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Polaco Doido

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Cala a boca, Polaco Doido! Eu tenho direito à Liberdade de Expressão!!!

7 de Fevereiro de 2014, 18:39 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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As presepadas dos comentários de Sheherazade no horário nobre da televisão brasileira causaram um estrondoso alvoroço nas redes sociais durante esta semana. Além disso, presenciamos um fato que merece registro. Excluindo-se as disputas eleitorais, raramente se vê opiniões tão claramente divididas entre os prós e os contras ao “justiciamento” popular e aos justiceiros modernos.

Na ala dos favoráveis a Sheherazade, aqui carinhosamente apelidados de sheherazedetes, nada muito além da retórica de boteco. Argumentos como: “bandido bom é bandido morto”, “estamos exercendo nosso direito a liberdade de expressão” ou ainda, “direitos humanos só valem para humanos direitos”.

Eu aqui, fico me perguntando, não ensinam nem o básico sobre a liberdade de expressão e os direitos humanos nas escolas?

Mas como o titio Polaco Doido é mais metido que bagre na lama, titio Polaco Doido  vai tentar explicar ao querido leitor.

Tenho para mim que os tais justiceiros são nada mais que neo-nazistas, muito comuns aqui no sul do Brasil e que, pelo jeitão, também estão aprontando em latitudes ao norte do trópico de Caprocórnio.

Esta minha acusação é uma acusação grave e leviana ou trata-se apenas de um Polaco Doido do Santa Cândida exercendo seu direito constitucional da ampla liberdade de expressão?

Pois bem. Os Direitos Humanos junto com garantia das liberdades de expressão não são um conjunto de regras criadas por agentes vermelhos-socialistas-comuno-bolcheviques na tentativa de se criar uma rede global de patrulha ideologia para fazer com que você, querido gafanhoto, use sua cacholinha apenas para pensar como os donos do mundo querem que você pense.

Não mesmo, estas ideias surgiram há muito tempo. Os filósofos clássicos da antiga Grécia já pincelavam conceitos a respeito e finalmente, em 1948, A Assembléia Geral das Nações Unidas, determinou que a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é um ideal a ser seguido por todas as nações.

Claro que, na prática, as determinações da ONU quase não têm valor algum. Basta ver as atrocidades que acontecem em regiões como a Faixa de Gaza, Afeganistão e Iraque, cometidas pelos Israelenses contra o povo palestino e Norte Americanos nos países recentemente invadidos. Tanto israelenses quanto norte americanos, são signatários da DUDH.

O Brasil, um país que muitos declaram publicamente ter vergonha de viver e ter nascido, está muito mais avançado nesse aspecto, as diversas legislações nativas atendem as determinações da DUDH, sendo muito mais avançada no que diz respeito as liberdades de pensamento e expressão.

Em resumo, segundo a legislação Brasileira, todos nós podemos expressar livremente qualquer dos nossos pensamento e opiniões, sem nenhuma censura prévia. Porém, não nos é permitido:

  • O anonimato;
  • A incitação a qualquer tipo a guerra;
  • A apologia ao ódio (de qualquer espécie);
  • A incitação à violência ou ao delito;
  • A discriminação racial
  • O incentivo ao assassinato.

Mais aqui.

Claro que esta liberdade, como todas as outras, tem seu preço.

Podemos nos expressar sobre quase qualquer assunto que nos der na telha, com os argumentos que acharmos mais convenientes desde que, estejamos conscientes e preparados para as conseqüências destas declarações.

Por exemplo:

Como escrevi alguns parágrafos acima, desconfio que estes justiceiros modernos sejam nada mais que neo-nazistas fazendo das suas neonazistagens regulamentares. Também poderia ter escrito que um Fulano de Tal qualquer é nada mais que um grande filho-da-puta.

Não existe nenhum delito nestas minhas declarações. Porém, se algum dos justiceiros não gostar da minha comparação ou se, Fulano de Tal ou a mãe dele não gostarem de meu adjetivo carinhoso, qualquer um deles pode me processar por calúnia e terei uma grande dor de cabeça respondendo processos e gastando com algum advogado para me defender.

O mesmo acontece com a Sheherazade em decorrência de seus infelizes comentários.

Ao apoiar o “justiciamento”, ela claramente incitou a violência ao concordar com a ação dos justiceiros e, mais cedo ou mais tarde, devido a grande repercussão do caso, alguém vai dar inicio a uma ação judicial contra a moça por causa de sua declaração.

O mesmo pode acontecer com qualquer outro que se declare publicamente favorável as ponderações da jornalista do SBT.

Pronto! Agora as sheherazedetes desvairadas vão subir nas tamancas, ficarão putos dentro de suas calças, bradando que a tal Liberdade de Expressão não passa de um embuste, uma farsa, já que não os é permitido, falarem tudo o que pensam.

Se acalmem meus queridos sheherazedetes, quase tudo neste mundo tem uma explicação  lógica.

As Liberdades de Expressão não são um direito legal conquistado assim, do além, apenas para nosso proveito e alegria.

As Liberdades de Expressão estão contidas dentro das regras e legislações que tratam dos direitos humanos. E mesmo sem entender pisírica de juridiquês, sei que nenhuma norma, lei ou regulamentação, pode se sobrepor ou contrariar a qualquer outra anteriormente estabelecida.

Estas leis brasileiras que tratam dos direitos humanos, entre outros, garantem que:

  • Todos são iguais perante a lei sem discriminação de nenhum tipo;
  • Todos têm direito a um julgamento formal em caso de suspeita de delito;
  • Todos têm direito a um mínimo de dignidade.

Queira ou não, os justiceiros afrontaram estes três tópicos relacionados e mais um monte de leis que não tenho competência para enumerar.

Os tais justiceiros, aos olhos da lei, são criminosos muito mais perigosos que o garoto preso a um poste e que, suspeita-se, furtou algumas quinquilharias quase sem valor.

Eles afrontaram a lei estabelecida e Sheherazade juntamente com as sheherazedetes, aplaudiram e até estimularam este tipo de atitude. Estes, também são contraventores.

Pra finalizar, lembre-se que vivemos sob um regime de Estado Democrático de Direito. Isso significa que todos nós, desde a Presidente da República, um poderoso empresário, um grande banqueiro, eu, você e até o garoto acorrentado ao poste, estamos submetidos as leis estabelecidas.

Todos nossos direitos adquiridos devem-se unicamente a este Estado Democrático de Direito.

Não sejamos ingênuos.

Sheherazade, assim como outros tantos profissionais da informação, são profissionais, só isso. Eu e você também somos profissionais em nossas áreas de atuação. E como profissionais fazemos o que em troca de nossos salários?

Apenas aquilo que o chefe ou patrão manda ou precisa que seja feito. Não é?

Não é de hoje que muitos veículos de informação dedicam muito de seu espaço para nos empurrar goela abaixo a falsa sensação de total falência do Estado Democrático de Direito.

Que interesses se escondem por trás deste tipo de postura?

E mais.
Quem ganha com a imagem ou a realização da total falência do estado?

Eu, você, o garoto acorrentado pelo pescoço?

Ou a face oculta por trás dos pronunciamentos de Sheherazade e de tantos comunicadores a serviço sabe-se lá de quais interesses?

Pensa nisso antes de dormir.

Polaco Doido


Fonte: http://www.skora.com.br/?p=5529

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