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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Monopólio da informação e movimentos sociais

5 de Maio de 2014, 10:22, por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda

 

 

 

O movimento social tem ainda sua característica tradicional como predominante, mas o uso da internet possibilitou mudanças na disseminação da informação e permitiu grande aumento da comunicação, ainda mais após as redes sociais, permitindo o movimento social em rede. [1]A grande característica desse tipo de movimento não é as redes sociais, mas sim a convocação sem filtro de grupos e indivíduos para participação, desde que concordem com as propostas, com participação vinda pela solidariedade. Nesse sentido não é movimento em rede um sindicato divulgar pautas e atos em redes sociais, pois a decisão foi tomada de forma centralizada pelo grupo dirigente. Dessa forma o movimento em rede vem antes da rede social e é vantajoso porque pelo caráter aglutinador, espontâneo e descentralizado do movimento social (apesar do tradicionalismo), as decisões nem sempre podem ser tomadas em assembléias com seus ritos e burocracia.

Esse evento foi fortemente observado nas manifestações de julho  de 2013,[2] onde várias organizações se solidarizaram e participaram das mobilizações com demanda própria havendo de alguma forma uma disputa pela centralidade, que não foi alcançada por instituição alguma ao mesmo tempo em que as pautas eram compartilhadas. Nesse sentido a força do movimento social em rede é levantar pautas genéricas e, portanto, atrair um grupo variado de pessoas e organizações a participação, simultaneamente é também sua fraqueza de maneira que cada um vai com objetivos e pautas próprios não sendo então um movimento passível de coordenação. A partir disso e situando as redes sociais dentro do movimento em que ela entrou é possível concordar com Haberna que o movimento social disputa o campo das ideias, e nisso reside uma força muito grande.[3]

Agora vale analisar a própria utilização das redes sociais, internet e sua função em movimentos sociais. Dito que o movimento disputa o campo da ideia caímos então na força da informação e da comunicação. Antes da internet, e até mesmo atualmente o monopólio da informação está com os meios de comunicação tradicionais, sejam eles impressos, programas de rádio ou televisão. A internet junto às redes sociais possibilitou comunicação mais efetiva e rápida entre as pessoas, considerando até mesmo o email como essa ponte, afinal após sua existência não foi mais preciso mandar cartas, manda-se o email e a resposta vem quase imediata, e esse imediatismo vem ainda maior nas redes sociais. [4]No meio de todo esse monopólio todos temos nossas opiniões, mas no final quem de fato apura a noticia é a mídia. 

O mais legal é que a mídia tradicional não vai atrás das noticias por si só em sua grande maioria, principalmente em campo internacional. Elas obtém os fatos a partir de Agências de notícias, sendo que as grandes possuem 3 mil funcionários em todo o mundo, sendo que a maior Reuters possui 60 mil, sendo essas empresas responsáveis por formar um banco de dados de noticia que são então vendidas. As 4 maiores são EFE, AFP, AP e Reuters e juntas são responsáveis pela apuração de 94% das notícias do mundo, ou seja, nossa opinião sobre os fatos ocorridos no mundo vem de base da apuração de apenas 4 agências. Como um experimento, observem os seguintes links do G1, MSN noticias e UOL notícias - no local onde aparece o nome do autor da notícia o nome de uma das 4 empresas vai estar lá:

 

MSN noticias: EFE- notícia sobre francês preso por prostituir prostitutas  e notícia sobre o “dia dos quatro papas”

                        AFP- sanções sobre a Russia na Ucrânia

                       Reuters- CCEE e empréstimo com 10 bancos

 

G1 EFE- Rússia, Ucrânia e observadores internacionaisionais

      AFP- Korea do Norte e conflitos  e Portugal e Boicote de comemoração

 

      Reuters- Alemanha e negação dos campos de concentração  e Irâ e Palestina

 

G1 EFE- Vaticano    

      REUTERS- Eua e Ucrânia

      AFP- Coreia do sul e desfile de lanternas

 

Dada boa quantidade de exemplos não consegui achar nenhuma da AP, mas existem também algumas com agências brasileiras e agências próprias, mas dentre as internacionais havia sempre uma das três citadas e com maioria Reuters, mas vejam por vocês mesmos, as vezes podem encontrar outras. Ainda assim o que chamo de redes sociais? [5]

Segundo pesquisa realizada por Missila Loures Cardozo, a rede social representa um conjunto de participantes autônomos que unem recursos e ideias, em torno de interesses e valores compartilhados. Dessa forma se incluem o facebook, Orkut, twiiter, Tumblr, WhatsApp mas não só eles. A mídia tradicional cita somente o termo “redes sociais” e não mostra coisas importantes, até porque sem fazer necessariamente uma crítica a essas redes sociais, elas não são propriamente políticas, servem sim para política, mas muito mais para comunicação social e por isso podem ser responsáveis por grandes atos de desinformação. Os hoax são exatamente isso, ou seja, um boato sobre um tema específico é lançado e se espalha como água no meio dos comentários e compartilhamentos[6].

De forma geral a mídia tradicional vem perdendo sua força para a internet e midías alternativas como o mídia ninja[7] e não divulgam redes que de fato levam a política. Ela não diz que o Brasil possui redes sociais, de sites para ver os gastos do governo, outros para falar sobre pesquisa ou mesmo sites de própria participação política. O Brasil possui por exemplo o https://diasporabr.com.br/  como rede social, o http://www.participa.br como meio de participação política, o http://transparencia.gov.br/  para consulta de gastos governamentais, o http://acessoainformacao.gov.br para acesso de informação, o http://www.inde.gov.br/  para ver o georeferenciamento do país, o http://dados.gov.br/  para verificação de dados, o http://participatorio.juventude.gov.br/  para participação política da juventude, esse http://www.brasil.gov.br  para direcionar a vários outros e ainda muito mais. [8]

O pior é saber que nossas informações estão nas  mãos de 4 empresas e a imprensa local de cada país nada mais é do que a visão de potências como Estados Unidos, França e Inglaterra, e esses três serão sempre santos e o resto demônios a serem crucificados, exceto os que estejam do seu lado.

Lembrem-se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

Escrito por: Rafael Pisani

Referencias:

Disponível em: http://acessoainformacao.gov.br Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: http://dados.gov.br/ Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: https://diasporabr.com.br/ Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/04/desfile-de-lanternas-budistas-lembra-vitimas-de-naufragio-na-coreia-do-sul.html / http://g1.globo.com . Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/04/lavrov-diz-kerry-que-eua-devem-pressionar-ucrania-conter-exercito.html / http://g1.globo.com . Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/02/vaticano-diz-que-relatorio-da-onu-e-anormal-e-que-orgao-se-excedeu.html / http://g1.globo.com . Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: http://liamdevlin.blogspot.com.br/2014/02/e-tao-bom-assistir-uma-aula-que-te.html  Devlin's Lair/ http://liamdevlin.blogspot.com.br . Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: http://noticias.br.msn.com/brasil/ccee-fecha-empr%C3%A9stimo-com-10-bancos-e-afirma-que-n%C3%A3o-h%C3%A1-risco-para-el%C3%A9tricas-9  Anna Flávia Rochas/ http://noticias.br.msn.com . Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: http://noticias.br.msn.com/mundo/eua-san%C3%A7%C3%B5es-afetar%C3%A3o-russos-ligados-a-bancos-e-energia  / http://noticias.br.msn.com . Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: http://noticias.br.msn.com/mundo/funcion%C3%A1rio-da-air-france-%C3%A9-preso-por-prostituir-brasileiras-na-fran%C3%A7a / http://noticias.br.msn.com . Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: http://noticias.br.msn.com/roma-se-prepara-para-o-hist%C3%B3rico-dia-dos-quatro-papas  / http://noticias.br.msn.com . Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2014/04/26/kim-alerta-forcas-norte-coreanas-para-conflito-iminente.htm / http://noticias.uol.com.br . Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2014/04/26/berlusconi-diz-que-alemaes-negam-existencia-de-campos-de-concentracao.htm  James Mackenzie/ http://noticias.uol.com.br . Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2014/04/26/ira-sauda-tregua-palestina-mas-silencia-sobre-governo-de-coalizao.htm / http://noticias.uol.com.br . Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/35006/russia+diz+que+fara+o+possivel+para+libertar+observadores+internacionais.shtml  / http://operamundi.uol.com.br . Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: http://participatorio.juventude.gov.br/ Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: http://pugnuscomunicacao.wordpress.com/2009/12/28/conceito-de-redes-sociais/   Marcos Masini/ http://pugnuscomunicacao.wordpress.com . Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: http://transparencia.gov.br/   Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em http://tvuol.uol.com.br/video/lideres-da-revolucao-dos-cravos-boicotam-comemoracoes-04024D1A3972C0815326/  / http://tvuol.uol.com.br . Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: http://www.brasil.gov.br  Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/505207/movimentos-sociais-e-ciberativismo-o-que-muda  Luiz Fernando Gomes e Sonia Piaya M. Munhos/ http://www.cruzeirodosul.inf.br . Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: http://www.infowester.com/hoax.php Emerson Alecrim/ http://www.infowester.com . Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: http://www.participa.br Data de acesso: 26 de abril de 2014

Disponível em: http://www.travessacinematografica.com.br/2013/07/midia-alternativa-e-audiovisual.html  Breno Rodrigues de Paula/ http://www.travessacinematografica.com.br/2013/07/midia-alternativa-e-audiovisual.html . Data de acesso: 26 de abril de 2014

ESFERA PÚBLICA, REDESCOBERTA DA SOCIEDADE CIVIL E MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL: uma abordagem tentativa; Sérgio Costa; Disponível em: http://novosestudos.uol.com.br/v1/files/uploads/contents/72/20080626_esfera_publica_redescoberta.pdfv . Local de publicação: http://novosestudos.uol.com.br ;  Data de acesso: 31 de Agosto de 2014

Marx e O Marxismo 2013: Marx, 130 anos depois; Sydenham Lourenço Neto; Disponível em: http://www.uff.br/niepmarxmarxismo/MM2013/Trabalhos/Amc124.pdf

 . Local de publicação: NIEP MARX- Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas sobre Marx e o Marxismo; Niterói/RJ-Brasil;  Data de acesso: 26 de abril de 2014

Propaganda Pessoal: Redes Sociais na Internet; Missila Loures Cardozo; Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2008/resumos/R3-1061-1.pdf . Local de publicação: Intercom- Sociedade Brasileira de Estudos Intredisciplinares da Comunicação;  Natal/RN-Brasil;  Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

 



[1] Desse ponto até o fim do parágrafo a fonte é a seguinte: http://www.uff.br/niepmarxmarxismo/MM2013/Trabalhos/Amc124.pdf

 



A Democracia Popular é mais eficiente que o neoliberalismo

1 de Maio de 2014, 12:21, por Bertoni - 0sem comentários ainda

Recente artigo de José Luís Fiori, no conservador e empresarial Valor Econômico, mostra que a Democracia Popular é mais eficiente na gestão econômica, desmontando as teses da ideologia neoliberal.

Os neoliberais dizem que se um país abrir suas fronteiras, desregulamentar sua economia e se arreganhar todo, o investimento estrangeiro direto aumenta, aumentam as trocas comerciais internacionais, fazendo com que a economia seja estimulada e todos sejam beneficiados pelo crescimento econômico.

Não é bem isso que a comparação de dados da economia brasileira e da mexicana nos mostram.

O México em 1994 aderiu ao NAFTA (Tratado de Livre Comércio da América do Norte) e nos últimos 20 anos é extremamente fiel às teses neoliberais, sendo mais papista que o próprio papa em termos de ortodoxia econômica.

O Brasil nos últimos 11 anos optou por investimentos sociais, melhorar (ainda que timidamente) a distribuição de renda, incentivar a produção nacional e estabelecer um política de aumento real do salário mínimo.

Então, vejamos quem conseguiu os melhores resultados:

 

Tese 1: Abrir Fronteiras.

México abriu, Brasil nem tanto. Mas foram as importações e exportações do Brasil que cresceram mais.

 

Tese 2: Aumento do Investimento Estrangeiro Direto

O Investimento Estrangeiro Direto que o México neoliberal recebia em 2003 era 44,2% maior que o recebido pelo Brasil naquele ano. Depois de 11 anos de Governos Democráticos Populares, o Brasil recebe 5 vezes mais Investimento Estrangeiro Direto que o México!

 

Tese 3: Aumento do Comércio Exterior estimula a  Economia Interna

Protegendo seu mercado interno, o Brasil tem crescimento médio anual 45% superior ao do México, sendo que a renda per capita cresce o dobro da mexicana, na média anual.

 

Tese 4: Todos saem beneficiados

Os números das políticas de criação de empregos, diminuição da pobreza, aumento da renda nacional e participação dos salários nesta última, adotadas pelo Brasil, deixam bem claro que Inclusão Social, Distribuição de Renda, Proteção e Estímulo ao Mercado Interno e à Produção Nacional, são mais eficientes do ponto de vista popular, pois beneficiam os trabalhadores e a maior parte da população do país.

Já as políticas neoliberais adotadas pelo México aumentam a concentração de renda e a injustiça social, sendo mais eficientes apenas para os patõres concentradores de renda.

Pois, e você que acha que as coisas estão ruins... saiba que poderiam estar bem piores se o país fosse governado pelos neoliberais...



Por um movimento social menos ideológico 3: o movimento e seus ideários

27 de Abril de 2014, 20:48, por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda

 

[1]Uma pesquisa realizada em dois congressos estudantis, sendo um deles o 46.º CONUNE (Congresso da União Nacional dos Estudantes) ocorrido em Belo Horizonte em 1999 e outra no CONEA (Congresso Nacional dos Estudantes de Agronomia) ocorrido em Pelotas (Rs) em setembro deste mesmo ano procurou saber como andava a organização e estrutura do movimento estudantil. A escolha do CONUNE foi feita porque ele foi considerado um ponto onde os diversos grupos se manifestam e marcam seu campo político e reivindicações, mas acima de tudo um local onde a experiência coletiva se consolida e procura mudar seus métodos ou continuar como está.  A pesquisa delimitou quatro campos extraídos a partir das entrevistas e pesquisa participante para sua exposição:  A) O movimento estudantil e os estudantes B) O movimento estudantil e os partidos políticos C)O movimento estudantil e seus ideários D) O surgimento de novas linguagens e práticas emergentes em seu interior. . No primeiro texto da série “Por um movimento social menos ideológico”  tratou-se do item A dizendo das falhas do movimento em relação a sua institucionalização e de formas de atuação antigas. O segundo texto “Por um movimento social menos ideológico 2: o movimento e o partido” tratou do envolvimento dos partidos e nesse terceiro vamos tratar do item C, isto é, a função da ideologia.

A pesquisa detectou o movimento estudantil com ideários classistas, transclassistas, alguns mais gerais e até pautas setorizadas, uma mistura de diferentes estratégias e concepções. Ainda assim as questões convergem para três principais: a) reestruturação da entidade b)ampliação das temáticas com lutas amplas mas setorizadas e c)lutas pela educação, de forma mais forte a defesa das universidades, contra o neoliberalismo procurando resgatar aspetos clássicos e históricos do movimento estudantil sendo esse tripé, um ideal, um modelo. Na prática ou uma das dimensões é privilegiada ou se intercruzam a partir das necessidades e assim alguns conflitos podem ocorrer nesse processo de disputa e encaminhamento das pautas, mas a metodologia de cada grupo ainda é mais conflitante. Quando perguntados sobre as prioridades do movimento estudantil a maioria pautou a defesa da educação e mais especificamente as universidades sabendo da crise a qual passava na época a universidade pública aliado a uma luta contra uma política econômica que gera carência de saúde, educação e menos qualidade de vida.

Isso se justifica sobre a perda do sentimento de “coisa pública” e os estudantes sentiam na pele o sucateamento das universidades e sabiam de sua importância para a soberania nacional, sendo pouco incluída nos discursos as universidades privadas, sendo um discurso que se repete independendo a orientação partidária e a dinâmica de cada tendência. É uma reivindicação de uma universidade de fato pública, gratuita, de qualidade e democrática.[2] Algo comum aos discursos também é a redemocratização das instituições estudantis, luta contra o neoliberalismo. A independência da UNE vem como um caminho para a defesa dos interesses da juventude, para uma aproximação maior da vulnerabilidade e os enfrentamentos sofridos devido a falta de políticas públicas, em suma, a luta por uma política para a juventude. Esse acabou sendo o tema de aproximação de questões mais gerais.

 

 Durante os debates houveram muitos comentários sobre o conceito de política pública, e a idéia da criação de política de participação pública marca a diferença entre o caráter propositivo do presente e reivindicatório do passado, como a proposta de fóruns de participação, conselhos e comissões onde a juventude se represente. Os tempos diferem dos anos 60 em que um diploma era algo da classe média, e agora trabalho e qualificação são necessários para a não exclusão de jovens inseridos num ensino mais democratizado mas não adaptado a falta de mobilidade social causada pelo neoliberalismo. Muitos dos estudantes vêem que é preciso um enfrentamento ao governo federal feito por uma ação mobilizadora como a única forma de romper a estrutura social dominante e capitalista e também a ampliação dos  canais de participação. É possível afirmar o crescimento de uma consciência da interligação entre vários grupos juvenis e políticas de juventude que integrem as necessidades dos vários setores, pautada inclusive em termos de oportunidade ou sua falta para os vários grupos juvenis. Ainda assim procura-se uma causa comum como na década de 90- “fora Collor”.

 Essa atualmente seria o fora FMI que apesar de ser aceita por todas as tendências de esquerda descontenta os anarquistas e libertários pela maneira como a questão é encaminhada. Tudo isso esbarra no problema da forma tradicional de atuação comentada no texto 1 “Por um movimento social menos ideológico- o estudante e o movimento”  que não leva a prática mas fica na retórica e nem cria calendário de como os estudantes podem interferir na questão. Ficou claro na pesquisa um projeto não muito claro e incapaz de trazer uma solução, além de uma pluralidade de visões e ideários no movimento que causam tensões no campo político onde os vários grupos negociam as demandas e estratégias para ação.

 

Conclusão[3]

 

Pensando através da pesquisa acima eu concluo uma nova função da ideologia. Na forma tradicional a ideologia serve como guia, referencial e objetivo do movimento. Cada grupo ideológico com sua instituição, partido representante (se houver) e sua ideologia tem objetivos diferentes e modos diferentes de ver o mundo, portanto por um lado a ideologia é responsável pela união entre os membros do grupo, proximidade entre certos grupos mas principalmente o afastamento entre alguns. Seja qual for a ideologia, proponho uma nova função a ela.  Significa que ela vai perder a força atual que tem, mas não que vá deixar de ser necessária. Relego sua função como guia, referencial, e objetivo do movimento. Para min ela deve ser o motor que mantém o militante em movimento, que não o deixa perecer apesar das dificuldades, mas nada além disso. A ideologia pode ir de um simples pensamento de onde chegar, a simples noção que a luta é em longo prazo ou uma ideologia formal como anarquismo, comunismo, etc... mas se cumprir tal função cumpriu seu papel. A proposta então é um movimento multireferenciado que não nega as diferenças e as considera positiva. Um movimento que não polariza o diferente, mas busca suas qualidades para uma completa melhora do movimento. O que todos devem ter em comum é o objetivo. Dessa forma favorece-se a união do movimento sem sua homogeneização, mas que precisa de ou gera uma desinstitucionalização. Isso pôde ser visto na pratica nas manifestações de julho ainda que não de forma organizada e com vários objetivos, na reunião dos blogueiros com Lula que foi capaz de incomodar a grande organização Globo [4] e suponhamos a causa meio passe estudantil universitário, é algo que todos os grupos de movimento estudantil querem. A pesquisa confirmou a falta da clareza de um objetivo comum no movimento, não sendo algo fácil de construir, mas uma construção social que gera ou é gerada pela desinstitucionalização. A pergunta que fica é: como todos os referenciais podem ajudar no alcance de um mesmo objetivo e como ele pode ser construído?

Lembrem-se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

Escrito por: Rafael Pisani

Referencias:

Marcos Ribeiro Mesquita, « Movimento estudantil brasileiro: Práticas militantes na ótica dos Novos Movimentos Sociais », Revista Crítica de Ciências Sociais [Online], 66 | 2003, colocado online no dia 01 Agosto 2012, criado a 28 Março 2014. URL : http://rccs.revues.org/1151 ; DOI : 10.4000/rccs.1151

Disponível em: http://blogoosfero.cc/blog-do-miro/blog/a-globo-e-a-entrevista-dos-camaradas Miguel do Rosário/ http://blogoosfero.cc/blog-do-miro  . Data de acesso: 20 de abril de 2014

 Disponível em: http://www.vermelho.org.br/radio/noticia/240396-331 Ramon de Castro/ http://www.vermelho.org.br . Data de acesso: 20 de abril de 2014

 Disponível em: http://www.viomundo.com.br/opiniao-do-blog/entrevista-de-lula-a-blogueiros-zero-hora-mente-e-omite-informacoes-de-seus-leitores.html Luiz Carlos Azenha/ http://www.viomundo.com.br . Data de acesso: 20 de abril de 2014

 

 

 

 

 


[1] Todo o texto tem como fonte a única referencia que está na lista, os comentários que forem do presente autor serão demarcados com uma nota de rodapé.

[2] Em 1999 não havia tantas vagas em universidades privadas, por isso o foco nas públicas, mas atualmente o movimento universitário privado vem ganhando mais força.

[3] A partir desse ponto palavras do presente autor.

[4] Fonte dos blogueiros: http://www.vermelho.org.br/radio/noticia/240396-331 e http://www.viomundo.com.br/opiniao-do-blog/entrevista-de-lula-a-blogueiros-zero-hora-mente-e-omite-informacoes-de-seus-leitores.html e http://blogoosfero.cc/blog-do-miro/blog/a-globo-e-a-entrevista-dos-camaradas

Observação: No servidor anterior foi postado no dia 21/04/2014 as 14:16. Nesse servido foram feitas as seguintes alterações:

1.      Substituição de “meio passe estudantil universitária” por “meio passe estudantil universitário”.

 



Por um movimento social menos ideológico 2: o partido e o movimento

27 de Abril de 2014, 20:41, por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda

 

 

[1]Uma pesquisa realizada em dois congressos estudantis, sendo um deles o 46.º CONUNE (Congresso da União Nacional dos Estudantes) ocorrido em Belo Horizonte em 1999 e outra no CONEA (Congresso Nacional dos Estudantes de Agronomia) ocorrido em Pelotas (Rs) em setembro deste mesmo ano procurou saber como andava a organização e estrutura do movimento estudantil. A escolha do CONUNE foi feita porque ele foi considerado um ponto onde os diversos grupos se manifestam e marcam seu campo político e reivindicações, mas acima de tudo um local onde a experiência coletiva se consolida e procura mudar seus métodos ou continuar como está.  A pesquisa delimitou quatro campos extraídos a partir das entrevistas e pesquisa participante para sua exposição:  A) O movimento estudantil e os estudantes B) O movimento estudantil e os partidos políticos C)O movimento estudantil e seus ideários D) O surgimento de novas linguagens e práticas emergentes em seu interior. . No primeiro texto da série “Por um movimento social menos ideológico”  tratou-se do item A dizendo das falhas do movimento em relação a sua institucionalização e de formas de atuação antigas. Ainda assim não é uma institucionalização qualquer, mas sim uma que envolve os partidos, e é disso que o segundo texto vai tratar, isto é, o item B e na próxima semana o item C.

 

Na pesquisa constatou-se que para os entrevistados existe uma forte relação dos partidos com o movimento, partidos esses que imprimem sua visão de mundo, estratégias, ideário e proposta de sociedade em maioria de esquerda, sendo para muitos estudantes militantes uma das maiores barreiras para a efetiva representação de entidades/estudantes. A tendência majoritária da UNE no 46.º CONUNE apostou em unir forças políticas com o slogan “A UNE é união, não é partido não” buscando um movimento estudantil unitário e apartidario e essa idéia pôde ser vista em vários dos cartazes e faixas dispostos no congresso. Muitas vezes o tema em uma roda de discussão do congresso é comunicação e muitos vem falar de partidos, sendo que não deveria ser aquele o tema segundo uma militante da UJS/PC do B, ainda assim em militantes de outros grupos não é um discurso que aparece dessa forma. Na pesquisa foi preciso entender a unidade do movimento através da visão que cada tendência tem do conceito, que ainda como uma questão pertinente não pode acabar com o espaço para manifestação de diferenças. Em muitos discursos, no entanto, o tema aparece de forma ambígua, isto é, ainda que apartidarista vem mediado por uma tendência mantida por um partido. É necessário que exista para se manter enquanto grupo político e defende em vários momentos a importância do partido para organização dos estudantes dentro do movimento, portanto deixa de ser um discurso “neutro”.

 

Se o discurso então é ambíguo isso mostra que as entidades estudantis se desgastaram e houve uma reação à excessiva partidarização, e nesse sentido entre os meios menos institucionalizados a lógica apartidarista é mais aceita, sendo isso tudo efeitos da influencia dos partidos. Ainda que com tanta variação o discurso das diversas teses até mesmo das tendências mais tradicionais procuram amenizar a influencia partidária e a cultura criada e conservada por ela, apesar de não significar extinção do partido como orientador do movimento. Os entrevistados entendem a existência de conflitos que demarcam a fronteira movimento/partido, mas não vêem isso como um problema, mas como uma entidade que organiza, orienta e estimula os estudantes e a critica vem ao aparelhamento da entidade pelos partidos, havendo inclusive considerações de que só há linha organizada no movimento se houver partido. Discute-se nesse sentido que se a entidade se torna aparelho de um partido então vira uma extensão desse, aderindo suas visões de mundo e agenda demonstrando a falta de uma agenda clara da própria entidade e desconsideração inclusive da própria educação e universidade.

 

Existe uma “instrumentalização da entidade” e os entrevistados admitem que politizam, orientam, criam autonomia no pensar mas a cultura partidária no movimento estudantil Brasileiro é tamanha que imprime lógica própria abafando e sobrepondo iniciativas criativas feitas pelos estudantes e de alguma forma paralisa o movimento e limita a intervenção estudantil. Pode ser considerado uma profissionalização da política e um espírito vanguardista que leva ao tentar convencer as pessoas, por partir de uma compreensão hierarquizada dos fatos. Bordieau afirma que quanto maior a tendência de profissionalizar a política e burocratizar o partido a competição inicial é de quem toma poder sobre o aparelho e esses representarão os simples laicos, o monopólio da elaboração está mais reservado aos profissionais.[2]

 

O que então dizer sobre a influência dos partidos no movimento?

 

Percebe-se que enquanto instituição aparelhada o movimento estudantil se torna um braço do partido correspondente, levando a frente então seus objetivos, ideários, visão de mundo excluindo assim pessoas que não pertencem aquele partido ou estudantes que não fazer parte de partido algum. Muitos dos entrevistados na pesquisa consideraram ainda o partido um elemento importante da organização enquanto que não a aparelhe. Considero isso um erro, na medida em que como entidades externas podem sim haver membros participantes no movimento, mas que não necessariamente isso deva ser o guia do movimento. Acredito que outros referenciais devam ser procurados que não os partidários, e nesse sentido o fato de o militante ser de um partido é só algo que contribui com sua participação e pode trazer benefícios ao movimento, mas que deve ser mesclado a outras experiências de outros participantes partidários ou não com a consideração de que fazem parte de um outro além do partidário, portanto que se crie novos referenciais, nova organização que vá além dos partidos e assim concordo que a existência de um partido como orientador paralisa a criação de novas formas de comunicação criando um discurso fechado e institucionalizado como o único possível. [3]A conclusão da pesquisa, portanto, nesse sentido é que o discurso dos estudantes se torna fechado distanciando outras pessoas para a entrada do movimento criando a necessidade de outras formas de comunicação de maneira a não institucionalizar mais o discurso como único possível e nela estou de acordo.

 Lembrem-se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

 Escrito por: Rafael Pisani

 Referencias:

 Marcos Ribeiro Mesquita, « Movimento estudantil brasileiro: Práticas militantes na ótica dos Novos Movimentos Sociais », Revista Crítica de Ciências Sociais [Online], 66 | 2003, colocado online no dia 01 Agosto 2012, criado a 28 Março 2014. URL : http://rccs.revues.org/1151 ; DOI : 10.4000/rccs.1151

 

 


[1] Todo o texto tem como fonte a única referencia que está na lista, os comentários que forem do presente autor serão demarcados com uma nota de rodapé.

[2] A partir desse ponto palavras do presente autor.

[3] Desse trecho para frente exceto a última frase são conteúdos da pesquisa.

Observação: No servidor anterior foi postado no dia 14/04/2014 as 11:07.



Quando a passagem era 1 real?

27 de Abril de 2014, 20:31, por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda

 

Passagem aumenta

Alimento caro

Salário baixo

Falta Alimento

 

No outro ano

Passagem mais cara

Lazer mais caro

Salário baixo

Falta lazer

 

Dez anos depois...

A mesma história

O ônibus pior

E a passagem?

Mais cara

 

 

E em época de aumento de passagem, nada melhor do que adolescentes para mostrar de forma cômica a realidade de um transporte público sem segurança, espaço adequado para passageiros e com certeza sem qualidade.

 

Lembrem-se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

 

Escrito por: Rafael Pisani

Observação: No mesmo dia de postagem as 22:22 o termo repetido “do que adolescentes foi retirado. No servidor anterior foi postado no 07/04/2014 as 12:09.



Por um movimento social menos ideológico: o estudante e o movimento

27 de Abril de 2014, 20:26, por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda

 

[1]Uma pesquisa realizada em dois congressos estudantis, sendo um deles o 46.º CONUNE (Congresso da União Nacional dos Estudantes) ocorrido em Belo Horizonte em 1999 e outra no CONEA (Congresso Nacional dos Estudantes de Agronomia) ocorrido em Pelotas (Rs) em setembro deste mesmo ano procurou saber como andava a organização e estrutura do movimento estudantil. A escolha do CONUNE foi feita porque ele foi considerado um ponto onde os diversos grupos se manifestam e marcam seu campo político e reivindicações, mas acima de tudo um local onde a experiência coletiva se consolida e procura mudar seus métodos ou continuar como está.  A pesquisa delimitou quatro campos extraídos a partir das entrevistas e pesquisa participante para sua exposição:  A) O movimento estudantil e os estudantes B) O movimento estudantil e os partidos políticos C)O movimento estudantil e seus ideários D) O surgimento de novas linguagens e práticas emergentes em seu interior. Apesar disso vou tratar de cada um deles em um texto separado, iniciando com o item A.

A conclusão geral do artigo, baseada nas várias entrevistas é que o estudante tem pouco se identificado com o movimento estudantil, chamando-o de burocratizado, hierarquizado, centralizador, partidarizado, ultrapassado etc... sendo incrível o fato de cada grupo ou tendência ter essa idéia em comum, apesar de formular diferentes diagnósticos e avaliações, incluindo nisso todas as teses do 46.º CONUNE. Muitos dos estudantes entrevistados explicavam esse acontecimento devido a fatores externos e internos, como o individualismo, aparelhamento e burocracia das entidades evidenciando subliminarmente a reestruturação das formas de se fazer política, o esgotamento das práticas, ainda que seja algo de grande dificuldade. Isso tudo gera grande descrédito e falta de participação dos estudantes, sendo um movimento que não cria espaços de participação para os mesmos, produzindo então a falta de um elo identitário entre as várias aspirações estudantis e o ideário do movimento estudantil que resulta inclusive em uma falta de comunicação entre a entidade e o estudante, tornando-o não representativo. Grande parte disso se refere à estrutura das entidades.

A entidade, com todas as suas estratificações deixou de ser capaz de atingir as novas demandas e dessa forma limita estudantes que não se enquadram nesse modelo de organização institucionalizada, que mesmo tentando mudar seus modelos de organização não sai de uma estrutura centralizada e hierárquica. Houveram sim algumas mudanças, como a proporcionalidade qualificada que garante a presença de membros das várias tendências na diretoria e a criação de várias secretarias relativas as demandas gerais e atuais, como temas sobre racismo, mulheres, cultura, meio ambiente ainda que dentro de um modelo institucional e de temas que antes não institucionalizados, agora o foram dentro do movimento. Isso bloqueia as positividades das experiências dentro da nova estrutura e denuncia a falta de um novo modelo de estrutura no movimento. Tudo isso se junta à conjuntura neoliberalista e fica ainda pior.

Nessa os valores mudam e o individualismo se fortalece e faz o estudante tentar quebrar barreiras individualmente, mesmo que só seria possível através de um ato coletivo.[2] Esse modelo tradicional, que busca levar o conhecimento a quem supostamente não o tem, e servir de guia para quem está perdido já não tem mais força. Já foi importante, e ainda é que o movimento tenha seu lado institucional, formal, para que não perca sua referencia e cada um para seu lado, sem onde ter de se unir, mas a extrema institucionalização das ideias, das participações gera problemas, dito que as características do estudante atual diferem do estudante da década de 60, 70, 80 ou 90, um novo modelo precisa ser buscado. A forma de comunicação usada nesses períodos precisa mudar, e mesmo que algumas demandas tenham continuado as mesmas, outras mudaram e algumas apareceram. Sendo um estudante diferente, um trabalhador diferente, novas questões devem ser levadas em conta, novas incógnitas que diferem por exemplo da época da ditadura, onde vivia-se para acabar com a ditadura, o que já não é um modelo com valor atual. Não é possível nem plausível cobrar de um estudante universitário que trabalha 8 horas por dia e vai estudar a noite a participação assídua em reuniões semanais, mas isso não quer dizer que seja impossível sua participação, ela só vai se dar de forma diferente. As demandas desse estudante vão variar das de um que não trabalha, assim como a forma tradicional de convidar a participação deve funcionar mais com o que não trabalha, do que o que trabalha. A forma tradicional, isto é, chega-se ao sujeito e a ele é apresentado o conhecimento já não dá mais, sem conhecimento da vida do sujeito, do que pensa e sabe sobre o movimento, das suas condições de participação, de suas aptidões ou dificuldades, objetivos de vida e as mais variadas características sua atuação não vai ser efetiva, qualquer seja o movimento.

[3]O conhecimento que não seja prático a eles não tem valor, assim como se ele dá o direito a ouvir, deve-se fazer o mesmo, inclusive em uma reunião e deve ser garantido com ou sem reunião o acesso a conhecimentos necessários além das formas de demonstrar a existência de sua necessidade. O conhecimento deve guiar o movimento, e não as opiniões institucionalizadas. Deve conseguir mostrar que muitas de suas questões individuais se dão por falta do senso de coletividade, e que esse mesmo senso na prática pode resolvê-lo, portanto: menos tradicionalismo, mais inovação.  

Lembrem-se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

 Escrito por: Rafael Pisani

 Referencias:

 Marcos Ribeiro Mesquita, « Movimento estudantil brasileiro: Práticas militantes na ótica dos Novos Movimentos Sociais », Revista Crítica de Ciências Sociais [Online], 66 | 2003, colocado online no dia 01 Agosto 2012, criado a 28 Março 2014. URL : http://rccs.revues.org/1151 ; DOI : 10.4000/rccs.1151

 


[1] Todo o texto tem como fonte a única referencia que está na lista, os comentários que forem do presente autor serão demarcados com uma nota de rodapé.

[2] A partir desse ponto palavras do presente autor.

[3] Todo o trecho a frente, exceto a última frase foi de colaboração de Thiago Zoroastro. Link para contato: http://blogoosfero.cc/profile/thiagozoroastro

Observação: No servidor anterior foi postado no dia 14/04/2014 as 12:09. Nesse servidor houveram as seguintes alterações:

 

  1. Retirada de “que” entre “garantido” e “com” no seguinte trecho e substituição de além das formas de demonstrar sua necessidade exista.” paraalém das formas de demonstra a existência de sua necessidade” no seguinte trecho O conhecimento que não seja prático a eles não tem valor, assim como se ele dá o direito a ouvir, deve-se fazer o mesmo, inclusive em uma reunião e deve ser garantido que com ou sem reunião o acesso a conhecimentos necessários, além das formas de demonstrar sua necessidade exista.

 



Sim, nós temos a lei mais moderna do mundo para a internet!!!

22 de Abril de 2014, 18:50, por Blogoosfero - 0sem comentários ainda

gente!

vocês se deram conta do que aconteceu hoje?

nós temos a lei mais moderna do mundo para a internet.

uma lei construída coletivamente, inclusive com a participação d@s blogueir@s do Paraná, do nosso Paraná Blogs.

essa lei é nossa, porra!

nós somos foda!

‪#‎PQP‬ hoje a gente pode gritar:

somos vanguarda da liberdade de expressão na internet!

estamos a frente do mundo todo.

que nos sigam os bons!



A Última "Carta" de Gabriel Garcia Marquez...

22 de Abril de 2014, 17:37, por Poemas Vermelhos... - 0sem comentários ainda

PARA SEMPRE GABO VIVE!

Em um fim de semana adverso para a literatura e para o mundo da arte...a humanidade ficou órfa, ao saber que Gabriel Garcia Marquez nunca mais escreverá, nunca mais nos proporcionará o prazer com que nos prendeu, ensinou e emocionou durante esses longos anos de sua companhia.

O "artista", na verdadeira essência da palavra, deixou uma "carta" escrita em despedida aos amigos, como a sua última rendição à arte da escrita.

A "Carta" Gabriel Garcia Marquez...



"Se por um instante Deus se esquecesse que sou uma marioneta de trapo e me oferecesse mais um pouco de vida, não diria tudo o que penso, mas pensaria tudo o que digo.
Daria valor às coisas não pelo que valem, mas pelo que significam.
Dormiria pouco, sonharia mais.
Entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos 60 segundos de luz.
Andaria quando os outros param, acordaria quando os outros dormem.

Ouviria quando os outros falam e como desfrutaria de um bom gelado de chocolate…
Se Deus me oferecesse um pouco de vida, vestir-me-ia de forma simples, deixando a descoberto não apenas o meu corpo, mas também a minha alma.
Meu Deus, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre gelo e esperava que nascesse o sol.
Pintaria com um sonho de Van Gogh as estrelas de um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que oferecia à Lua.

Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos seus espinhos e o beijo encarnado das suas pétalas…
Meu Deus, se eu tivesse um pouco mais de vida, não deixaria passar um só dia sem dizer às pessoas de quem gosto que gosto delas.
Convenceria cada mulher ou homem que é o meu favorito e viveria apaixonado pelo Amor.
Aos Homens, provar-lhes-ia como estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se apaixonar.
A uma criança dar-lhe-ia asas, mas teria de aprender a voar sozinha.
Aos velhos, ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento.

Tantas coisas aprendi com vocês Homens…
Aprendi que todo o mundo quer viver em cima de uma montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a encosta.
Aprendi que quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão, pela 1ª vez, o dedo de seu pai, o tem agarrado para sempre.
Aprendi que um Homem só tem direito a olhar outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se.
São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas não me hão-de servir realmente de muito, porque quando me guardarem dentro dessa maleta, infelizmente estarei a morrer…"

Gabriel García Márquez)

Por Goretti Vermelha Bussolo.

Imagem livre de licença)



Não tenho tempo para meus direitos

21 de Abril de 2014, 9:05, por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda

 

 

O texto anterior "Não tenho tempo" fez menção a várias ideias relativas à falta de tempo como um todo. O texto foi trabalhando através de dois conceitos centrais: tempo objetivo ou cronológico e tempo subjetivo. Tempo objetivo é definido como o tempo em si, isto é, um minuto tem 60 segundos, 1 hora tem 60 minutos, um dia tem 24 horas e assim por diante, e esse é igual para todo mundo. O tempo subjetivo é que difere de um sujeito para outro, ou seja, o tempo que um sujeito pode levar para executar uma ou mais tarefas específicas pode ser diferente para outro sujeito e dessa forma o “espera um pouco”, ou “já estou chegando” pode ser 1 hora para sujeito A ou 10 minutos para sujeito B. O tempo da consciência difere do tempo dos relógios, sendo ela o tempo subjetivo que é um tempo próprio, sem regularidade e homogeneidade, enquanto o tempo dos relógios é o objetivo. [1] Isso foi relacionado à questão do automatismo da rotina e questionando a falta de tempo através desses dois conceitos e de diferentes formas. Nesse será adicionado um terceiro conceito: o significado de uma atividade para o sujeito. Ainda assim vale tratar um pouco mais dos conceitos de tempo cronológico e subjetivo.

Falta de tempo cronológico significa dizer que cada minuto das 24 horas de cada um dos 7 dias das 4 semanas de cada mês e dos 12 meses do ano estão ocupados com algo, sendo o mesmo que dizer: “minha vida está totalmente programada para sempre” e dizer isso significa algo bastante sério. Ainda assim, analisando isso é possível perceber que é impossível, vejamos um exemplo:

João pereira quer passar em um concurso, mas sabe que para isso precisa estudar e até agora nem tentou porque não tem tempo. Vejamos sua rotina: de segunda a sexta trabalha de 8:00 as 16:00 e a noite estuda em seu curso de recursos humanos de nível técnico de 19: as 22:00. Aos fins de semana tem de ficar com a família e ver os amigos. Por isso tudo João afirma que não consegue estudar para o concurso. Aparentemente é verdade, mas será que é? Vejamos com mais detalhes: No seu trabalho nem sempre está ocupado de fato com o trabalho, muitas vezes ocupa um tempo considerável para dormir e conversar com os colegas, além disso tem 30 minutos de almoço por dia. Nas 3 horas que tem entre o trabalho e o curso técnico leva 1 hora no ônibus de ida para casa e 1 hora no ônibus de ida para o curso, ficando uma hora em casa sozinho, já que a esposa trabalha e os filhos estão na escola. Na volta do curso leva o mesmo tempo no ônibus, podendo ficar esse tempo com os filhos, de resto é o fim de semana. Nesse trecho muitas brechas se abriram. João agora pode estudar nas horas vagas de trabalho, no ônibus, quando está em casa de 17 as 18 e principalmente cortando alguns compromissos de fim de semana . Não existe essa falta de tempo cronológico, mas sim uma falta de consciência de sua organização, o que tem a ver com o tempo subjetivo. Para outra pessoa a organização pode ser diferente, mas de alguma forma pode haver tais brechas. O indivíduo pode considerar a mudança um sacrifício, algo difícil de fazer, mas ainda assim isso não quer dizer que é impossível, mas uma mudança de consciência do tempo psicologicamente difícil. Nesse ponto caímos no campo do tempo subjetivo.

Nesse sentido além da organização mental do tempo temos o significado da atividade. Apesar das brechas temporais cronológicas a falta de organização temporal pode fazer o sujeito não ser capaz de incluir algo novo. Em terceiro sentido se a atividade a ser incluída tem pouco valor, ou não se crê que o objetivo vai ser alcançado então não haverá tentativa de incluir a atividade na rotina. Assim, quem quer fazer concurso, mas não acredita que vá passar, ou a pessoa que é convidada a participar de um movimento social e não aceita e nega ambos dizendo que a razão é não ter tempo pode estar dizendo que: não acredita no potencial da ideia, não tem consciência do próprio tempo ou não sabe organizar o próprio tempo. Além de tudo isso movimento social não quer dizer só movimento estudantil ou sindical, significa também luta por moradias, baixa dos impostos e preços dos alimentos, melhores condições para mulheres e homens presos, doação de alimentos e roupas para quem precisa ou até mesmo a criação de uma ONG. Apesar de cada caso ser um, vale a pena pensar nisso não?

Lembrem-se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

Escrito por: Rafael Pisani

Referencias:

Disponível em: http://jus.com.br/artigos/23107/o-tempo-subjetivo-e-as-emocoes-negativas-na-duracao-do-processo-penal  Sebastião Raul Moura Júnior/ http://jus.com.br . Data de acesso: 16 de março de 2014



Não tenho tempo

21 de Abril de 2014, 9:02, por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda

 

Diariamente, em conversas casuais ouço essa frase: “Não tenho tempo”, e é sobre isso que vamos tratar essa semana. Se um convite é feito para ir ao cinema você diz: “Não tenho tempo”, se alguém chama para uma festa durante a semana você diz: “Não tenho tempo”, se alguém chama para uma festa no fim de semana você diz: “Não tenho tempo”, se alguém faz um convite para ir a um clube no fim de semana você diz: “Não tenho tempo”, se alguém te chama para ir a casa de um parente em dia de semana você diz: “Não tenho tempo”, se o mesmo convite é feito em um fim de semana você diz: “Não tenho tempo”, se alguém te chama para fazer academia você diz: “Não tenho tempo”, se alguém te chama para fazer alguma atividade física [1] você diz: “Não tenho tempo”, se alguém te chama para estudar você diz: “Não tenho tempo”, se alguém te chama para dar um tempo a si mesmo você diz: “Não tenho tempo”. Se alguém te chama para viver você diz: “Não tenho tempo”. O que dizer mais sobre isso? Vamos a algumas estatísticas:

Uma pesquisa foi realizada pelo data folha  em 2012 com 800 mulheres com idade entre  18 e 64 anos em nove capitais brasileiras além de Brasília, com mulheres com algum tipo de trabalho remunerado. O resultado foi que 7 em cada 10 mulheres afirmaram faltar tempo no dia a dia e 75% delas acreditam que a conciliação de trabalhos domésticos e trabalho deixa a rotina cansativa. Muitos dos elementos que faltavam tempo era cuidar de si mesmas com 58%, ficar com a família 46% e tempo para se divertir 42%. Ainda assim 91% afirmaram que o trabalho é fundamental para a vida,  5% discordaram e 4% não souberam responder. [2] Para não haver muito aprofundamento em dados vamos parar por aqui com eles, agora vamos à diferença entre tempo objetivo e subjetivo.

Tempo objetivo é definido como o tempo em si, isto é, um minuto tem 60 segundos, 1 hora tem 60 minutos, um dia tem 24 horas e assim por diante, e esse é igual para todo mundo. O tempo subjetivo é que difere de um sujeito para outro, ou seja, o tempo que um sujeito pode levar para executar uma ou mais tarefas específicas pode ser diferente para outro sujeito e dessa forma o “espera um pouco”, ou “já estou chegando” pode ser 1 hora para sujeito A ou 10 minutos para sujeito B. O tempo da consciência difere do tempo dos relógios, sendo ela o tempo subjetivo que é um tempo próprio, sem regularidade e homogeneidade, enquanto o tempo dos relógios é o objetivo. [3]Dependendo a forma como o tempo subjetivo se organiza, ou se desorganiza pode ser que de fato o sujeito se considere sem tempo, já que não sabe organizar o próprio tempo. Outro por saber organizar pode ter tempo de sobra, ou não, já que muita organização pode significar tudo em seu lugar específico, sem tirar nem colocar e isso é de fato ambíguo. Ainda assim de forma geral o fato de “não ter tempo” pode conter aspectos do tempo objetivo e subjetivo.  Todos esses dois tempos acabam se misturando no que chamamos de rotina.

Pode ser preciso se afastar da rotina usual para ver o que é necessário. O costume com a rotina pode nos tornar cegos e fazer seguir a vida no automático, não tendo a percepção de que uma ou mais “coisas” não estão indo bem. Nesse sentido cada um possui sua rotina e tem sua própria forma de lhe-dar com ela, havendo um contraste entre o tempo subjetivo e objetivo. Essa situação pode gerar uma sensação de impotência, conformismo ou até mesmo doença mental e física. Nesse sentido parece realmente valer a pena sair da rotina, ter conhecimento dela e olhá-la de fora, como se não pertencesse a você e basta simplesmente sair da inércia, a roda da rotina. [4]

Por fim parece valer a pena analisar que a rotina não é composta apenas de atividades principais como trabalho, escola ou faculdade, mas além disso um monte de mini tarefas as quais não tomamos consciência como conversas jogadas fora no trabalho, ligações telefônicas, aparelhos telefônicos que nem mesmo podem ser chamados mais de telefone, pois já assumiram funções  de fazer pagamentos, fotografar, filmar, enviar mensagens[5] e utilizar redes sociais, parecendo que o ato de telefonar se tornou só mais uma função, e a internet com certeza entra nesse bolo. Como foi dito no primeiro parágrafo: Se alguém te chama para viver e você diz: “Não tenho tempo” isso traz a pergunta que não quer calar: temos tempo? O tempo responde: Quanto tempo o tempo tem? O tempo respondeu ao tempo: tenho tanto tempo quanto o tempo tem”. O que mais há para dizer sobre isso?[6]

Lembrem-se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

Escrito por: Rafael Pisani

Referencias:

Disponível em: http://jus.com.br/artigos/23107/o-tempo-subjetivo-e-as-emocoes-negativas-na-duracao-do-processo-penal  Sebastião Raul Moura Júnior/ http://jus.com.br . Data de acesso: 16 de março de 2014

Disponível em: http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=15602 Instituo AION/ http://somostodosum.ig.com.br . Data de acesso: 16 de março de 2014

Disponível em: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/viverbem_falta_de_tempo.htm Eliza Kozasa/ http://www2.uol.com.br . Data de acesso: 16 de março de 2014

Disponível em: http://www.renatoscarpin.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=174:a-falta-de-tempo&catid=34:blog-da-semana Renato Scarpin/ http://www.renatoscarpin.com.br . Data de acesso: 16 de março de 2014

 

Disponível em: http://www.trabalhando.com/conteudo/noticia/20987/falta-de-tempo-e-cansaco-atingem-7-em-cada-10-brasileiras.html  Trabalhando.com/ http://www.trabalhando.com . Data de acesso: 16 de março de 2014


[1] Fonte da atividade física: http://www.renatoscarpin.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=174:a-falta-de-tempo&catid=34:blog-da-semana

[2] Fonte desses dados: http://www.trabalhando.com/conteudo/noticia/20987/falta-de-tempo-e-cansaco-atingem-7-em-cada-10-brasileiras.html

[3] Fonte do tempo da consciência e do tempo do relógio: http://jus.com.br/artigos/23107/o-tempo-subjetivo-e-as-emocoes-negativas-na-duracao-do-processo-penal

[4] Fonte da questão da rotina: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/viverbem_falta_de_tempo.htm

[5] Fonte das novas funções do telefone até aqui:  http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=15602

[6] Fonte da frase: http://jus.com.br/artigos/23107/o-tempo-subjetivo-e-as-emocoes-negativas-na-duracao-do-processo-penal



#Descomplica: Copa do Mundo 2014

15 de Abril de 2014, 10:59, por Bertoni - 0sem comentários ainda



Chamada de Trabalhos para o FLISOL 2014 em Curitiba vai até 15/03

16 de Fevereiro de 2014, 15:24, por Bertoni - 0sem comentários ainda

A 10a. edição do FLISOL - Festival Latino-americano de Instalação de Software Livre, acontecerá no dia 26 de abril de 2014 em várias cidades, incluindo Curitiba.

A Comunidade Curitiba Livre está iniciando a chamada de trabalhos para os interessados em palestrar. O envio de proposta de palestra ou oficina deve ser feito até o dia 15 de março de 2014.

O FLISOL 2014 acontecerá no Campus da Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR.

Endereço: Rua Imaculada Conceição, 1.155, Prado Velho - Curitiba PR

Para conhecer mais sobre o evento, enviar proposta de palestra/oficina ou se inscrever, acesse: http://www.curitibalivre.org.br/flisol

Obs: voluntários para ajudar na organização e durante o FLISOL também são muito bem-vindos :-)

Abraços,

Paulo Henrique de Lima Santana

http://www.phls.com.br

Tim (41) 9638-1897

GNU/Linux user: 228719 GPG ID: 0443C450



Tente se informar para emitir sua opinião!

30 de Janeiro de 2014, 8:52, por Bertoni - 0sem comentários ainda

"Quando temos acesso a um instrumento como a internet, que nos permite ser mais iguais, participar dos meios de comunicação não apenas ouvindo, mas interagindo, dando a nossa opinião, aumenta a nossa responsabilidade", ressalta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em vídeo sobre internet e redes sociais. Ele afirma ser contra qualquer veto à utilização da internet, mas lembra que as pessoas precisam ser responsabilizadas pelos seus atos também na rede.

No vídeo, Lula fala das mudanças da comunicação entre sua época sindical e os tempos atuais e ressalta que todo o espaço de liberdade é também de responsabilidade. O ex-presidente afirma que as críticas fazem parte da democracia, mas que devem ser sempre fundamentadas para evitar a disseminação de informações falsas."A crítica faz parte da democracia que a internet permite a todos nós todos os dias".

Sobre sua página no Facebook, Lula diz estar "feliz que tenha 500 mil pessoas seguindo" e convoca todos a ajudar com apoio e críticas para que o país avance ainda mais. Ele lembra que na área de internet ainda há muitos desafios, como levar computador e banda larga a toda população e garantir um acesso igual à informação.

Vídeo: Ricardo Stuckert/Instituto Lula



Para não esquecer o Marco Civil da Internet

13 de Janeiro de 2014, 16:16, por Bertoni - 0sem comentários ainda



Classes e luta de classes: desafios para 2014

13 de Janeiro de 2014, 10:34, por Bertoni - 0sem comentários ainda

Muitos acreditam que os acontecimentos de junho de 2013 mostraram que amplos segmentos aparentemente adormecidos podem acordar e despertar para exigir justiça e direitos sociais. E, ao fazê-lo de forma radical, podem causar um sobressalto no status quo instalado. Diante disso, consideram que a classe trabalhadora brasileira terá certamente que travar ainda muitas batalhas para que os seus filhos, muitos dos quais estiveram nas ruas, ou continuam tentando ocupá-las, possam aceder a uma posição estável, a um emprego qualificado e a um futuro auspicioso.

No entanto, entre as batalhas em curso e futuras, encontram-se, certamente, as da burguesia contra o governo Dilma. Está cada vez mais evidente que a classe burguesa dominante pretende impedir qualquer pretensão de aumentar a participação do Estado na economia. Ela teme, como o diabo da cruz, que tal participação possa eventualmente reduzir os ganhos astronômicos de seu capital, redirecionando parte deles para resolver problemas sociais acumulados há décadas.

A burguesia se deu conta do evidente esgotamento da política de crescimento através do estímulo ao consumo, iniciado em 2003. Sabe que se tornou indispensável, para a continuidade do crescimento econômico e do desenvolvimento social, o aumento dos investimentos produtivos. Por isso, ao mesmo tempo em que ataca o aumento da intervenção do governo na economia, o chantageia, segurando seus investimentos, apesar das evidentes vantagens oferecidas nas concessões público-privadas.

Só quem não se apercebeu dessa tática, tanto da burguesia brasileira quanto da burguesia estrangeira, deixou de entender que elas jogaram pesado para o total malogro do leilão de campo petrolífero de Libra. Elas consideram absurdo o novo regimento para a exploração do pré-sal, no qual a Petrobras deve ser a operadora única. Fizeram de tudo para que as empresas com recursos para viabilizar a exploração e a produção se negassem a participar do leilão, na esperança de que isso colocasse o governo contra a parede e o obrigasse a mudar as regras.

A virada somente ocorreu com a entrada dos chineses na jogada. Foi isso que forçou a participação dos holandeses e franceses, temerosos de perder posições na concorrência global. E não é por acaso que dez entre dez analistas burgueses continuem verbalizando que o leilão foi um fracasso e uma privatização disfarçada, ao mesmo tempo em que reclamam ser imprescindível a flexibilização ou mudança das regras, permitindo às estrangeiras serem operadoras, numa privatização aberta.

Do ponto de vista político, essas reações da burguesia contra a maior participação do governo na economia também explicam, em grande medida, os movimentos em curso para as eleições de 2014. A maior parte dessa classe dominante não está disposta a participar de um governo de esquerda que pretenda introduzir reformas estruturais, mesmo pontuais, para realizar um desenvolvimento socialmente menos desigual. Ela não concorda com a introdução de impostos progressivos, ao invés de regressivos, que hoje pesam principalmente sobre os assalariados. Nem quer perder seu poder sobre os congressistas, com o fim dos financiamentos privados às campanhas eleitorais.

A grande burguesia, em especial, é visceralmente contra o rompimento do domínio monopolista sobre a economia. Não aceita qualquer medida que democratize a propriedade industrial, comercial, agrícola, dos serviços, da mídia e do solo, e incentive a concorrência para reduzir os preços e desenvolver mais rapidamente as forças produtivas. Não aceita a redução das jornadas de trabalho, a melhoria dos salários, nem a universalização dos serviços públicos. Portanto, não lhe interessam medidas através das quais seria possível reduzir a população excluída do mercado de trabalho e proporcionar à maior parte da população condições dignas de vida. Ao contrário, pretende jornadas maiores, salários menores, e mais privatização dos serviços públicos, com foco público mistificador apenas sobre alguns setores da população.

O paradoxo consiste em que, a rigor, nenhuma dessas mudanças é anticapitalista, ou socialista, a não ser para aquelas mentes caboclas que, como as do Tea Party estadunidense, são capazes de enxergar socialismo em qualquer medida de sentido social. Portanto, a maior parte da burguesia brasileira se movimenta para impedir a reeleição de um governo que esteja comprometido com um tipo de desenvolvimento econômico que esteja associado a desenvolvimento social. Ela sabe que esse comprometimento e, ao mesmo tempo, a renovada pressão das ruas tendem a fazer com que o Estado volte a ser o instrumento para a imposição de um caminho social que não pretende seguir.

Por outro lado, grande parte dessa burguesia também tem a clara percepção de que suas vias de desenvolvimento autônomo estão bloqueadas por sua profunda associação com as corporações transnacionais estrangeiras, comandadas por um sistema financeiro sem peias. Em tais condições, todas as tentativas de formular uma terceira via, entre a esquerda e a direita, que poderiam ser palatáveis para as classes sociais beneficiadas pelas políticas de transferência de renda e de aumento do salário mínimo petistas, parecem se bater contra barreiras intransponíveis. Não por acaso, a proposta marinista de superar a polarização PT-PSDB, silenciosamente endossada por socialistas rosa-esmaecidos, descambou rapidamente para a proposta de liquidação do chavismo petista, algo talvez apenas inteligível pela extrema-direita tucana.

Apesar disso, seria ilusão pensar que essa polarização, real e aparentemente intransponível, empurrará o centro burguês para um provável programa de mudanças estruturais para a reeleição de Dilma. Na verdade, como se torna cada vez mais evidente, o centro-burguês, espalhado pelo PMDB e por outros partidos, utilizará a chantagem extremada contra o pretenso chavismo petista para arrancar o máximo de concessões e evitar que o programa da candidatura Dilma inclua qualquer tipo de reformas estruturais.

Emergiram, porém, problemas diferentes daqueles existentes nas eleições de 2006 e 2010. É certo que o centro-burguês e parte da esquerda acham que estão ganhando e não se deveria mexer em nada, deixando tudo como está. Mas é evidente a pressão da grande burguesia por um retrocesso, mesmo em políticas que pareciam consensuais, como a redução da taxa de juros, o Bolsa Família, e as parcerias público-privadas para a reconstrução da infraestrutura. O leilão de Libra, por mais que a esquerda da esquerda tenha se rebelado contra, se tornou o toque de finados de um tratamento civilizado do governo Dilma pela burguesia e um grito de alerta para barrar o propalado avanço estatizante.

Paralelamente, e talvez como um dos elementos de acirramento da inflexão da burguesia, terminou a paz das ruas. Pelo menos aquela paz que só não era total porque as ações policiais contra o banditismo presente no seio da imensa ralé dão a impressão de o país estar em meio a uma guerra civil sem fim. As manifestações de junho de 2013 colocaram milhões de pessoas de grandes e médias cidades reclamando de tudo, mas principalmente de mobilidade urbana, saúde, educação e segurança. De um momento para outro, o descenso das mobilizações sociais, que perduravam por mais de 25 anos, se transformou em nova ascensão. Mesmo que ainda não tenha conquistado consistência programática, essa ascensão trouxe à luz aquilo que Ermínia Maricato repete há muito: cidades não são apenas espaços da luta de classes. São, por si sós, luta de classes.

Com mais de 80% da população concentrada em cidades médias e grandes, as aglomerações urbanas brasileiras se transformaram no principal berço de reprodução da força de trabalho e num mercado de disputa selvagem de valores de troca, que incluem o solo, habitações, transportes, espaços públicos e a própria vida humana. Nas cidades, o capitalismo brasileiro coloca a nu sua natureza predatória, irracional e caótica. A especulação imobiliária empurra a periferia pobre para novas fronteiras sem infraestrutura alguma. E cria aquilo que Maricato chama de nó da terra, ardil da informalidade e juventude exilada.

Se olharmos com mais atenção para as manifestações de junho e posteriores, e para a crescente violência que, paradoxalmente, tem acompanhado a melhoria das condições de vida de milhões de brasileiros, incluindo o fenômeno black blocks, poderemos concluir que houve um erro sério nas prioridades governamentais referentes à reconstrução da infraestrutura do país. Embora ferrovias, rodovias, portos e navios sejam essenciais para o desenvolvimento econômico, a infraestrutura e as reformas que deveriam ter ocupado a posição prioritária são aquelas referentes à mobilidade, saúde, educação, segurança e alimentos bons e baratos. Infraestrutura que, ao ser reconstruída, também proporcionaria uma importante alavancagem para o crescimento industrial e para o aumento da oferta de alimentos e outros bens de consumo corrente.

Foi esse, e continua sendo, o principal recado das ruas. Um recado que, para ser atendido, precisará de mais ação do Estado. E que, queiramos ou não, acirrará as contradições tanto com a grande burguesia quando com parte da burguesia média e pequena. São essas modificações no processo de luta de classes, seja entre a burguesia e o governo, seja entre grandes massas populares e o processo de desenvolvimento em curso, que foram trazidas à tona pela nova ascensão da luta de classes.

E são elas que estão corroendo as alianças que levaram Lula e Dilma ao governo, e precisam ser substituídas por outras que tenham por base os atores sociais da base da sociedade que estão se movimentando. Nessas condições, 2014 tende a ser tão ou mais turbulento, desafiante e cheio de emoções que 2013.

Wladimir Pomar é escritor e analista político.

Fonte: Correio da Cidadania