Massacre dos professores do Paraná é debatido no Senado
6 de Maio de 2015, 13:01Audiência no Senado sobre o massacre dos professores. Foto: Mídia Ninja.
Para discutir os excessos da ação policial no Estado do Paraná, na última semana durante uma manifestação realizada pelos professores estaduais, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado convocou audiência pública: “Confronto entre a Policia Militar e os Professores do Paraná” que acontece neste momento.
O Governador Beto Richa foi convidado, mas não compareceu a audiência. O representante do governo do Paraná na mesa, o Secretário de Juventude Edson Lau, foi ignorado pelos professores presentes na comissão que escutaram a fala de costas e foi chamado de mentiroso pelo senador Roberto Requião que o acusou de “não saber o que foi fazer na comissão para debater”.
O jornalista Luiz Carlos, repórter cinematográfico da Bandeirantes, mordido por um cachorro durante a manifestação, mostrou o vídeo do ataque que sofreu para a comissão e relatou: “O que mais me dói é ver minha filha que queria ser policial dizer que não quer ser policial pra mandar cachorro morder as pessoas. Eu só tava la pra registar e mesmo assim fui atacado por um cachorro e ainda tenho que ouvir do Governador e do Secretário de Segurança que pisei no cachorro, que fui pra cima do cachorro. Então tá, me coloca na cadeia ja que fui o culpado, só quero ter o direito de trabalhar.”
Estão presente a Ordem dos Advogados do Brasil, o Sindicato dos Professores, a Federação Nacional dos Jornalistas, deputados federais e senadores.
Foto: Mídia NINJA
Fonte: Jornalistas Livres
Acompanhe ao vivo pela web: WWW.bit.ly/audienciainterativa
Massacre dos professores do Paraná no Senado
6 de Maio de 2015, 13:01Audiência no Senado sobre o massacre dos professores. Foto: Mídia Ninja.
Para discutir os excessos da ação policial no Estado do Paraná, na última semana durante uma manifestação realizada pelos professores estaduais, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado convocou audiência pública: “Confronto entre a Policia Militar e os Professores do Paraná” que acontece neste momento.
O Governador Beto Richa foi convidado, mas não compareceu a audiência. O representante do governo do Paraná na mesa, o Secretário de Juventude Edson Lau, foi ignorado pelos professores presentes na comissão que escutaram a fala de costas e foi chamado de mentiroso pelo senador Roberto Requião que o acusou de “não saber o que foi fazer na comissão para debater”.
O jornalista Luiz Carlos, repórter cinematográfico da Bandeirantes, mordido por um cachorro durante a manifestação, mostrou o vídeo do ataque que sofreu para a comissão e relatou: “O que mais me dói é ver minha filha que queria ser policial dizer que não quer ser policial pra mandar cachorro morder as pessoas. Eu só tava la pra registar e mesmo assim fui atacado por um cachorro e ainda tenho que ouvir do Governador e do Secretário de Segurança que pisei no cachorro, que fui pra cima do cachorro. Então tá, me coloca na cadeia ja que fui o culpado, só quero ter o direito de trabalhar.”
Estão presente a Ordem dos Advogados do Brasil, o Sindicato dos Professores, a Federação Nacional dos Jornalistas, deputados federais e senadores.
Foto: Mídia NINJA
Fonte: Jornalistas Livres
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Menos bala. Mais giz. Confira imagens do ato de repúdio ao dia 29 de abril
5 de Maio de 2015, 16:38Nesta terça-feira, 05 de maio, cerca de 25 mil pessoas participaram de passeata, no Centro Cívico, em Curitiba, em solidariedade aos professores do Paraná. Confira algumas imagens feitas pelo repórter fotográfico Joka Madruga para a APP Sindicato.
Terra Sem Males
Passeata de apoio aos professores leva 25 mil pessoas às ruas de Curitiba
5 de Maio de 2015, 14:11Na manhã desta terça-feira, 05 de maio, em um ato de repúdio ao massacre do dia 29 de abril de 2015, mais de 25 mil pessoas, de acordo com estimativa da APP Sindicato, estiveram nas ruas do Centro Cívico, em Curitiba, para apoiar a luta dos professores, com o mote “Fora Beto Richa”.
Durante toda a caminhada, os manifestantes protestavam contra a violência do governo estadual e da polícia militar no dia em que a Assembleia Legislativa do Paraná realizou a votação de um projeto de alterou – e prejudicou – a previdência dos servidores públicos estaduais. No dia 29 de abril, enquanto os manifestantes eram agredidos pela PM com tiros de bala de borracha, rasantes de helicóptero, jatos de água, bomba de efeito moral, gás lacrimogêneo e até mesmo ataque de cães, o projeto votado e aprovado foi também sancionado pelo governador Beto Richa.
Ao passar em frente à Prefeitura, os manifestantes aplaudiram os funcionários que estavam observando a passeata das janelas do prédio. No dia do massacre, o local foi aberto para o cuidado com os feridos.
Quando a passeata chegou em frente à Assembleia Legislativa, os professores colocaram flores nas grades do órgão.
Os professores estaduais retomaram a greve na semana passada, dia 27 de abril, devido ao descumprimento por parte de governo de acordos que puseram fim à greve de 29 dias ocorrida em fevereiro e março deste ano. Nesta tarde, uma assembleia que será realizada no estádio de futebol Durival de Britto define o rumo do movimento grevista.
Manifestantes se reuniram na Praça 19 de Dezembro e saíram em caminhada pelas ruas do Centro Cívico. Foto: Paula Padilha.
Em entrevista exclusiva ao Terra Sem Males, o presidente da APP Sindicato, Hermes Silva Leão, afirmou que a orientação do Sindicato sobre a continuidade da greve só sairia após uma reunião que ocorria entre o Fórum das Entidades Sindicais do Paraná e a Secretaria Estadual de Administração referente à data-base das categorias.
Hermes destacou que o Ministério Público do Paraná está atuando na investigação dos atos violentos do dia 29 de abril e que a APP está ajudando na coleta de provas e que a entidade espera que a atuação do MP resulte na responsabilização do governador Beto Richa e do Secretário de Segurança Fernando Francischini.
O ato de repúdio desta terça-feira reuniu diversas entidades sindicais e dos movimentos sociais de diversas partes do estado do Paraná e do país. Durante a manifestação, foram anunciados que atos regionalizados estavam sendo promovidos por professores em todo o Brasil. É o “Menos Bala. Mais Giz”. Somos todos professores.
Por Paula Padilha
Terra Sem Males
Projetos fotográficos foram temas de palestra em Curitiba
4 de Maio de 2015, 23:24Na noite desta segunda-feira, 04 de maio, os fotógrafos Joka Madruga e Leandro Taques expuseram algumas imagens e falaram sobre seus projetos “Águas para Vida” e “San Lázaro-Babalu aye” num encontro promovido pela Arfoc (Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Paraná). O fotógrafo Daniel Castellano foi o mediador, com uma plateia formada por estudantes de fotojornalismo e outros profissionais de imprensa.
Águas para Vida
Joka Madruga iniciou sua exposição destacando a importância de espaços para divulgação dos trabalhos e contou sobre como surgiu a ideia do projeto. O Aguas para Vida é o registro fotográfico dos atingidos por barragens da região amazônica e começou numa primeira viagem que o fotógrafo fez a Altamira, Pará, a convite do Movimento dos Atingidos por Barragens no ano de 2013.
Em março de 2015, ele retornou à região de Altamira para contar as histórias dos atingidos com a construção da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, e atualmente trabalha na edição do material para a produção de uma revista. No mês de julho, Joka viaja a Porto Velho, Rondônia, para fotografar a população atingida nas margens do Rio Madeira.
San Lázaro
Leandro Taques esteve em Cuba no ano de 2013 e soube da festa religiosa de San Lázaro – Babalu Aye, mas não teve a oportunidade de fotografá-la. Retornou em 2014 para registrar o povo cubano, que no dia 17 de dezembro celebra San Lázaro, santo flagelado que anda com seus dois cachorros. Babalu Aye é o correspondente orixá. As pessoas celebram com sacrifícios e se arrastam até a igreja com correntes amarradas a blocos de concreto para pagar suas promessas. O livro será lançado dia 02 de junho, no Museu da Fotografia.
Financiamento coletivo
Joka Madruga e Leandro Taques contaram com o financiamento coletivo para viabilizar seus projetos de fotografia. Joka a viagem e Taques o livro que vai publicar sobre o tema. Eles explicaram como funciona a plataforma Kickante e como é feita a divulgação e abordagem de amigos para o financiamento coletivo.
Por Paula Padilha
Terra Sem Males
Somos todos professores: amanhã (05) tem ato e assembleia da categoria
4 de Maio de 2015, 12:47Massacre do dia 29 de abril contra os professores motiva ato desta terça-feira, 05 de maio. Foto: Joka Madruga
A APP Sindicato convoca toda a população para o ato “Somos Todos Professores – Menos bala, mais giz”, com concentração nesta terça-feira, 05 de maio, às 9h, na Praça 19 de Dezembro (praça do homem nú), com marcha até o Centro Cívico, em Curitiba. O ato será contra a violência e pela democracia, no palco do massacre promovido pelo governo do Paraná no dia 29 de abril.
Na parte da tarde, a APP Sindicato convoca toda a categoria para assembleia, a partir das 14h30, que definirá os rumos da greve, no Estádio Durival de Britto (Vila Capanema), que receberá pela terceira vez, professores(as) e funcionários(as) de escola para a Assembleia Estadual da categoria, que irá debater a pauta da greve e o retorno ou não das aulas.
Por Paula Padilha
Terra Sem Males
Basta! Jornalistas fazem ato no Largo da Ordem contra perseguição no Paraná
3 de Maio de 2015, 16:22Jornalistas pedem o fim da perseguição em ato realizado em Curitiba neste domingo. Foto: Joka Madruga.
Na manhã deste domingo, 03 de maio, uma manifestação realizada na feirinha do Largo da Ordem, em Curitiba, reuniu mais de 100 jornalistas paranaenses, que protestaram contra os casos de perseguição, coação para revelação de fontes e ameaças de morte aos profissionais da imprensa.
Durante o ato, jornalistas vestiram-se de preto e, com uma mordaça na boca, fizeram uma caminhada silenciosa em toda a extensão da feirinha, distribuindo panfletos para alertar a população sobre o que está ocorrendo no Paraná.
O ato foi organizado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor PR) e pelo Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná. Outras manifestações serão realizadas em várias cidades para que a ameaça aos jornalistas não seja esquecida.
O ato teve início nas ruínas de São Francisco e foi encerrado nas escadarias, local onde o presidente do Sindijor PR, Gustavo Henrique Vidal, agradeceu a grande adesão da categoria nesta manifestação e deu informes sobre as investigações que estão sendo feitas pelo Gaeco da ameaça de morte ao jornalista da RPC James Alberti, que foi retirado do país pela emissora. A nova direção do Sindicato foi empossada na última segunda-feira, 27 de abril, e organizou o ato na mesma data.
Gustavo Vidal, presidente do Sindijor, fala sobre o andamento das investigações da ameaça de morte sofrida por um jornalista da RPC. Foto: Joka Madruga.
Nesta semana, para chamar a atenção da população, algumas estátuas do Centro Cívico amanheceram amordaçadas, em mais um ato dos jornalistas contra as perseguições que estão ocorrendo e sendo divulgadas nos últimos meses.
O Sindijor também criou o Comitê Regional de Proteção aos Jornalistas do Paraná e lançou um site para receber denúncias de ameaças ao exercício da profissão. Acesse aqui mais informações sobre o comitê.
Apoio - O ato contou com a presença do deputado estadual Tadeu Veneri, que pertence à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Paraná e de dirigentes e outros sindicatos, como Sismuc (servidores municipais) e APP Sindicato (professores estaduais).
A ex-presidente da APP Sindicato, professora Marlei Carvalho, destacou a importância de apoiar a luta dos jornalistas contra a violência. “Na semana passada, no dia do massacre, alguns jornalistas nos procuraram, principalmente os que trabalham em TV, e comentaram que estavam ali cobrindo a nossa greve, mas não sabiam o que iria ser divulgado”, disse a militante, demonstrando as dificuldades dos jornalistas no exercício da profissão.
Ela falou sobre o fatídico dia 29 de abril, quando o governador Beto Richa ordenou que a tropa de choque da Polícia Militar agisse com violência contra mais de 20 mil professores que estão em greve e realizavam uma passeata em frente ao Palácio Iguaçu, em Curitiba. Os professores foram agredidos com balas de borracha, spray de pimenta, jatos de água, gás lacrimogêneo, muita violência e agressão, deixando um saldo de mais de 200 feridos.
Por Paula Padilha
Fotos Joka Madruga
Terra Sem Males
Confira abaixo mais imagens do ato dos jornalistas na feirinha do Largo da Ordem registradas pelo repórter fotográfico Joka Madruga:
Violência de Beto Richa contra os servidores envergonha o Paraná no mundo
30 de Abril de 2015, 16:05Foto de Joka Madruga mostrando policial apontando arma para a multidão de professores foi republicada em sites de notícias de diversos países.
As fotos da violenta repressão policial, a mando do governador Beto Richa (PSDB), contra os professores em greve ocorrida na última quarta-feira, 29 de abril, no Centro Cívico, em Curitiba, ultrapassaram as fronteiras do Brasil e da América Latina e foram veiculadas em mais de 15 países, entre eles Espanha, Argentina, Rússia, Líbano, Alemanha, Armênia, França e portais de notícias internacionais em inglês.
O repórter fotográfico Joka Madruga reuniu em sua fanpage no facebook as diversas capas de jornais do país e republicações de suas fotos em notícias veiculadas dentro e fora do país. “Não tenho o que comemorar, mas me sinto útil por dar visibilidade a esta atrocidade”, declarou o fotógrafo ao publicar o álbum “Massacre do Centro Cívico”.
Confira abaixo a repercussão nacional e internacional das fotos de Joka Madruga:
Massacre no Centro Cívico – “Fotos de minha autoria que foram capas de jornais e sites mundo afora, sobre o massacre que o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), cometeu contra professores e outros servidores estaduais, em Curitiba-PR, no dia 29/04/2015. Não tenho o que comemorar, mas me sinto útil por dar visibilidade a esta atrocidade”.
Por Paula Padilha
Terra Sem Males
Luto na educação, luto no Paraná: confira imagens do ataque aos professores
30 de Abril de 2015, 14:14O repórter fotográfico Joka Madruga esteve mais uma vez na linha de frente das lutas sociais e registrou o massacre, que a imprensa insiste em chamar de confronto.
Confira algumas imagens registradas por Joka Madruga enquanto a polícia do Paraná, a mando do governador Beto Richa, atacava os professores com balas de borracha, gás lacrimogêneo e de efeito moral, spray de pimenta, jatos de água e rasantes de helicóptero. Para nunca mais esquecer!
Crônica: A ordem é atacar
30 de Abril de 2015, 13:53Parte 1 – O Massacre
Parte 2 – A guerra de informações
Parte 3 – As bombas na mente
Parte 1 – O Massacre
“Os senadores não conseguiram suspender a votação”. A fala no caminhão de som ecoou como uma senha. Um curto silêncio. Um arrepio na espinha. Começou. Tiros e bombas estouram. A massa começa a recuar. Para. Parece que foi só um curto confronto na linha de frente. “Resistência”, diz, dizem. O pelotão civil desorganizado retoma a fileira. Do outro, lado, organizado, o Choque chega. Tiros. Sem violência. Bomba de gás. Gritos. Jato de água. Corre corre. A fumaça sobe. Os olhos vertem lágrimas de medo, de irritação. Tiro. Bomba. Covardia. Os feridos já aparecem. Costelas marcadas. Costas marcadas de tiro de bomba. Rostos cicatrizados. “Ambulância, ambulância, por favor”. Choque segue avançando. Bomba. Safadeza. A massa foge por onde dá. Os blocs, que mais tarde serviram de bode expiatório para truculência estatal, aventuram-se a resgatar feridos. Tiros. Bomba. As mochilas novamente se abrem. Não tem coquetel molotov. Mais vinagre, panos, magnésio são compartilhados. As espingardas são miradas em direção aos manifestantes que devolvem mirando seis celulares. Mais tarde, se verá vídeos e fotos de pessoas tentando enfrentar no peito a força policial, de jovens escondidos atrás de papelões, da realidade que desmentirá a versão do governo.
Bombas, tiros. A multidão já recuou mais de 100 metros. Se acumulam, espremidas, no contorno da Loba. A Prefeitura de Curitiba vira hospital de campanha. O Choque e o Caveirão seguem avançando. De repente, tudo para. Sessão suspensa. A massa vibra. “Um deputado foi mordido por cachorro”, informam. “Um cinegrafista também”, completam. A massa está entusiasmada. Sabe-se lá porque, tenta avançar. Creem que voltou juízo ao comando do governo do estado. Já se passou mais de uma hora de ataque, de massacre a professores, servidores estaduais, estudantes, sindicalistas e imprensa. Mas o festejo foi curto. O helicóptero da PM, que mais cedo fez vôos rasantes para virar barracas, aparece se deslocando de lado, como beija-flor do caos, e bombas começam a cair novamente na cabeça das pessoas. A massa protesta, o Choque não hesita. Talvez aquelas máscaras sejam vedadas contra o som. Não escutam nada, sequer uma senadora da República apelam que parassem.
Tiros. Bombas. De dentro da Assembléia Legislativa, o presidente ordena que votem, pois o conflito é lá fora. Deputados do Camburão que em fevereiro ficaram com o cu na mão, agora comemoram. A ordem é atacar. A motivação é a vingança. Nas redes sociais já circula a frase: pede intervenção militar e é tratado com educação, peça Educação e ganha intervenção militar. Ninguém os segura. Os milicos e sua sanha por violência. Conforme evacuam o perímetro, sobra espaço pela lateral, na Praça Nossa Senhora de Salete. Mas ninguém se atreve a avançar. Por trás, do ângulo dos agressores, no Palácio do Governo o clima era de total segurança. Ali se podia ver as manobras militares. Os grupos se revezando na proteção de si próprios enquanto outros partiam para o ataque. Alguns PMs pareciam estar constrangidos. Mais tarde se noticiaria que pelo menos 17 foram presos por se negarem a cumprir ordens. “Ordem e progresso” de bater em professores. Mas outros PMs riam ou conversavam sem remorso. Enquanto isso, caixas e caixas eram trazidas com munições. Balas de borrachas.
Bombas de gás. Mais de 1500 disparados. A Assembleia Legislativa virara um paiol. Ao invés da casa do povo, depósito do fogo. Lá se vão duas horas de massacre. Algumas pessoas, cinco, passam presas. São os bodes expiatórios. O Choque, após avançar até a Prefeitura de Curitiba, uns 500 metros, sem sequer ter retrocedido, enfim para. Outro senador da República protesta. A tropa se recolhe. A massa novamente avança, mas sem qualquer alarido. Acabou. A votação sequer começou, mas a resistência fora completamente contida. No chão, capsulas e mais capsulas de balas, sobras de bombas. O povo recolhe os artefatos como troféu. O rapaz do churrasquinho de gato se posiciona novamente. O preço é o mesmo. Agora, com “aroma de pimenta da PM”, anuncia. As pessoas vão embora. O caminhão de som anuncia os presos, os feridos e para quais hospitais foram enviados, as caravanas que partem, os pertences encontrados, a esperança vencida.
Termina o massacre. Começa a guerra da informação.