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Para o senador, está em curso “mais uma tentativa de manipulação da opinião pública… para fazer a sociedade acreditar que há uma campanha de cerceamento à liberdade de imprensa e de controle dos meios de comunicação, simplesmente por se tentar investigar ligações da revista Veja com o crime organizado, por se tentar ouvir o jornalista Policarpo Júnior e o senhor Roberto Civita numa CPI”.
- Nada mais retrógrado, dissimulado e miasmático do que a velha e conhecida tática de desviar o foco do debate para encobrir a realidade – afirmou o senador.
Collor disse haver “fortes indícios” de que a revista, depois de uma nítida mudança de sua linha editorial nos últimos 30 anos, vem, há quase uma década, “mantendo ligações escusas e suspeitas com uma organização criminosa, por meio de troca de favores, por meio de troca de informações, por meio de tráfico de influencia”.
Para o senador, é preciso ficar claro até que ponto há uma “coabitação perniciosa que extrapola uma mera relação jornalista-fonte”. Ele afirmou que investigar “essa coabitação” não tem nada a ver com cerceamento à liberdade de imprensa.
- Falamos de crimes, e não de ferir a livre manifestação – afirmou.
Para o parlamentar, Roberto Civita “encarna a figura do próprio departamento comercial” e sua revista “passou a viver do lobby editorial, para beneficiar outros grupos, e da necessidade de fabricar escândalos”. Para ele, a revista se equivale a “um autêntico cassino”, no qual suas diversas seções “são utilizadas como máquinas de caça níqueis”.
- Esta revista foi capaz de reunir, numa mesma equipe, nos últimos anos, confrades que se dedicam a transformar falsificadores de dossiês em vítimas de achacadores. E pior, utilizam-se de chantagens e meios truculentos contra os críticos da revista, mesmo que ex-colegas de redação, com ameaças por meio de dossiês forjados ou inexistentes. Esse é o modus operandieditorial da revista, sempre com o olhar para o comercial, o lucro – afirmou Collor.
O senador disse que o jornalista Policarpo Júnior – “vezeiro em escusos encontros no Parque da Cidade”, em Brasília – antecipa-se à ação e planeja, com a fonte, as informações a serem obtidas – sempre com a aquiescência de seu patrão.
- Presta-se a ser uma peça passiva em atos supostamente ilegais. E é isso que precisa ser investigado, já que tudo indica que esse esquema é uma das teias mais intrincadas, sofisticadas e importantes da rede supostamente criminosa montada pelo senhor Carlos Cachoeira – disse o senador.
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