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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Norte Energia quer encher lago de Belo Monte em setembro

2 de Março de 2015, 12:47, por Desconhecido

Em relatório entregue ao Ibama, Norte Energia oculta problemas na remoção dos atingidos na cidade de Altamira

Por Vitoriano Bill, do blog Irídio

No relatório da entregue ao IBAMA, o Consórcio dono da Hidrelétrica de Belo Monte (Norte Energia), informa que tem como meta iniciar o enchimento do lago no mês de setembro de 2015. Neste mesmo relatório a Norte Energia mostra a evolução de seus trabalhos juntos aos moradores atingidos pelo lago da barragem. Informações estas que não condizem com a realidade, basta fazer uma observação bem rápida por Altamira.

A Norte Enegia (Nesa) vai apontando seus resultados e, sempre que admite um passivo, ressalta que não comprometerá o enchimento do lago. O problema que mesmo admitindo que ainda há demandas a serem resolvidas, os números não respondem de maneira alguma à realidade.

No referente às negociações com as populações urbanas a serem realocadas, a Norte Energia afirma que resta negociar com apenas 35% do total de  7.790 cadastros. Mas em parte alguma do relatório a dona da barragem fala dos milhares de atingidos que estão fora do cadastro e sem perspectiva de atendimento por parte do Consórcio.

O quadro abaixo é do relatório da Norte Energia ao IBAMA, e mostra o total de imóveis cadastrados por Igarapé.

Esses números não conta o total real de famílias que vivem às margem desses Igarapés, e a Norte Energia insiste em não se manifestar sobre o que fazer com os moradores que não consta nesse quadro. Depois de muita pressão dos moradores organizados no Movimento dos Atingidos Por Barragens (MAB), a própria Norte Energia reabriu o cadastra de várias famílias que vivem principalmente às margens do Igarapé Ambé e Altamira, no entanto não passou disso, e nem relata a existência delas no documento entregue ao IBAMA.

Em relação às famílias já realocadas nos “reassentamentos”, a Norte Energia fala de projetos que visam minimizar os impactos socioeconômicos. Mas na prática não há nenhum projeto desse tipo efetivamente sendo trabalhado. O que de fato acontece é que as famílias saem de perto do centro da cidade, das proximidades dos Igarapés e do rio, vão pra uma distância que por si só já quebram as relações sociais e criam novas despesas financeiras. Existem vários casos a serem relatados, entre eles, dos pescadores que antes gastavam em média vinte e cinco reais pra levar seus matérias de pesca até o rio, agora, gastam mais de cem reais. Os realocados também tem a despesa com transportes coletivos, que custa três reais e cinquenta centavos. O valor na conta de luz vem um absurdo, se antes pagavam cinquenta reais, hoje com os mesmo aparelhos eletrodomésticos vem uma conta de mais de duzentos reais.

No tangente à educação os estudantes até agora não tem escolas nos reassentamentos, e o Consórcio dono da hidrelétrica coloca como previsão a entrega das escolas somente em 2016.

Em relação à regularização fundiária, pouco se fez para que o projeto saísse do papel, a Norte Energia inclusive se vale desse problema pra diminuir os direitos dos atingidos. Ter os lotes urbanos e rurais regularizados é uma condicionante fundamental pra nossa região, e impacta diretamente na negociação junto às famílias, prova disso é o quadro que vem abaixo que consta no próprio relatório da Norte Energia ao IBAMA.

Observa-se que a RELOCAÇÃO ASSISTIDA não foi escolhida nem uma vez até o momento pelos moradores que já negociaram. Isso ocorre por que a condição pra receber a CARTA DE CRÉDITO é obrigatoriedade de comprar um lote totalmente regular, e isso não tem aqui não região, e foi compromisso firmado pela Norte Energia trabalhar pra regularizar essas áreas justamente pra que essa opção de negociação fosse viável.

O relatório é um documento imenso e tem como objetivo mostrar ao IBAMA que todas as atividades estão ocorrendo muito bem, às margens do Xingu. A Norte Energia quer garantir a Licença de Operação, quer encher o lago em setembro. Mas o cenário não apresenta condições pra isso, a menos que comece o enchimento com o povo ainda no baixão (áreas alagadiças), com todos os passivos apenas com promessa de resolução futura.

O certo é que o IBAMA deveria fazer o acompanhamento in loco e ver se de fato tem condições pro que a Norte Energia está propondo em tão curto prazo.

Saiba maisNorte Energia quer encher o lago de Belo Monte sem garantir direitos

Fonte: Movimento dos Atingidos por Barragens



APP convoca para assembleia. Greve continua.

2 de Março de 2015, 10:30, por Desconhecido

A APP-Sindicato foi notificada oficialmente na manhã desta segunda-feira (02) da decisão do juiz Victor Martim Batschke a respeito do pedido de ilegalidade e abusividade da greve solicitado pelo governo do Estado. A greve foi deflagrada pelos(as) educadores(as) no dia 07 de fevereiro, em assembleia com mais de 10 mil trabalhadores(as) e completa 22 dias hoje (02).

A direção do sindicato e o departamento jurídico da entidade realizam um amplo debate sobre o relatório que contém 17 páginas.

A decisão foi proferida por um juiz do plantão judiciário e a ação deverá ser distribuída normalmente junto ao Tribunal de Justiça do Paraná. Esta decisão pode ser modificada a qualquer momento a depender da interpretação do magistrado que a receber.

No relatório o juiz afirma que “não há qualquer argumento verossímil para ser admitida ilegalidade ou abusividade que se aguarde a referida assembleia já marcada para o dia 4 de março, às 9 horas”.

Sobre a afirmação do governo de que a greve teria “nítida finalidade política”, Batschke ressalta que “seria ingênuo” acreditar que o governo debateu a pauta da greve durante todo o período da paralisação “se a situação ora existente fosse uma disputa puramente política”, afirma.

O magistrado entendeu que os(as) alunos(as) dos terceiros anos do ensino médio teriam prejuízos por conta da greve já que estes estudantes se preparam para o vestibular ao final do ano. Portanto o juiz decidiu pelo retorno de todos(as) os(as) professores(as) desta série e de 30% dos(as) funcionários(as) das funções administrativas. A APP-Sindicato tem o prazo de 48 horas para cumprir a decisão e 15 dias para apresentar recurso.

A secretaria de assuntos jurídicos da APP já prepara o recurso que deverá ser apresentado em breve. Na petição, o sindicato solicitará que o estado deverá prover as condições necessárias para o cumprimento da decisão.

A APP-Sindicato orienta que a categoria continue mobilizada e que não retorne às escolas neste momento e que se mobilizem para participar da assembleia da categoria, que será realizada na próxima quarta-feira(04), onde educadores(as) avaliarão as propostas apresentadas pelo governo e o andamento da greve. Também deliberará pelos próximos passos da paralisação.

Serviço:

Assembleia Estadual da APP-Sindicato

Data: 04 de março, quarta-feira
Horário: 08h30
Local: Estádio Durval de Brito – Vila Capanema – Curitiba – PR

APP Sindicato



Bancários abraçam a Caixa em defesa do banco público

2 de Março de 2015, 10:14, por Desconhecido

Foto: Joka Madruga/Seeb Curitiba

Como parte do Dia Nacional de Luta em defesa da Caixa 100% pública, na última sexta-feira, 27 de fevereiro, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região realizou ato no Centro Administrativo Sede I da Caixa Econômica Federal, localizado na Praça Carlos Gomes. Mais de 350 bancários, dirigentes sindicais, representantes dos movimentos sociais e de demais entidades da sociedade civil organizada discursaram em defesa da manutenção do banco público e contra a abertura de capital da empresa.

Às 12h00, os presentes deram um abraço simbólico no prédio da Caixa, como forma de representar a luta em defasa da Caixa como um banco público, fomentador do desenvolvimento econômico e social do país.

Acesse aqui o álbum de fotos no facebook sobre o ato.

Renata Ortega
Seeb Curitiba



27/02: Sindicato realiza ato em defesa da Caixa 100% pública

27 de Fevereiro de 2015, 7:43, por Desconhecido

Desde a declaração da presidente Dilma Rousseff, em 22 de dezembro, sobre a possibilidade de abertura do capital da Caixa Econômica Federal nos próximos anos, funcionários, movimento sindical e demais entidades da sociedade civil organizada estão mobilizados na defesa da permanência do banco 100% público. Para reforçar esta luta, na sexta-feira, 27 de fevereiro, serão promovidas mobilizações em todo o país.

Na capital paranaense, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região realiza ato no Centro Administrativo Sede I da Caixa, localizado na Praça Carlos Gomes. A partir das 10h30, dirigentes sindicais, funcionários e representantes dos movimentos sociais estarão no local para expor a importância da empresa continuar como um banco público, fomentador do desenvolvimento econômico e social do país. Por volta das 12h00, os presentes darão um “abraço” na Caixa.

Redes sociais
Ao longo de todo o dia 27, funcionários da Caixa estarão realizando também debates sobre a importância do banco público em suas agências e unidades. Os trabalhadores farão fotos com cartazes de “Eu defendo a Caixa 100% pública”, que serão postadas nas redes sociais com a hashtag #acaixaédopovo. Confira em facebook.com/bancariosdecuritiba.

Dia nacional de luta em defesa da Caixa 100% pública

Data: sexta-feira, 27 de fevereiro
Horário: a partir das 10h30
Local: Sede I da Caixa (Praça Carlos Gomes)

Autor: Renata Ortega
Fonte: SEEB Curitiba



Contrastes: crônica sobre um dia em Brasília

26 de Fevereiro de 2015, 12:48, por Desconhecido

Por: Paula Padilha

Foto: Paula Padilha

Para passar somente um dia em Brasília (a trabalho) e ainda conhecer a capital federal, é indispensável sair de casa na escuridão e observar o nascer do sol de Curitiba. Considerando que a vida se inicia depois das 10h, é uma boa motivação.

Acordei com uma trilha sonora no meu cérebro: qualquer música do Natiruts, grupo de reggae que exalta as belezas do planalto central. Eu já estava no clima: ansiedade, vontade, música na cabeça, sorriso bobo na cara. Tem muita coisa que me faz feliz. Conhecer, seja o que for, me deixa assim, com o sorriso bobo e o coração acelerado.

Na imaginação, veria as obras monumentais de Niemayer lá do céu. E ficaria extasiada com a visão. Acompanhei o voo da janela. Uma hora e 45 minutos aguardando chegar a Brasília com os olhos lá embaixo, para não perder nada. Mas as primeiras paisagens que vi quando o piloto anunciou o pouso foram rios imensos e muitas árvores. Depois vieram as casas, procura, procura, cadê? Pousou. Não vi nada.

Um pouco decepcionada, mas com a motivação renovada. Anda, anda, anda, somente para sair do aeroporto. Já no táxi, avenida imensa rumo à Câmara dos Deputados, onde teria um compromisso de trabalho. Avenida, carros, taxis, árvores, mini-prédios, árvores, árvores. Brasília é um imenso parque, com avenidas no meio.

Anda, anda, anda e depois da curva, eis que surge a imensa catedral diante dos meus olhos. Meu sorriso se abriu, meus olhos encheram de água. O primeiro contato com os monumentos de Brasília. Depois não vi mais nada, já estava dentro da Câmara. Prédio feio, por dentro e por fora.

Do lado de fora me senti sufocada pela quantidade de carros estacionados. Da linha horizontal em que eu estava, achei o Congresso Nacional sem graça, apenas mais um prédio. De perto tudo ficou minúsculo. Eu, a Câmara, o Congresso, uma ruazinha no meio. Milhões de carros. Árvores floridas destoavam desse pequeno momento de hostilidade.

Meu primeiro contato com comida foi o almoço. Fomos até a Vila Planalto. Parecia outro mundo, um bar de praia. Considerei o clima agradável, para relatos de calor insuportável. A comida estava ótima, traíra sem espinho. Na volta, fui presenteada com um tour de taxi por Brasília de verdade. A Brasília aos olhos do mundo.

Percorremos aquela avenida imensa, a da Marcha dos Trabalhadores, a projetada para não ser ocupada. E como é larga. Nesse momento, tudo ficou monumental diante dos meus olhos. Tudo bonito, diferente, extravagante. Esqueci os carros, os taxis, os engravatados e paralisei meus olhos naqueles prédios. Enxerguei o Congresso Nacional. E mais uma vez a felicidade tomou conta de mim.

Não conheci as cidades-satélites, não vi as pessoas da vida real. Mas Brasília, aos meus olhos, não é mais o Congresso Nacional. São as árvores. E para mim faltou o silêncio, o abandono, as ruas vazias. Vou voltar, mas quando puder ver as ruas vazias. Ou ocupadas por pessoas, essas da vida real.



Uma luta, muitas histórias

26 de Fevereiro de 2015, 12:43, por Desconhecido

Acampamento da APP-Sindicato guarda histórias de solidariedade, desapego e dramas pessoais. Foto: Joka Madruga

Imagine uma pequena vila no meio de um grande centro urbano onde a base da economia chama-se solidariedade. Assim é possível definir o acampamento montado pela APP-Sindicato no Centro Cívico, núcleo dos poderes do Paraná. Cerca de 200 pessoas convivem diariamente com espírito de paz, resistência e lembranças do que deixaram para trás nos dias em que abandonaram tudo para lutar pelos seus direitos conquistados. Além, obviamente, do público flutuante que passa diariamente pela Praça Nossa Senhora de Salete, sejam professores ou não.

A comida chega de todos os locais. Além da alimentação própria, provida pela APP-Sindicato com recursos dos próprios trabalhadores, muitas pessoas chegam diariamente ao local para oferecer alimentos, água, cobertores e até mesmo roupas devido as fortes chuvas que atingiram o local nos primeiros dias.

Este é um dos principais combustível para que as pessoas continuem onde estão, como a professora Valderes Aparecida Bueno, que veio de Francisco Beltrão, na região sudoeste do Paraná. Com 58 anos, dos quais 40 dedicados ao magistério, ela orgulha-se de ter participado de todas as greves da educação pública estadual. Mas mais do que isso: orgulha-se da solidariedade que toma conta de todos.

“Estou aqui desde o dia nove de fevereiro e só saio no dia em que o governador disser que está tudo resolvido, vocês venceram”, relata a professora. De acordo com ela, a solidariedade ultrapassa as barreiras da categoria. Pessoas alheias ao movimento oferecem todo o tipo de ajuda, seja em Curitiba ou até mesmo em sua cidade. “ Uma amiga vai na minha casa molhar minhas plantas e fazer o pagamento das minhas contas”, conta.

Para ela todas os problemas ficam para trás. “Não enfrento dificuldades porque digo que a vida é feita de desafios. Tivemos um dia de muita chuva, entrou 20 centímetros de água na minha barraca. Neste dia tive que dormir na casa de uma professora daqui de Curitiba que nos ofereceu sua residência para tomarmos banho, dormir e comer. Mas eu me recuso a sair do acampamento”, revela Valderes.

O comando de greve da APP-Sindicato tem uma lista de pessoas que colocaram-se à disposição para ajudar os acampados, a exemplo da professora que emprestou a casa para Valderes. “É emocionante a solidariedade. Com isso cada dia temos um folego novo. Estamos na luta por uma coisa 100% legal. Quando você diz para um pai que está em greve porque o governo quer tirar o meu direito e o pai diz que filho fica em casa neste tempo e que podemos ligar caso precisemos de algo, poxa, isso é o reconhecimento do teu trabalho, que você faz diferença”, avisa.

Quando questionada se tem pressa para que a greve acaba, a professora é enfática. “Nenhuma. A minha pressa é a pressa do governo. No dia em que eles falarem eu reconheço que está errado e o meu comando de greve disser que acabou eu levanto meu acampamento, pego minhas coisas e vou para casa tomar banho, dormir uma noite na minha cama e no dia seguinte às 7 horas da manhã estou no meu colégio”, projeta.

De Pontal do Paraná, o professor de filosofia na escola Paulo Freire, Cristiano Soares, deixou para trás o pai com mal de Alzheimer. “Fico preocupado com ele lá, não tem ninguém cuidando e preciso ficar ligando para saber se está tudo bem. Mas fica com aquela preocupação na cabeça”, conta.

Mas mesmo com as limitações que o início da doença traz, Cristiano salienta que o apoio do pai é incondicional. “Ele entende e apoia, fica até revoltando com tudo que está acontecendo”, relata.

Cristiano conta que a extensa programação cultural promovida pela APP-Sindicato ajuda a esquecer um poucos os problemas e quem ficou para atrás. “No sábado, por exemplo, tivemos uma palestra bem interessante sobre a educação pública no Chile. Temos eventos culturais, como bandas e a exposição de fotografias sobre a greve. Sempre está acontecendo alguma coisa e essa programação cultura é essencial. Ficar aqui já não é fácil, ninguém vem aqui acampar porque acha bonito sair de sua cidade vir para uma praça”, argumenta.

Professora de sociologia na UEL, Maria Neuza da Silva, de 51 anos, disse que só conseguiu sentir-se em paz quando saiu de Londrina e veio fortalecer o movimento em Curitiba. “Está havendo um crime contra a educação do Paraná e precisamos fazer alguma coisa, não dá para nós que trabalhamos e acreditamos na educação básica e superior ficarmos parados. Existe uma inquietação, você só se sente confortável vindo e participando”, diz Maria Neusa.

Ela também deixou a vida que leva no Norte do Paraná para vir para cá. Seus pais, acima de 80 anos, ficaram em casa. “Quando falei para minha mãe, de 84 anos, que estava vindo para cá achei que ela resistiria. Mas não, ela disse ‘Filha, vai mesmo, o que você ainda está fazendo aqui? ’”, lembra. Difícil saber nesta situação que tem mais orgulho de quem.

Recém-chegado de Francisco Beltrão, o professor de história Paulo Duarte, de 44 anos, também vive um drama. Ele

acaba de ser empossado no cargo e mesmo em estágio probatório não deixou a luta para os colegas de profissão.

“Estas questões pragmáticas defino depois. A luta é muito maior que isso”, enfatiza.

De acordo com ele, o fato de ainda estar em estágio probatório pode lhe trazer vários problemas, mas isso fica em segundo plano no momento. “Tenho a consciência de que estou no lugar certo. Tenho medo de ser demitido, como qualquer professor que está em estágio probatório teria. É um medo que é real, além do receio de não receber salário ou receber represálias. Mas os medos são individuais e não dão conta do tamanho que é essa luta”, completa.

Geração de renda – Ao lado do acampamento é possível observar uma série de barracas que vendem alimentos e bebidas. Estas pessoas estão tendo uma renda extra devido ao intenso fluxo de pessoas que passam diariamente pelo local.

Uma delas é Arlindo Padilha, de 54 anos, que ajuda a esposa e o filho em uma barraca que vende milho verde, pamonha e outros derivados do cereal. “Estamos aqui ganhando um dinheiro extra, mas na torcida pelos professores. Desejo que Deus entre no coração deste Beto Richa e resolva o problema. O povo não elegeu ele? Ele que faça escolas boas para o povo. Como ter aula com 50 anos em uma sala de aula? Ele não tem neto? Não tem filho?”, questiona.

Com apenas 10% da visão, Padilha parece enxergar muito além do que diz. “Para os professores aguentarem este número de alunos que o Beto Richa quer em sala de aula não dá, é muito sofrimento. Estou ganhando meu dinheiro mas participando da luta com eles, eu e minha família”, afirma.

Presente todos os dias no local, seu Arlindo Padilha não revela qual é o rendimento diário, mas diz que a renda auxilia o sustento familiar. “Todo mundo ganha um pouquinho, não vamos mentir, né? Quando chove eles vendem guarda-chuva, chapéu. Eu tenho depressão se ficar em casa, então venho aqui para ajudar a cuidar da barraca e da minha netinha que vem conosco”, finaliza.

Gibran Mendes
CUT-PR



Plenária Popular do Transporte acompanhará votação do relatório da auditoria do TCE sobre a tarifa da RIT e irregularidades no sistema

26 de Fevereiro de 2015, 12:21, por Desconhecido

Lideranças dos cinco sindicatos que compõem a Plenária Popular do Transporte acompanharão, nesta quinta-feira, dia 26, a votação, pelo Tribunal de Contas do Estado, do Relatório de Auditoria sobre a tarifa do transporte público de Curitiba. O processo será votado pelo Pleno do TCE, a partir das 14 horas, e tem como partes interessadas o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), a Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR), o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Curitiba e Região (Bancários de Curitiba) e o Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização do Estado do Paraná (SINDIURBANO-PR). A defesa das entidades sindicais, pela anulação dos contratos de licitação, redução da tarifa de transporte e a manutenção do sistema integrado será conduzida pela assessoria jurídica do Senge-PR.

De acordo com estudo jurídico encomendado pelas entidades sindicais, o descontrole na gestão da Rede Integrada de Transporte de Curitiba que prejudica os cidadãos curitibanos e das cidades vizinhas têm problemas na origem, com irregularidades no processo licitatório e indícios de formação de cartel pelas empresas que operam o sistema.

“O estudo teve início antes mesmo dos trabalhos da CPI da Câmara Municipal de Curitiba e do TCE. Trata-se de uma leitura detalhada de todo o processo licitatório que aponta indícios claros de irregularidades. As entidades sindicais buscam a ação dos entes públicos para salvaguardar o direito dos cidadãos que utilizam a Rede Integrada de Transporte”, ressalta o vice-presidente do Senge-PR, Valter Fanini.

O levantamento feito a pedido dos integrantes da Plenária Popular de Transporte foi encaminhado, em julho de 2013, à prefeitura de Curitiba, à Urbs, à Comec e debatido na Câmara Municipal de Curitiba, juntamente com o pedido de suspensão dos efeitos da outorga de concessão às empresas de transporte; que a administração municipal de Curitiba assuma os serviços, anule os contratos firmados, recupere os valores apropriados pela outorga e responsabilize os agentes públicos e privados por irregularidades.

Além disso, a partir dos subsídios que apontam para a falta de lisura na licitação do transporte, as entidades sindicais entraram com representação junto ao Ministério Público, nas esferas estadual e federal, à Prefeitura Municipal e ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), por indícios de formação de cartel, solicitando a anulação do processo licitatório de concessão dos serviços de transporte público de Curitiba.

Integram a plenária como parte das entidades sindicais, o representante da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná, Lafaiete Neves; o presidente do Sindiurbano, Valdir Mestriner; o diretor do Sindicato dos Bancários André Castelo Branco Machado; o vice-presidente do Senge-PR, Valter Fanini e Mário Sérgio Ferreira de Souza, da APP-Sindicato.

Representantes da Plenária Popular do Transporte participaram também das Comissões de Verificação da Tarifa e de Auditoria da Licitação, ambas formadas em conjunto com a Urbs. “Baseado no que foi apurado pelas Comissões, existem todas as condições necessárias para que seja anulada a licitação do transporte coletivo realizada em 2010″, salienta Valdir Mestriner, presidente do SINDIURBANO-PR.

Segundo informação do TCE, o processo da auditoria da tarifa tem 37 interessados (entre eles os integrantes da Plenária Popular do Transporte), 573 peças nos autos principais e mais 969 peças em anexos. Realizado em setembro de 2013, o trabalho mostrou que a tarifa do transporte coletivo de Curitiba poderia ser 16,7% menor do que a vigente à época, de R$ 2,70. O documento relaciona 40 irregularidades, encontradas pela equipe de fiscalização nomeada especialmente para averiguar os contratos da Prefeitura de Curitiba com as empresas de transporte.

Entre as principais falhas apontadas estão indícios de cartelização do sistema, irregularidades na composição de custos e concessão de gratuidades e fragilidade da fiscalização do Sistema de Bilhetagem Eletrônica, que afere a quantidade de passageiros transportados diariamente. Diante dessas constatações, a equipe de auditoria recomendou a anulação da licitação que originou os contratos vigentes e a realização de uma nova concorrência.

“Espero que o Pleno do TCE aprove o relatório e que se implante imediatamente a redução da tarifa, a anulação da licitação e a manutenção da Rede Integrada de Transportes que foi destruída. Diziam que a tarifa era cara, por causa da integração. Agora a rede desintegrou e a tarifa aumentou. O mito caiu e o poder público jogou nas costas de quem mais precisa o aumento da passagem. É um absurdo o que está sendo feito”, afirma Lafaiete Neves, da APPUFPR.

O relatório tem 253 páginas e é resultado de três meses de trabalho. Neste período, a comissão de auditoria, formada por seis servidores do Tribunal, fez diversas visitas técnicas aos órgãos fiscalizados, inspeções in loco, entrevistas e estudos técnicos. O Relatório completo está publicado no portal do TCE na internet: Relatório de Auditoria – Urbs.

Recurso negado – De acordo com a assessoria de imprensa do TCE, na semana passada, o Pleno do Tribunal de Contas do Estado do Paraná negou, pela sexta vez, recurso proposto pela Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) contra o trâmite do Relatório da Auditoria sobre a tarifa praticada pelo sistema de transporte coletivo da Região Metropolitana de Curitiba. O processo tem como relator o conselheiro Nestor Baptista.

A assessoria do Tribunal destacou que a Urbs já havia ingressado com dois embargos de declaração, dois recursos de agravo e dois de revisão. Os expedientes são protelatórios, uma vez que, pelo Regimento Interno do TCE-PR, existe um prazo para análise a cada recurso, antes do processo retornar ao gabinete do relator, a quem compete encaminhar para julgamento.

O TCE poderá inclusive, de acordo com a assessoria do órgão, ampliar a auditoria, tendo em vista a recente desintegração do sistema metropolitano. Teoricamente, segundo os técnicos do órgão, com a desintegração o preço da tarifa deveria baixar na Capital e isso não ocorreu, o que levanta a hipótese de o Fundo de Urbanização de Curitiba, gerido pela Urbs, estar obtendo receita além da necessária para o custeio da operação do Sistema de Transporte Coletivo da Capital.

Senge-PR



Carimbó, oficina de circo e MPB no acampamento da greve domingo

22 de Fevereiro de 2015, 17:31, por Desconhecido

Atividades culturais são abertas à toda comunidade. (Foto: Joka Madruga/APP)

Carimbó, maracatu, ciranda de roda e música indígena foram os ritmos que alegraram o acampamento da greve dos educadores(as) paranaenses na tarde deste domingo (22). No décimo terceiro dia de paralisação nas aulas da rede estadual, professores(as) e funcionários(as) de escola continuam firmes em mobilização.

Para alegrar aos(às) que estão temporariamente alojados em frente ao Palácio Iguaçu, a APP-Sindicato organiza atividades culturais, abertas à toda população. Hoje (22), a programação começou às 14 horas com animação do artista Itaercio Rocha, integrante do grupo Garibaldis & Sacis, “vamos fazer uma volta por todo Brasil através da música e da dança de diferentes culturas”, adiantou o cantor no início das atividades. Logo em seguida, às 15h30 as crianças e adultos participaram de uma divertida Oficina de Circo com o Professor Nilo. Quem passar pelo acampamento, no final do dia, verá ainda uma conversa sobre a Palestina, em uma verdadeira aula de cultura e história. À noite o encerramento das atividades culturais ficará por conta das vozes do grupo D’America, com interpretações de grandes intérpretes da música nacional.

A greve continua e a agenda de mobilizações desta semana é extensa. Apesar do clima de resistência a alegria impera nas barracas montadas em frente ao Palácio Iguaçu. “ Aqui, temos dança, música, debates políticos, momentos de informes, tudo para fortalecer a nossa luta e este momento de greve”, descreve a secretaria de Organização da APP-Sindicato, Mariah Seni Vasconcelos.

A greve continua! Confira a programação de mobilizações aprovada pelo Conselho Estadual da APP:

23 de fevereiro – Segunda-feira 

Manhã – Reunião dos Conselhos Regionais ampliados para organização da continuidade da greve e caravanas para Curitiba
14h – Acompanhamento da sessão da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep)
Final da tarde – Panfletagem em terminais e praças

24 de fevereiro – Terça-feira
Manhã – Reunião com diretores e diretoras das escolas – em todos os núcleos sindicais e na sede estadual da APP-Sindicato
9h – Reunião da coordenação do Fórum das Entidades Sindicais (FES)
Realização de blitz nas cidades para pintura de vidros de carro “#eutonaluta”

25 de fevereiro – Quarta-feira
Grande ato em defesa da Escola Pública – Curitiba
Fonte: APP Sindicato


Manifestantes queimam boneco com o rosto de Beto Richa em frente ao Palácio Iguaçu

22 de Fevereiro de 2015, 17:05, por Desconhecido

Boneco que representa Beto Richa (PSDB) é queimado. Foto: Joka Madruga

Cerca de 500 pessoas marcharam pelo Centro Cívico em direção ao Palácio Iguaçu na tarde do último sábado, 21 de fevereiro, em Curitiba. Utilizando as palavras de ordem “Fora Beto Richa”, eles se dirigiram à sede do governo estadual, cantaram o hino nacional e, simbolicamente, queimaram um boneco com uma imagem do rosto do governador Beto Richa (PSDB) e assaram batatas, uma referência ao mote “Beto Richa, sua batata está assando”.

A manifestação foi combinada em um evento criado no facebook para pedir o impeachment do governador. Enquanto os manifestantes passavam ao lado do acampamento dos professores em greve, a direção da APP Sindicato se pronunciou, deixando claro que não era um evento promovido pelo Sindicato e que, inclusive, pedir o impeachment não é objetivo do movimento grevista, já que o governador foi reeleito democraticamente no primeiro turno das eleições de outubro passado. não houve nenhum tipo de conflito.

 

Autor: Paula Padilha

 



Exposição fotográfica com imagens da greve no acampamento dos professores

22 de Fevereiro de 2015, 16:58, por Desconhecido

Exposição de fotos da greve no acampamento dos professores. Foto: Joka Madruga

Está aberta a Mostra Fotográfica sobre a resistência dos servidores públicos estaduais do Paraná. Uma iniciativa do Sindicato dos Jornalistas do Paraná, com apoio da APP-Sindicato. São 65 imagens de 13 repórteres fotográficos, de vários veículos de comunicação, que cobrem a greve.

A mostra acontece no acampamento dos professores em frente ao Palácio Iguaçu e ficará exposta até o término da greve. A entrada é franca.

Autor: Joka Madruga