Projeto para resíduos sólidos envolve educação, saúde e sustentabilidade em Campinas
21 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Regis Estevez
O engenheiro ambiental da Prefeitura Municipal de Campinas, Fábio Gonzaga Cardoso, está desenvolvendo um importante projeto de plano de trabalho para resíduos sólidos com a finalidade de promover ações de sustentabilidade. O foco dessas ações está no Distrito de Joaquim Egídio, uma espécie de projeto piloto que poderá ser levado para outras regiões da cidade e outros munícipios. Atualmente, com a Política Nacional de Resíduos Sólidos implementada pelo governo federal, as cidades tem que trabalhar no sentido de amplicar os seus programas de coleta seletiva, de reciclagem, de tratamento dos resíduos sólidos e de compostagem da parcela orgânica com o objetivo de minimizar a utilização dos aterros. É uma discussão urgente porque a política nacional determina que qualquer resíduo produzido pela atividade humana que tiver uma mínima possibilidade de reciclagem, reutilização e reaproveitamento ou que tenha, algum valor comercial, não pode ir para o aterro sanitário. Segundo Fábio, o projeto deve envolver diversas camadas da sociedade, envolvimento da comunidade, das empresas, passando por educação ambiental, saúde pública e organização civil.
Documento síntese da Cúpula dos Povos será concluído nesta sexta
21 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindapor Nielmar de Oliveira
Os cinco principais temas em discussão nas plenárias da Cúpula dos Povos estão sendo compilados e serão sintetizados em um documento único que deverá ser encaminhado ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, em encontro nesta sexta-feira (22).
A informação foi dada à Agência Brasil pela ativista Lúcia Ortiz, uma das organizadoras da plenária final e que pertence à organização Amigos da Terra Internacional.
Durante a reunião da Cúpula dos Povos, que aconteceu paralelamente à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, foram realizadas cinco plenárias: Direito, Justiça Social e Ambiental; Defesa dos bens comuns contra a mercantilização; Soberania Alimentar; Energia e Industrias Extrativas.
“Nestas plenárias nós procuramos trabalhar na construção de uma outra economia e de novos paradigmas para os povos. Discutimos as causas estruturais e as falsas soluções apresentadas como salvação para as crises vividas hoje por alguns dos principais países do mundo. Discutimos também as soluções apresentadas e o que elas têm em comum”, disse Lúcia.
Ao falar sobre a mobilização da sociedade civil, traduzida na reunião das diversidades culturais, étnicas e raciais que ocorre no Aterro do Flamengo, Lúcia destacou diversas manifestações, como a marcha de milhares de pessoas pelo centro do Rio de Janeiro realizada ontem (20) em protesto contra posições constantes do documento oficial da Rio+20 e contra o novo Código Florestal.
“Mais do que isto: nós estaremos elaborando na assembleia de amanhã (22) uma declaração contextualizada das falhas do sistema internacional das Nações Unidas, que se mostrou um verdadeiro fracasso tanto em dar conta do reconhecimento das causas da degradação do meio ambiente como da apresentação de soluções concretas para o problema”.
Lúcia disse que a decisão de entregar o documento com a síntese das plenárias ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na reunião de amanhã ainda não foi tomada. “A gente tem uma reunião agendada com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-mon, mas o nosso processo não tem essa entrega como objetivo final”.
Na avaliação da ativista do Amigos da Terra Internacional, mais importante do que a entrega a Ban Ki-moon, é o destino que cada governo dará a esse documento. “Essa síntese é uma consequência do processo de articulação, mobilização e construção da luta que estamos travando. Mas, mais importante para a gente é concluir a leitura dessa síntese. O que os governantes vão fazer com o documento vai depender de cada governo. Se eles vão ouvir o povo ou continuar capturados pelos interesses das grandes corporações é uma decisão que só a eles compete”, avalia.
Lúcia Ortiz também deixou em aberto a possibilidade de que a Cúpula dos Povos opte por divulgar o documento através da imprensa, “que é quem vem de fato dando apoio e divulgando os nossos eventos”.
Edição: Fábio Massalli
Protesto encerra apresentação do Brasil sobre desmatamento
21 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Vladimir Platonow
A apresentação do Brasil, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, sobre os avanços obtidos pelo governo no combate ao desmatamento, terminou hoje (21) em protesto e discussão entre ambientalistas e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
O encontro contou com a presença de ministros estrangeiros da área ambiental e tinha o objetivo de mostrar a experiência do país na redução à derrubada de florestas. Mas os debates foram interrompidos por um grupo de ambientalistas segurando cartazes contra o Código Florestal e protestando contra as ações do governo na área, inclusive a liberação de grandes obras, como a Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
A segurança da Rio+20 e a polícia da ONU foram chamadas para controlar o tumulto, mas acabaram impedidas pela ministra de retirar os manifestantes da sala. Izabella deu a palavra para os integrantes dos movimentos ambientais, mas terminou se irritando quando eles se recusaram a parar de falar. A ministra subiu o tom da voz e disse que, na verdade, o governo e a sociedade civil estavam do mesmo lado e que precisavam unir forças. A plateia dividiu-se entre vaias e aplausos.
“Isto aqui é um espaço democrático. Por isso vocês interromperam a reunião e se pronunciaram. Não há nenhuma restrição, mas sempre há mais de uma posição a ser dita”, disse a ministra, que garantiu que atualmente a taxa de desmatamento do país é a menor dos últimos anos.
“No Código Florestal, realmente a luta não acabou. Mas vamos ter que ir para o Congresso Nacional, um espaço democrático da sociedade brasileira, defender os nossos interesses. E eu gostaria que os ambientalistas elegessem mais deputados e senadores ambientalistas”, disse Izabella.
Sobre a construção da usina de Belo Monte, ela disse que não era sua a responsabilidade pelo licenciamento da obra, que coube ao ex-ministro Carlos Minc. “Fiquem juntos com o Ministério do Meio Ambiente. Não fiquem contra. Porque nós já somos muito poucos perante aqueles que não querem deixar a Amazônia em pé”, disse a ministra, encerrando o evento.
A ambientalista Maíra Irigaray, do Movimento Xingu Vivo para Sempre, explicou o motivo do protesto. “Temos tentado um diálogo aberto com o governo sobre a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e sobre o retrocesso do Código Florestal, mas não existe um diálogo verdadeiro. Inúmeras vezes tentamos audiências, mas não fomos recebidos. As obras avançam sem nenhum monitoramento”, alegou Maíra.
Outra manifestante, Malu Ribeiro, da Fundação SOS Mata Atlântica, justificou o protesto dizendo que era preciso mostrar aos estrangeiros o que estava acontecendo no Brasil. “Mostrar aos presentes que a questão do Código Florestal, embora a ministra tenha dito que não acabou este jogo, faz o Brasil retroceder. Anunciam o pacto pelo desmatamento zero na Amazônia na mesma época em que sancionam um Código Florestal que permite a redução de áreas protegidas e consolida as ocupações da soja e do gado na bacia Amazônica”, protestou a ambientalista.
Apesar de o tumulto ter encerrado prematuramente o debate, ninguém foi detido pela segurança da Rio+20.
Edição: Lana Cristina
“O futuro que não queremos”: ativistas publicam carta com críticas à Rio+20
21 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaUma carta de repúdio assinada por cerca de 50 ícones do movimento ambientalista mundial foi divulgada na internet hoje (21), criticando as negociações da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. Representantes de organizações não governamentais brasileiras também devolveram seus crachás da Rio+20 em ato simbólico de protesto no Riocentro.
“Toda essa manifestação demonstra que os governos têm que assumir sozinhos o ônus de optar por um caminho que é o de não compromisso. É inaceitável que o texto traga a menção à sociedade civil. Quem tem que assinar embaixo são os governos que fizeram a opção pelo retrocesso”, disse Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental (ISA), em entrevista à Agência Brasil, na Cúpula dos Povos, evento da sociedade civil paralelo à conferência oficial da ONU.
Para pressionar pela retirada da menção à sociedade civil do texto da ONU, uma petição online em inglês, português e espanhol foi lançada na internet e assinada por mais de trinta instituições no Brasil. Entre elas, o Instituo Vitae Civilis, que critica “a falta de conteúdo do documento” da ONU acordado por 193 países. “Essa carta representa o Futuro Que Não Queremos”, afirmou o representante Marcelo Cardoso, fazendo menção ao nome oficial do documento.
Os ativistas também criticam o processo de participação na construção do texto da Rio+20, que classificaram como restrito, tanto por influência da ONU como do governo brasileiro, e cobraram uma “discussão mais qualificada” dos temas ambientais. Para Adriana Ramos e Marcelo Cardoso, o resultado da Rio+20 está “descolado” das reivindicações da sociedade em todo o mundo.
Já a carta divulgada pelos ativistas, em cerca de meia página, sugere que o texto da ONU traz “cômodas posições de governos”. Assinam o documento ambientalistas como Marina Silva, Fabien Cousteau (neto do defensor dos oceanos Jacques-Yves Cousteau), Raoni Metuktire e a jovem Severn Susuki, que parou a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Rio92, ao ler seu discurso pedindo pressa aos líderes em ações de defesa do meio ambiente.
“A Rio+20 passará para a história como uma conferência da ONU que ofereceu à sociedade mundial um texto marcado por graves omissões que comprometem a preservação e a capacidade de recuperação socioambiental do planeta, bem como a garantia, às atuais e futuras gerações, de direitos humanos adquiridos”, dizem os manifestantes.
Confira a carta da sociedade civil na íntegra.
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