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Rodrigo Vianna

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“PSB não deixará embate contra desigualdade”

1 de Outubro de 2014, 8:44 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Por Roberto Amaral, presidente do PSB, no facebook

Estimado professor Moniz Bandeira,

Respondo à sua carta-aberta, enviada de seu privilegiado posto de observação em St. Leon-Rot, Alemanha. Devo-lhe respeito e admiração. Acompanho sua produção literária. Dela é devedor nosso país.

Considero sua liberdade e independência intelectuais, de “livre pensador”, condição que não posso arguir. Militante engajado, tenho compromissos com projetos, ideias e valores expressos em programa partidário que não pode ser alterado ao sabor de especulações como a de que a queda de uma aeronave resultou de conspiração estrangeira. Tampouco posso guiar-me por “premonições”. A famosa ‘realidade objetiva’ não me permite.

O processo político-partidário, mesmo sem o “centralismo democrático”, impõe limites ao millordiano “livre pensar é só pensar”. Certamente, o professor ainda admira aquele autor que escreveu: “Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem como querem, não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”.

Caminhei, da juventude no antigo PCB, para, na maturidade, refundar o PSB ao lado de Antônio Houaiss, Jamil Haddad e, a partir de 1990, Miguel Arraes. Construímos permanentemente, no Partido, pontes para o futuro.

O PSB não abandonará o embate contra as desigualdades sociais, pela reforma agrária, pela defesa do meio-ambiente, pelo domínio de novas tecnologias, pela ampliação e melhoria do sistema de ensino e pela segurança do cidadão; não renunciará à luta pelos grandes projetos estratégicos, sejam os de infraestrutura para o desenvolvimento social e econômico, sejam os que darão suporte ao seu papel como ator global.

Aqui me refiro, inclusive, às iniciativas que respaldarão militarmente a política externa soberana e à aproximação com nossos irmãos africanos e latino-americanos. O PSB não arrefecerá seu compromisso de atuar como protagonista na construção da nação brasileira e não fará concessões aos desvios do patrimônio público.

Renunciaria, ai sim, à presidência do PSB caso essas proposições fossem abandonadas. No calor de campanhas eleitorais sobram boatos e acusações sem eira nem beira. Eleições passam, professor, o país fica; o processo histórico segue sua marcha, a política sobrevive, os partidos ficam.

Alguns, com ideários descaracterizados; outros, mais apegados aos seus princípios.
Como dirigente do PSB, cabe-me zelar pelo cumprimento de nossos compromissos programáticos, observada a realidade objetiva. É o que farei. Mancharia minha biografia se, acossado por premonições e pela libertinagem do “livre pensar”, optasse pela cômoda retirada nesse momento tão rico da construção da democracia brasileira.

Com apreço,

Roberto Amaral
Presidente do Partido Socialista Brasileiro


Fonte: http://www.revistaforum.com.br/rodrigovianna/plenos-poderes/amaral-responde-moniz-bandeira-psb-nao-deixara-embate-contra-desigualdade/

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