Quando a passagem era 1 real?
27 de Abril de 2014, 20:31 - sem comentários ainda
Passagem aumenta
Alimento caro
Salário baixo
Falta Alimento
No outro ano
Passagem mais cara
Lazer mais caro
Salário baixo
Falta lazer
Dez anos depois...
A mesma história
O ônibus pior
E a passagem?
Mais cara
E em época de aumento de passagem, nada melhor do que adolescentes para mostrar de forma cômica a realidade de um transporte público sem segurança, espaço adequado para passageiros e com certeza sem qualidade.
Lembrem-se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.
Escrito por: Rafael Pisani
Observação: No mesmo dia de postagem as 22:22 o termo repetido “do que adolescentes foi retirado. No servidor anterior foi postado no 07/04/2014 as 12:09.
Por um movimento social menos ideológico: o estudante e o movimento
27 de Abril de 2014, 20:26 - sem comentários ainda
[1]Uma pesquisa realizada em dois congressos estudantis, sendo um deles o 46.º CONUNE (Congresso da União Nacional dos Estudantes) ocorrido em Belo Horizonte em 1999 e outra no CONEA (Congresso Nacional dos Estudantes de Agronomia) ocorrido em Pelotas (Rs) em setembro deste mesmo ano procurou saber como andava a organização e estrutura do movimento estudantil. A escolha do CONUNE foi feita porque ele foi considerado um ponto onde os diversos grupos se manifestam e marcam seu campo político e reivindicações, mas acima de tudo um local onde a experiência coletiva se consolida e procura mudar seus métodos ou continuar como está. A pesquisa delimitou quatro campos extraídos a partir das entrevistas e pesquisa participante para sua exposição: A) O movimento estudantil e os estudantes B) O movimento estudantil e os partidos políticos C)O movimento estudantil e seus ideários D) O surgimento de novas linguagens e práticas emergentes em seu interior. Apesar disso vou tratar de cada um deles em um texto separado, iniciando com o item A.
A conclusão geral do artigo, baseada nas várias entrevistas é que o estudante tem pouco se identificado com o movimento estudantil, chamando-o de burocratizado, hierarquizado, centralizador, partidarizado, ultrapassado etc... sendo incrível o fato de cada grupo ou tendência ter essa idéia em comum, apesar de formular diferentes diagnósticos e avaliações, incluindo nisso todas as teses do 46.º CONUNE. Muitos dos estudantes entrevistados explicavam esse acontecimento devido a fatores externos e internos, como o individualismo, aparelhamento e burocracia das entidades evidenciando subliminarmente a reestruturação das formas de se fazer política, o esgotamento das práticas, ainda que seja algo de grande dificuldade. Isso tudo gera grande descrédito e falta de participação dos estudantes, sendo um movimento que não cria espaços de participação para os mesmos, produzindo então a falta de um elo identitário entre as várias aspirações estudantis e o ideário do movimento estudantil que resulta inclusive em uma falta de comunicação entre a entidade e o estudante, tornando-o não representativo. Grande parte disso se refere à estrutura das entidades.
A entidade, com todas as suas estratificações deixou de ser capaz de atingir as novas demandas e dessa forma limita estudantes que não se enquadram nesse modelo de organização institucionalizada, que mesmo tentando mudar seus modelos de organização não sai de uma estrutura centralizada e hierárquica. Houveram sim algumas mudanças, como a proporcionalidade qualificada que garante a presença de membros das várias tendências na diretoria e a criação de várias secretarias relativas as demandas gerais e atuais, como temas sobre racismo, mulheres, cultura, meio ambiente ainda que dentro de um modelo institucional e de temas que antes não institucionalizados, agora o foram dentro do movimento. Isso bloqueia as positividades das experiências dentro da nova estrutura e denuncia a falta de um novo modelo de estrutura no movimento. Tudo isso se junta à conjuntura neoliberalista e fica ainda pior.
Nessa os valores mudam e o individualismo se fortalece e faz o estudante tentar quebrar barreiras individualmente, mesmo que só seria possível através de um ato coletivo.[2] Esse modelo tradicional, que busca levar o conhecimento a quem supostamente não o tem, e servir de guia para quem está perdido já não tem mais força. Já foi importante, e ainda é que o movimento tenha seu lado institucional, formal, para que não perca sua referencia e cada um para seu lado, sem onde ter de se unir, mas a extrema institucionalização das ideias, das participações gera problemas, dito que as características do estudante atual diferem do estudante da década de 60, 70, 80 ou 90, um novo modelo precisa ser buscado. A forma de comunicação usada nesses períodos precisa mudar, e mesmo que algumas demandas tenham continuado as mesmas, outras mudaram e algumas apareceram. Sendo um estudante diferente, um trabalhador diferente, novas questões devem ser levadas em conta, novas incógnitas que diferem por exemplo da época da ditadura, onde vivia-se para acabar com a ditadura, o que já não é um modelo com valor atual. Não é possível nem plausível cobrar de um estudante universitário que trabalha 8 horas por dia e vai estudar a noite a participação assídua em reuniões semanais, mas isso não quer dizer que seja impossível sua participação, ela só vai se dar de forma diferente. As demandas desse estudante vão variar das de um que não trabalha, assim como a forma tradicional de convidar a participação deve funcionar mais com o que não trabalha, do que o que trabalha. A forma tradicional, isto é, chega-se ao sujeito e a ele é apresentado o conhecimento já não dá mais, sem conhecimento da vida do sujeito, do que pensa e sabe sobre o movimento, das suas condições de participação, de suas aptidões ou dificuldades, objetivos de vida e as mais variadas características sua atuação não vai ser efetiva, qualquer seja o movimento.
[3]O conhecimento que não seja prático a eles não tem valor, assim como se ele dá o direito a ouvir, deve-se fazer o mesmo, inclusive em uma reunião e deve ser garantido com ou sem reunião o acesso a conhecimentos necessários além das formas de demonstrar a existência de sua necessidade. O conhecimento deve guiar o movimento, e não as opiniões institucionalizadas. Deve conseguir mostrar que muitas de suas questões individuais se dão por falta do senso de coletividade, e que esse mesmo senso na prática pode resolvê-lo, portanto: menos tradicionalismo, mais inovação.
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Escrito por: Rafael Pisani
Observação: No servidor anterior foi postado no dia 14/04/2014 as 12:09. Nesse servidor houveram as seguintes alterações:
- Retirada de “que” entre “garantido” e “com” no seguinte trecho e substituição de “além das formas de demonstrar sua necessidade exista.” para “além das formas de demonstra a existência de sua necessidade” no seguinte trecho “O conhecimento que não seja prático a eles não tem valor, assim como se ele dá o direito a ouvir, deve-se fazer o mesmo, inclusive em uma reunião e deve ser garantido que com ou sem reunião o acesso a conhecimentos necessários, além das formas de demonstrar sua necessidade exista.”
Referencias:
Marcos Ribeiro Mesquita, « Movimento estudantil brasileiro: Práticas militantes na ótica dos Novos Movimentos Sociais », Revista Crítica de Ciências Sociais [Online], 66 | 2003, colocado online no dia 01 Agosto 2012, criado a 28 Março 2014. URL : http://rccs.revues.org/1151 ; DOI : 10.4000/rccs.1151
[1] Todo o texto tem como fonte a única referencia que está na lista, os comentários que forem do presente autor serão demarcados com uma nota de rodapé.
[3] Todo o trecho a frente, exceto a última frase foi de colaboração de Thiago Zoroastro. Link para contato: http://blogoosfero.cc/profile/thiagozoroastro
A Massa e sua deplorável arte de desinformar as massas
25 de Abril de 2014, 14:19 - sem comentários aindaA opinião é mais ou menos como o cu. Cada um tem a sua, é responsável por ela e faz com ela o que bem entender. Afinal, liberdade de opinião é um direito garantido pela própria constituição federal de 1988 em seu artigo 5º.
Mas utilizar-se deste preceito constitucional com a finalidade de doutrinação ideológica ou de desinformação das massas é no mínimo, canalhice explicita.
E foi justamente isso que fez o comentarista do jornal SBT-Paraná em seu espaço exclusivo.
O elemento teve a pachorra de dizer na televisão, uma concessão pública, que os professores em greve no estado, se não estão contentes com seus salários, deveriam procurar outra profissão ou então mudarem-se para as escolas particulares que, teoricamente, pagam salários melhores.
E foi mais além. Segundo a “opinião” do Jornal SBT-Paraná, os professores estão em greve porque o Governo Federal investiu fora do país, porque o Governo Federal investiu na Petrobras, porque o governo federal paga bolsa isso, bolsa aquilo, etc.
A “opinião” do jornal, não citou nem uma única vez o governo do estado, responsável direto pela educação estadual.
Claro que o elemento comentarista teceu suas críticas a mando de seu patrão, Carlos Alberto Massa, pai do deputado Ratinho Jr. (PSC), aliado do governador Richa e até poucos dias atrás, secretário de estado do governo Richa.
Não existiria nenhum problema com este tipo de opinião panfletária caso o jornal cumprisse o mínimo de ética jornalística e, pelo menos, dedicasse igual espaço para a apresentação do contraditório. Claro que se abrisse este espaço, as teorias de estado mínimo proposto e a ausência de culpa do governador cairiam todas por terra.
Confesso ao leitor que tenho medo de escrever sobre esta turma. Da última vez, as vésperas das eleições municipais de 2012, eles não gostaram das minhas críticas e me meteram um processo na justiça eleitoral.
Porém, a liberdade de opinião deveria ser uma avenida de mão dupla não é mesmo?
Será que custava muito à “opinião” do jornal, apresentar a pauta de reivindicações dos professores grevistas?
- 33% de hora atividade (saiba mais);
- Piso Nacional;
- Pagamento dos avanços em atraso;
- Concurso público;
- Novo modelo de atendimento em saúde;
- Porte de escolas;
- Hora-aula e hora-atividade para a educação especial;
- O fim do desmonte pedagógico (saiba mais).
Custava à “opinião” do jornal, cruzar esta pauta de reivindicações com as metas para a educação que o governador prometeu cumprir ainda durante a campanha eleitoral de 2010 e que hoje, três anos e meio depois de tomar posse, ainda resumem-se apenas a promessas?
Se o objetivo do jornal SBT-Paraná fosse realmente informar seu público, não custaria nada, Mas como o jornal e toda a rede de TV servem apenas para vender produtos dos anunciantes e alavancar mais uma vez, mais uma candidatura do filhote do patrão, quanto mais alienado e desinformado for o seu público, melhor.
Vai ver, é por isso que ninguém mais toca no assunto de democratização da comunicação e da “lei dos médios” aqui no Paraná.
O Maranhão é aqui e nossa família Sarney vai disputar mais uma eleição em outubro.
Confira a “opinião” panfletária do jornal.
Polaco Doido
Sim, nós temos a lei mais moderna do mundo para a internet!!!
22 de Abril de 2014, 18:50 - sem comentários aindagente!
vocês se deram conta do que aconteceu hoje?
nós temos a lei mais moderna do mundo para a internet.
uma lei construída coletivamente, inclusive com a participação d@s blogueir@s do Paraná, do nosso Paraná Blogs.
essa lei é nossa, porra!
nós somos foda!
#PQP hoje a gente pode gritar:
somos vanguarda da liberdade de expressão na internet!
estamos a frente do mundo todo.
que nos sigam os bons!
Não tenho tempo para meus direitos
21 de Abril de 2014, 9:05 - sem comentários ainda
O texto anterior "Não tenho tempo" fez menção a várias ideias relativas à falta de tempo como um todo. O texto foi trabalhando através de dois conceitos centrais: tempo objetivo ou cronológico e tempo subjetivo. Tempo objetivo é definido como o tempo em si, isto é, um minuto tem 60 segundos, 1 hora tem 60 minutos, um dia tem 24 horas e assim por diante, e esse é igual para todo mundo. O tempo subjetivo é que difere de um sujeito para outro, ou seja, o tempo que um sujeito pode levar para executar uma ou mais tarefas específicas pode ser diferente para outro sujeito e dessa forma o “espera um pouco”, ou “já estou chegando” pode ser 1 hora para sujeito A ou 10 minutos para sujeito B. O tempo da consciência difere do tempo dos relógios, sendo ela o tempo subjetivo que é um tempo próprio, sem regularidade e homogeneidade, enquanto o tempo dos relógios é o objetivo. [1] Isso foi relacionado à questão do automatismo da rotina e questionando a falta de tempo através desses dois conceitos e de diferentes formas. Nesse será adicionado um terceiro conceito: o significado de uma atividade para o sujeito. Ainda assim vale tratar um pouco mais dos conceitos de tempo cronológico e subjetivo.
Falta de tempo cronológico significa dizer que cada minuto das 24 horas de cada um dos 7 dias das 4 semanas de cada mês e dos 12 meses do ano estão ocupados com algo, sendo o mesmo que dizer: “minha vida esta totalmente programada para sempre” e dizer isso significa algo bastante sério. Ainda assim, analisando isso é possível perceber que é impossível, vejamos um exemplo:
João pereira quer passar em um concurso, mas sabe que para isso precisa estudar e até agora nem tentou porque não tem tempo. Vejamos sua rotina: de segunda a sexta trabalha de 8:00 as 16:00 e a noite estuda em seu curso de recursos humanos de nível técnico de 19: as 22:00. Aos fins de semana tem de ficar com a família e ver os amigos. Por isso tudo João afirma que não consegue estudar para o concurso. Aparentemente é verdade, mas será que é? Vejamos com mais detalhes: No seu trabalho nem sempre está ocupado de fato com o trabalho, muitas vezes ocupa um tempo considerável para dormir e conversar com os colegas, além disso tem 30 minutos de almoço por dia. Nas 3 horas que tem entre o trabalho e o curso técnico leva 1 hora no ônibus de ida para casa e 1 hora no ônibus de ida para o curso, ficando uma hora em casa sozinho, já que a esposa trabalha e os filhos estão na escola. Na volta do curso leva o mesmo tempo no ônibus, podendo ficar esse tempo com os filhos, de resto é o fim de semana. Nesse trecho muitas brechas se abriram. João agora pode estudar nas horas vagas de trabalho, no ônibus, quando está em casa de 17 as 18 e principalmente cortando alguns compromissos de fim de semana . Não existe essa falta de tempo cronológico, mas sim uma falta de consciência de sua organização, o que tem a ver com o tempo subjetivo. Para outra pessoa a organização pode ser diferente, mas de alguma forma pode haver tais brechas. O indivíduo pode considerar a mudança um sacrifício, algo difícil de fazer, mas ainda assim isso não quer dizer que é impossível, mas uma mudança e consciência do tempo psicologicamente difícil. Nesse ponto caímos no campo do tempo subjetivo.
Nesse sentido além da organização mental do tempo temos o significado da atividade. Apesar das brechas temporais cronológicas a falta de organização temporal pode fazer o sujeito não ser capaz de incluir algo novo. Em terceiro sentido se a atividade a ser incluída tem pouco valor, ou não se crê que o objetivo vai ser alcançado então a pessoa que quer fazer concurso mas não acredita que vá passar, ou a pessoa que é convidada a participar de um movimento social e não aceita e nega tanto estudar para o concurso quanto participar do movimento social dizendo que a razão é não ter tempo pode estar dizendo que não acredita no potencial da ideia, não tem consciência do próprio tempo, ou não sabe organizar o próprio tempo. Além de tudo isso movimento social não quer dizer só movimento estudantil ou sindical, significa também luta por moradias, baixa dos impostos e preços dos alimentos, melhores condições para mulheres e homens presos, doação de alimentos e roupas para quem precisa ou até mesmo a criação de uma ONG. Apesar de cada caso ser um, vale a pena pensar nisso não?
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Escrito por: Rafael Pisani
Observação: No servidor anterior foi postado no dia 24/03/2014 as 00:00. Nesse servidor houveram as seguintes alterações:
1. Adição de “vida” entre “minha” e “esta” no seguinte trecho “minha esta totalmente programada para sempre” e alteração do “esta” para “está”
Referencias:
Disponível em: http://jus.com.br/artigos/23107/o-tempo-subjetivo-e-as-emocoes-negativas-na-duracao-do-processo-penal Sebastião Raul Moura Júnior/ http://jus.com.br . Data de acesso: 16 de março de 2014
[1] Fonte do tempo da consciência e do tempo do relógio: http://jus.com.br/artigos/23107/o-tempo-subjetivo-e-as-emocoes-negativas-na-duracao-do-processo-penal