Após seis anos, projétil que matou jovem é encontrado
Do Brasil de Fato
Um laudo pericial apontou a existência de um projétil nos restos mortais do gari Edson Rogério Silva dos Santos, morto em maio de 2006 por grupos de extermínio da polícia militar, conforme indica o recente acórdão judicial do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Em nota, o Movimento Mães de Maio disse que recebeu a informação nesta terça-feira (3) durante a devolução da ossada do jovem no Cemitério da Areia Branca em Santos (SP). O corpo de Edson foi exumado no dia 13 de junho pelo Instituto Médico-Legal (IML) de São Paulo, depois de um pedido do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, para investigar se o projétil com o qual o jovem foi enterrado é compatível com uma arma apreendida em Cubatão durante as investigações.
Conforme dados do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), 493 pessoas foram mortas nos Crimes de Maio, como ficaram conhecidos os assassinatos ocorridos entre 12 e 20 de maio de 2006. De acordo com o relatório “São Paulo sob achaque: corrupção, crime organizado e violência institucional em maio de 2006”, realizado pela ONG de defesa de direitos humanos Justiça Global e pela Clínica Internacional de Direitos Humanos da Faculdade de Direito de Harvard, pelo menos 112 execuções tiveram a participação de policiais militares.
Desde que seu filho foi enterrado, Débora Maria vinha afirmando que havia uma cápsula alojada em seu corpo e deveria ter sido elemento fundamental para a devida investigação e esclarecimento dos responsáveis diretos e indiretos pela sua morte.
Segundo nota do movimento, há indícios de que o projétil tenha sido disparado pela mesma arma que matou outros jovens nos assassinatos que vêm ocorrendo na Baixada Santista desde então.
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