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Qual seu sexo e gênero?

9 de Janeiro de 2014, 17:12 , por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Qual seu sexo e gênero?

Observando essas três notícias (para compreender o post é necessário lê-las) : http://oesquema.com.br/olhometro/2009/07/07/na-suecia-pais-se-recusam-a-revelar-o-genero-doa-filhoa/

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI81789-15228,00-PAIS+NAO+QUEREM+DISTINGUIR+SEXO+DE+FILHO.html

http://paticionunes.blogspot.com.br/2012/01/casal-decide-revelar-sexo-do-filho.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:PatricioNunes(Patricio+Nunes)

Desconsiderando a veracidade da notícia o tema é polêmico. Devo frisar que tanto a notícia em si quanto os comentários influenciaram a produção do texto, inclusive algumas frases foram extraídas dos comentários. Quais as diferenças culturais de nome? Existe andrógenismo e hermafroditismo? Qual a diferença entre gênero e sexo? Descoberta do próprio sexo e identificação infantil? Como a criança irá crescer? Como será o convívio social? Os pais estão certos, errados ou será a sociedade errada ao estigmatizar e pré-conceituar as coisas? O que é a liberdade e o que é natural? O texto irá seguir com cada parágrafo dando respostas a essas perguntas e por fim um parágrafo de conclusão. Quais as diferenças culturais de nome? A primeira vista o nome “Pop” é estranho e causa estigma aos leitores. No entanto isso o é para nós, talvez na Suécia esse seja um nome comum. Também existem nomes unisex na cultura brasileira. Entre eles, Dercy, Adalgiso (adalgisa), esmeraldo (esmeralda), José Maria (Maria José), Donizeti, Josimar, Íris, Juraci, Darci, Audrey, Valdeci etc… Vários desses nomes são possíveis de causar estigma e ridicularização, e nem por isso são tão criticados. Portanto, o nome “Pop” não é uma razão para tal, sem contar o fator de normalidade desse nome em outros países. Existe andrógenismo e hermafroditismo? O primeiro é quando a distinção de um indivíduo ser de um dos dois gêneros é difícil. O hermafroditismo é quando o indivíduo nasce com os dois sexos. Utilizando uma frase retirada dos comentários da primeira notícia começo esse parágrafo “Gênero” é um conceito linguístico-filosófico. “Sexo” é uma característica imposta pela Natureza e muito bem definida pela Ciência. Os seres humanos não têm gênero. Os seres humanos têm sexo.” Há um abismo de diferença entre sexo e gênero. Sexo é uma característica física com o qual nascemos e nada mais. Tudo o que ocorre a partir daí se constitui em gênero, isto é, são definições sociais de comportamento (incluindo o vestir, brincar, ser, fazer, como e com quem andar, quais programas assistir, função social etc…). Quando rotulamos que uma criança é “menino” ou “menina” ou brinca de carrinho, veste roupa azul, ganha Max Stell ou bonecos de ação, ou brinca de barbie, veste roupa roza, ganha boneca, carrinho ou animais de estimação da Barbie, fogãozinho etc… Portanto, está explicada a diferença básica entre os termos. Descoberta do próprio sexo e identificação infantil? Como uma criança “normal” cresce e como a anormal cresce?Como é o convivio social comum e como será o dela? É comum que toda criança descubra o próprio sexo, mesmo sem a informação vinda dos pais. Ela pode obter em comparação com o corpo dos “amiguinhos”, dos conhecidos, pela exploração do próprio corpo e pelo convívio social, na qual alguém se denomina em um dos gêneros. A partir disso, segundo Freud ocorre a identificação com a pessoa mais próxima do respectivo gênero enquanto “deseja” a pessoa mais próxima do gênero oposto amando e odiando ao mesmo tempo a pessoa de mesmo gênero. Tudo isso eclode no complexo de Édipo para homens e complexo de Elektra para mulheres. Logo após ocorre o período de latência. As fases são a oral, anal, fálica, fase de latência e por último a genital, totalizando 5 fases. A fase oral ocorre dos 12/ 18 meses e se caracteriza pela zona erógena se localizar na boca. Por isso durante esse período ela tende a colocar tudo na boca. Problemas nessa fase podem resultar em comportamentos de ordem oral como alcoolismo, bulemia, compulsão por comida anorexia, etc… coisas relacionadas a zona bucal. A fase anal se classifica pelo aprendizado ao controle dos esfíncteres. “A avareza, a exagerada preocupação com a limpeza e adultos extremamente detalhistas são atribuídos pelos psicanalistas como características de crianças que sofreram grande pressão por parte dos pais no controle das esfíncteres.” A fase fálica é quando ocorre o complexo de édipo (para os homens)/ complexo de élektra (para as mulheres) e quando se aprende as diferenças entre os dois sexos/gêneros. Ocorre a identificação com a pessoa mais próxima do respectivo gênero enquanto “deseja” a pessoa mais próxima do gênero oposto amando e odiando ao mesmo tempo a pessoa de mesmo gênero. É onde a criança assume a identidade sexual que servirá para toda a vida. “A não superação dessa fase acarreta na insegurança e na eterna busca pela aceitação das outras pessoas, além da distorção dos papéis sexuais.” Logo se inicia a fase de latência quando toda a Libido se move para a adaptação na sociedade como um todo. Sendo uma fase bem importante da vida. Freud inclusive considera o homosexualismo um erro de identificação na fase fálica. Chega-se a fase genital, a fase adulta. Ela se forma por todas essas fases e vale frisar que para Freud nenhum ser humano chega a essa fase de forma “perfeita”, sempre há alguma patologia. Freud foi citado justamente por seu ponto de vista centralizar a sexualidade. Outros pensadores dão relevância ao tema, mas não com ponto central. Como um todo, a psicologia do desenvolvimento define três pontos sobre o qual o ser humano se identifica, são eles a identidade sexual, ideológica e profissional. Vendo dessa forma os danos a criança sem essa definição seria desastroso e incontável, no entanto, o próximo parágrafo irá mostrar como a balança esta equilibrada sobre os danos. Já que, com gêneros definidos ou não as pessoas possuem traumas e experiências negativas, além de contrapor o ponto de vista social. De qualquer forma, em algum momento a criança iria ver a diferença entre um corpo de menino e um de menina. Seja em um convívio social, seja na hora do banho, seja se vendo no espelho, seja na descoberta do próprio corpo, independendo a teoria a estudar o desenvolvimento infantil. É possível afirmar que socialmente falando seria negativo a criança. Porém, talvez isso abra outros patamares de sociedade, algo além dos dois gêneros ou mesmo reduza os níveis de preconceito. São duas possibilidades de ocorrência sobre “POP”. Uma é se tornar “atormentada” devido a grande quantidade de preconceito e a outra é se tornar alguém com maior autoconhecimento e um ponto de quebra de vários paradigmas sociais. É fato, socialmente falando os indivíduos diferenciados são taxados de loucos, porém, com alguma maior possibilidade de felicidade, já que, caso aceitem a si mesmos se excluem das limitações sociais. Tudo o que há de dizer sobre o assunto são possibilidades, pois, como caso único é o possível a ser feito. Talvez um problema não dos pais, e sim dos estigmas e preconceitos sociais. Os pais estão certos, errados ou será erro da sociedade ao estigmatizar e pré-conceituar as coisas? Segundo a visão socialmente defendida os pais estão errados, já que, todos tem direito a uma identificação e a um lugar “digno” na sociedade. A criança vai sofrer dessa forma preconceito e será verdadeiramente ridicularizada, com seu convívio social bastante reduzido. Por tudo isso, o efeito será negativo sobre a criança e, portanto, ou o estado toma a criança dos pais ou eles contam para a criança qual o sexo e gênero, considerando a diferença entre os termos. Não será a sociedade errada ao estigmatizar e pré-conceituar diferenças? Se alguém se veste diferente é criticado, se escolhe uma sexualidade diferente é criticado, se fala coisas diferentes é criticado, enfim, quem não segue a regra é criticado e reprimido. Por esse lado é possível perceber a origem de muitas “doenças” correntes na sociedade. Tanto crianças do sexo e gênero feminino, como do sexo e gênero masculino possuem distúrbios traumas devido a diversos fatores, inclusive as conseqüências de ter sido rotulado dessa forma. Portanto deve agir, vestir, brincar, andar com pessoas e dizer coisas permitidas somente a esse rótulo. Claro, não é esse o único fator, mas um deles. Pode-se então, concluir que “Pop” está exposto a riscos semelhantes a crianças que recebem o gênero de forma “normal”. O que é liberdade e o que é natural? Sabemos que natural é o sexo, de resto é gênero e influencias sociais. Por um lado “Pop” terá liberdade de escolha entre vários pontos as quais outras crianças não tem oportunidade. Ele (a) poderá brincar de boneco, boneca, vestir roza e azul, calça ou saia, andar com meninos e meninas, se identificar com a mãe ou o pai, com a professora, com o professor. Tudo isso parece a nós ridículo, absurdo e inaceitável simplesmente porque os estigmas sociais não nos permitem respeitar as diferenças, seja alguém homosexual, bisexual, transexual, simpatizante, asexuado, ir a festas de bermuda e chinelo, pentear o cabelo de certa forma, andar de certa forma, andar com certas pessoas, praticar certas coisas, ser ateu, agnóstico, cristão, espírita, evangélico, orixá, gótico, mendigo, pobre, rico, milionário etc… Os pré-conceitos podem ser a causa, aliás, de muitas patologias tanto físicas quanto psíquicas. Alguém pode se tornar depressivo por não se enquadrar nos padrões, perdendo aos olhos alheios o valor e o sentido da vida, porém, será o sentido procurado por ela realmente errado? Outros podem ser homosexuais, bisexuais, homosexuais, transexuais ou asexuados, não serem respeitados cometendo suicídio, caindo em depressão, sendo agredidos por homofóbicos, sendo, aliás, o estigma um dos maiores motivos para agressão. Quanto a grupos sociais ateus condenam teístas todo o tempo enquanto teístas condenam ateus e agnósticos a todo o tempo. Esses grupos impõem diferentes formas de conduta à mulher e ao homem. Um dos únicos grupos a se diferenciar são os Hippies e são considerados socialmente como drogados e rotulados por isso, sendo por si só uma sociedade alternativa. Há um ideal social baseado na elite econômica. O Brasil colonial obteve sua libertação e para aprimorar a própria cultura acabou copiando os movimentos Europeus, tanto artísticos, vestimenta e principalmente os idéiais. Tudo isso se misturou ao ideal social Estado Unidense e qual o resultado? Para uma grande quantidade de pessoas quanto mais elitista for sua aparência, mais “bonita” ela se torna. Essas mesmas pessoas, mesmo inconscientemente enraizaram o conceito de riqueza ser positivo e pobreza negativo, portanto, se vestir igual a um pobre é negativo (tanto que alguns usam a seguinte frase “coisa de pobre”). A pessoa obtém o auge da vida capitalista quando está no topo da cadeia- o patrão. Portanto, todos os outros devem seguir a ordem e lutar para alcançar esse ideal. Como ele se veste? A vestimenta típica da Europa no século XIX, as roupas formais, o terno e o vestido de gala. É isso que nós brasileiros achamos bonito, tanto é que todos inflam ao máximo o ego em uma festa de formatura, os tribunais se utilizam do terno em versão masculina e feminina. Nada condizente com clima brasileiro, já que, diferentemente da Europa nele há um clima tropical. Por isso tudo há o preconceito econômico contra pobres e mendigos. É perceptível dessa forma que não há liberdade dentro de todas essas demarcações sociais, são simplesmente escolhas forçadas como um carrinho a um menino e boneca a uma menina a que nos acostumados e ingênuamente julgamos ser liberdade, sendo que, nada disso é natural e sim algo social. Serão todos esses conflitos saudáveis? É possível dizer somente que é um caso a parte com conseqüências inesperadas, sejam elas positivas ou negativas. Conseqüências negativas também existem na sociedade e, nem por isso ela é totalmente condenada. Claro, esse caso continua sendo uma controvérsia, mais o argumento do trauma causado na criança deixa de ser válido. Talvez os problemas sociais sejam causados e perpetuados pelos próprios estigmas e extraindo um dos comentários do primeiro site “Nesse caso, o que estes pais extremamente corajosos estarão fazendo pode ser o início de uma revolução em nossa civilização, ao provarem que há opções ao sistema de 2 gêneros.” Deve haver algo além de tudo isso.

Lembrem-se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

Escrito por: Rafael Pisani

Observação: No servidor anterior foi postado no dia 18/03/2013. Nesse servidor foi alterada a palavra “polemico” para “polêmico”.

Referencias:

Design, moda e vestuário no século XIX (1801- 1850). Oliveira, V, L; Faria, J, N; Navalon, E. Contatos: nessa_mo@hotmail.com ; josenetodesigner@yahoo.com.br ; navalon@uol.com.br Disponível em: http://blogs.anhembi.br/congressodesign/anais/artigos/70169.pdf .Editora: Universidade Anhembi Morumbi

Disponível em: http://comoeuaprendo.blogspot.com.br/2011/08/as-fases-segundo-freud.html . Bruna Alves PsicoPedagoga. Data de acesso: 14 de março de 2013

Disponível em: http://fischer-blogdofischer.blogspot.com.br/2009/07/nomes-que-servem-para-homem-e-mulher.html . Fischer/ blog do fischer. Data de acesso: 14 de março de 2013

Disponível em: http://oesquema.com.br/olhometro/2009/07/07/na-suecia-pais-se-recusam-a-revelar-o-genero-doa-filhoa/ . Olhometro. Data de acesso: 14 de março de 2013

Disponível em: http://paticionunes.blogspot.com.br/2012/01/casal-decide-revelar-sexo-dofilho.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:PatricioNunes(Patricio+Nunes). Blog do Patrício Nunes. Data de acesso: 14 de março de 2013

Disponível em: http://pcmarques.paginas.sapo.pt/Freud.htm . Paula Marques. Data de acesso: 14 de março de 2013

Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI81789-15228,00-PAIS+NAO+QUEREM+DISTINGUIR+SEXO+DE+FILHO.html . Kátia Mello e Martha Mendonça/ revistaépoca . Data de acesso: 14 de março de 2013

Disponível em: http://www.dicionarioinformal.com.br/andr%C3%B3gino/ . Dicionário informal . Data de acesso: 14 de março de 2013

Disponível em: http://www.oli-worlds.com/2012_01_01_archive.html . Data de acesso: 147 de março de 2013


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