Audiência pública destaca os reflexos do Golpe Militar na educação brasileira
28 de Abril de 2014, 13:21 - sem comentários aindaFoto: Lóris Canhetti/Ccult
A Comissão de Cultura realizou, no dia 24 de abril, em conjunto com a Comissão de Educação, audiência pública para discutir os reflexos do Golpe Militar de 64 na educação brasileira. A audiência foi proposta pelas deputadas Alice Portugal (PCdoB/BA), presidente da Comissão de Cultura, e Fátima Bezerra (PT/RN).
Para a deputada Fátima Bezerra, a audiência fez um resgate, do ponto de vista histórico, de um período que infelicitou a vida do povo brasileiro. “A ditadura golpeou duramente experiências exitosas no campo da educação naquela época. O próprio Plano Nacional de Educação, idealizado por Paulo Freire, lançado no governo João Goulart, foi duramente golpeado pelo advento da ditadura militar”, afirmou a deputada, ressaltando que a audiência teve um caráter pedagógico, pois contribuiu para que as gerações presentes e futuras tenham uma melhor compreensão desse período.
Durante a audiência, o professor Volnei Garrafa, representante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), destacou que a educação não é um bem a ser adquirido, mas sim um direito humano. “Há uma diferença entre um direito humano e um bem. Um bem é algo que você pode comprar, mas a educação deve ser vista pelos países como um direito humano que se configura com o nascimento da pessoa. A ditadura militar amordaçou toda uma geração. Agora, estamos tentando retomar um novo caminho, pois a educação é algo libertador”, ressaltou o professor.
Presente na audiência, Emir Sader, sociólogo e cientista político, afirmou que o grande reflexo da ditadura na educação brasileira foi a perda da escola pública como espaço de socialização, principalmente para os jovens pobres. “A ditadura militar deteriorou a escola e a família. A reconquista da educação primária e média é um tema fundamental da democracia brasileira, mas um tema que ainda estamos brutalmente atrasados”, disse o sociólogo.
Segundo Marcos Guerra, representante da Ordem dos Advogados do Brasil - RN, antes do golpe militar, havia debate entre a sociedade e a universidade, mas a ditadura eximiu toda essa construção. “Tive o privilégio de fazer parte de uma geração que estava inserida numa universidade aberta e oxigenada, num link direto com os grandes temas que estavam sendo discutidos na população. Com a ditadura, houve um encarceramento que contribuiu para esclerosar a universidade brasileira”, enfatizou Marcos Guerra.
O debate contou ainda com a presença de Sadi Dal Rosso, professor da Universidade de Brasília, e Moacir Gadotti, presidente do Instituto Paulo Freire.
Alice louva Caymmi
22 de Abril de 2014, 17:32 - sem comentários ainda“Há cem anos nascia o maior cantador da Bahia. A voz da Bahia, do seu povo do mar, das baianas guerreiras, das cantigas de roda, da poesia e da prosa popular. Caymmi levou a Bahia aos quatro cantos do mundo.
Ainda criança, da varanda da casa da minha avó Francisca, olhava atenta como menina esperta, o poeta na sua varanda, na Avenida Manoel Dias da Silva, com sua bolsa à tira colo e seu violão. Este era apenas um pouso, deste cidadão do mundo.
Caymmi disse que iria à Maracangalha, que tinha um peixe de ouro e um sino de prata nas águas de Amaralina, que era doce morrer no mar e deu a receita de como fazer um bom vatapá! Traduziu a Bahia e o sentimento do seu povo como quem canta uma cantiga de ninar.
Como filha desta Bahia que canta Caymmi, rendo minhas homenagens à sua obra, ao seu jeito de ser. Aos seus filhos amados e igualmente talentosos, a certeza de encontrá-lo nos acordes e no lirismo das suas vozes.”
Deputada Alice Portugal
Presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados
Ccult celebra os 100 anos do baiano Dorival Caymmi
22 de Abril de 2014, 17:12 - sem comentários aindaFoto: Lóris Canhetti/Ccult
Com música, história e poesia, a Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, presidida pela deputada Alice Portugal (PCdoB/BA), relembrou a obra do cantor Dorival Caymmi e prestou homenagens ao centenário do músico. Durante audiência pública, realizada na tarde desta terça-feira (22/04), foi discutida a importância do legado que o cantor baiano deixou para a cultura brasileira.
Segundo o deputado Penna (PV/SP), proponente da audiência pública, a ideia foi trazer a obra de Caymmi para aproximar a Câmara dos Deputados das aspirações populares. “Tenho sempre a ideia de que podemos melhorar essa Casa e aproximá-la dos sonhos do povo. O jeito de Caymmi trabalhar a palavra cantada foi algo de tamanha precisão que vai perpassar anos e anos pela sua capacidade de musicar palavras. Caymmi é um mestre que muito nos ensinou. Ele tratou de temas como o mar, a Bahia, as mulheres e o amor de uma maneira de velho e bom carpinteiro”, destacou o deputado.
A audiência contou com a participação do filho do músico, Danilo Caymmi, que relembrou histórias do cantor e falou da influência do pai em sua vida artística. “Meu pai me ensinou muita coisa da profissão, o gosto pelas artes plásticas, poesia, literatura e cinema. Ele me formou e me deu o primeiro instrumento. Ele me ensinou que melodia boa passa os tempos e ele tem toda a razão, pois a obra dele ainda está viva, viva como a Bahia. Fiz questão de modificar minha agenda para poder estar aqui participando desta audiência”, disse Danilo.
Historiador e presidente da Academia de Letras do Rio de Janeiro, Ricardo Cravo Albin destacou que as músicas de Caymmi buscavam sempre a felicidade. “Caymmi abrigou exatamente essa possibilidade de ser feliz na sua música. A música dele é o resumo da alma atemporal, mulata, faceira e generosa do povo brasileiro. Portanto, acredito que a obra de Dorival Caymmi representa o Brasil plural, que mergulha nas suas fontes, como nunca deveria deixar de mergulhar, e Caymmi representa a beleza do nosso país”, afirmou o historiador.
Considerado o poeta popular, Dorival Caymmi desenvolveu um estilo pessoal de compor e cantar, demonstrando espontaneidade nos versos. Algumas músicas do baiano levaram anos para serem finalizadas. Durante a audiência, o professor e escritor Marielson Carvalho destacou essa questão do tempo que Caymmi levava para compor. “Quando falamos em preguiça de baiano temos o imaginário que o baiano não gosta de trabalhar, mas nas canções de Caymmi não existe nenhuma apologia à preguiça, pois todos os personagens dele trabalham, como a baiana do acarajé, o pescador que vai para o mar, como diz a música ‘Canção da Partida’: “Minha jangada vai sair pro mar, vou trabalhar, meu bem querer”. A preguiça de Caymmi é contemplativa, laboral. Essa demora de fazer as canções não era preguiça, mas sim o tempo ideal dele de criar. Caymmi era um trabalhador da canção”, enfatizou o pesquisador.
A audiência contou também com a participação do advogado João Jorge Amado que destacou a grande relação de Caymmi com o escritor baiano Jorge Amado.
Comissão de Cultura realiza audiência para celebrar o centenário de Dorival Caymmi
15 de Abril de 2014, 11:14 - sem comentários ainda
A Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados realizará, no dia 22 de abril, Audiência Pública para discutir a importância de Dorival Caymmi para a cultura brasileira e prestar homenagens por ocasião do centenário do cantor baiano. A audiência foi proposta pelo deputado Penna (PV/SP).
A audiência contará com a participação de Danilo Caymmi, músico e filho de Dorival; Ricardo Cravo Albin, historiador e presidente da Academia de Letras do Rio de Janeiro; Marielson Carvalho, professor e escritor; e João Jorge Amado, advogado e filho do escritor Jorge Amado.
Cantor, compositor, violonista, pintor e ator brasileiro, Dorival Caymmi nasceu em Salvador (BA), no dia 30 de abril de 1914. Com forte influência da música negra e inspirado pelos hábitos, costumes e tradições do povo baiano, o poeta popular desenvolveu um estilo pessoal de compor e cantar, demonstrando espontaneidade nos versos. Caymmi deixou sucessos que ainda embalam as emoções, depois de décadas, como Marina, Saudade da Bahia, Maracangalha e Modinha para Gabriela, entre outras.
SERVIÇO:
Audiência Pública: “Importância de Dorival Caymmi para a cultura brasileira”
Local: Câmara dos Deputados - Anexo II, Plenário 10
Horário: 14h30min
Comissão de Cultura – Câmara dos Deputados
Maiana Neves – Assessora
(61) 3216-6947 / 8108-4453
Audiência debate cota para filmes brasileiros em cinemas
10 de Abril de 2014, 15:51 - sem comentários ainda
Com o objetivo de discutir a chamada “cota de tela” que prevê a obrigatoriedade da exibição de filmes nacionais por determinados períodos nos cinemas, a Comissão de Cultura realizou audiência pública, na tarde desta terça-feira (08/04). Participaram do debate o presidente da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Manoel Rangel, o cineasta Luiz Carlos Barreto, o presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas Exibidoras, Distribuidoras e Produtoras de Filmes e Vídeos Cinematográficos do Estado do Rio Grande do Sul (SEECERGS), Jorge Ivan Barcelos, e o advogado do Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual, Claudio Lins de Vasconcelos.
Autor do requerimento para realização da audiência, o deputado Stepan Nercessian (PPS-RJ) destacou a importância de discutir o tema, uma vez que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgará recurso interposto pelo Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas do Rio Grande do Sul, que sustenta serem inconstitucionais os artigos 55 e 59 da Medida Provisória (MP) 2.228/01, que estabelece princípios gerais da Política Nacional do Cinema e fixa a “cota de tela”.
Para a presidente da Comissão de Cultura, deputada Alice Portugal, o tema da audiência é de grande relevância, pois é uma agressão à produção audiovisual nacional querer reduzir ou mesmo retirar a “cota de tela” do cinema brasileiro. “Nesse sentido, a nossa posição foi de buscar todo amparo legal e político para impedir que haja essa diminuição. As nossas produções precisam desse espaço de difusão. Ficamos de procurar a Embratur [Instituto Brasileiro de Turismo] para que nas feiras internacionais sejam exibidos filmes brasileiros”, destacou a deputada.
Regulamentada pela Ancine, a “cota de tela” é um instrumento legal adotado por vários países a fim de promover a competitividade e a sustentabilidade da indústria cinematográfica nacional. Segundo o presidente da Ancine, Manoel Rangel, a cota existe desde a década de 30. “De lá pra cá, várias leis acolheram a cota de tela como mecanismo de estímulo a nossa indústria cinematográfica, de promoção da cultura e democracia, mas também para que pudéssemos promover o desenvolvimento econômico neste setor tão importante que gera emprego de alta qualificação e atrai divisas. A cota de tela ao longo desse tempo foi fundamental para que construíssemos a indústria cinematográfica brasileira tal como ela é hoje”, destacou Rangel.
Sobre o recurso protocolado pelo Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas do Rio Grande do Sul no STF, o presidente da Ancine acredita que o Supremo irá legitimar a “cota de tela”. “Estamos otimistas, pois a cota é um instrumento validado por 80 anos de aplicação e de pactuação na sociedade brasileira. É um instrumento acolhido pela Constituição Federal nos seus artigos 215 e 216, da promoção da cultura brasileira”, enfatizou Manoel Rangel.
De acordo com o cineasta Luiz Carlos Barreto, dezenas de filmes nacionais não são mostradas ao público por falta de espaço. “A cota de tela ainda tem que ser maior, como era nos anos 70. Quando nos perguntam: vocês querem chegar aonde? Nós queremos chegar a 365 dias de exibição de filmes brasileiros. Isso seria o ideal: você conseguir que o seu mercado seja ocupado majoritariamente pelo produto nacional”, afirmou o cineasta.