Lei da palmada- questão de conhecimento e mudança cultural
14 de Julho de 2014, 16:30 - sem comentários ainda
No dia 21 de maio de 2014 o texto final da lei da palmada foi aprovado.[1] Ainda assim essa lei causa muita polêmica desde antes. Muito é dito no imaginário popular e senso comum sobre detalhes da lei sem ao menos haver conhecimento sobre ela. Sempre se baseando na forma apresentada pela mídia tradicional, que teve muita importância na divulgação. Sobre a análise dela e seu efeito vão ser vistos três pontos aqui. Um deles é sobre o desconhecimento geral dos detalhes da lei e a forma como é apresentada. Outro um detalhamento sobre ela e por fim a mudança cultural que é necessária para que de fato seja efetiva.
Sobre a forma como ela é apresentada ao público geral, e diga-se de passagem senso comum um resumo da lei é a seguinte frase “É a lei que proíbe de bater nos filhos”. Essa crítica tem implicitamente um entendimento que o bater é uma forma de educar e que sendo transformado em lei quem bater nos filhos sofrerá uma punição. Esse simples argumento gera então grande comoção social, dando a impressão de que o estado quer ensinar aos pais como educar. Pois bem, esse é um entendimento errôneo, que parte de premissas erradas e, portanto, a conclusão também é. Além do que, mesmo que fosse previsto nela punição para os pais que batessem nos filhos dificilmente haveria de fato a punição, pois sabemos que para coisas maiores já é difícil, imagine para isso? Para podermos então debater sobre a realidade dessa lei precisamos de fato compreendê-la. Vamos analisar um pouco de seus artigos.
Houve um acréscimo de artigos a lei 8069 de 13 de julho de 1990. Um deles é o seguinte: “A criança e o adolescente têm o direito de serem educados e cuidados pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar, tratar, educar ou vigiar, sem o uso de castigo corporal ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação, ou qualquer outro pretexto.” Em outras palavras, proíbe sim o bater como forma de educar, mas com termos muito mais profundo que “É a lei que proíbe de bater nos filhos”.
Coloca principalmente o bater como um tratamento cruel ou degradante através de qualquer pretexto. Mais além, o texto da lei classifica castigo corporal como algo que cause dor ou lesão a criança ou adolescente e tratamento cruel ou degradante algo que humilhe, ameace ou ridicularize. Dessa forma apesar de proibir o bater como educar só é caso grave quando de fato ameace, ridicularize ou humilhe. Além de pasmos, não haver punição prevista na lei, e sim medidas preventivas. Muitas delas envolvem medidas de proteção aos direitos humanos e inclusão de tal tema nos currículos escolares. Quantos aos pais então o que se faz caso batam nos filhos e caia nas garras da justiça? [2
As primeiras medidas incluem aprendizado dos pais, como encaminhamentos a programas, tratamentos psicológicos ou psiquiátricos, cursos ou programas de orientação, obrigação de manter a criança ou adolescente na escola e acompanhar sua frequência e aproveitamento e só em casos graves advertência, perda de guarda e destituição de tutela, exatamente nessa ordem. Então só a partir disso dá para ver que a lei da palmada está incluída em algo muito maior que é o ECA (Estatuto da criança e do Adolescente) e propõe várias medidas,[3] muitas delas só impraticáveis pela situação atual.
Nesse sentido se encontram os cursos ou programas de orientação, o tratamento psicológico ou psiquiátrico, o tratamento especializado a criança ou adolescente, mas, principalmente promoção de campanhas educativas, divulgação da lei e instrumentos de proteção aos direitos humanos e inclusão de direitos humanos e prevenção de todas as formas de violência contra a criança e o adolescente no currículo escolar. Não dá para esquecer a partir de tudo isso do elemento social.
Mesmo que a lei tenha projetos maiores do que o percebido pelo senso comum há algumas dificuldades para sua devida aplicação. Primeiro que a questão do poder público aplicar tais projetos como inclusão de direitos humanos no currículo escolar ou oferecer tratamento psicológico ou psiquiátrico demanda recursos e tempo, dificultando sua ação. Supondo que isso fosse cumprido, e mesmo se não fosse, cairíamos na barreira cultural. Para muitas famílias o único recurso educativo dentro da história de sua geração é a palmada, isto é, o pai foi educado assim, o avô, e assim por diante, portanto, porque não seguir a tradição? Assim ela segue e a lei encontra tal obstáculo.
Uma conclusão sequencial a isso é que não há outras opções de educação. Assim vamos avaliar a questão da punição através dos olhos da psicologia. “A punição destina-se a eliminar comportamentos inadequados, ameaçadores ou, por outro lado, indesejáveis de um dado repertório, com base no princípio de que quem é punido apresenta menor possibilidade de repetir seu comportamento. Infelizmente, o problema não é tão simples como parece. A recompensa (reforço) e a punição não diferem unicamente com relação aos efeitos que produzem. Uma criança castigada de modo severo por brincadeiras sexuais não ficará necessariamente desestimulada de continuar, da mesma forma que um homem preso por assalto não terá necessariamente diminuída sua tendência à violência. Comportamentos sujeitos a punições tendem a se repetir assim que as contingências punitivas forem removidas.” [4] Ou seja, é preciso bater na criança ou adolescente constantemente para que o comportamento não se repita. Ou em termos simples, o ato de bater serve como um freio e outras formas de educar servem como um guia. O que é melhor, um freio ou um guia?
Outro argumento utilizado é o de que proibir a palmada significa a permissão de tudo, como mostrado nessa charge.[5] Seria equivalente a isso se não houvessem outras opções. Também quando se diz sobre crianças que choram em supermercado e o tapa é a solução, e que proibir isso é tirar um meio educativo, portanto, um erro. [6] Na verdade isso ocorre por um erro de relação, ou seja, o pai pára de dar o brinquedo e após algumas vezes à criança vai parar de chorar ou dar escândalo, a culpa do choro é do pai. Precisar disso para manter a hierarquia familiar quer dizer que não há respeito entre pai/mãe e filho e sim ordem e progresso[7], sendo então um paradoxo no futuro o pai pedir o respeito aos filhos quando estiver velho, se a relação se der dessa forma.
Ainda assim o pior argumento que considero é esse. Esse site solta em seu parágrafo final que a palmada é um elemento indispensável no arsenal pedagógico e deve estar disponível para utilização e no final conecta isso a criminalidade com a seguinte frase: “Somos ridículos: por não dar palmadas necessárias, acabaremos visitando filhos na prisão. Telefone para o seu deputado. Se não ele só escuta a Xuxa.”[8] De alguma forma educar através da violência também ensina violência, e dizer que esse é um elemento indispensável indica que faltam tantos recursos, que a única sobra é a violência. Será que a educação das famílias Brasileiras é tão limitada assim?
Acredito que seja diferente disso, mas vai do valor de cada um. Muitos leitores podem dizer que só por apanhar se tornaram cidadãos de bem, que eram os “capetinhas” na infância, mas bem ao fundo haviam outras opções, só não sabia-se da existência. Enfim, quando o Estado solta um projeto desses, deve levar todos esses fatores em conta e preparar a sociedade para tal mudança, proporcionando então novos recursos as famílias apresentando cursos, demonstrações e etc... e nesse ponto concordo com esse site, apesar de termos opniões contrárias sobre a lei da palmada. Vamos lembrar que para debater algo realmente sem mentiras nem nada, é preciso de fato entender o tema e pesquisar, e com certeza foi o que fiz nesse texto, aprendendo muitas coisas sobre a lei que nem sabia. Caso se interesse leia os artigos adicionados aqui: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=790543&filename=PL+7672/2010 e sobre as medidas preventivas do ECA aqui: http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/91764/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-lei-8069-90#art-129--inc-V
Lembrem-se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.
Escrito por: Rafael Pisani
Referências:
Disponível em: http://arthur.bio.br/2010/07/21/direitos-humanos/lei-da-palmada-trara-prejuizos-irreparaveis-a-familia-e-a-sociedade#.U5zdsnZA12M Arthur Golgo Lucas/ http://arthur.bio.br . Data de acesso: 14 de junho de 2014
Disponível em: http://jus.com.br/artigos/25703/alo-aqui-e-a-xuxa Denilson Cardoso de Araújo/ http://jus.com.br . Data de acesso: 14 de junho de 2014
Disponível em: http://jus.com.br/artigos/28877/lei-da-palmada-projeto-de-lei-n-7-672-10 Eduardo Luiz Santos Cabette/ http://jus.com.br . Data de acesso: 14 de junho de 2014
Disponível em: http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/91764/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-lei-8069-90#art-129--inc-V / http://presrepublica.jusbrasil.com.br . Data de acesso: 14 de junho de 2014
Disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=790543&filename=PL+7672/2010 / http://www.camara.gov.br . Data de acesso: 14 de junho de 2014
Disponível em: http://www.matutando.com/lei-anti-palmada/ / http://www.matutando.com . Data de acesso: 14 de junho de 2014
Moreira, Márcio Borges Princípios básicos de análise do comportamento/ Márcio Borges Moreira, Carlos Augusto de Medeiros. – Porto Alegre : Artmed, 2007.
[1] Fonte dessa primeira frase: http://jus.com.br/artigos/28877/lei-da-palmada-projeto-de-lei-n-7-672-10
[2] Fonte do terceiro parágrafo: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=790543&filename=PL+7672/2010
[3] Fonte do desse parágrafo até esse trecho: http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/91764/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-lei-8069-90#art-129--inc-V
[4] Citação contida no Livro Princípios básicos de análise do comportamento.
[5] Fonte da charge: http://www.matutando.com/lei-anti-palmada/
[6] Fonte desse exemplo: http://arthur.bio.br/2010/07/21/direitos-humanos/lei-da-palmada-trara-prejuizos-irreparaveis-a-familia-e-a-sociedade#.U5zdsnZA12M
[7] Fonte do exemplo de ser usado para manter a hierarquia familiar: http://arthur.bio.br/2010/07/21/direitos-humanos/lei-da-palmada-trara-prejuizos-irreparaveis-a-familia-e-a-sociedade#.U5zdsnZA12M
[8] Fonte dessa frase: http://jus.com.br/artigos/25703/alo-aqui-e-a-xuxa
Análise de filme: o Escafandro e a borboleta- qual o limite do potencial humano?
7 de Julho de 2014, 15:20 - sem comentários aindaA sinopse é a seguinte: Jean-Dominique Bauby tem 43 anos, é editor da revista Elle, e um apaixonado pela vida. Mas, subitamente, tem um derrame cerebral. Vinte dias depois, ele acorda. Ainda está lúcido, mas sofre de uma rara paralisia: o único movimento que lhe resta no corpo é o do olho esquerdo. Bauby se recusa a aceitar seu destino. Aprende a se comunicar piscando letras do alfabeto, e forma palavras, frases e até parágrafos. Cria um mundo próprio, contando com aquilo que não se paralisou: sua imaginação e sua memória. Baseado no livro de Jean-Dominique Bauby.[1](link para assistir ao filme http://armagedontv.blogspot.com.br/2013/08/o-escafandro-e-borboleta-legendado.html )
Imagine você sem ter como se comunicar com o mundo, com a possibilidade de um único movimento- piscar o olho esquerdo. Desejaria morrer? Buscaria soluções? Se sentiria bem ao depender quase que totalmente de outros? Tente imaginar o desespero de Jean-Dominique Bauby ao descobrir que perdeu a comunicação com o mundo. Isso é a síndrome de encarceramento.
Basicamente, o personagem principal decaiu do cargo de editor chefe de uma grande revista, perdeu toda sua vida, não podia andar, falar, sorrir, se comunicar- ou melhor, podia se comunicar de uma forma inédita. A forma como o filme se inicia, em termos de cenografia é fantástica. Os primeiros 38 minutos são totalmente na perspectiva do sujeito, se percebendo como incapaz de se comunicar, médicos de todo tipo entrando e saindo, sua família se preocupando, estudantes o observando e procedimentos sendo feitos. Diversos eventos e o sujeito inerte, incapaz de se mover. É possível de fato entendermos como ele se sente, nos sentirmos como ele.
Em termos de comunicação, é disso que trata o filme, a noção de que comunicação e linguagem são coisas muito mais complexas que imaginamos. Logo após ele começa a se acostumar com sua própria imagem, seu novo ser, aonde passa a ter de questionar seu mundo, questionar a si mesmo, descobrir novamente quem é, justificando o nome do filme “O escafandro e a Borboleta”.
A fonoaudióloga, Henriette descobre um jeito dele se comunicar. Uma piscada para sim, duas para não. Depois cria um sistema alfabético baseado em freqüência de usos de letras, aonde um pisque na hora da letra ditada a representa, dois para cada palavra terminada, e várias para uma errada- possibilitando a formação de frases. Problemas surgem inicialmente, devido a velocidade natural de movimento dos olhos de piscar. A fisioterapeuta o ajuda a recuperar os movimentos básicos, e ele vai aos poucos recuperando seus contatos.
Até ai vida e transmissão de pensamentos só podiam ficar para si mesmo. É significativo que a primeira frase que consegue emitir após o sistema começar a funcionar é: “Eu quero morrer”. Seria diferente com você? Vygotsky dá muita ênfase que nos desenvolvemos através da cultura, interação e principalmente a linguagem. Segundo ele aprendemos a nos relacionar no mundo, ser no mundo através da linguagem. Ele divide o crescimento da fala em três fases, o que proporciona o pensamento.
As três fases são a fala social que controla o comportamento do outro, a egocêntrica como controle do próprio comportamento, e a interior, ou seja, o pensamento.[2] A linguagem pode ser definida como “...a capacidade humana para compreender e usar um sistema complexo e dinâmico de símbolos convencionados, usado em modalidades diversas para comunicar e pensar”[3]e nesses termos existem várias formas de se comunicar. Afinal de contas se só houvesse a linguagem falada como o surdo, o cego e o mudo se comunicariam? Falar sobre linguagem e comunicação é muito mais complexo que parece.
É importante perceber, que mesmo com dificuldades o sujeito foi se redescobrindo, viu que não estava impossibilitado de se comunicar, que podia evoluir. O evento começou a ter seu lado positivo quando Jean-Dominique Bauby percebeu que toda sua vida foi uma sequência de pequenos erros. Nós, que vemos o filme temos um grande choque quando vemos de forma externa seu estado aos 38 minutos, antes tudo o que vemos vem do piscar de um olho esquerdo.
A auto descoberta que ele passa durante o filme é incrível, ver o próprio potencial num estado desses, ter acesso quase infinito a imaginação, que é só o que pode fazer, pensar nas suas memórias, descobrir até mais potencial do que quando tinha tudo. Através do choque que tomamos, ao ver inicialmente tudo da visão do sujeito, e depois do mundo externo, se sentir como ele e também como quem convive é algo incrível. Nos deparamos com uma percepção interna de terror, desconhecimento, depois de reconhecimento do estado atual, a reconhecimento do próprio potencial.
De forma externa, temos a primeira imagem de um sujeito sensível, impotente, inerte e logo depois alguém curioso com o mundo, ávido a agir sobre ele. O olhar estranho dos funcionários da telefonia e o ato de ignorá-lo enquanto ainda está lá, e o mesmo ri, demonstrando que se aceitou. A ideia de Vygotisky sobre a linguagem, os vários tipos de comunicação se encaixam perfeitamente nesse filme. Apesar de toda limitação, até mesmo a convivência social se torna possível a ele, sentimentos como tristeza, alegria, algo de uma pessoa “normal”, ou melhor, sem possíveis limitações é possível a ele.
Do ponto de vista da maioria dos profissionais designados a ele é um caso excepcional, mas do ponto de vista da fonoaudióloga não é um trabalho, mas um envolvimento pessoal tão grande, com o objetivo de recuperar uma vida. Com o sistema de linguagem criado ele foi capaz de fazer um livro, que se propôs o titulo de “O olho”, ou “A Panela de Pressão”, ou “O escafandro”. É interessante notar como o pai compara o filho a si mesmo, dizendo que os dois estão com síndrome de encarceramento, um do corpo, outro do apartamento.
Conclusão
O filme mostra todo o potencial do ser humano, que pode ir a caminhos inimagináveis. Poderia ter sido mostrado o lado oposto, isto é, em um contexto diferente e sem ajuda médica especializada, e principalmente amor a profissão pelo lado da fonoaudióloga, poderia ter morrido silenciosamente em todos os sentidos. Sem se comunicar, de delírios a alucinações, a todo tipo de loucura, em um silencia externo de todo tamanho, mas em mundo interno rico de tristezas e confusões.
Somente ao fim do filme é mostrado o contexto em que o derrame ocorreu, e o drama dos três meses após ele, e de fato, esse foi o evento menos interessante do filme. Jean-Dominique Bauby morreu com 45 anos em 9 de março de 1997, e sua última lembrança foi a de reconstrução de sua vida antes perdida, agora de corpo limitado foi recuperada, demonstrado através do iceberg inicialmente caindo quando descobriu isso, agora se recompondo. Sua morte foi inclusive de pneumonia, algo do biológico.
Tudo isso que foi escrito pode ter sido só percepção minha, talvez o texto pudesse ter sido simplesmente: “O filme fala sobre um homem que após um derrame perdeu toda sua forma de se comunicar, exceto pelo olho esquerdo, única parte que se movimentava. O filme mostra toda sua trajetória de superação.” Mas seria muito simplista, sem emoção. Talvez tudo isso tenha sido simplesmente o que o filme causou em mim, coisas mais minhas do que do filme. Esse texto tem inclusive um traço novo: de tanto analisar filmes comecei a ter noção de cenografia, da visão de quem cria o filme, o que se quer passar com cada cena. De alguma forma representou um crescimento, aonde se expandiu só do campo ideológico para o campo de construção do filme.
Por fim, eu como escritor, pessoa que escreve este texto, tenho um outro encanto. O livro que ele fez foi editado todo em pensamento, em outras palavras, praticamente uma única versão feita diretamente na cabeça. Eu, ao fazer qualquer texto para publicações semanais, e digo texto, não livro tenho no mínimo 2 versões, , e em casos de filme 3. Alem disso ele sempre passa por duas revisões no mínimo, uma minha e outra de um terceiro. Ou seja, em termos de organização de ideias para escrita, Jean-Do alcançou o ápice de potencial.
Ao longo dos textos a versão original tem ficado cada vez mais próxima da final (isso no período de 1 ano e três meses de publicações semanais), mas nada que chega perto da capacidade de Jean-Dominique Bauby. O que é o Escafandro? É uma roupa impermeável e hermeticamente fechada própria para mergulho.[4] Para mim a conclusão do filme foi clara: todo ser humano tem potencial, até onde vai? Cada um tem o seu, tanto é que o filme foi baseado no livro, que ele mesmo escreveu. “O escafandro e a borboleta.” Jean conseguiu abrir seu escafandro e virar uma borboleta. E você?
Lembrem-se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.
Escrito por: Rafael Pisani
Referencias bibliográficas:
Disponível em: http://armagedontv.blogspot.com.br/2013/08/o-escafandro-e-borboleta-legendado.html Toninho Oliveira/ http://armagedontv.blogspot.com.br . Data de acesso: 01 de maio de 2014
Disponível em: http://homes.dcc.ufba.br/~frieda/mat061/relao.htm / http://homes.dcc.ufba.br . Data de acesso: 01 de maio de 2014
Disponível em: http://omundodacomunicacao.blogspot.com.br/2009/05/definicao-de-linguagem.html Inês Moura e Raquel Gamboa/ http://omundodacomunicacao.blogspot.com.br . Data de acesso: 01 de maio de 2014
Disponível em http://www.dicionarioinformal.com.br/escafandro/
/ http://www.dicionarioinformal.com.br . Data de acesso: 01 de maio de 2014
[1]Fonte da sinopse: http://armagedontv.blogspot.com.br/2013/08/o-escafandro-e-borboleta-legendado.html
[2] Fonte Vygotsky: http://homes.dcc.ufba.br/~frieda/mat061/relao.htm
[3] Fonte da citação: http://omundodacomunicacao.blogspot.com.br/2009/05/definicao-de-linguagem.html
[4] Fonte do que é “Escafandro”: http://www.dicionarioinformal.com.br/escafandro/
Análise de filme: o Escafandro e a borboleta- qual o limite do potencial humano?
7 de Julho de 2014, 15:20 - sem comentários aindaA sinopse é a seguinte: Jean-Dominique Bauby tem 43 anos, é editor da revista Elle, e um apaixonado pela vida. Mas, subitamente, tem um derrame cerebral. Vinte dias depois, ele acorda. Ainda está lúcido, mas sofre de uma rara paralisia: o único movimento que lhe resta no corpo é o do olho esquerdo. Bauby se recusa a aceitar seu destino. Aprende a se comunicar piscando letras do alfabeto, e forma palavras, frases e até parágrafos. Cria um mundo próprio, contando com aquilo que não se paralisou: sua imaginação e sua memória. Baseado no livro de Jean-Dominique Bauby.[1](link para assistir ao filme http://armagedontv.blogspot.com.br/2013/08/o-escafandro-e-borboleta-legendado.html )
Imagine você sem ter como se comunicar com o mundo, com a possibilidade de um único movimento- piscar o olho esquerdo. Desejaria morrer? Buscaria soluções? Se sentiria bem ao depender quase que totalmente de outros? Tente imaginar o desespero de Jean-Dominique Bauby ao descobrir que perdeu a comunicação com o mundo. Isso é a síndrome de encarceramento.
Basicamente, o personagem principal decaiu do cargo de editor chefe de uma grande revista, perdeu toda sua vida, não podia andar, falar, sorrir, se comunicar- ou melhor, podia se comunicar de uma forma inédita. A forma como o filme se inicia, em termos de cenografia é fantástica. Os primeiros 38 minutos são totalmente na perspectiva do sujeito, se percebendo como incapaz de se comunicar, médicos de todo tipo entrando e saindo, sua família se preocupando, estudantes o observando e procedimentos sendo feitos. Diversos eventos e o sujeito inerte, incapaz de se mover. É possível de fato entendermos como ele se sente, nos sentirmos como ele.
Em termos de comunicação, é disso que trata o filme, a noção de que comunicação e linguagem são coisas muito mais complexas que imaginamos. Logo após ele começa a se acostumar com sua própria imagem, seu novo ser, aonde passa a ter de questionar seu mundo, questionar a si mesmo, descobrir novamente quem é, justificando o nome do filme “O escafandro e a Borboleta”.
A fonoaudióloga, Henriette descobre um jeito dele se comunicar. Uma piscada para sim, duas para não. Depois cria um sistema alfabético baseado em freqüência de usos de letras, aonde um pisque na hora da letra ditada a representa, dois para cada palavra terminada, e várias para uma errada- possibilitando a formação de frases. Problemas surgem inicialmente, devido a velocidade natural de movimento dos olhos de piscar. A fisioterapeuta o ajuda a recuperar os movimentos básicos, e ele vai aos poucos recuperando seus contatos.
Até ai vida e transmissão de pensamentos só podiam ficar para si mesmo. É significativo que a primeira frase que consegue emitir após o sistema começar a funcionar é: “Eu quero morrer”. Seria diferente com você? Vygotsky dá muita ênfase que nos desenvolvemos através da cultura, interação e principalmente a linguagem. Segundo ele aprendemos a nos relacionar no mundo, ser no mundo através da linguagem. Ele divide o crescimento da fala em três fases, o que proporciona o pensamento.
As três fases são a fala social que controla o comportamento do outro, a egocêntrica como controle do próprio comportamento, e a interior, ou seja, o pensamento.[2] A linguagem pode ser definida como “...a capacidade humana para compreender e usar um sistema complexo e dinâmico de símbolos convencionados, usado em modalidades diversas para comunicar e pensar”[3]e nesses termos existem várias formas de se comunicar. Afinal de contas se só houvesse a linguagem falada como o surdo, o cego e o mudo se comunicariam? Falar sobre linguagem e comunicação é muito mais complexo que parece.
É importante perceber, que mesmo com dificuldades o sujeito foi se redescobrindo, viu que não estava impossibilitado de se comunicar, que podia evoluir. O evento começou a ter seu lado positivo quando Jean-Dominique Bauby percebeu que toda sua vida foi uma sequência de pequenos erros. Nós, que vemos o filme temos um grande choque quando vemos de forma externa seu estado aos 38 minutos, antes tudo o que vemos vem do piscar de um olho esquerdo.
A auto descoberta que ele passa durante o filme é incrível, ver o próprio potencial num estado desses, ter acesso quase infinito a imaginação, que é só o que pode fazer, pensar nas suas memórias, descobrir até mais potencial do que quando tinha tudo. Através do choque que tomamos, ao ver inicialmente tudo da visão do sujeito, e depois do mundo externo, se sentir como ele e também como quem convive é algo incrível. Nos deparamos com uma percepção interna de terror, desconhecimento, depois de reconhecimento do estado atual, a reconhecimento do próprio potencial.
De forma externa, temos a primeira imagem de um sujeito sensível, impotente, inerte e logo depois alguém curioso com o mundo, ávido a agir sobre ele. O olhar estranho dos funcionários da telefonia e o ato de ignorá-lo enquanto ainda está lá, e o mesmo ri, demonstrando que se aceitou. A ideia de Vygotisky sobre a linguagem, os vários tipos de comunicação se encaixam perfeitamente nesse filme. Apesar de toda limitação, até mesmo a convivência social se torna possível a ele, sentimentos como tristeza, alegria, algo de uma pessoa “normal”, ou melhor, sem possíveis limitações é possível a ele.
Do ponto de vista da maioria dos profissionais designados a ele é um caso excepcional, mas do ponto de vista da fonoaudióloga não é um trabalho, mas um envolvimento pessoal tão grande, com o objetivo de recuperar uma vida. Com o sistema de linguagem criado ele foi capaz de fazer um livro, que se propôs o titulo de “O olho”, ou “A Panela de Pressão”, ou “O escafandro”. É interessante notar como o pai compara o filho a si mesmo, dizendo que os dois estão com síndrome de encarceramento, um do corpo, outro do apartamento.
Conclusão
O filme mostra todo o potencial do ser humano, que pode ir a caminhos inimagináveis. Poderia ter sido mostrado o lado oposto, isto é, em um contexto diferente e sem ajuda médica especializada, e principalmente amor a profissão pelo lado da fonoaudióloga, poderia ter morrido silenciosamente em todos os sentidos. Sem se comunicar, de delírios a alucinações, a todo tipo de loucura, em um silencia externo de todo tamanho, mas em mundo interno rico de tristezas e confusões.
Somente ao fim do filme é mostrado o contexto em que o derrame ocorreu, e o drama dos três meses após ele, e de fato, esse foi o evento menos interessante do filme. Jean-Dominique Bauby morreu com 45 anos em 9 de março de 1997, e sua última lembrança foi a de reconstrução de sua vida antes perdida, agora de corpo limitado foi recuperada, demonstrado através do iceberg inicialmente caindo quando descobriu isso, agora se recompondo. Sua morte foi inclusive de pneumonia, algo do biológico.
Tudo isso que foi escrito pode ter sido só percepção minha, talvez o texto pudesse ter sido simplesmente: “O filme fala sobre um homem que após um derrame perdeu toda sua forma de se comunicar, exceto pelo olho esquerdo, única parte que se movimentava. O filme mostra toda sua trajetória de superação.” Mas seria muito simplista, sem emoção. Talvez tudo isso tenha sido simplesmente o que o filme causou em mim, coisas mais minhas do que do filme. Esse texto tem inclusive um traço novo: de tanto analisar filmes comecei a ter noção de cenografia, da visão de quem cria o filme, o que se quer passar com cada cena. De alguma forma representou um crescimento, aonde se expandiu só do campo ideológico para o campo de construção do filme.
Por fim, eu como escritor, pessoa que escreve este texto, tenho um outro encanto. O livro que ele fez foi editado todo em pensamento, em outras palavras, praticamente uma única versão feita diretamente na cabeça. Eu, ao fazer qualquer texto para publicações semanais, e digo texto, não livro tenho no mínimo 2 versões, , e em casos de filme 3. Alem disso ele sempre passa por duas revisões no mínimo, uma minha e outra de um terceiro. Ou seja, em termos de organização de ideias para escrita, Jean-Do alcançou o ápice de potencial.
Ao longo dos textos a versão original tem ficado cada vez mais próxima da final (isso no período de 1 ano e três meses de publicações semanais), mas nada que chega perto da capacidade de Jean-Dominique Bauby. O que é o Escafandro? É uma roupa impermeável e hermeticamente fechada própria para mergulho.[4] Para mim a conclusão do filme foi clara: todo ser humano tem potencial, até onde vai? Cada um tem o seu, tanto é que o filme foi baseado no livro, que ele mesmo escreveu. “O escafandro e a borboleta.” Jean conseguiu abrir seu escafandro e virar uma borboleta. E você?
Lembrem-se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.
Escrito por: Rafael Pisani
Referencias bibliográficas:
Disponível em: http://armagedontv.blogspot.com.br/2013/08/o-escafandro-e-borboleta-legendado.html Toninho Oliveira/ http://armagedontv.blogspot.com.br . Data de acesso: 01 de maio de 2014
Disponível em: http://homes.dcc.ufba.br/~frieda/mat061/relao.htm / http://homes.dcc.ufba.br . Data de acesso: 01 de maio de 2014
Disponível em: http://omundodacomunicacao.blogspot.com.br/2009/05/definicao-de-linguagem.html Inês Moura e Raquel Gamboa/ http://omundodacomunicacao.blogspot.com.br . Data de acesso: 01 de maio de 2014
Disponível em http://www.dicionarioinformal.com.br/escafandro/
/ http://www.dicionarioinformal.com.br . Data de acesso: 01 de maio de 2014
[1]Fonte da sinopse: http://armagedontv.blogspot.com.br/2013/08/o-escafandro-e-borboleta-legendado.html
[2] Fonte Vygotsky: http://homes.dcc.ufba.br/~frieda/mat061/relao.htm
[3] Fonte da citação: http://omundodacomunicacao.blogspot.com.br/2009/05/definicao-de-linguagem.html
[4] Fonte do que é “Escafandro”: http://www.dicionarioinformal.com.br/escafandro/
Análise de filme: o Escafandro e a borboleta- qual o limite do potencial humano?
7 de Julho de 2014, 15:20 - sem comentários aindaA sinopse é a seguinte: Jean-Dominique Bauby tem 43 anos, é editor da revista Elle, e um apaixonado pela vida. Mas, subitamente, tem um derrame cerebral. Vinte dias depois, ele acorda. Ainda está lúcido, mas sofre de uma rara paralisia: o único movimento que lhe resta no corpo é o do olho esquerdo. Bauby se recusa a aceitar seu destino. Aprende a se comunicar piscando letras do alfabeto, e forma palavras, frases e até parágrafos. Cria um mundo próprio, contando com aquilo que não se paralisou: sua imaginação e sua memória. Baseado no livro de Jean-Dominique Bauby.[1](link para assistir ao filme http://armagedontv.blogspot.com.br/2013/08/o-escafandro-e-borboleta-legendado.html )
Imagine você sem ter como se comunicar com o mundo, com a possibilidade de um único movimento- piscar o olho esquerdo. Desejaria morrer? Buscaria soluções? Se sentiria bem ao depender quase que totalmente de outros? Tente imaginar o desespero de Jean-Dominique Bauby ao descobrir que perdeu a comunicação com o mundo. Isso é a síndrome de encarceramento.
Basicamente, o personagem principal decaiu do cargo de editor chefe de uma grande revista, perdeu toda sua vida, não podia andar, falar, sorrir, se comunicar- ou melhor, podia se comunicar de uma forma inédita. A forma como o filme se inicia, em termos de cenografia é fantástica. Os primeiros 38 minutos são totalmente na perspectiva do sujeito, se percebendo como incapaz de se comunicar, médicos de todo tipo entrando e saindo, sua família se preocupando, estudantes o observando e procedimentos sendo feitos. Diversos eventos e o sujeito inerte, incapaz de se mover. É possível de fato entendermos como ele se sente, nos sentirmos como ele.
Em termos de comunicação, é disso que trata o filme, a noção de que comunicação e linguagem são coisas muito mais complexas que imaginamos. Logo após ele começa a se acostumar com sua própria imagem, seu novo ser, aonde passa a ter de questionar seu mundo, questionar a si mesmo, descobrir novamente quem é, justificando o nome do filme “O escafandro e a Borboleta”.
A fonoaudióloga, Henriette descobre um jeito dele se comunicar. Uma piscada para sim, duas para não. Depois cria um sistema alfabético baseado em freqüência de usos de letras, aonde um pisque na hora da letra ditada a representa, dois para cada palavra terminada, e várias para uma errada- possibilitando a formação de frases. Problemas surgem inicialmente, devido a velocidade natural de movimento dos olhos de piscar. A fisioterapeuta o ajuda a recuperar os movimentos básicos, e ele vai aos poucos recuperando seus contatos.
Até ai vida e transmissão de pensamentos só podiam ficar para si mesmo. É significativo que a primeira frase que consegue emitir após o sistema começar a funcionar é: “Eu quero morrer”. Seria diferente com você? Vygotsky dá muita ênfase que nos desenvolvemos através da cultura, interação e principalmente a linguagem. Segundo ele aprendemos a nos relacionar no mundo, ser no mundo através da linguagem. Ele divide o crescimento da fala em três fases, o que proporciona o pensamento.
As três fases são a fala social que controla o comportamento do outro, a egocêntrica como controle do próprio comportamento, e a interior, ou seja, o pensamento.[2] A linguagem pode ser definida como “...a capacidade humana para compreender e usar um sistema complexo e dinâmico de símbolos convencionados, usado em modalidades diversas para comunicar e pensar”[3]e nesses termos existem várias formas de se comunicar. Afinal de contas se só houvesse a linguagem falada como o surdo, o cego e o mudo se comunicariam? Falar sobre linguagem e comunicação é muito mais complexo que parece.
É importante perceber, que mesmo com dificuldades o sujeito foi se redescobrindo, viu que não estava impossibilitado de se comunicar, que podia evoluir. O evento começou a ter seu lado positivo quando Jean-Dominique Bauby percebeu que toda sua vida foi uma sequência de pequenos erros. Nós, que vemos o filme temos um grande choque quando vemos de forma externa seu estado aos 38 minutos, antes tudo o que vemos vem do piscar de um olho esquerdo.
A auto descoberta que ele passa durante o filme é incrível, ver o próprio potencial num estado desses, ter acesso quase infinito a imaginação, que é só o que pode fazer, pensar nas suas memórias, descobrir até mais potencial do que quando tinha tudo. Através do choque que tomamos, ao ver inicialmente tudo da visão do sujeito, e depois do mundo externo, se sentir como ele e também como quem convive é algo incrível. Nos deparamos com uma percepção interna de terror, desconhecimento, depois de reconhecimento do estado atual, a reconhecimento do próprio potencial.
De forma externa, temos a primeira imagem de um sujeito sensível, impotente, inerte e logo depois alguém curioso com o mundo, ávido a agir sobre ele. O olhar estranho dos funcionários da telefonia e o ato de ignorá-lo enquanto ainda está lá, e o mesmo ri, demonstrando que se aceitou. A ideia de Vygotisky sobre a linguagem, os vários tipos de comunicação se encaixam perfeitamente nesse filme. Apesar de toda limitação, até mesmo a convivência social se torna possível a ele, sentimentos como tristeza, alegria, algo de uma pessoa “normal”, ou melhor, sem possíveis limitações é possível a ele.
Do ponto de vista da maioria dos profissionais designados a ele é um caso excepcional, mas do ponto de vista da fonoaudióloga não é um trabalho, mas um envolvimento pessoal tão grande, com o objetivo de recuperar uma vida. Com o sistema de linguagem criado ele foi capaz de fazer um livro, que se propôs o titulo de “O olho”, ou “A Panela de Pressão”, ou “O escafandro”. É interessante notar como o pai compara o filho a si mesmo, dizendo que os dois estão com síndrome de encarceramento, um do corpo, outro do apartamento.
Conclusão
O filme mostra todo o potencial do ser humano, que pode ir a caminhos inimagináveis. Poderia ter sido mostrado o lado oposto, isto é, em um contexto diferente e sem ajuda médica especializada, e principalmente amor a profissão pelo lado da fonoaudióloga, poderia ter morrido silenciosamente em todos os sentidos. Sem se comunicar, de delírios a alucinações, a todo tipo de loucura, em um silencia externo de todo tamanho, mas em mundo interno rico de tristezas e confusões.
Somente ao fim do filme é mostrado o contexto em que o derrame ocorreu, e o drama dos três meses após ele, e de fato, esse foi o evento menos interessante do filme. Jean-Dominique Bauby morreu com 45 anos em 9 de março de 1997, e sua última lembrança foi a de reconstrução de sua vida antes perdida, agora de corpo limitado foi recuperada, demonstrado através do iceberg inicialmente caindo quando descobriu isso, agora se recompondo. Sua morte foi inclusive de pneumonia, algo do biológico.
Tudo isso que foi escrito pode ter sido só percepção minha, talvez o texto pudesse ter sido simplesmente: “O filme fala sobre um homem que após um derrame perdeu toda sua forma de se comunicar, exceto pelo olho esquerdo, única parte que se movimentava. O filme mostra toda sua trajetória de superação.” Mas seria muito simplista, sem emoção. Talvez tudo isso tenha sido simplesmente o que o filme causou em mim, coisas mais minhas do que do filme. Esse texto tem inclusive um traço novo: de tanto analisar filmes comecei a ter noção de cenografia, da visão de quem cria o filme, o que se quer passar com cada cena. De alguma forma representou um crescimento, aonde se expandiu só do campo ideológico para o campo de construção do filme.
Por fim, eu como escritor, pessoa que escreve este texto, tenho um outro encanto. O livro que ele fez foi editado todo em pensamento, em outras palavras, praticamente uma única versão feita diretamente na cabeça. Eu, ao fazer qualquer texto para publicações semanais, e digo texto, não livro tenho no mínimo 2 versões, , e em casos de filme 3. Alem disso ele sempre passa por duas revisões no mínimo, uma minha e outra de um terceiro. Ou seja, em termos de organização de ideias para escrita, Jean-Do alcançou o ápice de potencial.
Ao longo dos textos a versão original tem ficado cada vez mais próxima da final (isso no período de 1 ano e três meses de publicações semanais), mas nada que chega perto da capacidade de Jean-Dominique Bauby. O que é o Escafandro? É uma roupa impermeável e hermeticamente fechada própria para mergulho.[4] Para mim a conclusão do filme foi clara: todo ser humano tem potencial, até onde vai? Cada um tem o seu, tanto é que o filme foi baseado no livro, que ele mesmo escreveu. “O escafandro e a borboleta.” Jean conseguiu abrir seu escafandro e virar uma borboleta. E você?
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Escrito por: Rafael Pisani
Referencias bibliográficas:
Disponível em: http://armagedontv.blogspot.com.br/2013/08/o-escafandro-e-borboleta-legendado.html Toninho Oliveira/ http://armagedontv.blogspot.com.br . Data de acesso: 01 de maio de 2014
Disponível em: http://homes.dcc.ufba.br/~frieda/mat061/relao.htm / http://homes.dcc.ufba.br . Data de acesso: 01 de maio de 2014
Disponível em: http://omundodacomunicacao.blogspot.com.br/2009/05/definicao-de-linguagem.html Inês Moura e Raquel Gamboa/ http://omundodacomunicacao.blogspot.com.br . Data de acesso: 01 de maio de 2014
Disponível em http://www.dicionarioinformal.com.br/escafandro/
/ http://www.dicionarioinformal.com.br . Data de acesso: 01 de maio de 2014
[1]Fonte da sinopse: http://armagedontv.blogspot.com.br/2013/08/o-escafandro-e-borboleta-legendado.html
[2] Fonte Vygotsky: http://homes.dcc.ufba.br/~frieda/mat061/relao.htm
[3] Fonte da citação: http://omundodacomunicacao.blogspot.com.br/2009/05/definicao-de-linguagem.html
[4] Fonte do que é “Escafandro”: http://www.dicionarioinformal.com.br/escafandro/
A triste história dos negros?
30 de Junho de 2014, 14:53 - sem comentários ainda
Basta olharmos a história do mundo, também do Brasil, para percebermos que o histórico da raça negra no mundo é triste. [1]É fácil lembrar dos Portugueses, Espanhóis e Ingleses que vendiam negros Africanos como escravos de forma cruel e desumana por toda a América, nos vem a cabeça também os capitães do mato responsáveis por caçar negros que fugiam a escravidão no Brasil, da guerra de Secessão dos Estados Unidos, dos palmares etc... Seus filhos eram tirados das mães, [2]muitos negros morriam já nas viagens feitas em barcos horríveis e de pouca qualidade. [3]Eram escravizados pelos Europeus e até pelos próprios negros Africanos. [4]As Senzalas, casas em que moravam enquanto escravos eram sem conforto e higiene. [5]Os homens fazendo trabalhos braçais, as mulheres serviços domésticos e até bacanais e o pior, era trabalho por 24 horas sem pagamento. Agora tempo, a história é tão ruim assim? Pare alguns minutos antes de continuar para pensar em ao menos um fato ou pessoa positiva que você conhece da história dos negros. Realmente pare e só depois comece a ler o próximo parágrafo, comente se tiver lembrado de algum ou não.
Parou e pensou? Se não, pare, se sim pode continuar. Agora vou simplesmente citar alguns nomes em oito áreas que foram exemplos de positividades na história dos negros e explicá-los, de resto basta citar os nomes e que o leitor procure mais se tiver curiosidade.
------------------------------Pare e Pense---------------------------------
Medicina e Ciência
[6]Charles Drew: Inventou formas de armazenar e fazer transfusão de sangue que são usadas até hoje, também protestou contra a segregação racial. Muitos teriam morrido sem ele não?
[7]Dr. Daniel Hale: Primeiro a executar a cirurgia aberta de coração. Esse sujeito realmente salvou vidas.
Tecnologia
[8] Josehph Gammel: Inventor do sistema de supercarga para os motores de combustão interna. Sem ele os carros não andariam hoje em?
[9]Alexander Miles: Inventor do elevador. Sem ele adeus elevadores para prédios.
[10]Lewis Howard Latimer: Inventou o filamento de dentro da lâmpada elétrica. [11]Thomas Edison pegar o ouro sozinho foi injustiça.
Esporte
[12]Jesse Owens: Ganhador de 4 medalhas de ouro nas provas de atletismo nas Olimpíadas de Berlim em 1936 e só por ser negro não foi cumprimentado por Adolf Hittler e Franlkin Roosevelt, seu próprio presidente. Situação difícil em?
Beleza e vestuário
[13]Lydia O. Newman: Inventora da escova de cabelos. O que seria da vida de moças de classe alta e preconceituosas sem essa invenção de uma negra?
[14]Jan E. Matzlinger: Inventor da máquina de colocar solas nos sapatos. Que sapatos teríamos sem ele?
Utensílios de casa
[15]Lloyde P. Ray: Inventor da pá de lixo. Como seria limpar a casa sem a invenção desse sujeito?
[16]Sarah Boone: Inventora da tábua de passar roupa. Como seriam nossas roupas sem ela?
[17]Lee Burridge: Inventou a máquina de datilografia. Sem ele muita gente não teria escrito nesse mundo, inclusive o presente autor.
[18] John Standard: Inventou a geladeira. Sem ele conservaríamos os alimentos de outra forma hoje.
Literatura e escrita
[19]Machado de Assis: Um dos maiores escritores da literatura Brasileira sem ter estudado ou feito faculdade. Não é preciso dizer muito sobre ele.
[20]William Purvis: Inventor da caneta tinteiro. Seria difícil escrever sem ele atualmente não?
Luta antiracismo
[21]Malcolm X: Ativista contra a segregação racial, diferia de Martin Luther King Jr. por defender que os negros deveriam responder com violência a violência dos brancos. Sujeito político importante não?
Música
[22]Ray Charles: Um dos cantores negros mais famosos de todos os tempos e considerado pela revista Rolling Stone o segundo maior de todos os tempos. Era cego e se recusava a cantar em lugares só para brancos.
Existem diversos nomes como [23]Martin Luther King Jr., Nelson Mandela, Muhammada Ali, Joaquim Barbosa, Rosa Parks, Zumbi dos Palmares, Bob Marley, Michael Jackson, Pelé, [24]Henrique do Haiti, Shaka Zulu, Harriet Tubman, Jonh Richard Archer, Kwame Nkrumah, Koffi Annan, Stanley Oneal, Barack Obama, [25]C.J Walker, Thomas W. Stewart, George T. Samon, Jonh Love, W.A. Lovette, John Burr, Richard Spikes, Garret A. Morgan, Alice Parker, Frederick Jones, Elbert R. Robinson e etc... Na realidade até haviam mais nomes a colocar, mas não há necessidade. A importância maior não é nem a cor, nem a origem e nem o seu feito. É na verdade olhar a história pelo outro lado, ir além do que é ensinado na escola e isso é com certeza um grande referencial para enfrentar o preconceito e deve ir ao conhecimento das pessoas e ser um fato reconhecido na história dos negros para que ajude no enfrentamento do preconceito. A idéia de falar sobre isso na verdade obtive indo a um centro cultural de um bairro a qual nem lembro mais, mas isso reforça a ideia de que não faz mal ir ao centro cultural de sua cidade, lá pode estar ocorrendo algo legal ou você mesmo pode produzir algo legal. Que tal tentar olhar a história por outro lado?
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Escrito por: Rafael Pisani
Referencias:
Disponível em http://guiadoestudante.abril.com.br/fotos/negros-influenciaram-politica-mundo-731817.shtml#11 / http://guiadoestudante.abril.com.br . Data de acesso: 10 de maio de 2014
Disponível em: http://negrosnegrascristaos.ning.com/forum/topics/se-nao-existissem-pessoas Gelédes / http://negrosnegrascristaos.ning.com . Data de acesso: 18 de maio de 2014
Disponível em: http://civilizacoesafricanas.blogspot.com.br/2010/05/participacao-africana-no-trafico-de.html Valter Pitta/ http://civilizacoesafricanas.blogspot.com.br . Data de acesso: 10 de maio de 2014
Disponível em http://www.e-biografias.net/thomas_edison/ / http://www.e-biografias.net . Data de acesso: 10 de maio de 2014
Disponível em: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=619
Cristiano Rodrigo Catarin/ http://www.historianet.com.br . Data de acesso: 10 de maio de 2014
Disponível em http://www.mensagenscomamor.com/diversas/icones_negros.htm
/ http://www.mensagenscomamor.com . Data de acesso: 10 de maio de 2014
Disponível em http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/escravidao.htm / http://www.suapesquisa.com . Data de acesso: 10 de maio de 2014
Disponível em: http://www.suapesquisa.com/colonia/senzala.htm http://www.suapesquisa.com . Data de acesso: 22 de maio de 2014
[1] Fonte: http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/escravidao.htm
[2] Fonte das mortes no transporte: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=619
[3] Fonte de serem escravizados por Europeus e Africanos: http://civilizacoesafricanas.blogspot.com.br/2010/05/participacao-africana-no-trafico-de.html
[4] Fonte das cenzalas: http://www.suapesquisa.com/colonia/senzala.htm
[5] Fonte dos trabalhos de homem e mulher: http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/escravidao.htm
[6] Fonte: http://www.mensagenscomamor.com/diversas/icones_negros.htm
[7] Fonte: http://negrosnegrascristaos.ning.com/forum/topics/se-nao-existissem-pessoas, apesar de ter lido o texto em um centro cultural.
[8] Fonte: http://negrosnegrascristaos.ning.com/forum/topics/se-nao-existissem-pessoas, apesar de ter lido o texto em um centro cultural.
[9] Fonte: http://negrosnegrascristaos.ning.com/forum/topics/se-nao-existissem-pessoas, apesar de ter lido o texto em um centro cultural.
[10] Fonte: http://negrosnegrascristaos.ning.com/forum/topics/se-nao-existissem-pessoas, apesar de ter lido o texto em um centro cultural.
[11] Fonte Thomas Edison: http://www.e-biografias.net/thomas_edison/
[12] Fonte: http://www.mensagenscomamor.com/diversas/icones_negros.htm
[13] Fonte: http://negrosnegrascristaos.ning.com/forum/topics/se-nao-existissem-pessoas, apesar de ter lido o texto em um centro cultural.
[14] Fonte: http://negrosnegrascristaos.ning.com/forum/topics/se-nao-existissem-pessoas, apesar de ter lido o texto em um centro cultural.
[15] Fonte: http://negrosnegrascristaos.ning.com/forum/topics/se-nao-existissem-pessoas, apesar de ter lido o texto em um centro cultural.
[16] Fonte: http://negrosnegrascristaos.ning.com/forum/topics/se-nao-existissem-pessoas, apesar de ter lido o texto em um centro cultural.
[17] Fonte: http://negrosnegrascristaos.ning.com/forum/topics/se-nao-existissem-pessoas, apesar de ter lido o texto em um centro cultural.
[18] Fonte: http://negrosnegrascristaos.ning.com/forum/topics/se-nao-existissem-pessoas, apesar de ter lido o texto em um centro cultural.
[19] Fonte: http://www.mensagenscomamor.com/diversas/icones_negros.htm
[20] Fonte: Descobri tudo isso indo em um centro cultural, a qual já nem sei mais o nome.
[21] Fonte: http://www.mensagenscomamor.com/diversas/icones_negros.htm
[22] Fonte: http://www.mensagenscomamor.com/diversas/icones_negros.htm
[23] Fonte dos seguintes nomes: http://guiadoestudante.abril.com.br/fotos/negros-influenciaram-politica-mundo-731817.shtml#1
[24] Fonte dos seguintes nomes: http://www.mensagenscomamor.com/diversas/icones_negros.htm
[25] Fonte: http://negrosnegrascristaos.ning.com/forum/topics/se-nao-existissem-pessoas, apesar de ter lido o texto em um centro cultural.
Análise do Filme “E se vivêssemos juntos?”: a beleza da terceira idade
23 de Junho de 2014, 18:18 - sem comentários ainda
Annie (Geraldine Chaplin), Jean (Guy Bedos), Claude (Claude Rich), Albert (Pierre Richard) e Jeanne (Jane Fonda) estão ligados por uma forte amizade que já dura há mais de 40 anos. Assim, quando a memória falha, a velhice mostra sua força e o fantasma da casa de repouso vem assombrá-los, eles decidem viver juntos. O projeto parece loucura, mas a convivência traz velhas lembranças, novas perspectivas e um novo desafio: viver em república com mais de 75 anos.[1] A partir disso uma relação entre vários idosos cuidando de si, com os defeitos e qualidades transparecendo começa a nascer. ( Link para assistir ao filme caso não tenha assistido http://3000filmes.com/e-se-vivessemos-todos-juntos-legendado/ caso leia, isso irá aumentar a curiosidade em assistir o filme.)
Nessa república as características individuais influenciam o comportamento geral e a relação. Albert possui síndrome de Alzheimer por isso esquece as coisas e faz anotações constantes. Claude ultrapassa o estereótipo de idoso assexuado por isso sofre preconceito, preocupa os amigos e sofre parada cardíaca causada pelo Viagra. Jeanne conserva sua juventude apesar de seus problemas e nunca falar deles. Annie não possui nenhum problema de saúde, mas sofre por não conseguir atrair os netos para sua casa. Jean não quer esquecer sua juventude quando participou da política e se incomoda por ser sempre ignorado.
O ápice é quando joga uma garrafa em um policial e é ignorado. Albert é casado com Jeanne e Jean com Annie, onde os dois casais formam pólos opostos entre si, isto é, Jeanne transparece juventude, Albert velhice. Jean transparece não tradicionalismo, Annie tradicionalismo. Jeanne adquire no filme a função de contar como é o universo da terceira idade ao jovem Antropólogo Dirk, passando a sua experiência para o jovem resolver crises existenciais. Além disso, há o sexto convivente da casa, o Antropólogo Dirk que através da sua pesquisa passa a morar com eles, fazendo com que juventude e terceira idade aprendam entre si. Imagine tudo isso em uma mesma casa?
É o que ocorre durante o filme. Muitas cenas engraçadas, ainda que tristes. Os esquecimentos de Albert, as extravagâncias de Jeanne e os conselhos dados a Dirk, as “saidinhas” de Claude, as constantes tentativas políticas de Jean e o grande traço familiar de Annie. Ainda assim, em alguns momentos o filme deixa transparecer o fato de que ali existem 5 idosos e por isso algumas coisas deixam de ser possíveis a eles porque o corpo já não agüenta e até mesmo acidentes ocorrem devido à idade. Nas cenas do hospital quando Claude está na cama um contraste aparece entre o grupo dos 5 idosos e o resto dos idosos do hospital, lá existe uma vida fria, sem sal, sempre parados, sendo o ápice a idosa que invade o quarto de Claude para procurar seu dente.
O filme também nos faz perguntar sobre o valor dos animais de estimação. Quando o cachorro de Albert faz com que ele sofra um acidente, e por isso é levado embora seus amigos o trazem de volta, fazendo com que toda a vitalidade perdida pela falta do cachorro retorne, afinal era seu fiel companheiro. E nesse tempo de convivência também aparecem conflitos.
Ao descobrir uma carta de Jeanne a Claude, Albert vai questioná-los sobre o fato de ela e Annie terem traído ele e Jean com Claude e a situação tem diferentes resoluções. Albert decide arrancar a página em que escreveu esse fato no caderno, e assim esqueceu, no entanto, Jean não aceita o fato e vai conversar com Claude, mas ao fim, mesmo com brigas tudo se resolve. Chegando ao final do filme talvez ocorra à cena mais chocante. Jeanne, com aparente vitalidade finalmente morre devido ao câncer que tem e nunca contou a ninguém.
Todos choram, até que se acostumam. No entanto Albert um dia acorda e esquece que Jeanne morreu, passando a chamá-la todo o tempo. Pergunto a vocês: o que fazer nessa hora quando alguém com Alzheimer esquece que o ente querido morreu? Os amigos dele tiveram uma solução muito prática- deixar ele chamá-la até que se lembre, e todos a chamam juntos. E assim termina o filme, um chamado coletivo a quem morreu até que a memória volte.
Para finalizar acho que o filme brinca e ironiza com as preocupações básicas dos idosos, sua sexualidade, principalmente quanto à mulher. Esse conflito se mostra no ápice quando Claude lê o livro “Memórias de minhas putas tristes.” e Jeanne comenta sobre isso com Dirk. Mostra também que em hospitais o olhar sobre o idoso é focado em suas deficiências, e não na pessoa que lá está. Mostra também que mesmo na terceira idade podem haver crises de identidade, ainda que de forma diferente que a dos jovens.
Ainda assim, considero o ponto alto da convivência deles o modo de organização escolhido por eles e as falas de Jeanne. Quando na conversa com Dirk diz: “Pare de pensar que os velhos são assexuados. Não somos anjos, sabe?”. No momento em que estão discutindo todos juntos para ver como vão se organizar na casa surgem propostas principais. Um sistema de coletividade onde um compensa as pendências do outro a livre escolha. Para de fato entender como funcionou o sistema vale a pena ver o filme, mas fiquemos com a frase de Jeanne “O que significa construir uma vida? Ficar em casa ao invés de descobrir o mundo?”
Lembrem-se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.
Escrito por: Rafael Pisani em 11/11/2013.
Referencias:
Disponível em: http://3000filmes.com/e-se-vivessemos-todos-juntos-legendado/ / http://3000filmes.com . Data de acesso: 12 de junho de 2014
[1] Fonte até esse trecho: http://3000filmes.com/e-se-vivessemos-todos-juntos-legendado/
Copa do mundo no Brasil- e o Brasil nisso tudo?
16 de Junho de 2014, 14:07 - sem comentários ainda
Com a abertura da copa em 12/06/2014 o evento começou e as coisas já começam a ocorrer. Manifestações foram iniciadas, repressões também, mas o que perdura é a forma como as coisas são noticiadas. Sei que muita coisa vai acontecer durante esse período, e por ser em grande quantidade, não é possível serem publicadas em um único texto. Então para evitar postar exaustivamente e também nada escrever sobre a copa, farei somente duas publicações sobre ela. Uma delas será no início, no dia 16/06/2014 (hoje) com as devidas previsões sobre o que pode ocorrer e outra no início de agosto no dia 04/08/2014, pois nessa data os ânimos já se abaixaram, alguma coisa sobre o efeito na economia já apareceu e já é possível analisar os fatos de forma mais imparcial. Vamos às previsões.
Já houve ameaça de greve dos metroviários pré copa em São Paulo[1]. Agora os Rodoviários do RN (Rio Grande do Norte) fazem greve durante a copa.[2] Acredito que tais movimentos vão aparecer constantemente nesse meio tempo, talvez durando até o fim da copa ou alguns dias. Mas, o que todos vão ter em comum é o dito veredicto da justiça de uma greve ser declarada ilegal, como foi com os metroviários de São Paulo e assim aplicar multas impagáveis de 500 mil por dia mantido em greve[3]e no caso dos rodoviários do Rio Grande do Norte multa de 50 mil [4] por dia mantido em greve. Em ambos os casos a justiça declara um córum mínimo de porcentagem de funcionários trabalhando, que basicamente equivale a dizer que a greve não deve ocorrer. A pergunta que fica é: quando uma greve é legal?
Outra previsão é a velha história de manifestação e repressão. De um lado os manifestantes acusam a polícia de abuso, por outro lado a polícia justifica o ato por causa dos “vândalos”, sendo publicados textos voltados aos dois temas pelos dois lados. A mídia tradicional vai também ficar nesse jogo, sendo soltas ora notícias acusando os manifestantes de vândalos [5], ora acusando a polícia de abuso, enquanto os manifestantes sempre desse lado.
Sobre a questão dos Black Blocks faz na verdade pouca ou nenhuma diferença, afinal mesmo que por trás de seus atos haja uma ideologia, concordemos nós ou não, mesmo sem eles, a mídia encontraria algo para chamar de vandalismo. Produzindo através disso uma rede de caça aos possíveis vândalos, atraindo então atenção total do público ao suposto vandalismo, e não ao protesto. Em termos de mídia vamos nos ater a linguagem apresentada nas noticias.
Quando é dito vândalos estamos falando de algo contra os donos de jornais, e manifestantes, algo em prol dos donos de jornais.[6] Em termos de polícia o termo acompanhar ou escoltar é utilizado para os bonzinhos, mas pode também ser usado para delinear os maldosos. Como nesse noticia[7] onde há mais policiais que manifestantes e no título a polícia acompanha os manifestantes, enquanto já no texto ela os escolta em uma direção, dizendo ai implicitamente “policial bonzinho, manifestante perigoso.” Enfim, o sentido da palavra usada e o motivo de seu uso está ligado mais a ideologia correspondente que o fato em si. Vale utilizar uma frase sintética: “Ser vândalo e marginal não está ligado aos crimes que você comete, mas ao lado que você defende.” [8]
Quanto às manifestações, acredito que vão sim ocorrer, talvez na mesma proporção de junho de 2013, mas ainda assim de forma mais organizada e será preciso um grande gatilho para que a coisa ocorra na mesma proporção, e de fato isso é possível. Mas a pior (ou melhor) previsão é que na mídia internacional a coisa pode ficar feia ou bonita, e dependendo como o estado vai agir nos países internacionais para o Brasil a coisa pode ficar muito feia. Dito que um fotógrafo de uma das maiores agências de notícias do mundo foi atingido durante um protesto [9], é muito provável que a notícia vá sair com um recorte muito grande nesse evento e no mundo o Brasil não vai ficar bem visto.
Não dá para esquecer de que provavelmente em todos os fatos ocorridos na copa os candidatos a presidência vão tentar conectar a eleição, seja para aumentar sua porcentagem de votos ou derrubar a do outro, além de haver constantes tentativas por parte da mídia de abafar os eventos ocorridos com os jogos da copa, vitórias e derrotas, principalmente do Brasil. E claro, principalmente pela rede globo. E por último, a questão econômica ainda vai dar muito o que falar, mas só traremos mais comentários sobre a copa nesse blog no inicio de agosto em 04/08/2014. Vale lembrar que dia 12/06/2014, dia da abertura da copa também foi dia dos namorados, dia do correio aéreo nacional[10] e dia mundial do combate ao trabalho infantil[11]. Alguém percebeu isso?
Lembrem- se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.
Escrito por: Rafael Pisani em 13 do 06 de 2014
Referencias:
Disponível em: http://espn.uol.com.br/noticia/417726_canteiro-de-obras-belo-horizonte-oferece-municao-a-vandalos Camila Mattoso/ http://espn.uol.com.br . Data de acesso: 13 de junho de 2014
Disponível em: http://esportes.terra.com.br/futebol/copa-2014/rn-rodoviarios-mantem-a-greve-dia-do-1-jogo-da-copa,53e83290dc596410VgnCLD200000b2bf46d0RCRD.html / http://esportes.terra.com.br . Data de acesso: 13 de junho de 2014
Disponível em: http://oglobo.globo.com/brasil/termina-sem-acordo-mais-uma-reuniao-entre-metroviarios-governo-de-sp-12770448 / http://oglobo.globo.com . Data de acesso: 13 de junho de 2014
Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/justica-declara-ilegal-greve-de-metroviarios-que-decidem-manter-paralisacao-multa-diaria-e-de-r-500-mil/ Reinaldo Azevedo/ http://veja.abril.com.br . Data de acesso: 13 de junho de 2014
Disponível em: http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-3--430-20140612 Agência Brasil/ http://www.bonde.com.br . Data de acesso: 13 de junho de 2014
Disponível em: http://www.calendariobr.com.br/calendario-junho-2014 / http://www.calendariobr.com.br . Data de acesso: 13 de junho de 2014
Disponível em: http://www.cnmp.mp.br/portal/noticia/5862-dia-12-de-junho-dia-mundial-de-combate-ao-trabalho-infantil / http://www.cnmp.mp.br . Data de acesso: 13 de junho de 2014
Disponível em: Disponível em: http://www.confradewashington.com.br/2014/02/Existe-diferenca-entre-o-vandalo-brasileiro-e-o-manifestate-estrangeiro.html Rodrigo Monteiro / http://www.confradewashington.com.br. Data de acesso: 13 de junho de 2014
Disponível em: http://www.opovo.com.br/app/opovo/brasil/2014/06/03/noticiasjornalbrasil,3260816/justica-declara-greve-ilegal-onibus-continuam-na-garagem.shtml São Luís / http://www.opovo.com.br . Data de acesso: 13 de junho de 2014
[1] Fonte: http://oglobo.globo.com/brasil/termina-sem-acordo-mais-uma-reuniao-entre-metroviarios-governo-de-sp-12770448
[2] Fonte: http://esportes.terra.com.br/futebol/copa-2014/rn-rodoviarios-mantem-a-greve-dia-do-1-jogo-da-copa,53e83290dc596410VgnCLD200000b2bf46d0RCRD.html
[3] Fonte dos metroviários como greve ilegal: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/justica-declara-ilegal-greve-de-metroviarios-que-decidem-manter-paralisacao-multa-diaria-e-de-r-500-mil/
[4] Fonte dos rodoviários como greve ilegal: http://www.opovo.com.br/app/opovo/brasil/2014/06/03/noticiasjornalbrasil,3260816/justica-declara-greve-ilegal-onibus-continuam-na-garagem.shtml
[5] Fonte de chamada de vândalos: http://espn.uol.com.br/noticia/417726_canteiro-de-obras-belo-horizonte-oferece-municao-a-vandalos
[6] Fonte dessa frase final: http://www.confradewashington.com.br/2014/02/Existe-diferenca-entre-o-vandalo-brasileiro-e-o-manifestate-estrangeiro.html
[7] Link da notícia: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/sp-ato-contra-copa-tem-mais-policiais-que-manifestantes
[8] Fonte dessa frase final: http://www.confradewashington.com.br/2014/02/Existe-diferenca-entre-o-vandalo-brasileiro-e-o-manifestate-estrangeiro.html
[9] Fonte do fotógrafo atingido: http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-3--430-20140612
[10] Fonte do dia dos namorados e dia do correio aéreo nacional: http://www.calendariobr.com.br/calendario-junho-2014
[11] Fonte do dia mundial do combate ao trabalho infantil: http://www.cnmp.mp.br/portal/noticia/5862-dia-12-de-junho-dia-mundial-de-combate-ao-trabalho-infantil
Rotina circular
9 de Junho de 2014, 12:26 - sem comentários ainda
É como uma trava
Que precisa ser quebrada
Um mundo a ser libertado
Outro a ser criado
É como um roda
Que gira em torno de si mesma
Ainda que a pouco avançar
e é por isso
que ainda penso
em como a roda empurrar
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Escrito por: Rafael Pisani
Ônibus calorento
2 de Junho de 2014, 7:54 - sem comentários ainda
No calor do transporte
Espero atentamente
Que o ônibus movimente
e assim que sai
sinto o vento quente
Assim que anda
Sinto falta do calor
Pequeno como antes
Agora aumentou
Assim fica a pergunta:
Onde o ar condicionado parou?
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Escrito por: Rafael Pisani
Cadê o acesso a informação pública?
26 de Maio de 2014, 12:34 - sem comentários ainda
Enquanto estava pesquisando no http://www.participa.br acessei diretamente http://acessoainformacao.gov.br e lá cai de primeira no link onde explicava sobre a [1] Lei de número 12.527/2011 que regulamenta o direito constitucional de obter informações públicas. Ela entrou em vigor em 16 de maio de 2012 e no governo federal a Lei de Acesso à informação (LAI) foi regulamentada pelo Decreto de número 7.724/2012 e por ela qualquer pessoa jurídica ou física pode pedir informações de cunho público sem precisar apresentar o motivo. Isto serve a qualquer um dos três poderes, União, Estados, Municípios e Distrito Federal. O mesmo vale para entidades sem fins lucrativos que são obrigadas a dar informações sobre destinação e recebimento de recursos públicos recebidos por elas. Dessa forma é possível pedir informações da Globo do quanto ela recebe por publicidade, mas claro que não será tão fácil. [2]
Sob os principais aspectos o acesso é a regra, sigilo a exceção (divulgação máxima), hipóteses de sigilo são limitadas e legalmente estabelecidas (limitações de exceções), deve haver criação de procedimentos e prazos que facilitam o acesso à informação (transparência passiva), divulgação proativa de informações de interesse coletivo e geral (transparência ativa) e não é preciso dizer porquê e para que deseja a informação (não exigência de motivação). Em outras palavras, ao pedir a informação e obtê-la você pode divulgar ou fazer o que quiser dela(consulte a página 21 no último parágrafo). Poucos são os casos de negação do acesso a informação, processos e prazos devem facilitar o acesso à informação, dados de interesse a sociedade devem ser divulgados e o melhor, não é preciso dizer o porquê e para que. [3]
Salvo casos de exceção, de informações pessoais, informações classificadas como sigilosas por colocar em risco a segurança da sociedade ou do Estado. Nesse caso se classificam como Ultrasecreta com prazo de segredo de 25 anos (por uma única vez), Secreta com prazo de segredo de 15 anos e Reservada com prazo de segredo de 5 anos, [4] constando acesso a parte não sigilosa caso seja um documento parte sigiloso (consulte a página 15 no inicio). A cada 12 meses uma lista com as informações desclassificadas deve ser solta em 1º de junho de cada ano pelas entidades e órgãos do Poder Executivo Federal em seus respectivos sites. Para o pedido da informação é preciso somente dados do requerente e especificação da informação solicitada, sendo gratuito salvo cópias de documentos, sendo preciso em casos de negação à justificativa dela. O que caracteriza o descumprimento dessa lei?
Impor exigências que dificultem a execução desse direito, exigir apresentação de motivo, não responder a pedidos e impedir a apresentação de pedidos de acesso. Nesses casos deve-se encaminhar denúncias aos órgãos competentes para cada caso. Caso o acesso seja negado ou não seja fornecido motivo para a negação do acesso é possível fazer recursos, ou caso não haja resposta dentro do prazo legal é possível fazer reclamações. Enfim são várias opções e a lei existe. Não há necessidade de listar cada aspecto da lei nesse texto, bastando indicar nos links para cada opção e o leitor pesquise caso se interessar. Links a seguir:
1-A quem recorrer? http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/recursos/a-quem-recorrer/a-quem-recorrer
2-Cartilha sobre a LAI: http://www.acessoainformacao.gov.br/menu-de-apoio/publicacoes-1/cartilhaacessoainformacao.pdf
3-Diversas publicações: diversas publicações
4-Documento com alguns dados sobre a lei: http://www.acessoainformacao.gov.br/menu-de-apoio/publicacoes-1/sumarioexecutivo_1anolai.pdf
5-Documento de Coletânea de decisões da CGU (controladoria geral da união): http://www.acessoainformacao.gov.br/menu-de-apoio/publicacoes-1/e-book.pdf
6-Exposição de motivos sobre o projeto de lei: http://www.acessoainformacao.gov.br/menu-de-apoio/publicacoes-1/exposicao-motivos-projeto-lei-acesso-informacao.pdf
7-Lista de recursos enviados a CGU (controladoria geral da união) e quais são aceitos: http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/recursos/recursos-a-cgu/recursos-a-cgu
8-Para consultar os prazos: http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/recursos/prazos/prazos
9-Sobre as classificações e dados desclassificados: http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/relatorios-dados/informacoes-classificadas/informacoes-classificadas
Enfim, são diversos os mecanismos. Já está mais que na hora dos movimentos sociais se conscientizarem disso e começarem a trabalhar a cidadania e exigência de direitos também através desses meios. A procura pela informação realmente é difícil, já que não é divulgada, mas o esforço vale à pena. É claro, muitas vezes o caminho pela procura da informação pode não ser tão simples, mas com esforço é possível obtê-la, principalmente no caso dessa lei. Informação realmente não faz mal.
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Escrito por: Rafael Pisani
Referências:
Disponível em http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/conheca-seu-direito / http://www.acessoainformacao.gov.br . Data de acesso: 25 de maio de 2014
Disponível em http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/conheca-seu-direito/descumprimento-da-lai-o-que-fazer/ http://www.acessoainformacao.gov.br . Data de acesso: 25 de maio de 2014
Disponível em http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/conheca-seu-direito/principais-aspectos/principais-aspectos/ http://www.acessoainformacao.gov.br Data de acesso: 25 de maio de 2014
Disponível em http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/pedidos/excecoes/excecoes
/ http://www.acessoainformacao.gov.br Data de acesso: 25 de maio de 2014
Disponível em http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/recursos/recursos-a-cgu/recursos-a-cgu / http://www.acessoainformacao.gov.br Data de acesso: 25 de maio de 2014
Disponível em http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/recursos/a-quem-recorrer/a-quem-recorrer/ http://www.acessoainformacao.gov.br Data de acesso: 25 de maio de 2014
Disponível em http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/recursos/quando-recorrer/quando-recorrer/ http://www.acessoainformacao.gov.br Data de acesso: 25 de maio de 2014
Disponível em http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/recursos/prazos/prazos
/ http://www.acessoainformacao.gov.br Data de acesso: 25 de maio de 2014
Disponível em http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/relatorios-dados/informacoes-classificadas/informacoes-classificadas/ http://www.acessoainformacao.gov.br Data de acesso: 25 de maio de 2014
Disponível em http://www.acessoainformacao.gov.br/menu-de-apoio/publicacoes-1
/ http://www.acessoainformacao.gov.br Data de acesso: 25 de maio de 2014
Disponível em http://www.acessoainformacao.gov.br/menu-de-apoio/publicacoes-1/exposicao-motivos-projeto-lei-acesso-informacao.pdf/ http://www.acessoainformacao.gov.br Data de acesso: 25 de maio de 2014
Disponível em http://www.acessoainformacao.gov.br/menu-de-apoio/publicacoes-1/cartilhaacessoainformacao.pdf/ http://www.acessoainformacao.gov.br Data de acesso: 25 de maio de 2014
Disponível em http://www.acessoainformacao.gov.br/menu-de-apoio/publicacoes-1/sumarioexecutivo_1anolai.pdf/ http://www.acessoainformacao.gov.br Data de acesso: 25 de maio de 2014
Disponível em http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/relatorios-dados/informacoes-classificadas/informacoes-classificadas
/ http://www.acessoainformacao.gov.br Data de acesso: 25 de maio de 2014
[2] Fonte dos seguintes dados: http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/conheca-seu-direito/principais-aspectos/principais-aspectos
Análise de filme- Rango: identidade social do sujeito, água e poder
19 de Maio de 2014, 8:27 - sem comentários ainda
O filme inicia com um lagarto preso dentro de um aquário cheio de figuras que ele considerava como amigos, dando a cada um deles um significado. Apesar de serem simplesmente um peixe, um torso de boneca e uma barata morta, ou seja, objetos. Até que o carro em que se localiza o aquário passa em um asno e o vidro se quebra, dando vazão a um novo mundo. O filme segue mostrando a autodescoberta do personagem em torno de si mesmo e ao conhecer o mundo. Apesar de ser classificado como um filme infantil possui diálogos complexos inclusive para adultos, passando muitas mensagens importantes. ( Link para assistir ao filme caso não tenha assistido http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-filme-rango-dublado-online.html caso leia, isso irá aumentar a curiosidade em assistir o filme.)
O personagem passa por 4 fases existenciais durante o filme: a vida no aquário, o caminho até a sociedade, a inserção na sociedade e sua libertação.
Fase 1- a vida no aquário: Durante a conversa com o asno ele assim define seu mundo“...tinha armado uma rede social intercomplexa de amigos muito sofisticados, eu era muito popular”, ou seja, apesar de não ter convivido com nenhum ser vivo até aquele momento produziu um ambiente que o agradasse e desse sentido a sua vida. Mas que aos poucos foi perdendo seu poder e é quando começa a se questionar quem é, que pode ser de um dançarino a um garanhão, e que para ser herói precisa de um evento inusitado e transformador. Nessa hora seu aquário quebra, dando vazão a um novo mundo onde o primeiro contato mostra a falta de água, que era abundante no aquário.
Fase 2- o caminho até a sociedade: O primeiro contato que tem com esse mundo é a falta de água, logo após se encontra com um asno que ao tentar atravessar a estrada teve seu corpo virado pelo carro onde estava o aquário. O Asno é como uma referência de onde ao fim o lagarto vai chegar e afirma: “O caminho do autoconhecimento é cheio de obstáculos”, sendo que mesmo na dificuldade e tendo voltado ao normal o Asno não desiste de atravessar a estrada. Ou melhor, chegar ao outro lado. O lagarto é um animal totalmente domesticado e na batalha do Lagarto e o sapo contra a águia a ideia de individualmente somos fracos, mas juntos somos fortes aparece claramente. Essa fase termina quando ele encontra com a primeira pessoa civilizada, Feijão e uma água que seca rapidamente no deserto.
Fase 3- a inserção na sociedade: Se inicia com o encontro com Feijão. Ela pergunta retóricamente a ele “quem é você?” e ele ainda não tem resposta alguma, ou seja, falta de identidade. Ele aos poucos vai inventando fatos para se definir, dito que não tinha experiência alguma para tal. O fato de um porco guiar a carroça mostra também o uso de animais na sociedade, nada diferente da nossa não? Já na cidade começa a criar uma identidade imitando o andar de outras pessoas e dá uma forma nela quando cria uma série de histórias e se denomina Rango, nome encontrado na marca do suco de cacto, porque até esse momento não tinha identidade alguma, em outras palavras, seu nome é o de uma marca.
Coincidentemente as histórias que conta vão se tornando verdade e a partir desse ponto se torna xerife. Através disso consegue descobrir uma extensa rede de corrupção e poder afetando o povo, representada pelo prefeito. O bar está cheio de cidadãos afogando suas mágoas, havendo inclusive a cobrança de hipotéca por terras. A cena no banco mostra uma mãe pobre tendo pouco para dar de estudo aos filhos e a falta de água no banco. Temos na cidade o prefeito representando oficialmente a lei e a corrupção por trás com seus comparsas, Jake cascavel o bandido, a águia o herói/vilão temido, Rango o herói social, o espírito do Oeste deus e a civilização, a quadrilha como os marginalizados, Feijão o símbolo da reforma agrária, mas principalmente a água como o bem social maior.
Fase 4- a libertação: Aqui ele reconhece quem é, sabe como ir atrás de seu objetivo e como alcançá-lo. Desarma a corrupção do prefeito, descobre que a falta de água para a sociedade é por ela estar sendo usada na agricultura e que com a ajuda do espírito da civilização, ou melhor o espírito do oeste é que descobriu isso. Existe também uma referência aos antigos nativos americanos representado pelo velho índio da cidade. A conclusão sobre a água ao fim não é só que é importante para a saúde, mas que representa poder e em algum momento ela irá tomar esse papel em nossa sociedade. Curiosamente quando a água aparece a cidade muda o nome de “poeira” para “lama”, porque será?
Conclusão
Dada a análise anterior, mais como uma apresentação do filme do que como conclusão muitas coisas se tornam claras. É óbvio que se você não assistiu ao filme muitas coisas não estão claras, ainda assim vamos à frente. Temos na fase da vida no aquário um sujeito sem identidade e referência alguma para tê-la que por um evento inusitado cai em um mundo novo, onde “tem de chegar ao outro lado”. Encontrando um primeiro objetivo que é achar água, mas que passa pela sociedade e é um sujeito que se sente guiado pelo espírito do oeste, ou melhor, o espírito da civilização.
Lá ele se torna o herói do cidadão, mesmo que simultaneamente engane a si mesmo e a outros com a pura coincidência de tudo dar certo. Já na cidade temos várias representações sociais, entre elas o prefeito representando oficialmente a lei e a corrupção por trás com seus comparsas, Jake cascavel o bandido, a águia o herói/vilão temido, Rango o herói social, o espírito do Oeste deus e a civilização, a quadrilha como os marginalizados, Feijão o símbolo da reforma agrária, mas principalmente a água como o bem social maior.
Nesse âmbito de relações há vários conflitos, isto é, o prefeito aparece oficialmente como um bem feitor pela visão dos cidadãos, mas por outro lado é quase o causador dos problemas dos cidadãos. Por meio de seus capangas cobra hipotéca das terras que antes eram de outros e foram “vendidas” a ele, ou seja, no fim é um corrupto e bandido. Seu caminho é sempre atrapalhado por Feijão que representa o movimento da reforma agrária e é a única a resistir a vender seu terreno apesar das dificuldades. Junto a Jake cascavel que representa o bandido visto através da visão oficial e curiosamente é uma cobra. Rango que apesar de não intencionalmente descobre toda a farsa e o desmascara, torna Jake Cascavel quase um herói já que ao final ele o salvou da morte pela arma do prefeito.
Existem também os marginalizados, que roubam o banco e causam grande confusão, possuindo uma população infinitamente maior que a da cidade, ou seja, os moradores das favelas. Tudo isso por trás de um tema: onde está a água? A resposta vem e é impressionante, as árvores passam a andar, a natureza a se comunicar e mostram a Rango onde ela está. Ela é a responsável por dar a fonte do ritual da quarta feira aos cidadãos e o prefeito por ser o chefe do ritual.
Ao mesmo tempo Rango e Jake cascavel se tornam lendas, e lendas são naturalmente exageradas, tanto é que Jake poderia ter matado Rango facilmente, mas a imagem que ele criou não o permitiu. Jake matar o velho nativo americano pode significar o fim daquela cultura. Não dá para esquecer do velho Asno, que representa onde Rango deveria chegar. Toda essa relação gerou um grande mal estar social a qual uma boa educação poderia evitar, mas com um povo sem conhecimento o resultado é exatamente esse. O outro lado onde o Asno queria chegar era onde a água se encontrava, ou seja, conhecimento.
Para finalizar o filme faz jus a fala inicial do asno “Conhecimento, não somos nada sem isso” e a fala inicial do prefeito “Quem controla água, controla qualquer coisa”. O poder na sociedade do filme veio da água, todos os conflitos e problemas se originaram pela sua falta, o que gerou o fato de a água ser moeda de troca. Onde a água foi parar? Na civilização, e foi justamente encontrada com a ajuda do espírito do oeste, representante da civilização. Apesar das tentativas do filme de mostrar tais cenas de forma cômica e ser um filme de classificação infantil, é cheio de diálogos complexos nele.
Não há nada de infantil, simplesmente diz que há algo errado com essa suposta falta de água no mundo, o que tal falta pode causar e como a falta de conhecimento pode afetar a população. Até o nome “Rango” veio de uma marca, mostrando até que ponto as marcas nos influenciam. Em seu diálogo o Espírito do Oeste diz a Rango: “Hoje em dia se inventa nome para tudo, são as ações que fazem o homem” e “Ninguém pode fugir da sua própria história”. Quem é o espírito do Oeste? Simplesmente um homem com um carrinho de Golfe e vários troféus. Basicamente, o filme diz que ao seguirmos a civilização vamos chegar a falta de água, ou melhor, distribuição injusta. De infantil de fato não há nada nesse filme.
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Escrito por: Rafael Pisani
Lula confirma presença no IV BlogProg
14 de Maio de 2014, 12:15 - sem comentários aindaPor Altamiro Borges
O ex-presidente Lula estará presente no IV Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, que ocorrerá nos dias 16, 17 e 18 de maio em São Paulo. Sua participação foi confirmada pela assessoria do Instituto Lula nesta quinta-feira. Logo na manhã de sexta-feira (16), o ex-presidente deverá tratar de vários temas, como o papel da mídia tradicional, as eleições de 2014 e a importância do ativismo digital. A decisão de convidá-lo foi tomada pela comissão nacional do movimento dos "blogueiros progressistas" - nascido em agosto de 2010 e também batizado de "BlogProg".
Diante das manipulações da mídia monopolizada, o ex-presidente tem dado grande importância aos que atuam na internet. Ainda no exercício do cargo e em pleno Palácio do Planalto, ele concedeu a primeira entrevista coletiva na história do Brasil a um grupo de blogueiros, em novembro de 2010, o que gerou raivosa reação dos barões da mídia. Em junho de 2011, Lula participou do II Encontro Nacional dos Blogueiros, em Brasília. Em abril passado, o ex-presidente voltou a falar com os blogueiros, numa segunda entrevista coletiva que também gerou violenta reação da velha mídia.
Maiores informações sobre o IV BlogProg no site do Encontro http://blogprog.com.br
Lula confirma presença no IV BlogProg
14 de Maio de 2014, 12:15 - sem comentários aindaPor Altamiro Borges
O ex-presidente Lula estará presente no IV Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, que ocorrerá nos dias 16, 17 e 18 de maio em São Paulo. Sua participação foi confirmada pela assessoria do Instituto Lula nesta quinta-feira. Logo na manhã de sexta-feira (16), o ex-presidente deverá tratar de vários temas, como o papel da mídia tradicional, as eleições de 2014 e a importância do ativismo digital. A decisão de convidá-lo foi tomada pela comissão nacional do movimento dos "blogueiros progressistas" - nascido em agosto de 2010 e também batizado de "BlogProg".
Diante das manipulações da mídia monopolizada, o ex-presidente tem dado grande importância aos que atuam na internet. Ainda no exercício do cargo e em pleno Palácio do Planalto, ele concedeu a primeira entrevista coletiva na história do Brasil a um grupo de blogueiros, em novembro de 2010, o que gerou raivosa reação dos barões da mídia. Em junho de 2011, Lula participou do II Encontro Nacional dos Blogueiros, em Brasília. Em abril passado, o ex-presidente voltou a falar com os blogueiros, numa segunda entrevista coletiva que também gerou violenta reação da velha mídia.
Maiores informações sobre o IV BlogProg no site do Encontro http://blogprog.com.br
Análise do filme: colegas- a ironia da vida e a visão distorcida da mídia
12 de Maio de 2014, 14:09 - sem comentários ainda
Introdução e desenvolvimento do filme
O filme trata da história de três jovens com síndrome de Down que vivem alojados em um Instituto. Stalone que sonhava em ver o mar, Márcio que desejava voar, e Aninha que queria se casar com um cantor. O personagem principal é Stalone que foi abandonado pela mãe e levado ao Instituto que vivia, tendo desde o início visitas de seus parentes regularmente, mas foram reduzindo gradativamente até acabar. Um de seus filmes favoritos mostrava a história de duas mulheres que viveram uma grande aventura enquanto viajavam e isso o inspirou a fazer a mesma coisa.
Durante a aventura eles realizaram assaltos como um tipo de “brincadeira” e dois policiais são mandados por razões de Stress para a seção de desaparecidos, a qual passam a procurar os jovens. Os assaltos realizados os fizeram serem procurados em menos de 24 horas por todo o país. Os policiais e a mídia os tratam como bandidos perigosos, os policiais interrogam a diretora do Instituto e os colegas com a mesma síndrome. Os sonhos a serem realizados eram sequencialmente o de Stalone, Aninha e Márcio.
A viagem se torna para eles uma grande aventura e todos os detalhes são mostrados de forma cômica, trazendo a tona muitos aspectos relativos à síndrome de Down. Para surpresa e comicidade no fim do filme três jovens com síndrome de Down acabam sendo procurados em todo o mundo como bandidos perigosos. Mobilizam grandes forças policiais quase causando sua morte e o mais legal é que no encontro deles com as pessoas tudo que houve foi boa impressão, mas nos noticiários tudo era bastante distorcido. Interessante a distorção midiática não? (link para assistir ao filme http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-colegas-nacional-online.html / )
Análise do filme
É importante notar como o filme trata a forma de transmissão da informação nos noticiários de forma cômica. Nunca houve vítima alguma exceto no primeiro assalto, e mesmo as pessoas entrevistadas eram cômicas inventando fatos como o rapto de um menino ou ameaças, além do medo que o desconhecido causa a outras pessoas. O sensacionalismo jornalístico aparece claramente quando um psicólogo diz “Essa figura do palhaço nada mais é do que uma forma irônica, até mesmo debochada que eles encontraram de dizer o que pensam sobre a nossa sociedade” e ele continua “Mais olha, é preciso muito cuidado. [...] Porque são deficientes mentais vivendo o mundo lúdico do cinema.” Até que um jurista replica “Veja o seguinte, nós estamos falando de um sequestro, isso aqui é um crime hediondo, dispensa qualquer comentário.”
A parte interessante desse diálogo é quando se pergunta a um garoto com síndrome de Down chamado Israel que se encontra no programa se ele é perigoso e ele diz: “Eu sou muito, mais muito perigoso (fazendo um barulho do tipo “ahh” enquanto fala)” e a platéia ri. O mais legal desse debate? A única sensata era a mãe por relutar em aceitar os “fatos” discutidos e curiosamente foi a única a não ter espaço.
Esse psicólogo cometeu dois erros gravíssimos: um- não é possível dizer o pensamento do outro sem antes consultá-lo, e dois- é que nem se sabia qual era a representação mental dos sujeitos. O comentário do jurista de fato dispensa comentários, mas o erro comum é o seguinte: os fatos não foram realmente averiguados, e nem precisavam, já que a televisão não quer verdades e sim verdades sensacionalistas. Basta reparar em qualquer crime noticiado e pseudo diagnósticos dados por especialistas na mídia a criminosos loucos, alguns são até do imaginário popular. Sobre o comportamento de quem possui a síndrome o filme é bem educativo.
A forma como eles abraçam a senhora que mostra onde é o mar, o comportamento de Aninha ao salvar os animais presos, o gosto comum entre eles por Raul Seixas, a falta de noção do que dizer, a sexualidade sem pudor, a repetição de frases assistidas em filmes usadas para assaltar, a inocência ao pegar e mostrar o cartaz, demonstrar suas ideias, dizer que gostam de gordas, a grande habilidade social, a primeira relação sexual. Outro comportamento interessante era a atitude democrática, isto é, se um fizesse todos fariam, além sua atitude criativa e não aceitação de falhas tornando tudo cômico, como histórias contadas por eles mesmos e que outros sujeitos sem entender acreditavam com facilidade. E o pior, a própria falta de noção dos policiais é muito ilógica, apesar de serem os únicos a reconhecerem a situação de fato. Os jornais levam a ideia do palhaço, da doença mental ao que era simplesmente uma representação mental a eles, ao extremo. Até mesmo o policial se vangloria do origame feito por Stalone, ironizando o desprezo por caricaturistas de rua.
Conclusão
De forma geral, o filme trata do preconceito social aos jovens que tem síndrome de Down, o sensacionalismo jornalístico, as relações Internacionais entre os vários países e o paradoxo de viver como um adulto se divertindo como criança. Mas principalmente como a inocência deles faz com que consigam seus objetivos, não sejam pegos, se divirtam e ainda sigam seus caminhos. A frase final justifica tudo isso junto ao preconceito: “Para aqueles que, apesar das adversidades, conseguem com um simples sorriso enxergar a felicidade nas pequenas coisas da vida.”
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Escrito por: Rafael Pisani
Venha debater Soberania Tecnológica no FISL 15
6 de Maio de 2014, 9:26 - sem comentários aindaA 15ª Edição do FISL - Fórum Internacional de Software Livre começa neste dia 07 de maio e vai até sábado, 10/05.
A Equipe do Blogoosfero estará no FISL debatendo Soberania Política e Tecnológica brasileira em um mundo cibernético, no painel que acontece no dia 09/05, sala 41-B a partir das 11:00h.
Venha debater Soberania Tecnológica conosco.
Veja a programação do Fisl
PROGRAMAÇÃO ATUALIZADA DO #FISL15