Por Mariana Serafini, de Ciudad Del Este:
A lei de Aliança Público Privada, proposta pelo presidente Horácio Cartes, foi aprovada pelo senado paraguaio na noite de segunda-feira (28) com 30 votos a favor e 15 contra. Mais de cem mil pessoas foram às ruas no Paraguai tentar impedir a aprovação da lei que amplia as políticas neoliberais implantadas no país.
Em menos de cem dias de governo, Horácio Cartes já tomou algumas medidas preocupantes, se depender dele, o avanço neoliberal segue a passos largos. O presidente é o responsável pela criação da Aliança Público Privada que claramente favorece a venda de patrimônios estatais e prejudica os trabalhadores.
Agora aprovada, a APP permite o poder executivo tomar decisões sem consultar o Legislativo e prevê a privatização de patrimônios estatais – estradas, aeroportos, sistema de educação, saúde e distribuição de energia – através de aliança com setores privados.
Não são poucos os motivos que levaram os cem mil paraguaios às ruas. Em todo o país as palavras de ordem eram unânimes, “APP No!” e “Fuera, Cartes”. Boa parte das manifestações foram articuladas pela Frente Guasu, coalizão dos partidos de esquerda cujo dirigente é o senador Fernando Lugo – presidente deposto com o Golpe Parlamentar em 2012. Durante as semanas que antecederam a manifestação a Frente Guasu fez diversas reuniões com organizações campesinas e urbanas em todo o país para alertar o povo sobre os riscos da APP.
Apesar de toda a indignação popular, o senado paraguaio aprovou a lei, mas os líderes das manifestações já afirmaram, o povo seguirá a luta, agora pela revogação. Em Assunção onde a concentração popular era maior, imediatamente após a aprovação da lei a polícia começou a agredir os militantes com objetivo de dispersar a manifestação. Ainda não há dados sobre número de feridos.
Mesmo com o Paraguai nas ruas, Horácio Cartes segue com o discurso entreguista. Recentemente ele adotou o slogan “Paraguai Fácil” e apresenta o país, em reuniões com grandes empresários estrangeiros, como uma feira de negócios.
Em uma reunião no Uruguai no final de semana, o presidente fez a infeliz afirmação “o Paraguai deve ser fácil, assim como uma mulher linda”. Questionado por uma repórter uruguaia sobre o machismo expressado na frase ele respondeu “se achar mulheres lindas é machismo então sou machista”.
A hashtag #NiLindaNiFacil foi utilizada no microblog Twitter por manifestantes que mostravam ao presidente através das mini postagens o valor da mulher paraguaia. E nas ruas não foi diferente, “se na minha casa não tem arroz, nem feijão, e se eu não posso pagar médico e escola para os meus filhos o que me resta fazer? Vou me prostituir? Não! A mulher paraguaia trabalha e luta pelos seus direitos, é isso que eu estou fazendo aqui”, afirmou a militante Beatriz.
O povo paraguaio não aprova tais atitudes presidenciais, as recentes pesquisas realizadas no Paraguai mostram Cartes com menos de 50% de aprovação.
Em Ciudad Del Este, fronteira com o Brasil através da Ponte Da Amizade (principal via de ligação entre os dois países) os manifestantes fecharam a ponte durante pouco mais de uma hora. Cerca de 3 mil pessoas marcharam em direção à fronteira, a ação teve ampla audiência tanto nos estados de Alto Paraná (PY) quanto no Paraná (BR). Já no município de San Pedro a forte repressão policial impediu as manifestação. Em Assunção a concentração contou com mais de 60 mil militantes.
O líder estudantil Willians Kuarahy afirmou “se privatizam a educação e saúde vamos passar o resto de nossas vidas trabalhando para pagar aos grandes empresários. A educação não se mede pela cotação da bolsa de valores!”.
A lei de Aliança Público Privada, proposta pelo presidente Horácio Cartes, foi aprovada pelo senado paraguaio na noite de segunda-feira (28) com 30 votos a favor e 15 contra. Mais de cem mil pessoas foram às ruas no Paraguai tentar impedir a aprovação da lei que amplia as políticas neoliberais implantadas no país.
Em menos de cem dias de governo, Horácio Cartes já tomou algumas medidas preocupantes, se depender dele, o avanço neoliberal segue a passos largos. O presidente é o responsável pela criação da Aliança Público Privada que claramente favorece a venda de patrimônios estatais e prejudica os trabalhadores.
Agora aprovada, a APP permite o poder executivo tomar decisões sem consultar o Legislativo e prevê a privatização de patrimônios estatais – estradas, aeroportos, sistema de educação, saúde e distribuição de energia – através de aliança com setores privados.
Não são poucos os motivos que levaram os cem mil paraguaios às ruas. Em todo o país as palavras de ordem eram unânimes, “APP No!” e “Fuera, Cartes”. Boa parte das manifestações foram articuladas pela Frente Guasu, coalizão dos partidos de esquerda cujo dirigente é o senador Fernando Lugo – presidente deposto com o Golpe Parlamentar em 2012. Durante as semanas que antecederam a manifestação a Frente Guasu fez diversas reuniões com organizações campesinas e urbanas em todo o país para alertar o povo sobre os riscos da APP.
Apesar de toda a indignação popular, o senado paraguaio aprovou a lei, mas os líderes das manifestações já afirmaram, o povo seguirá a luta, agora pela revogação. Em Assunção onde a concentração popular era maior, imediatamente após a aprovação da lei a polícia começou a agredir os militantes com objetivo de dispersar a manifestação. Ainda não há dados sobre número de feridos.
Mesmo com o Paraguai nas ruas, Horácio Cartes segue com o discurso entreguista. Recentemente ele adotou o slogan “Paraguai Fácil” e apresenta o país, em reuniões com grandes empresários estrangeiros, como uma feira de negócios.
Em uma reunião no Uruguai no final de semana, o presidente fez a infeliz afirmação “o Paraguai deve ser fácil, assim como uma mulher linda”. Questionado por uma repórter uruguaia sobre o machismo expressado na frase ele respondeu “se achar mulheres lindas é machismo então sou machista”.
A hashtag #NiLindaNiFacil foi utilizada no microblog Twitter por manifestantes que mostravam ao presidente através das mini postagens o valor da mulher paraguaia. E nas ruas não foi diferente, “se na minha casa não tem arroz, nem feijão, e se eu não posso pagar médico e escola para os meus filhos o que me resta fazer? Vou me prostituir? Não! A mulher paraguaia trabalha e luta pelos seus direitos, é isso que eu estou fazendo aqui”, afirmou a militante Beatriz.
O povo paraguaio não aprova tais atitudes presidenciais, as recentes pesquisas realizadas no Paraguai mostram Cartes com menos de 50% de aprovação.
Em Ciudad Del Este, fronteira com o Brasil através da Ponte Da Amizade (principal via de ligação entre os dois países) os manifestantes fecharam a ponte durante pouco mais de uma hora. Cerca de 3 mil pessoas marcharam em direção à fronteira, a ação teve ampla audiência tanto nos estados de Alto Paraná (PY) quanto no Paraná (BR). Já no município de San Pedro a forte repressão policial impediu as manifestação. Em Assunção a concentração contou com mais de 60 mil militantes.
O líder estudantil Willians Kuarahy afirmou “se privatizam a educação e saúde vamos passar o resto de nossas vidas trabalhando para pagar aos grandes empresários. A educação não se mede pela cotação da bolsa de valores!”.
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