Secretário-geral da Rio+20 exige compromisso para atingir metas assumidas
21 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindapor Carolina Gonçalves e Vitor Abdala
Em sua última missão como representante da Organização das Nações Unidas (ONU), o chinês Sha Zukang, que ocupa o cargo de secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, cobrou hoje (22) responsabilidade dos empresários, sociedade civil e líderes dos 193 países que participam do evento.
Zukang disse que, mesmo sob críticas, o documento final da Rio+20, que será apresentado hoje (22) em uma sessão plenária de encerramento da cúpula, consolida pontos acordados entre as nações. Aliado a esses compromissos governamentais, o chinês acrescentou a importância de contribuições apresentadas pela sociedade civil em debates paralelos e dos comprometimentos anunciados pelo setor privado em diversas áreas.
“Os resultados complementam-se e os compromissos firmados são importantes, mas o trabalho começa agora. Prometer é fácil. Mas manter os compromissos com a sustentabilidade exige esforço”, alertou.
Até o início da tarde desta sexta-feira, 692 compromissos voluntários foram apresentados por grupos de empresas, instituições financeiras, organismos de desenvolvimento, grupos de voluntários e instituições financeiras. As promessas de ações e metas voltadas para o desenvolvimento sustentável somam um montante de US$ 513 bilhões, segundo balanço apresentado pela ONU.
Ao lembrar da reunião de Copenhague, quando líderes se comprometeram com medidas de redução da emissão de gases de efeito estufa, Zukang criticou o não cumprimento das metas e alertou que, sem responsabilidade, a Rio+20 pode correr o mesmo risco.
“Vocês conhecem os compromissos assumidos em Copenhague. Quem os cumpriu? Ninguém foi obrigado a se comprometer com aquelas metas. Tudo foi apresentado voluntariamente. Mas ninguém está cumprindo”, disse. Zukang acrescentou que “o que diferencia compromisso de uma simples intenção de vontade é a responsabilidade”.
Os representantes do setor privado estiveram divididos em painéis, por temas. Em um dos grupos, 45 diretores e presidentes de empresas de vários portes e origens anunciaram o compromisso com uma série de práticas de gerenciamento de recursos hídricos nas atividades diárias e outros 25 empresários garantiram que vão incluir cálculos de emissão de efeito estufa nos balanços.
No bloco liderado pelo banco asiático de desenvolvimento, oito instituições prometeram investir US$ 175 bilhões em transporte de baixa emissão de gases de efeito estufa em alguns países em desenvolvimento. Zukang ressaltou que esses compromissos voluntários são “os grandes legados” da conferência. “Há grandes expectativas esperadas dos governos, mas os governos não podem fazer o trabalho sozinhos. Precisamos do apoio da sociedade e setor privado”.
Edição: Lana Cristina
Izabella Teixeira lamenta superficialidade do texto em áreas de ação importantes
21 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindapor Alana Gandra
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, lamentou hoje (22), em entrevista no Espaço Humanidade 2012, que questões como a dos direitos reprodutivos das mulheres, “em que o Brasil já avançou tremendamente”, e de oceanos, “embora aprovado o tratado”, não tenham avançado na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, que se encerra nesta sexta-feira, no Riocentro.
“Creio que, na questão da produção e do consumo, além da adoção do plano [para que os países atinjam a sustentabilidade nessas duas áreas], nós poderíamos ter deixado claro o que significa isso. O plano é excepcional, mas como é que nós vamos transformar com as obrigações dos países desenvolvidos?”, questionou Izabella.
Para a ministra, o Brasil lutou pelo que deveria ser incluído na Rio+20. Um dos destaques, segundo ela, foi o piso social, que assegura renda para as populações pobres com critérios ambientais, econômicos e sociais. “Nós temos ambições realizadas e vamos fazer mais”, prometeu.
No cômputo geral, o balanço é positivo, disse Izabella Teixeira. Ela avaliou a Rio+20 como um evento “extremamente importante” no conjunto de conferências da ONU e destacou o engajamento da sociedade civil, “como nunca se tem visto no mundo. Foram mais de 3 mil eventos acontecendo no Rio de Janeiro, no Brasil”.
Ela acrescentou ainda que os resultados da conferência são fruto da coletividade. “Porque é um resultado da ambição coletiva. Reunir 193 países para discutir suas prioridades e ambições e traduzir isso em um documento que possa sinalizar um novo caminho em relação a consumo sustentável, à mensuração de riqueza.”
A ministra também chamou a atenção para a decisão dos países de não limitar ao indicador do Produto Interno Bruto (PIB) a medição do desenvolvimento. “Nós vamos avançar com novos indicadores”. Em relação aos novos padrões de produção e consumo acordados, com a adoção de um plano de dez anos para mudar o comportamento das populações, Izabella enfatizou a necessidade de trabalhar o comportamento das crianças sobre consumo, para se alcançar um planeta sustentável.
Outros pontos abordados na avaliação da ministra como positivos foram o estabelecimento de objetivos do desenvolvimento sustentável, a criação de um fórum formado por pessoas de alto nível da ONU para avaliar e acompanhar a implementação desses objetivos, além da retirada progressiva dos subsídios do petróleo.
“São decisões e mais decisões que estão colocadas ali, mas muitas pessoas não sabem ler os documentos das Nações Unidas. Eu sinto isso. As pessoas não entendem as decisões. Tem mandatos, tem processos estabelecidos. Eu tenho a firme convicção que nós, governo brasileiro, estamos orgulhosos não só da conferência, mas do povo brasileiro que acolheu todos os povos”.
Presente em um dos momentos mais tensos da Rio+20, quando representantes da sociedade civil e ambientalistas protestaram durante apresentação sua sobre os avanços do combate ao desmatamento no Brasil, Izabella enfatizou que não houve nenhum problema durante os dias da conferência. “Todo mundo que quis ficar indignado se manifestou, todo mundo que ficou a favor se manifestou. Vamos juntos. Temos mais trabalho pela frente”, declarou. O momento de embate ocorreu ontem (21) quando a ministra mostrava os números do desmatamento, e a plateia protestou contra o Código Florestal e a construção da Usina de Belo Monte.
Também no Espaço Humanidade 2012, promovido pelas federações das indústrias dos estados do Rio de Janeiro (Firjan) e de São Paulo (Fiesp), no Forte de Copacabana, a ministra do Meio Ambiente recebeu a Carta das Crianças para a Terra. O documento é o resultado final do projeto +Criança na Rio+20, organizado pela Fundação Xuxa Meneghel, com apoio da HRT, empresa de exploração e produção de petróleo e gás natural do Brasil.
Edição: Lana Cristina
ONG trabalha direitos humanos no Complexo do Alemão
21 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Super Inútil
Lúcia Cabral, que organiza projetos sociais em um das maiores favelas do Rio de Janeiro, o Complexo do Alemão, explica como sua ONG trabalha com os direitos humanos como pilar para a garantia da sustentabilidade em áreas de vulnerabilidade social.
Rio+20: último dia de Conferência
21 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaHoje é o último dia da Conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável. O documento apresentado no início da semana deve ser assinado pelos quase 200 chefes de Estado e de Governo.
Cúpula dos Povos aprova moção de apoio ao presidente do Paraguai
21 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Vladimir Platonow
A Cúpula dos Povos aprovou hoje (22) uma moção de apoio ao presidente do Paraguai, Fernando Lugo, ameaçado de ser destituído do poder por processo de impeachment. Também foi convocada uma vigília em frente ao consulado do Paraguai no Rio, na Praia de Botafogo.
Representantes de sindicatos brasileiros estão se mobilizando para viajar amanhã (23) ao país, para tentar garantir a permanência de Lugo no poder. A secretária nacional de Mulheres Trabalhadoras da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rosane Silva, classificou de retrocesso e golpismo o processo político no país vizinho. “Nós estamos percebendo que é um golpe o que está acontecendo no Paraguai, porque não está sendo respeitada a vontade do povo. Através deste golpe, estão tentando tirar o poder dado ao presidente Lugo. O movimento sindical vai mandar um grupo de lideranças para fortalecer a luta dos trabalhadores paraguaios neste momento”, disse Rosane.
Para a ativista social Sandra Quintela, da Rede Jubileu Sul, que trabalha as questões do reconhecimento da dívida gerada pela Usina de Itaipu, não resta dúvida de que se trata de golpe. “Mais uma tentativa de golpe, como vem acontecendo nos últimos anos na América Latina. É muito preocupante para a democracia no continente, porque é mais um golpe institucionalizado. Já não é preciso mais tropas militares. É um golpe civil para impor interesses dos grupos econômicos que nunca aceitaram a vitória do presidente Lugo”, disse Sandra.
Na opinião de Carlos Henrique Painel, um dos coordenadores da Cúpula dos Povos e membro do Fórum Brasileiro de ONGs, o processo político paraguaio é, no mínimo suspeito, pela pressa na tomada de decisões. “Apesar de estar respeitando os trâmites burocráticos dentro do Congresso paraguaio, o processo é suspeito pelo açodamento, como nunca antes aconteceu. Por isso, a nossa suspeita de que isso é uma tentativa de um golpe branco. Fizemos a moção de apoio para que se possa garantir a democracia, que está crescendo na América Latina, se consolide em todos os países vizinhos”, explicou.
Edição: Lana Cristina