A história se repete. De um lado, asfaltam, cimentam, tiram árvores, eliminam jardins para dar lugar a estacionamentos. Os habitantes, sem nenhum programa de incentivo à conservação da cidade, jogam lixo na rua e o lixo é engolido pelas bocas de lobo que tiveram seus ralos e tampas roubadas.
Do outro lado, é o governo, a prefeitura que não orça obras para conter as águas do início do ano, desde 2017, quando o tucano João Doria assumiu o comando da cidade depois de convencer os eleitores que não era um político como os outros, era um gestor. Sob sua gestão de dois anos, quando saiu candidato ao governo, a Prefeitura reduziu em 16,2% o valor orçado para combater as enchentes da cidade de São Paulo. Enquanto o petista Fernando Haddad orçou R$1.418.930.416 trilhão, Doria orçou 807.913,264 milhões para o mesmo período.
Na madrugada desta segunda-feira (10), a maior cidade do país, começou a receber um volume de água muito superior que o normal para essa época, e foi essa falta de planejamento que acabou provocando um caos, em todos os sentidos, em diversas áreas da cidade. Rios transbordaram, ruas encheram de água, que invadiu centenas de casa, deixando quem tinha pouco, sem nada. Os ônibus pararam, carros boiaram, milhares de pessoas não conseguiram chegar aos seus locais de trabalho.
Operações foram adiadas, voos cancelados, lojas não abriram, aulas foram suspensas, enfim, São Paulo transbordou, parou. As televisões suspenderam sua programação para dar lugar a imagens e informações sobre o caos que os paulistanos estavam vivendo. Faltou a João Doria e Bruno Covas, ações que normalmente são colocadas, no sentido de enfrentar enchentes como as desta triste segunda-feira: intervenções e manutenção de sistema de drenagem, obras e serviços nas áreas de riscos geológicos, monitoramento de operação e emergências da cidade, manutenção e operação dos sistemas de monitoramento e alerta de enchente e obras de combate a enchentes e alagamentos.
Faltou o gestor que Doria anunciou durante sua campanha. E o Serviço de Meteorologia prevê mais chuvas para terça e quarta-feira. São Paulo corre o risco de novamente viver um Deus nos acuda.
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