Rio+20 entra em nova etapa de debates
15 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
Enviadas especiais
Nos próximos três dias da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), negociadores de 193 países se reúnem em dez painéis de debates intitulados Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável. Essa é a segunda etapa das negociações que antecedem a reunião de cúpula dos chefes de Estado e de Governo, nos dias 20 a 22. Nesta fase, os negociadores se concentrarão nos temas apontados como essenciais pela comunidade internacional.
Os painéis se concentram nas discussões sobre desemprego, trabalho decente e migrações, e o desenvolvimento sustentável como resposta às crises econômicas e financeira. A ideia é buscar a convergência em três dimensões – social, ambiental e econômica.
Depois de quase 72 horas de reuniões nos últimos dias, sem consenso, os negociadores ao menos chegaram a uma conclusão comum: não é possível manter o modelo atual de desenvolvimento, pois ele não atende à demanda crescente projetada para o futuro. Com essa certeza, os representantes dos países prometem buscar um acordo geral sobre os assuntos considerados fundamentais.
Amanhã (17), a questão específica sobre o desenvolvimento sustentável será discutida no que se refere à erradicação da pobreza e o combate à fome. Para debater o assunto estarão no grupo a ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, e a presidenta da Federação Nacional de Mulheres Rurais Trabalhadoras do Peru, Lourdes Huanca Atencio.
Ainda estarão em discussão as possibilidades de modelos de economia que incluam padrões sustentáveis de produção e consumo. O tema florestas encerra os debates no domingo. O ciclo de debates acaba no dia 19. A ideia é dedicar o último dia às discussões sobre cidades sustentáveis e inovação e oceanos.
Edição: Andréa Quintiere
Acompanhe a cobertura multimídia da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na Rio+20.
Divergências estendem negociações pelo fim de semana
15 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
Enviadas especiais
No quarto dia de discussões na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), os negociadores entram hoje (16) em uma nova etapa de debates. A partir deste fim de semana, por recomendação do Brasil, que assumiu o comando das negociações, serão feitas consultas informais em quatro grupos temáticos na tentativa de negociar o fim dos impasses até o dia 19 – véspera das reuniões de cúpula dos chefes de Estado e de Governo.
A ideia é encaminhar aos líderes políticos um documento com o mínimo de controvérsias. O Brasil quer esgotar as tentativas na busca de consenso. Ontem (15) os negociadores fizeram duas etapas de reuniões. Os brasileiros informaram que não aceitarão mais mudanças de forma, apenas de conteúdos específicos.
Os esforços serão para concentrar as atenções sobre os temas-chave que não obtiveram consenso até ontem. Há projeções para quatro grandes grupos temáticos. Um que se refere aos meios de implementação, que são as definições de metas para curto, médio e longo prazos. O segundo grupo deve discriminar as ações para a governança global.
O terceiro grupo temático está incumbido de definir as metas relativas ao desenvolvimento sustentável em si, como água e energia, enquanto o último deve apresentar o texto da proposta final sobre economia verde. A interpretação e os detalhes sobre o que é economia verde geraram momentos de tensão nas últimas horas, pois negociadores de países ricos e em desenvolvimento divergem sobre essas especificidades.
As divergências estão em seis pontos: as questões relativas às definições de metas, como compromissos formais no que se refere ao desenvolvimento sustentável, as garantias de recursos para a execução das propostas e meios de assegurar transferência de tecnologias limpas, assim como a discriminação de recursos para as propostas sugeridas e a inclusão de economia verde de forma detalhada.
No dia 14 à noite, os países em desenvolvimento que integram o grupo do G77 abandonaram as discussões sobre economia verde como forma de pressionar os países ricos a aceitarem a fixação de mais recursos financeiros. Porém, as delegações dos Estados Unidos, do Canadá, do Japão, da Austrália e de alguns países europeus resistem, por motivações internas, às medidas que envolvem dinheiro.
Os negociadores dos países ricos argumentam que os impactos da crise econômica internacional os impedem de avançar sobre os temas relacionados a mais recursos e há, ainda, restrições no que se refere à proposta de transferência de tecnologias limpas – que envolvem negociações sobre patentes.
Edição: Andréa Quintiere
Acompanhe a cobertura multimídia da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na Rio+20.
Giancarlo Summa fala sobre documento que será apresentado aos chefes de estado e de governo
15 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPorta-voz adjunto da ONU, Giancarlo Summa, fala sobre os entraves da aprovação do documento que será apresentado na próxima quarta-feira.
Brasil apresenta na Rio+20 vantagens de sua matriz energética
15 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Sabrina Craide
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) aproveitará a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) para mostrar ao mundo as vantagens da matriz energética brasileira, especialmente em relação à baixa emissão de gás carbônico.
Durante a conferência, serão distribuídos mil panfletos aos chefes de Estado e de Governo e demais participantes do evento mostrando, por exemplo, que o país emite menos de 1,2% do total mundial de gás carbônico, que chegou a 30 bilhões de toneladas em 2009.
Segundo a EPE, o Brasil é a sexta economia do mundo e está em 18º lugar no ranking das nações quanto às emissões de gases de efeito estufa provenientes da produção e do uso da energia. “O Brasil é um exemplo de país que conseguiu se desenvolver com baixo conteúdo de carbono. Nossa matriz energética é um exemplo para o mundo”, ressalta o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim.
Os dados da EPE mostram também que, para cada quilowatt-hora produzido no país, são emitidos 64 gramas de gás carbônico, enquanto a média mundial é de 500 gramas. Isso porque 88% da energia gerada no Brasil provêm de fontes renováveis como a hidreletricidade, a energia eólica e a biomassa. O percentual mundial está em 19%.
Cada brasileiro emite cerca de 1,8 tonelada de gás carbônico com a geração de energia elétrica, enquanto a média mundial é superior a 4 toneladas. Nos Estados Unidos, são produzidas 16,9 toneladas de gás carbônico por habitante na geração de energia. Para a produção de US$ 1 de Produto Interno Bruto (PIB) é emitido 0,16 quilo de gás carbônico no Brasil, que é a metade da média mundial, de 0,33 quilo. Na Rússia, esse indicador é 0,73.
Atualmente, graças ao uso do etanol, o país emite um terço a menos de gás carbônico do que emitiria se usasse apenas combustíveis fósseis nos veículos individuais. A meta é que, com o aumento do uso de etanol, em 2020 a redução chegue a 54%. A estimativa da EPE é que, em 2020, o etanol poderá atender a mais da metade da demanda energética da frota de veículos leves do país.
“Esses dados mostram que o Brasil está em uma situação muito boa em comparação com o resto do mundo no que diz respeito às emissões [de gás carbônico], mas o mais interessante é que as projeções para 2020 indicam que vamos poder crescer mantendo essa tendência de matriz de baixo carbono”, diz Tolmasquim.
Acompanhe a cobertura multimídia da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na Rio+20.
Edição: Nádia Franco