Unasul anuncia envio de missão para avaliar situação do governo Lugo
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaO ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, concedeu uma entrevista coletiva à imprensa no Riocentro para comunicar as decisões dos presidentes da União de Nações Sul-Americana (Unasul) sobre a crise política instaurada no Paraguai. A cúpula do bloco decidiu enviar um grupo de chanceleres ao Paraguai para avaliar a situação. A missão se desloca a Assunção amanhã (22).
De acordo com a nota, a delegação segue para garantir o compromisso com a democracia, observar o pleno cumprimento dos processos constitucionais e assegurar o direito de defesa ao presidente Fernando Lugo. O chanceler reforçou que a medida da Unasul tem o forte compromisso de resguardar a democracia por qual tanto se lutou na América do Sul.
Patriota fará parte desta missão e embarca para capital paraguaia ainda na noite de hoje. O chanceler brasileiro não respondeu a nenhuma pergunta da imprensa e limitou-se a apenas ler a nota.
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Governo e FAO vão destinar R$ 3 mi a ações de agricultura familiar
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaDa Agência Brasil
Um convênio assinado hoje (21) entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a Organização para a Agricultura e a Alimentação das Nações Unidas (FAO) destinou R$ 3 milhões para promover um conjunto de ações que fortaleçam a agricultura familiar na América Latina e em países do Caribe.
O acordo foi firmado em um seminário internacional sobre o assunto, na esfera do desenvolvimento sustentável, dentro da programação da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
As políticas públicas brasileiras, no âmbito da agricultura familiar, vão servir como exemplo para outras nações implementarem seus próprios mecanismos de produção. “As pessoas já veem e querem saber como funciona. Esses países podem adaptar as políticas públicas que desenvolvemos aqui”, destacou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.
Vargas disse que é de interesse do Brasil que os países envolvidos no convênio desenvolvam programas que estimulem as atividades rurais produtivas como forma de impulsionar o crescimento econômico. “Quando esses países se fortalecerem nas políticas da agricultura familiar nós vamos nos beneficiar com isso. Precisamos que nossos vizinhos entrem em uma rota de crescimento econômico e de inclusão social, como o Brasil vem vivenciando nos últimos anos”, disse.
O ministro acredita que a agricultura familiar é a grande alternativa para a erradicação da pobreza no país e no mundo. “O Brasil é o típico caso. Mais de 70% dos alimentos consumidos pela população brasileira são produzidos por 4,3 milhões de agricultores familiares que produzem de forma mais sustentável e geram mais trabalho no campo”, explicou Vargas, acrescentando que 74% do trabalho do campo é gerado pelos empreendimentos familiares.
Já o diretor-geral da FAO, José Graziano, disse que, a partir do segundo semestre, será incluído, na pauta do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o tema da segurança alimentar. “Há uma relação muito forte entre segurança alimentar e paz. Se a gente olhar os países que têm conflitos, guerras internas, todos eles têm um problema crônico de fome”, observou.
Sobre a erradicação da extrema pobreza no país, o ministro Pepe Vargas informou sobre a existência de um esforço para que até 2014 esse desafio tenha sido superado.
Edição: Lana Cristina
Manifestantes rasgam documento da Rio+20 e se retiram do Riocentro
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaCerca de 100 manifestantes de vários movimentos de articulação juvenil se retiraram há pouco da entrada do Pavilhão 5 do Riocentro, onde estão reunidos durante todo o dia os chefes de Estado e de governo. Os jovens ocuparam o local por cerca de três horas e criticaram a forma como os governantes tocam as negociações da Rio+20.
Antes da saída rumo à Cúpula dos Povos, os manifestantes jogaram fora seus crachás da Rio+20 e rasgaram o documento da conferência, que segundo eles, não os representa: “O futuro que queremos não está aqui. Esse futuro foi comprado”, disse Juliana Russar, uma das integrantes do movimento.
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Movimentos pedem para Correa conceder asilo político a Assange
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Agência Cúpula dos Povos
Em reunião realizada com o presidente do Equador, Rafael Correa, uma delegação dos movimentos sociais da Aliança Bolivariana das Américas (Alba) manifestou solidariedade ao processo de transformações no país e pediu que dê asilo a Julian Assange, fundador Wikileaks, que está na sede da Embaixada do Equador em Londres.
A reunião dos movimentos sociais pela Alba e Correa foi realizada no âmbito da Cúpula dos Povos, que acontece paralelamente à Rio+20, no Rio de Janeiro, na quarta-feira (20/6).
O documento entregue ao presidente do Equador diz que “a revolução está travando uma batalha pública pela democratização das comunicações e da verdadeira liberdade de expressão. Por essa razão, acreditamos que o Equador deve se manter na vanguarda dessa luta e, como tal, conceder asilo político a Julian Assange, agora perseguido nos Estados Unidos e os interesses que procuram privar os povos direito de ser informado”.
Correa assegurou que, como Julian diz em sua carta, o Equador é uma terra de paz, justiça e verdade. “Nós estamos olhando com muita seriedade os motivos apresentados pelo Sr. Assange para o seu pedido de estatuto de refugiado, o asilo com mais precisão. Nós não permitiremos qualquer perigo para a vida de qualquer ser humano. Acreditamos que o principal direito de todo ser humano é o direito à vida. Rejeitamos perseguição política por ideologia. Assim temos a plena certeza que iremos analisar toda e qualquer responsabilidade com o caso, o pedido de asilo Assange em nosso país e dar uma resposta definitiva em tempo hábil”.
A declaração assinada por organizações de toda a América Latina manifesta apoio ao processo de mudanças que vive o Equador no âmbito da Alba. “Estamos diante de uma nova era no nosso país, onde o povo decidiu cuidar de seus próprios destinos, para defender sua soberania e considerar novos paradigmas que o capitalismo desafio e todas as suas estruturas de dominação, tais como empresas de mídia “, conclui o documento entregue a Correa.
Representante de Gâmbia muda tom dos discursos e defende busca da paz
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindapor Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
A vice-presidenta da Gâmbia (na África), Isatou Njie-Saidy, surpreendeu hoje (21) ao discursar na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20. Com uma voz pausada e tranquila, ela mudou o tom dos discursos ao defender o fim da violência e a busca pela paz no mundo. Segundo ela, as armas e seu poder de destruição levam o sonho do desenvolvimento sustentável a ser transformado em ilusão.
“A corrida louca para adquirir armas de destruição em massa torna o sonho do desenvolvimento sustentável apenas uma ilusão”, ressaltou Njie-Saidy, usando os trajes tradicionais africanos e um turbante. A maior parte da população do país é muçulmana e as mulheres cobrem a cabeça. “É preciso ter vontade política ao lado das superpotências”, disse. “Devemos adotar a arte da tolerância absoluta e abandonar o espírito bélico”, completou.
De acordo com ela, a conferência deve servir também para advertir o mundo sobre a necessidade de construir um planeta no qual os valores se sobreponham aos interesses. O discurso de Njie-Saidy fugiu do tom adotado pela maior parte dos líderes políticos ao destacar sentimentos e paz.
O presidente da Bulgária, Rosen Plevneliev, também fez um discurso com foco no ser humano e na necessidade de mudanças de mentalidade para o desenvolvimento sustentável. Porém, para ele, as ações só serão implementadas se houver um esforço comum. “Temos de firmar parcerias, ter vontade política e lideranças para promover [um mundo com] desenvolvimento sustentável”, disse.
De forma simpática, o presidente de Cabo Verde (país de língua portuguesa), Jorge Carlos Fonseca, destacou as belezas do Brasil e a cultura brasileira mencionando o poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, o compositor Tom Jobim e Pelé. Em seguida, ele elogiou os avanços obtidos nas negociações da Rio+20 e apelou para que o mundo preste mais atenção nas mudanças climáticas que acentuam os desastres naturais.
Edição: Lílian Beraldo