Por Gilberto Maringoni, no Facebook
O PT não morreu. Não morreu como registro no TSE. Não morreu como legenda eleitoral. Não morreu como máquina caça-votos. Mas quem acha que o PT conduzirá alguma transformação social na sociedade brasileira pode esperar sentado.
O Congresso petista sacramenta um partido que se tornou correia de transmissão da lassidão política. Termina num ponto morto, para não romper com o governo, não desfazer alianças, não atrapalhar o ajuste fiscal e não descontentar uma presidente sem o menor talho para o enfrentamento com os mais fortes.
O dado novo da conjuntura de 2015 – e do avanço conservador – é que uma força até aqui de centro se juntou objetivamente à direita. Ao não se colocar nitidamente diante do ajuste fiscal, o PT funciona como qualquer partido conservador do Congresso.
O problema é que não marcha de forma ativa, com resoluções e teorizações claras e compreensiveis. Marcha para a direita com um programa e uma linha política que soa como se de esquerda fosse. Algo sinuoso e malandro. É uma marcha passiva. O partido vai paulatinamente se rendendo aos fatos, à vida como ela é, à situação de menor esforço.
Em Salvador não se viu um congresso equivalente ao de Bad Godesberg, que selou a virada ideológica do Partido Social-Democrata alemão (SPD), em 1959. Ali, a agremiação renegou o marxismo como base teórica e fez um giro nítido à direita. Não existe linha nos textos petistas de igual quilate.
Quem se der ao trabalho de ler os documentos partidários, verá a defesa da justiça social, da democratização da mídia, da reforma agrária, do desenvolvimento, da melhoria da qualidade de vida, da força dos trabalhadores etc. etc. Nada indica tratar-se de um agrupamento hoje conservador na ação prática. Esse o maior problema do partido. Faz seus movimentos táticos, mas pouco disso ganha letra de forma.
Melhor buscar nos cânones oficiais o que não está escrito, ou o que está vagamente enunciado.
Assim, como nas profecias de Nostradamus, cada um interpreta como quer tal produção, digamos, teórica, que não tem consequência objetiva alguma. Diferentemente do jogo do Bicho, no PT não vale o escrito.
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