Por Carolina Gonçalves e Renata Giraldi
O Brasil quer levar o mínimo de controvérsias para os chefes de Estado e Governo que vão examinar o documento em negociação na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) por representantes de mais de 190 países.
O secretário executivo da delegação brasileira na Rio+20, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, disse que, para buscar consenso nas negociações ainda repletas de pontos polêmicos, os articuladores intensificarão as reuniões para concluir o texto final até meia-noite desta sexta-feira.
“Há temas que requerem um esforço conciliador maior, como a questão dos meios de implementação e transferências de tecnologias [limpas]. Os tradicionais doadores se retraem. É natural que se queira um esforço maior e mais tempo”, disse Figueiredo, lembrando que, a partir de amanhã (16) os negociadores, liderados por brasileiros, farão consultas informais na tentativa de obter acordos gerais.
Segundo Figueiredo, não há obstáculos novos nas negociações, mas os ajustes podem ser feitos até o próximo dia 19, véspera da reunião de cúpula da conferência. Os chefes de Estado e Governo se reúnem na próxima semana, de 20 a 22. A expectativa brasileira é a de que o texto “progrida harmonicamente”. “Não é razoável que apenas parte do texto seja limpo, é natural que haja arrefecimento em certas áreas”.
Como terminam oficialmente hoje à noite as reuniões das delegações, o governo brasileiro não assume imediatamente a presidência do evento, mas a coordenação como país-sede do evento. A partir daí, a delegados brasileiros vão acompanhar as negociações informais que continuarão sendo conduzidas em quatro grupos. “Começaremos um processo de consultas informais. Será uma continuação do esforço conciliador com o objetivo de promover convergências nos pontos negociados. O Brasil não tem texto na manga, nem surpresa. Vamos continuar no processo”, garantiu Figueiredo.
O embaixador explicou que, a partir de agora, os negociadores terão que ser mais objetivos em relação ao texto. Não haverá mais tempo para mudar a forma, apenas o conteúdo. Segundo ele, a intenção é discutir apenas pontos imprescindíveis. “Não será mais hora de por texto na tela e mudar verbos. A ideia é que o prazo final seja dia 19. Não há por que esticar uma negociação. Vamos terminar a tarefa que temos pela frente”, acrescentou.
Edição: Lana Cristina
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