabilidade do solo nas áreas rurais e urbanas, entre outras ações. Tampouco se considera o papel do desmatamento e da mudança no regime de chuvas relacionadas às mudanças climáticas. Por que também não se ouve falar em agricultura nas iniciativas? E qual modelo de agricultura poderia ajudar a produzir efetivamente água? Por que as políticas ambientais são sempre colocadas de lado na maioria dos programas de governo?
A AGRICULTURA QUE CONTRIBUI PARA O PROBLEMA DA CRISE DE ÁGUA
Uma das principais atividades do país, a agricultura industrial para a produção de commodities como soja, milho, eucalipto, cana de açúcar, assim como os pastos da pecuária extensiva também tem grande parcela de responsabilidade na grave crise hídrica atual, sobretudo em razão do modelo tecnológico adotado, com manejos que privilegiam, em sua maioria, a monocultura extensiva, o uso massivo de agroquímicos, a mecanização em larga escala, a ausência temporária de cobertura no solo, e ainda o uso de fogo em algumas situações.
Tais práticas podem causar impactos negativos nos mananciais, como a sua contaminação e até o seu esgotamento, pois a disponibilidade de água nas bacias hidrográficas tem estreita correlação com a capacidade de infiltração de água no solo.
Em um sistema extensivo de monocultivo com uso frequente de adubos sintéticos de alta solubilidade, agrotóxicos e máquinas agrícolas, a vida microbiológica no solo fica desfavorecida, impedindo os micro-organismos de formarem grumos (estrutura) com suas secreções. Estes grumos são indicativos de solo íntegro, fértil e permeável. Assim, o resultado do manejo "convencional" são solos esfarelados, sem grumos, que se compactam facilmente quando úmidos, formando duras lajes que impedem a água de penetrar - no caso de solos mais argilosos, ou desertos de areia solta - no caso de solos mais arenosos.
É também grave problema que afeta os recursos hídricos a contaminação por agroquímicos - tanto pesticidas quanto resíduos de adubos sintéticos. Estudo recente sobre saneamento básico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou que os resíduos de agrotóxicos são a segunda principal fonte de contaminação das águas brasileiras, atrás apenas do esgoto sanitário. Os agrotóxicos se mostraram mais impactantes até do que os despejos industriais e de atividades mineradoras.
Mesmo com as ditas "boas práticas agrícolas", a agricultura convencional pode causar danos. Um bom exemplo é o plantio direto. Prática amplamente difundida no País, que consiste em deixar depositada sobre o solo, como proteção, a palhada da cultura recém-colhida, contribui para o aumento da infiltração da água no solo. Porém, como ela é dependente do uso de herbicidas, também causa danos ao contaminar os aquíferos em profundidade.
O problema da agricultura convencional extensiva é também a formação dos bolsões de ar quente que espanta a chuva, é o desperdício da chuva que não consegue infiltrar no solo, é a emissão de CO2 provocando o aquecimento planetário, é a perda da biodiversidade que sustenta a vida no planeta, é a erosão que assoreia os rios e, por último, a contaminação química das águas que ela não produz. Há de se destacar também os impactos dos agrotóxicos relatados como possível causa de diversas doenças em inúmeros estudos. Além disso, não podemos deixar de mencionar que a intensa mecanização dos campos, aliada à crescente concentração da posse da terra, estimula o êxodo rural, propiciando que os camponeses se instalem nas cidades, muitas vezes em moradias precárias, sobrecarregando as redes de abastecimento urbanas, já defasadas em sua capacidade de atendimento e dependentes de fontes cada vez mais distantes para levar água à população.
AGRICULTURA AGROECOLÓGICA COMO SOLUÇÃO
Enquanto a agropecuária convencional não consegue conviver com as árvores, que precisam ser retiradas para permitir a pesada mecanização e o uso generalizado de herbicidas aplicados em área total, até de avião, um outro modelo agrícola - a agropecuária de base agroecológica - não só convive bem com as árvores como precisa delas.
Uma das necessidades absolutas para a manutenção do clima e do regime de chuvas, além do desmatamento zero, é a recuperação de ambientes degradados com intenso plantio de árvores. Conforme cita o pesquisador e cientista do INPE e do IPCC Antônio Nobre, "a tecnologia da floresta é insubstituível". O cientista prêmio Nobel de 2007, Philip Fearnside, especialista do IPCC que há 45 anos alerta sobre o "efeito estufa", também disse que "uma das consequências do desmatamento em grande escala da Amazônia seria menos água sendo transportada pelos ventos para o Sudeste durante a temporada de chuvas, o que reduziria a água das chuvas nos reservatórios da Cantareira". Também a Dra Ana Primavesi, grande mestre e ícone da agroecologia, há muito tempo já alertava para aquilo que é relembrado em seu último livro "Pergunte ao solo e às raízes: "Embora se assegure que (..) o aquífero Guarani (...)possa abastecer São Paulo e Rio de Janeiro, já existem duas preocupações. A primeira é que a região de "recarga" deve ser protegida contra a compactação/impermeabilização dos solos. A segunda é que esta área de recarga não seja plantada com cultivos agrícolas que usam elevadas quantidades de NPK e agrotóxicos, inutilizando toda a água por contaminação. Também este aquífero depende de infiltração, isto é, da porosidade do solo. Certamente, se o solo for poroso e permeável para a água de chuva, o ciclo da água poderá se completar de novo, fazendo voltar os poços, as fontes e os rios."
Alguns estudos vêm sendo realizados na tentativa de elevar a capacidade de infiltração de água no solo. Em Ubatuba, no litoral norte do Estado de São Paulo, por exemplo, pesquisa realizada por meio de parceria entre a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) e o Centro Nacional de Agrobiologia da Embrapa mostrou que o uso de leguminosas arbustivas dobrou a capacidade de infiltração do solo em menos de um ano. O uso dessas plantas proporcionou infiltração semelhante àquela que ocorria na área de Mata Atlântica preservada.
Também em Ubatuba, avaliações laboratoriais com cinco diferentes herbicidas, em cinco tipos de solos da planície litorânea, mostraram que, em todos os casos, o princípio ativo do pesticida atingira o lençol freático. Há estudos mostrando a grande diminuição de processos erosivos pelo uso do manejo agroflorestal em áreas declivosas.
Outras formas de planejamento e manejo dos recursos naturais nas unidades de produção agropecuária também podem contribuir para aumentar a produção de água e ainda funcionar como filtro para melhorar a sua qualidade. Tais técnicas estão todas na agroecologia, que propõe as bases científicas para o aproveitamento sustentável dos recursos naturais, incluindo a água, a partir dos conhecimentos das comunidades locais.
Dentro desse enfoque, a produção orgânica e os sistemas agroflorestais merecem destaque. Por meio do desenvolvimento de tecnologias apropriadas para o uso racional do solo, da água, da biodiversidade e do planejamento ambiental e econômico da propriedade rural, a agroecologia é uma importante ferramenta para proporcionar sustentabilidade para a agricultura e tirar do setor agrícola a pecha de mau utilizador dos recursos hídricos.
É importante lembrar que o reconhecimento da forte conexão entre a água, os sistemas de produção agropecuária e as comunidades rurais é uma tendência mundial que também vem ocorrendo no Brasil.
Destacamos aqui o exemplo de referência internacional do programa Cultivando Água Boa da Itaipu Binacional (maior geradora de energia elétrica do mundo) e parceiros que estimula a produção agroecológica com participação permanente envolvendo a atuação de mais de 2 mil parceiros, dentre órgãos governamentais, ONGs, instituições de ensino, cooperativas, associações comunitárias e empresas. Esta iniciativa recebeu diversos prêmios e prova que é possível compatibilizar desenvolvimento econômico com produção de energia, produção de água e preservação do meio ambiente.
Outras iniciativas também merecem destaques como o projeto Guarapiranga Sustentável, realizado em parceria entre as Secretarias Estaduais de Agricultura e do Meio Ambiente, ONGs e Prefeituras de 7 municípios da bacia da Guarapiranga tem como eixo a transição agroecológica do atual modelo convencional de agricultura praticado no manancial.
E ainda o Programa Produtor de Água (da Agência Nacional de Águas), de adesão voluntária, que prevê o apoio técnico e financeiro à execução de ações de conservação da água e do solo e também o pagamento por serviços ambientais (uma espécie de compensação financeira) aos produtores rurais que, comprovadamente contribuem para a proteção e recuperação de mananciais, gerando benefícios para a bacia e para a população, a exemplo do que ocorre no Município de Extrema (MG). Estas iniciativas pilotos precisam ser inseridas agora em uma política pública mais ampla e efetiva para que possam se consolidar.
É preciso, portanto, direcionar investimentos e esforços para resgatar e desenvolver tecnologias menos intensivas no uso de agroquímicos e mais intensivas no uso do conhecimento científico e do saber local para a compreensão das interações dos ecossistemas agrícolas. Esta demanda é ainda maior para o caso de áreas estratégicas para a produção da água e para a preservação da qualidade dos recursos hídricos - como áreas declivosas, nascentes e margens dos rios, áreas de recarga dos aquíferos e as planícies litorâneas.
O incentivo a modelos de produção agropecuária baseados na agroecologia e na produção orgânica é de grande necessidade para toda a sociedade brasileira interessada na preservação e conservação dos recursos naturais e da água, e na melhor qualidade de sua alimentação. Nesse sentido, o próprio novo Guia Alimentar para a população Brasileira, lançado no dia 5 de novembro de 2014 pelo Ministério da Saúde, dá grande importância às formas pelas quais os alimentos são produzidos e distribuídos, privilegiando aqueles cuja produção e distribuição seja socialmente e ambientalmente sustentáveis, o que é defendido também pelo movimento da Ecogastronomia. Tal incentivo depende diretamente do fortalecimento de órgãos colegiados que ampliem o diálogo da sociedade civil organizada com os governos, para estimular o planejamento integrado do setor agropecuário e a formação de novos arranjos interinstitucionais.
É importante que os governos escutem mais os órgãos colegiados, como conselhos municipais, comitês de bacias e câmaras técnicas, que seja retomado o órgão colegiado de Defesa das Águas; de forma a promover a transição de formas de produção e consumo equivocadas, porque baseadas no esgotamento dos recursos naturais, para formas sustentáveis. Para que as mudanças desejadas aconteçam, porém, é fundamental estimular ações participativas que fortaleçam o desenvolvimento da agroecologia e dos sistemas orgânicos de produção. Se houver investimento em uma produção sustentável e com uso integrado de recursos naturais, a agricultura certamente deixará de ser consumidora e passará a ser "produtora" de água.
Convocamos todos os níveis de governo, municipal, estadual e federal, bem como os representantes do legislativo e judiciário a apoiarem efetivamente o processo de produção agroecológica que traz solução objetiva para evitar a crise de abastecimento de água, energia e alimentação. A água é a essência da vida e acreditamos que o cenário de escassez que se configura não nos dará outra escolha a não ser a atuação sustentável.
Os integrantes dos movimentos sociais que assinam esta carta e entidades ambientalistas e agroecológicas de todo o Brasil estão à disposição para construção de saídas para esta crise e uma política pública com ações de curto, médio e longo prazos.
Ao governador do Estado de São Paulo cabe neste momento também se posicionar em relação ao PL 219/2014 (sobre o Programa de Regularização Ambiental - PRA das propriedades e imóveis rurais, criado pela Lei Federal no. 12.651/12, e sobre a aplicação da Lei Complementar Federal no. 140/11 no âmbito do Estado. E pelos motivos aqui expostos, os movimentos que apoiam esta carta se manifestam contrários a este PL.
Entender a alta tecnologia da convivência mais sustentável com a natureza há muito tempo tem sido apontada como a única saída se quisermos permanecer no Planeta Terra. O Brasil reunia toda uma biodiversidade e riqueza hídrica, que usamos, abusamos, degradamos e estamos destruindo. Agora não basta respeitar o que restou desse patrimônio, temos que recuperar a degradação e implementar emergencialmente iniciativas que promovam a produção de água e garantam melhor qualidade de vida, como prioridade absoluta de todos os setores da sociedade. Sem isso São Pedro não conseguirá nos ajudar!
Lançado o aplicativo "Cirandas no Facebook"!
20 de Dezembro de 2014, 4:57Fonte: www.cirandas.net
Acesse o aplicativo em seu Painel de Controle, estando logado no Cirandas, ou clique em: http://cirandas.net/plugin/fb_app/myprofile_config
Para entender bem, assista o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=sIDArJ6AB7M
Reflexiones sobre universidad pública y economía solidaria
19 de Dezembro de 2014, 4:33Fonte: http://www.economiasolidaria.org/
En el auditorio Raúl Porras Barrenechea de la Facultad de Ciencias Sociales (Perú), se llevó a cabo el Seminario Internacional "Universidad Pública y Economías Solidarias", el cual fue organizado por el Seminario de Economía Social, Solidaria y Popular de dicha Facultad en colaboración con la Agencia Vasca de Cooperación para el Desarrollo.
Este acto académico fue inaugurado por el Rector de la Universidad Nacional Mayor de San Marcos (UNMSM), Dr. Pedro Cotillo Zegarra, quien mencionó que la universidad pública, en el caso específico de San Marcos, sí desarrolla actividades de inclusión y promueve la economía solidaria. Asimismo, indicó que nuestra cuatricentenaria casa superior de estudios principalmente vela por el respeto de la autonomía universitaria, que va de la mano con la independencia académica.
Los sociólogos César Germaná, Luis Coraggio e Ivonne Farah reflexionaron sobre el papel de la universidad pública y la economía solidaria.
A dicha cita también se hicieron presentes, académicos y representantes de gremios y comunidades que día a día fomentan y ejecutan proyectos vinculados con los conceptos de la economía sostenible y responsabilidad social. En tal sentido, participaron José Luis Coraggio, economista de la Universidad Nacional de General Sarmiento (Argentina), quien sugirió que la responsabilidad social y la distribución igualitaria son posibles si el Estado asume un serio papel en el que el comercio justo pueda lograr institucionalizarse, aplicando grandes dosis de reciprocidad y consumo responsable.
En relación a la universidad pública, el economista argentino se refirió a que la universidad debe descolonizarse del pensamiento liberal, además de que la economía social y solidaria necesita de nuevos espacios de conocimiento para tener una nueva vinculación con la sociedad.
Por su parte, la socióloga Ivonne Farah, de la Universidad Mayor de San Andrés (Bolivia), mencionó que el desafío de las universidades públicas radica en la creación de una nueva construcción epistemológica y, sobre todo, de carácter multidisciplinario, en la que la relación de lo cognitivo con lo ético no encuentre fisuras y, menos aún, estén desligadas. Por tal motivo la formación de capacidades debe estar vinculada a la economía solidaria, así como a los avances en temas de investigación.
La actividad se inició con el tradicional "pago a la tierra".
En representación de la academia peruana estuvo el sociólogo sanmarquino César Germaná, cuyas reflexiones estuvieron circunscritas a los lazos que existen entre la universidad y las relaciones de poder, lo que colisiona directamente con la sociedad. Al igual que su par argentino, también propuso la descolonización, pero desde su punto de vista, esta debe ser en el campo del saber, ya que aún se encuentra en la esfera eurocéntrica de la cual no logra salir. Esto genera que exista inviabilidad de las estructuras disciplinarias. Es por todo lo mencionado que la reforma de la universidad debe ir en contra de la mercantilización del conocimiento, el neodesarrollismo y el desconocimiento de la "colonidad".
También hicieron uso de la palabra los representantes de movimientos de reivindicación social, quienes sostuvieron que la universidad debe estar cerca a los pueblos, de los actores reales de la sociedad, y no quedarse solo en la teoría académica.
Cabe anotar que previamente a la actividad, desarrollada el 9 de diciembre, en los exteriores de la Facultad se realizó, a modo de ofrenda, el tradicional pago a la tierra, en el que participaron todos los invitados, colaboradores y alumnos en general.
Feira Solidária será aberta hoje e vai até domingo, no Jardim de Natal
19 de Dezembro de 2014, 4:26Fonte: http://www.corumba.ms.gov.br
Corumbá abre nesta terça-feira, 16, a segunda edição da Feira de Economia Solidária, uma realização da Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Assistência Social e Cidadania. O evento acontece dentro do espaço do Jardim de Natal, na praça Generoso Ponce, e vai até domingo, dia 21.
Durante estes cinco dias, a feira produtos de diferentes segmentos que integram o Fórum Municipal de Economia Solidária, como Amor e Arte (CRAS IV), Mãos que Fazem (CRAS III), Amor-Peixe, Lions Clube Corumbá, Clube de Mães da Cidade Dom Bosco, Comitiva da Moda (ACLAUD) e Mãos que Unem.
A feira visa proporcionar geração de renda e divulgar as ações e produtos da Economia Solidária do Município, que conta também com o apoio da Fundação de Cultura de Corumbá.
O subsecretário de Assistência Social e Cidadania, Nilo Correa, informou que o projeto "é uma verdadeira aula de cooperativismo e de engajamento que a Economia Solidária realiza em nosso Município. Trata-se de uma série de investimentos de pequeno porte que vale muito a pena o corumbaense que for ao Jardim do Natal, prestigiar", frisou.
Aprovados PLS 153/2007 e 03/2007
17 de Dezembro de 2014, 16:38Fonte: Eduardo Supicy
A Comissão de Assuntos Econômicos, do Senado Federal, aprovou, em caráter terminativo, PLS no. 153/2007, de minha autoria, e o PLS no. 3/2007, do Senador Osmar Dias que regula e incentiva a criação de sociedades cooperativas. Segundo a proposta, as cooperativas são livres para escolher qual a organização de representação que serão filiadas e registradas. Essa votação encerrou longa jornada iniciada em 1999, com a apresentação de meu primeiro projeto sobre o tema. A relatora, Senadora Gleisi Hoffmann, contemplou as sugestões da Unicopas - União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias, da OCB - Organização das Cooperativas Brasileiras e do Secretário de Economia Solidária, Prof. Paul Singer. É uma conquista para todo o movimento cooperativista brasileiro e para o movimento de economia solidária!
II Seminário Nordestino de Educação Popular e Economia Solidária
17 de Dezembro de 2014, 8:59Fonte: Samara Sampaio
O Piauí esteve presente no II Seminário Nordestino de Educação Popular e Economia Solidária realizado em Recife - Pernambuco de 11 a 13 de Dezembro de 2014. Esse ano a temática do Seminário foi Território e Territorialidades na Construção da Educação em Economia Solidária.
O Seminário resulta de atividades promovidas durante do processo de formação que vem desenvolvido na região Nordeste desde 2009, onde os coletivos estaduais buscam construir sua autonomia, principalmente no que se refere a sistematização de experiências.
O Piauí participou do II Seminário Nordeste, com a presença dos seus representantes no Conselho Gestor: Claudina Oliveira e Durval Gomes e com educadoras e educadores que estiveram presentes nos Carrosséis Pedagógicos, escolhidos a partir da produção de conhecimentos dos coletivos, escolhidos em reunião da Rede de Educadores, para trocas de experiências com outros Estados da Região Nordeste.
Foram priorizadas experiências exitosas e significativas, permeadas de pluralidade, autogestão, solidariedade, preço justo e o bem viver da Ecosol, dentre as experiências escolhidas, registramos a presença no Carrossel 1 - "Assessoria: uma dimensão da educação" / Centro de Educação Ambiental e Assessoria -CEAA - Hubyracy Pedroza Nunes.
Para o Carrossel 3 "Os lugares, vivências e experiências das mulheres na economia solidária" / Grupo de Mulheres Bordadeiras do Parque Piauí - GMBPAPI - Joana Pereira da Silva, é muito significativo para nós, do GMBPAPI, estarmos participando do II Seminário pela primeira vez, pois trás a importância da nossa história, feita por nós, em nosso cotidiano, diz Joana.
No Carrossel 5, com a temática "Povos tradicionais, educação e outras economias" / Marilene Rosalina dos Santos - Quilombo Tapuio - Queimada Nova, representando o movimento quilombola no Estado do Piauí.
Conseguimos trazer no Carrossel 6, a juventude, tão presente e essencial para a continuidade das ações, com a temática' As juventudes e a economia solidária - Duas experiências: Associação de Condutores de Turistas e Visitantes de Pedro II" - Maria da Conceição Silva Santos; Associação de Jovens da Agricultura Familiar de Pedro II (Fundação Santa Ângela) Domingos Júnior.
Para Durval Gomes, representante do Conselho Gestor pelo Fórum Estadual de Economia Popular e Solidária do Piauí, mais uma vez mostra a força do Estado na construção da política da economia solidária.
Manifesto - memória, história e identidade contra o estupro da democracia
17 de Dezembro de 2014, 5:04Fonte: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artId=4718.
Vivemos tempos de memória. Memória da tragédia da ditadura. Memória de crimes encobertos pela transição conservadora. Tempos de choro, de reflexão, de luta pela justiça, de projetar um futuro que não repita os erros e as injustiças do passado. É tempo da Comissão Nacional da Verdade e da negação máxima à qualquer tipo de insinuação de retrocesso. É tempo de desculpas e não de estupros.
À sociedade brasileira cabe cassar o deputado estuprador assumido. Que se utilizar de uma arma, "banalizada pelas torturas da ditadura" contra uma deputada, símbolo da luta pelos direitos humanos e consequentemente contra todas as mulheres. Cabe à nós cassar Jair Bolsonaro, pelo seu desrespeito, pela ameaça, pelo insulto, pelo machismo e pelo crime que cometeu. Crime contra a humanidade ao incitar este tipo de comportamento.
Que nos sirva como o maior exemplo de que o trabalho da Comissão Nacional da Verdade deve ser continuado e levado às últimas consequências, que só podem ser benéficas aos povos brasileiros.
É uma obrigação ética reformar a lei da anistia, não podemos permitir que continuem a surgir e se fortalecer bolsonaros pelas sombras de nossas memórias ocultadas pelos dominadores.
Vamos atrás dos 464.572 eleitores e eleitoras, principalmente elas, que votaram neste ser, para explicar-lhes porque assumimos esta posição e para explicar-nos como pudemos permitir que até o dia 10 de dezembro de 2014, 50 anos depois do Golpe Militar, ainda existe tal manifestação de insulta à dignidade humana.
É o mais límpido exemplo de que não podemos paralisar os passos no caminho de recontar nossa história.
Não podemos ter a narrativa de nossas vidas sequestrada pelos torturadores institucionais. Não se trata de "violações de direitos", e sim de tortura institucionalizada como sugere a Anistia Internacional à CNV.
Não podemos negar que nossa vitória é legítima, é contra a ditadura, é pela democracia, é por uma sociedade justa, é pela igualdade, liberdade, solidariedade, como defendida historicamente pelos socialistas e comunistas, que se tornaram alvo, às sombras da ditadura daqueles tempos, e que tem se projetado sobre os tempos atuais.
Que nos sirva de exemplo e que possamos aprender com o que poderá acontecer caso deixemos de defender o bolivarianismo venezuelano como um movimento de humanização da sociedade, que critica a mercantilização de bens essenciais, de direitos, do território, das sementes e da vida. Não somos, mas queria que fossemos bolivarianos também.
É hora de exaltar a história linda e digna do povo cubano. De mostrar que parte daquele povo, seus medicos e medicas, vem nos dar uma lição de humanidade, vem nos salvar do que se tornou nossa medicina, mercantil.
É hora de barrar a derrubada da participação social no Congresso Nacional contra a qual se entoa, como pecha, o bolivarianismo que desejamos que ela representasse, mas não representa.
É hora de bradar que queremos mais mudanças, e por isso não estamos contentes com uma estratégia, já esgotada, de conciliação concretizada a 12 anos pelos nossos governos federais.
Eles mudaram o país? Sim. Para melhor? Sim. Mas não o necessário e nem o suficiente. E nossa memória pode provar isso em 13 caracteres: junho de 2013.
Sei que é difícil interpretar o movimento histórico do qual fazemos parte no presente, justamente por estarmos envoltos consciente e inconscientemente pelo mesmo.
Mas as lições históricas são muito nítidas neste momento, neste entusiasmante dia internacional dos Direitos Humanos: 10 de dezembro de 2014.
O constrangimento e a vergonha que sentimos, por ter entre nossos 513 parlamentares um defensor obsceno da ditadura, da putrefação humana, é a mesma das derrotas que sentimos estar sofrendo, quando mais de 50 milhões de pessoas optaram pelo voto na candidatura que flertou com gente que defendeu e defende a ditadura.
Em tempos de memória, precisamos recontar nossa história, afirmar nossa identidade como trabalhadores e trabalhadoras, como maioria da população brasileira, reinventar um socialismo nosso, assumir lado, e fazer a mudança, com participação social, reforma política e das comunicações, com repúdio aos bolsonaros, e a quem quer que reivindique uma intervenção militar neste cinquentenário. Vamos pra frente, para o futuro, com um projeto de país democrático e popular. Temos todas as condições para fazer isso e surpreender. Às vezes até a nós mesmos.
* Abaixo à ditadura hoje e sempre!
* Pela desmilitarização das polícias!
* Viva a democracia e o projeto democrático popular do Brasil!
BNDES lança prêmio de Boas Práticas em Economia Solidária
16 de Dezembro de 2014, 3:56Fonte: http://www.bndes.gov.br/
Serão destinados até R$ 2,3 milhões para 96 iniciativas exitosas em todos os Estados brasileiros. Inscrições irão de 12/1 a 13/3 de 2015, no site do Banco
Nesta segunda-feira, 15, Dia Nacional da Economia Solidária, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou a primeira edição do Prêmio BNDES de Boas Práticas em Economia Solidária. A iniciativa pode destinar R$ 2,3 milhões para até 96 iniciativas exitosas em todos os Estados brasileiros. Trata-se de uma parceria entre o BNDES, a Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (SENAES/MTE) e o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES).
O objetivo é reconhecer os esforços e ampliar a visibilidade de Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) que desenvolvam os princípios da autogestão, solidariedade e cooperação; incentivar e fortalecer a mobilização de atores sociais a partir de experiências e ações de referência para a sociedade no âmbito da Economia Solidária; e aprofundar o conhecimento sobre o tema no País, melhorando o diálogo, a construção e a implementação de políticas públicas de apoio e investimento aos EES.
Poderão concorrer EES formalizados, EES ainda não formalizados representados por Entidades de Apoio e Fomento (EAF) e Redes de EES. Quanto ao campo de atuação, poderão participar Empreendimentos de Finanças Solidárias; Empreendimentos de Produção, Comercialização ou Consumo Solidários; e Empreendimentos Formativos, Educativos ou Culturais.
Cada EES premiado, formalizado ou ainda não formalizado, receberá o valor de R$ 20 mil. Cada Rede de EES contemplada receberá o valor de R$ 50 mil. Serão destinados, por Estado, até dois Prêmios para EES formalizados e até um para EES ainda não formalizado. Para EES organizados em Rede, serão até três premiações por região do Brasil. No total, serão distribuídos até 96 prêmios.
Os recursos distribuídos deverão ser utilizados no fortalecimento e na consolidação das iniciativas agraciadas. No caso dos empreendimentos ainda não formalizados, o prêmio pretende contribuir com processos de formalização. O edital será lançado ainda este mês no Diário Oficial da União. O período de recebimento de inscrições será de 12 de janeiro até 13 de março de 2015. A cerimônia de premiação será realizada na Feira Internacional de Economia Solidária, no mês de julho, em Santa Maria (RS).
Homenagem - Esta primeira edição Prêmio BNDES de Boas Práticas em Economia Solidária homenageia Sandra Magalhães. Ícone do tema no Brasil, ela liderou diversos movimentos em busca de sua evolução, estimulando o fortalecimento das políticas públicas em prol de um novo modelo de desenvolvimento. Integrou a formação do FBES e do Banco Palmas, no Ceará, cuja experiência exitosa estimulou a criação da Rede Brasileira de Bancos Comunitários. Mesmo após sua morte, em 2013, a história de vida de Sandra ainda inspira milhares de pessoas.