São Paulo recicla pouco mais de 1% de todo lixo produzido diariamente
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindapor Camila Maciel
A maior cidade do país recicla pouco mais de 1% de todo o lixo produzido diariamente. Segundo dados da prefeitura de São Paulo, apenas 214 toneladas das 18,3 mil toneladas de resíduos sólidos coletados diariamente nas ruas da capital paulista são recicladas, o que representa 1,18% do total. A quantidade de lixo levada para os aterros sanitários só não é maior graças ao trabalho das cooperativas de reciclagem não conveniadas à prefeitura. Segundo o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), essas cooperativas reciclam quatro vezes mais do que é contabilizado, tendo em vista que menos de 10% dos catadores do município atuam nos centros de triagem da prefeitura.
“Hoje, somos cerca de 15 mil catadores na cidade e apenas 1,2 mil atuam nesses centros. Dos 56 núcleos de catadores, apenas 20 conseguiram o convênio”, explica Eduardo Oliveira, coordenador do MNCR de São Paulo. Segundo ele, mais de 30 cooperativas fazem o trabalho de coleta e separação por conta própria e cada uma delas recicla, em média, 30 toneladas por dia. Ele calcula que o volume reciclado pelas cooperativas independentes chegue a cerca de 900 toneladas diárias.
As cooperativas que contam com o convênio têm à disposição caminhões com motoristas, combustível e manutenção, equipamentos de trabalho, além do galpão e consumos de energia e água, segundo informações da prefeitura. “Se esse apoio fosse ampliado, o percentual de reciclagem poderia chegar a 70%”, avalia Oliveira. Segundo o movimento, seria necessário um centro de triagem em cada um dos 96 distritos da capital.
A opinião é compartilhada pelo consultor das Nações Unidas para o Meio Ambiente no Brasil, Sabetai Calderoni. “Seriam necessários pontos estratégicos, pelo menos, a cada 200 mil habitantes”, avalia. Ele acredita que as centrais são a forma mais eficaz para ampliar o percentual de reciclagem. “Não adianta querer culpar a população porque não separa o lixo, dizer que é um problema de educação ambiental de longo prazo”, critica. Segundo o consultor, os municípios poderiam reciclar quase 100% dos resíduos produzidos, a exemplo da Holanda (97%) e da Suécia (99%).
Para Calderoni, o investimento privado é o melhor meio de viabilizar os centros. “Assim como a prefeitura faz a licitação para o aterro, que terceirize para a implantação das centrais de reciclagem. Vai gastar muito menos do que gasta com aterro.” De acordo com Calderoni, o município gasta de R$ 1,5 bilhão por ano para a destinação correta do lixo. Somente com transporte, o custo chega a dois terços desse total.
O consultor explica que, com a instalação dos pontos estratégicos de coleta, a distância percorrida pelos caminhões reduziria em até 90%, considerando que os aterros, normalmente, estão localizados em áreas mais periféricas das cidades. “Com isso, você reduziria o número de acidentes, a poluição envolvida e os custos diminuiriam. Além disso, você não deixaria materiais em aterros. O que entra em uma central de manhã, sai do final do dia. No aterro, você só acumula”, destaca.
A Prefeitura de São Paulo informou, por meio de nota da assessoria de imprensa da Secretaria de Serviços, que o Programa Socioambiental de Coleta Seletiva está sendo expandido gradativamente, mas que a ampliação depende, também, da capacidade de absorção dos resíduos recicláveis pelo mercado reciclador. Informou, ainda, que quatro centrais de triagem estão em implantação no município e que outras sete áreas estão em processo de desapropriação.
Edição: Lílian Beraldo
Presidente boliviano Evo Morales criticou texto pré aprovado pelos diplomatas
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaVisão do Brasil 2050
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaEvento apontará caminhos para que se alcance um mundo sustentável dentro de 40 anos
Local: Riocentro
Website do evento: rwww.rio20.gov.br/eventos
Ahmadinejad reitera que programa nuclear tem fins pacíficos
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindapor Renata Giraldi
Em entrevista à imprensa iraniana, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que participa da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, reiterou sua confiança em um acordo com a comunidade internacional para encerrar o impasse em torno do programa nuclear. Para parte da comunidade internacional, o programa esconde a produção de armas, o que provoca sanções e restrições ao Irã.
Ahmadinejad reiterou, mais uma vez, que o programa nuclear iraniano tem fins pacíficos e segue os regulamentos internacionais. Porém, a Agência Internacional de Energia Nuclear (Aiea), no ano passado, cobrou do governo do Irã autorização para a inspeção das usinas. As negociações prosseguem, pois os inspetores internacionais informam que há limitações ao trabalho deles.
“Todas as atividades nucleares do Irã de energia têm sido até agora com base em regulamentos [internacionais] e sob a vigilância da Agência Internacional de Energia Atômica [Aiea]. A República Islâmica do Irã se mantém comprometida”, disse o presidente do Irã.
As autoridades iranianas negociam o fim do impasse com o grupo denominado P5+1 (Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Estados Unidos e Alemanha). As reuniões ocorreram na Suíça, no Iraque e na Rússia, no total de três rodadas de negociações desde dezembro de 2010 até o começo deste mês.
Ahmadinejad deve conceder ainda hoje (21) uma entrevista coletiva para a imprensa brasileira e estrangeira, no Rio de Janeiro. Ontem (20) ele discursou na sessão plenária da Rio+20 e evitou temas polêmicos. Dirigiu-se aos demais líderes sempre como “meus amigos” e usou expressões como “amor” e “compaixão”. “Nós estamos juntos aqui para melhorar a situação atual, curando velhas feridas da sociedade humana”, disse.
“Todas as nações e todos os governos eleitos democraticamente devem participar, construtivamente, com compromissos, no gerenciamento do mundo baseado em compaixão”, completou.
Ahmadinejad concluiu o discurso alertando que uma nova ordem internacional se aproxima. “Após o colapso da antiga ordem, a repetição de erros é imperdoável. Uma nova ordem deve ser estabelecida por líderes de boa-fé e este dia está chegando.”
Edição: Lílian Beraldo
O que fazer com o meio ambiente da favela?
20 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Tâmara do Cerrado/Viva Favela
Paralelo ao Rio + 20 acontece essa semana, 13 a 22/ junho, Cúpula dos Povos no Complexo do Alemão, a Mostra Eco Periferia leva para a pauta de debate o tema “A Favela na Agenda dos Direitos Sociais e Ambientais”.
Durante a manhã, participaram da mesa de debate: Edson Gomes, Verdejar, Alan Brum, Raízes em Movimento, Robson Borges, Cooperativa Eu Quero Liberdade, Jorge, Observatório de Favelas e Leonardo, Fio Cruz, que compartilharam experiências e questionamentos: “Existe meio ambiente na favela?” “Como que é esse meio ambiente?” “Como ele deve ser preservado?”.
Com a Palavra Edson Gomes, ONG Verdejar que desde 97 atua na comunidade, disse que norteou boa parte do seu trabalho com a pergunta: “Na Favela tem meio ambiente?”, com a reposta dessa pergunta veio o desenvolvimento da ONG com agroecologia e permacultura urbana. Além disso, Edson afirmou ser contra os ecos limites e cercas de separação da comunidade com o verde.
“Eu sou a favor de placas de sinalização e conscientização. A comunidade e o verde tem que conviver juntos numa relação de respeito, no qual um cuida do outro”, declarou.
Logo mais, Robson Borges se pronunciou, compartilhando um pouco da história da ‘Cooperativa Eu quero Liberdade’, o projeto busca alternativas de inclusão de egressos na sociedade e no mercado de trabalho de maneira solidária, participativa e sustentável, promovendo educação ambiental, a coleta e o beneficiamento do óleo vegetal para fabricação de sabão.
“Segundo pesquisas, a favela produz por volta de 10 toneladas de resíduos gerais. Entre esses resíduos podemos dizer que quatro toneladas são pet, papelão, plástico. Lixo para muitos, mas riquezas para alguns. Por que a própria comunidade não pode se empoderar desse recurso e gerar renda? Em vez de chegar uma empresa de fora e gerar lucro para si”, questionou.
Além disso, Robson levantou a questão dos resíduos sociais. “O que o estado faz com egressos, catadores, moradores de rua e deficientes mentais? Quem vai cuidar desse resíduo social? Muita gente acha que eles não tem valor e precisam ser jogados fora. Existem valores maiores que o monetário e a responsabilidade social precisa ser compartilhada”, reforçou.
Responsabilidade ambiental precisa vir junto com responsabilidade social.