Toda instituição e teoria é ideal e absoluta. Afirmação absurda? Veremos. Será trabalhado aqui com o conceito de teorias definidas idealmente pelo seu objetivo, sendo teoria qualquer idéia que represente algo. O mesmo vale para instituições que na verdade tem um objetivo prático, de forma geral. Será feita uma divisão de dois objetivos: comprovação de uma ideia e prática de uma ideia.
Na primeira opção se a teoria é de senso comum como: “manga com leite faz mal”[1] teorias pessoais como: “se não for até a cozinha 10 vezes algo de ruim vai ocorrer” ou teorias sociológicas, antropológicas, psicológicas etc.. que como Rousseau visam provar que o homem é bom por natureza [2] ou Hobbes que o homem é mal por natureza [3] todas tem algo em comum- visam comprovar algo. Para que isso ocorra uma série de argumentos precisam ser criados ou acoplados na idéia a ser comprovada, e esses argumentos vão justificar a idéia. Talvez a maior representante dessa categoria seja a filosofia, dito que ao longo de sua história sempre foi validade e defendida pela razão, pelo simples fato de na época em que predominava haver pouco ou nenhum método prático. Dessa forma foi possível a ela se desenvolver até o ponto em que originou a ciência. Não é que a ideia assim estruturada seja necessariamente verdadeira, mas com certeza é justificada, mesmo que a teoria seja uma negação de outra.
Quanto a objetivos práticos, incluindo também as instituições existe um estágio além, isto é, ideias comprovam os objetivos da instituição, mas a prática é de maior importância. A prática complementa os argumentos e vice-versa. Se uma empresa de Marketing possui o slogan “trabalhando para divulgar sua marca” existe um escopo teórico [4] que permite a divulgação, mas o que define a empresa é seu objetivo, isto é, “trabalhando para divulgar sua marca”. O mesmo vale para instituições estudantis, teorias políticas, científicas etc... desde que com objetivos práticos e na prática se encontra sua maior força, sendo que dessa forma a empresa vai ser divulgada pelos trabalhos bem feitos. Talvez a maior representante dessa categoria seja a ciência, dito que o inicio foram às ciências naturais e essas só se comprovam na prática através de experimentos.[5] O erro está em desconsiderar as falhas.
Elas precisam ser consideradas para que o objetivo seja alcançado e assim a ocorrência de uma maior proximidade da definição ideal, se assim não for é um obstáculo. Isso vale também para objetivos pessoais e movimentos sociais em seu sentido prático. A partir disso é possível diferenciar discursos políticos teóricos de discursos políticos práticos. A pessoa que discorda ou concorda com algo, se caso fizer um discurso que visa comprovar a própria ideia e colocar a si mesma em uma zona de conforto para provar estar certa é um discurso político teórico, já que se comprova na teoria e nada mais. Já o discurso político prático vai além disso, visto que procura ver sua validação ou não na prática, e nela se baseia para ver resultados. Mesmo para quando o sujeito fala de si mesmo essas duas classificações são válidas, apesar de as variáveis envolvidas em definições pessoais serem outras. É comum as pessoas fazerem discursos a qual parece prático, mas na verdade visa apenas o falar e a chegada de outro sujeito que concorde, e assim o sujeito alcança uma zona de conforto, em resumo: “faça o que eu falo, mas não o que eu faço”. Apesar disso é mais prazeroso viver dessa máscara ideal e propagá-la.
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Escrito por: Rafael Pisani
Observação: No servidor anterior foi postado no dia 17/02/2014 as 9:48 e no mesmo dia da postagem as 00:00 foi feita uma atualização com a troca de “validade” no trecho “Talvez a maior representante dessa categoria seja a filosofia, dito que ao longo de sua história sempre foi validade e defendida pela razão...” por “validada”.
Referencias
Disponível em: http://atalhocognitivo.blogspot.com.br/2011/08/marketing-e-ciencia-arte-ou-ciencia-de.html Nice de Paula / http://atalhocognitivo.blogspot.com.br . Data de acesso: 17 de fevereiro de 2014
Disponível em: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/jean-jacques-rousseau-2-o-homem-e-bom-por-natureza.htm Jose Renato Salatiel/ http://educacao.uol.com.br . Data de acesso: 17 de fevereiro de 2014
Disponível em: http://elisadetal.blogspot.com.br/2013/06/manga-com-leite.html Elisa / http://elisadetal.blogspot.com.br . Data de acesso: 17 de fevereiro de 2014
Disponível em: http://elisadetal.blogspot.com.br/2013/06/manga-com-leite.html Elisa / http://elisadetal.blogspot.com.br . Data de acesso: 17 de fevereiro de 2014
Disponível em: http://vicentecient.blogspot.com.br/2006/01/experimentao.html Vicente Risi Júnior / http://vicentecient.blogspot.com.br . Data de acesso: 17 de fevereiro de 2014
[1] Sobre a manga com leite: http://elisadetal.blogspot.com.br/2013/06/manga-com-leite.html
[2] Fonte sobre Rousseau: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/jean-jacques-rousseau-2-o-homem-e-bom-por-natureza.htm
[3] Fonte sobre Hobbes: http://www.brasilescola.com/filosofia/hobbes-estado-natureza.htm
[4] Sobre o marketing como ciência: http://atalhocognitivo.blogspot.com.br/2011/08/marketing-e-ciencia-arte-ou-ciencia-de.html
[5] Fonte sobre as ciências naturais: http://vicentecient.blogspot.com.br/2006/01/experimentao.html
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