OXFAM defende agricultura familiar como prioridade
18 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Airton Medeiros
A organização critica a retirada de trechos sobre agricultura familiar do documento final da Rio+20 e recomenda investimento no setor por parte dos países membros da ONU.
Ouça aqui a entrevista.
Declaração da Rio+20 só saiu hoje de manhã
18 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaA delegação brasileira que pretendia apresentar ontem a declaração com as propostas tiradas da Rio+20, só apresentou o documento na manhã desta terça-feira. Veja mais detalhes neste link do Repórter Brasil Manhã.
Pobreza é tema de debates no Rio+20
18 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaAs populações pobres não querem só comida. Precisam de energia para produzir e preparar os alimentos. São conclusões dos fóruns de debate na Rio+20, que alertaram para o excesso de desperdício.
Versão preliminar do documento final elimina controvérsias
18 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindapor Vitor Abdala e Renata Giraldi
A versão preliminar do documento final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, à qual a Agência Brasil teve acesso, aponta que os temas polêmicos e sem consenso ficarão para uma próxima cúpula. O documento, concluído na madrugada de hoje (19), tenta apaziguar o impasse com uma redação generalista sobre investimentos e metas. O texto ainda pode ser modificado na reunião plenária marcada para hoje com intuito de discutir o detalhamento técnico.
No texto amplo, os aspectos sociais são destacados, ressaltando o esforço conjunto para a erradicação da pobreza, a melhoria na qualidade de vida e o ser humano no centro das preocupações. O documento tem 49 páginas, uma a menos que o texto anterior concluído no sábado (16). Inicialmente, o material chegou a ter 200 páginas, depois foi reduzido a 80, em seguida para 50 e agora para 49.
O documento está dividido em seis capítulos e 283 itens (o anterior tinha quatro a mais). Os capítulos mais relevantes são os que tratam de financiamentos e meios de implementação (relacionados às metas e compromissos que devem ser cumpridos).
A última versão do texto foi negociada até as 2h20 desta manhã. De um total de 193 delegações, apenas os representantes dos países desenvolvidos, liderados pelos Estados Unidos e pela União Europeia, resistiam a fechar o rascunho em nível técnico. Os europeus insistiam em levar a discussão para os ministros de Estado.
Financiamentos e Tecnologia
Exatamente como queriam os países ricos, foram excluídos os detalhes sobre repasses financeiros, a imposição de cifras, a criação do fundo para o desenvolvimento sustentável, especificações sobre economia verde e transferência de tecnologia limpa. O Brasil e vários países em desenvolvimento defendiam a criação do fundo anual de US$ 30 bilhões, a partir de 2013, e que alcançaria US$ 100 bilhões, em 2018. Mas os países desenvolvidos rejeitaram a proposta.
A proposta do fundo foi substituída por vários parágrafos, nos quais são estabelecidos compromissos conjuntos, como a criação de um fórum para apreciar o tema a partir de nomeações da Assembleia Geral e da parceria com as agências da Organização das Nações Unidas (ONU).
No texto há, ainda, seis itens com recomendações para os países fortalecerem as parcerias para a transferência de tecnologia limpa. Mas sem impor normas, pois a questão divide os países desenvolvidos e os em desenvolvimento. Em situações de impasse, o documento sugere que os ricos colaborem para o desenvolvimento sustentável, ação que vale também para as questões relativas à capacitação e ao comércio.
Preocupação Social
Em praticamente todo o texto, há uma preocupação clara e explícita com as questões sociais o que, para os negociadores brasileiros, indica um avanço. Ao longo do documento, há a recomendação pelo esforço de erradicar a pobreza e garantir o desenvolvimento sustentável com inclusão social. No primeiro capítulo a ordem é explícita.
“Reafirmamos também a necessidade de se alcançar o desenvolvimento sustentável: a promoção sustentada, inclusiva e justa do crescimento econômico, criando maiores oportunidades para todos, reduzindo as desigualdades, elevar os padrões básicos de vida, promoção do desenvolvimento social equitativo e inclusão, e promover a gestão integrada e sustentável dos recursos naturais recursos e dos ecossistemas que suportam nomeadamente econômico, desenvolvimento social e humano, facilitando a conservação do ecossistema, regeneração e recuperação e resistência em face de novos desafios e emergentes”, diz o texto.
Exatamente como no rascunho anterior, concluído no fim de semana, o texto dá atenção privilegiada à África. A recomendação é que todos se unam na tentativa de ajudar os países africanos, embora ressalte que isso já ocorre. “Notamos que a ajuda à África tem aumentado nos últimos anos. No entanto, ela ainda está aquém em compromissos que foram feitos anteriormente. Ressaltamos a prioridade fundamental para a comunidade internacional de apoiar os esforços sustentáveis de desenvolvimento de África”, diz o documento.
Economia Verde
Um dos itens mais polêmicos debatidos ao longo dos últimos dias foi o conceito de economia verde. Há divergências de interpretação e compreensão entre países desenvolvidos e os em desenvolvimento. No caso dos países ricos, a preocupação está relacionada com as questões relativas à produção, ao consumo e à comercialização de mercadorias. Para evitar controvérsias, foram colocadas recomendações gerais.
“Afirmamos que existem diferentes abordagens, visões, modelos e ferramentas disponíveis para cada país, de acordo com suas circunstâncias e prioridades nacionais, para alcançar o desenvolvimento sustentável nas suas três dimensões que é o nosso objetivo primordial”, diz o texto.
Em seguida, há 16 recomendações (antes eram 15) sobre como inserir o conceito de economia verde nos esforços pelo desenvolvimento sustentável e pela inclusão social, respeitando a soberania nacional.
Há menções para os esforços conjuntos para transformar o mundo em uma sociedade equitativa e com oportunidades para todos, assim como aumentar o “bem-estar dos povos indígenas em suas comunidades” , assim como para mulheres, crianças, jovens e pessoas com deficiência.
No capítulo sobre temas específicos, são mencionados erradicação da pobreza; segurança alimentar e nutricional e agricultura sustentável; energia; turismo sustentável; transporte sustentável; cidades sustentáveis e assentamentos humanos; saúde e população; promoção de emprego pleno e produtivo e do trabalho digno para todos com garantias de proteções sociais e oceanos, além de estados insulares.
Na parte final do documento, há recomendações sobre os esforços para reduzir os riscos de desastres que se refere à medidas que devem ser adotadas para alertar sobre perdas de vidas e os danos econômicos e sociais causados por essas situações. No ano passado, o Japão viveu um dos piores terremotos da sua história, enquanto Haiti e Chile ainda tentam se recuperar dos tremores de terra recentes.
No capítulo sobre mudança climática, a preocupação é evidente, mas não há recomendações pontuais sobre o mínimo e o máximo, por exemplo, permitidos de emissão de gases de efeito estufa.
“Estamos profundamente preocupados que todos os países, particularmente os países em desenvolvimento, que são vulneráveis aos impactos adversos das alterações climáticas e estão experimentando os impactos aumento incluindo a seca persistente e eventos climáticos extremos, elevação do nível do mar, erosão costeira e acidificação dos oceanos, ameaçando ainda mais a segurança alimentar e os esforços para erradicar a pobreza e alcançar o desenvolvimento sustentável”, diz o documento.
Edição: Lílian Beraldo
Rio+20: Ministro Gilberto Carvalho e sociólogo Boaventura de Sousa
18 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaVeja depoimentos do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho e do Sociólogo português Boaventura de Sousa Santos.
Os dois estiveram presentes em um debate promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) no último sábado (17), na Arena Socioambiental, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, Rio+20. A Mesa “Direito e Democracia” também reuniu os palestrantes José Júnior, do Afroreggae e Vanessa Zettler, do Movimento Occupy Wall Street.
O Ministro Gilberto Carvalho afirma que o governo brasileiro só tem a ganhar com a Rio+20 e com os eventos paralelos à Conferência da ONU, pois eles trazem a diversidade sócio-cultural grande e nesses espaços existe a possibilidade real de representantes do governo ouvirem a sociedade civil e também se expressarem. Hoje (19), ele concede entrevista coletiva sobre participação social na Rio+20, no pavilhão 5 do Riocentro, às 15h.
O sociólogo português, Boaventura de Sousa Santos fala de suas impressões sobre este debate e o documento da Rio+20