Rio está em estado de atenção devido à chegada de chefes de Estado
17 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Flávia Villela
A chegada de chefes de Estado deixou a cidade do Rio em estado de atenção desde a manhã de hoje (18), e a tendência é que o trânsito e a movimentação ma cidade fiquem ainda mais intensos nos próximos dias, quando estão previstos mais desembarques de comitivas e líderes mundiais na capital fluminense, em razão da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
De acordo com a prefeitura, somente hoje 21 comitivas devem chegar ao Rio e, a partir de amanhã (19), serão criadas faixas reversíveis nas principais vias da zona sul. Um esquema especial de trânsito será montado, com faixas exclusivas na Linha Vermelha. A Avenida Niemeyer vai operar em regime especial.
O secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osorio, recomendou à população utilizar, durante toda essa semana, o transporte público e evitar carros particulares. “Neste momento, o Rio de Janeiro é a capital do mundo. É um evento extremamente importante para nós, mas que acarretará em algum transtorno para o cidadão”, explicou o secretário.
Já é possível ver batedores cruzando as ruas do centro, da zona sul e na Barra da Tijuca, zona oeste, onde ocorre o evento oficial da Rio+20. Algumas ruas da região ficarão interditadas para a chegada dos presidentes e representantes dos países participantes. Para a segurança das comitivas, estarão a postos 450 motociclistas das Forças Armadas, Guarda Municipal e Polícia Federal.
“Está insuportável esse trânsito. E o pior é que amanhã ainda tenho trabalho e não vai dar para fugir desse caos”, reclamou o corretor de imóveis Cláudio Bonfim que demorou 40 minutos para completar o trajeto de casa até o trabalho nesta manhã, quando demoraria normalmente 15 minutos.
A Rio+20 termina no dia 22 e deve atrair para a cidade mais de 70 mil pessoas, incluindo mais de 100 chefes de Estado, contando com os eventos que ocorrem paralelamente à agenda oficial, como os debates e atividades da Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, e no Espaço Humanidade 2012, em Copacabana, na zona sul, entre outros.
Edição: Lana Cristina
ONGs e movimentos sociais cobram transparência do BNDES
17 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários ainda
Por Isabela Vieira
Organizações da sociedade civil esperam ter mais informações, por meio da nova Lei de Acesso à Informação, sobre empresas e projetos que recebem financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A lei vigora desde o mês passado e obriga órgãos públicos a divulgar dados sobre sua atuação e gastos.
Uma manifestação com centenas de pessoas segue em direção ao BNDES, no centro do Rio. Elas protestam contra empréstimos a projetos que afetam o meio ambiente, como as usinas hidrelétricas na Amazônia e frigoríficos “que usam bois criados em áreas de desmatamento”, segundo o Movimento Brasil pelas Florestas, um dos organizadores.
Em entrevista à Agência Brasil, o representante da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), Ivo Lesbaupin, criticou a dificuldade de acesso aos dados do BNDES. “Temos muito esperança com a Lei de Acesso à Informação. Até hoje, a gente não sabia e o BNDES não fornecia [o nome das] as empresas financiadas, o montante e as condições do empréstimo”, disse.
O representante do Fórum Brasileiro de ONGS e movimentos sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMs), Marcelo Cardoso, acrescentou que o BNDES precisa adotar indicadores claros e eficientes de sustentabilidade. “Não é desenvolvimento pelo desenvolvimento”, declarou o ativista. Para ele, é preciso assegurar o retorno socioaambiental da obra.
“A grande questão são os indicadores. Os financiamentos carecem dessa garantia. A gente tem que saber se essas obras terão efetivo retorno para pequenas populações, para as populações mais atingidas pelo projeto, e colocá-los [os indicadores] em prática no financiamento das corporações”, completou Cardoso, durante entrevista na Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo.
Amanhã (19), o FBOMs vai apresentar uma avaliação sobre as negociações do documento que deve sair das discussões da Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, no Riocentro, com uma série de compromissos dos governos. Dois representantes que participam das negociações farão o balanço na Cúpula dos Povos, logo no início da manhã desta terça-feira.
Edição: Lana Cristina
FHC critica timidez de políticas sobre desenvolvimento sustentável
17 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Carolina Gonçalves e Renata Giraldi
Na contramão das críticas sobre avanços tímidos na implementação de metas de desenvolvimento sustentável nos últimos 20 anos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) disse, hoje (18), que é possível apontar mudanças significativas nestas duas décadas. Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, FHC apontou que a evolução desses temas esteve concentrada na sociedade civil e em ações de alguns nichos do setor privado.
“Houve um aumento enorme da consciência na sociedade que, hoje, atua mais. Mas esse ritmo não foi acompanhado por compromissos de governos”, disse. Segundo ele, conceitos como desenvolvimento sustentável, igualdade e justiça estão sempre incluídos em debates atuais sobre o crescimento das nações. “Mas precisamos nos comprometer com objetivos específicos”.
As declarações foram dadas durante uma exposição sobre a expectativa do grupo The Elders, criado em 2007 por Nelson Mandela e que, hoje, reúne personalidades como a ex-presidente da Irlanda Mary Robinson, o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan e a ex-primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland. O grupo de anciãos sempre se debruça sobre temas globais.
Durante a apresentação dessas expectativas, o ex-presidente brasileiro reconheceu que, em negociações como as que ocorrem durante a Rio+20, envolvendo interesses de vários países, é comum haver pressão e dificuldade em encontrar consensos. FHC ainda acrescentou que o momento de crise econômica vivido por alguns países acirra ainda mais os impasses, principalmente sobre questões que envolvem definição de recursos financeiros e metas específicas.
Exemplo de alvo desse impasse é o destino que a proposta da criação de um fundo para o cumprimento de metas de desenvolvimento sustentável pode tomar. A proposta, defendida pelo governo brasileiro, prevê recursos na ordem de US$ 30 bilhões. Mas esse ponto não foi incluído no texto preliminar que reúne questões convergentes entre as delegações. “Não há dinheiro, mas um fundo como esse não é para esse momento. É uma proposta permanente e um sinal de que os países dão atenção ao tema”, disse.
A poucas horas do prazo final estimado para a conclusão do texto da Rio+20 que será examinado por 115 chefes de Estado e de Governo, nos próximos dias 20 a 22, FHC ainda ressaltou que é preciso encontrar consenso em relação a propostas, como a reafirmação das responsabilidades comuns, mas diferenciadas entre os países.
“Essa questão é ponto de partida de tudo. Espera-se, por exemplo, que países com desenvolvimento relativo, como o Brasil, a Índia e a China participem e é natural que participem mais. Mas entendo que há certas restrições em colocar dados muito claros para que não sejam pressionados pelos [países] mais desenvolvidos a fazer o que os [países] mais desenvolvidos não fizeram”.
Assista também o vídeo da entrevista com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Edição: Lana Cristina
Entrevista com Gabriela Vuolo sobre consumismo e proteção infantil
17 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Lauro Mesquita
Enviado especial
Entrevista com a coordenadora de mobilização do Instituto Alana, Gabriela Vuolo.
“Não dá para falar de desenvolvimento sustentável sem rever nossos padrões de consumo. A questão do consumismo na infância ainda é uma coisa nova, as pessoas fazem pouca relação entre os bombardeios das mensagens publicitárias que são direcionadas para as crianças e os padrões de consumo destas crianças e dos adultos que elas vão se tornar. Temos que saber como criar cidadãos e não consumidores”, argumenta Vuolo.
Assista a entrevista completa:
Manifesto contra política ambiental reúne centenas
17 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Isabela Vieira
Uma manifestação com centenas de pessoas saiu do Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro (MAM), na Cúpula dos Povos, em direção ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no centro do Rio, para protestar contra os retrocessos na política ambiental do governo.
Chamada de Marcha à Ré, a manifestação toma a Avenida Chile, onde fica a sede do BNDES, com caixões, máscaras de políticos identificados como ruralistas, apitos e uma faixa de cerca de 3 metros com os dizeres “Rio+20 Dilma, com que cara você chega?”, referindo-se à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, que reunirá 115 chefes de Estado e de Governo a partir da próxima quarta-feira (20).
No slogan da manifestação, também está uma imagem da presidenta com uma motosserra e o brasão da República. “Queremos simbolizar os retrocessos da agenda socioambiental brasileira”, disse um dos organizadores, André Takahashi. “Os principais [retrocessos] são a destruição do Código Florestal, que a presidenta poderia ter vetado por inteiro, a redução de unidades de conservação por medida provisória, o enfraquecimento de órgãos ambientais e a violência no campo”, citou.
Índios de várias etnias também participam do protesto. Eles foram recebidos pelo vice-presidente do órgão, João Carlos Ferraz, com quem tiveram uma reunião de cerca de uma hora mais cedo. Eles trataram do financiamento concedido para a instalação de hidrelétricas na Amazônia De acordo com o BNDES, não houve violência ou quebra-quebra na manifestação.
Edição: Lana Cristina