Em um claro sinal de que a cidade já está plenamente no clima da Rio+20, a agenda cultural relacionada à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável promete ser o programa preferido deste fim de semana para milhares de pessoas, entre os cariocas e visitantes. São centenas de atividades, algumas delas iniciadas antes mesmo da abertura oficial do evento, no último dia 13, e que podem ser apreciadas tanto nos locais onde ocorrem as discussões sobre o futuro ambiental do planeta como em diversos espaços culturais do Rio e de outros municípios fluminenses.
Ancorada em dois locais da zona portuária da cidade, o Galpão da Cidadania e o Armazém 6 do Cais do Porto, agora batizado de Armazém da Utopia, a programação do Ministério da Cultura (MinC) foi aberta na noite do dia 13 pela ministra Ana de Hollanda. Espaço para a reflexão e o debate sobre a importância da cultura como eixo estratégico do desenvolvimento sustentável, o Galpão da Cidadania abriga até o próximo dia 22 uma programação variada: apresentações artísticas, exposições, seminários, oficinas, mostras de audiovisual e até gastronomia, com enfoque na sustentabilidade.
A agenda de shows, em dois horários, às 18h e às 21h, foi aberta na noite de quinta-feira (14) pela cantora Vanessa da Mata e terá até o dia 22 nomes como Frejat, Elba Ramalho, Mart’nália, Marcos Sacramento e Hamilton de Holanda. Os espetáculos são gratuitos e limitados à capacidade do galpão, de 1.500 pessoas.
Já o Armazém da Utopia foi concebido pelo MinC como espaço voltado para o exercício da criatividade, reflexão, trocas e diálogos, por meio de apresentações musicais, instalações visuais e performances. O destaque na programação é o Havana Café, às 19h, que procura recriar o clima dos cabarés alemães dos anos 20 do século passado, e que serviram de modelo e inspiração para o teatro de Bertolt Brecht. O espetáculo reúne atores e músicos interpretando os mais variados estilos musicais: mambos, rumbas e boleros, entre outros.
Ainda no Armazém da Utopia, o Drive-In Rio, às 21h30, é um evento de performances e instalações visuais em grande escala. São dez sucatas de carros organizados em linha de frente a duas telas de projeção, lembrando um cinema drive-in. Cada carro serve de plataforma para o trabalho de um artista plástico, do Brasil ou de outros países.
O Roteiro Cultural Museus Rio+20 é outra ação realizada pelo Ministério da Cultura para a conferência da ONU. Elaborado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), o roteiro lista 154 eventos em 55 instituições culturais do Rio e de mais 12 cidades fluminenses. Distribuído em versão impressa nos locais onde ocorrem os eventos da Rio+20, o roteiro está disponível em versão digital no site do Ibram – www.museus.gov.br .
O órgão, vinculado ao MinC, preparou um outro roteiro, o Circuito Verde de Museus, que propõe ao público um passeio pelos espaços verdes e pela arquitetura de nove de suas instituições no estado do Rio de Janeiro. O circuito começa no Museu do Açude, localizado no Parque Nacional da Tijuca, e segue até o bairro de Santa Teresa, onde se encontram o Museu Chácara do Céu e a Casa de Benjamin Constant, passando pelo Museu da República, no Catete, na zona sul da cidade.
Fora do município do Rio, integram ainda o circuito o Museu de Arqueologia/Socioambiental de Itaipu, em Niterói; o Palácio Rio Negro e o Museu Imperial, em Petrópolis, na região serrana, o Museu Casa da Hera, de Vassouras, na região centro-sul, e o Forte Defensor Perpétuo, de Paraty, no litoral sul.
O Espaço Humanidade 2012, uma estrutura montada no Forte de Copacabana, na zona sul do Rio, abriga uma exposição desenvolvida pela diretora e cenógrafa Bia Lessa, também gratuita e aberta ao público, diariamente, das 10h às 18h. Dividida em 16 módulos, a exposição une tecnologia, educação e cultura, em conjunto com os temas da Ri+20. O poder de transformação do ser humano é o destaque. “Nesse momento histórico, é necessário que a palavra humanidade se fortaleça e que possamos, juntos, dar um passo adiante”, diz a diretora.
Próximo aos locais de realização da Cúpula dos Povos, no Parque do Flamengo, o Museu de Arte Moderna (MAM) exibe a videoinstalação Brasil Cerrado, do artista plástico goiano Siron Franco. Criada especialmente para a Rio+20, a obra tem o objetivo de conscientizar as pessoas para a urgência da preservação das belezas do Cerrado brasileiro. A instalação, com entrada grátis, pode ser vista até o dia 23, das 11h às 19h.
No Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), está em cartaz desde o dia 29 de maio a exposição Amazônia – Ciclos de Modernidade, que pode ser vista de terça-feira a domingo, das 9h às 21h. Com curadoria do crítico Paulo Herkenhoff, a mostra usa recursos tecnológicos para envolver o público em uma viagem lúdica e simbólica pela cultura amazônica, do século 18 até os dias atuais.
Ainda no CCBB, o público pode participar de hoje (15) até o dia 21 do Forward+50 Rio, jogo interativo focado no desenvolvimento sustentável. Os jogadores poderão determinar o destino ambiental da cidade do Rio de Janeiro nos próximos 50 anos, em decisões tomadas individual ou coletivamente. O CCBB tem também em seu cardápio a mostra Cinesul Ambiental, com 15 filmes que abordam temas como mineração, povos indígenas e uso de agrotóxicos.
0sem comentários ainda
Por favor digite as duas palavras abaixo