Por Lilian Milena, no brasilianas.org
‘Mapa da Violência 2012: A cor do homicídio no Brasil’ aponta queda no número absoluto de homicídios entre a população branca, entretanto mostra aumento considerável do número de vítimas negras. A tendência foi verificada tanto no conjunto geral da população, quanto entre os jovens. O trabalho, coordenado pelo sociólogo do Instituto Sangari, Julio Jacobo Waiselfisz, foi realizado com base nos dados do Sistema de Informações da Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS).
O levantamento aponta que o número de “homicídios brancos” caiu de 18.867, em 2002, para 14.047, em 2010, representando um recuo de 25,5%. Já a quantidade de homicídios de pessoas negras, no mesmo período, aumentou de 26.952 para 34.983, alta de quase 30%. A região Norte do país concentrou 125,5% das mortes de pessoas negras por homicídios entre 2002 e 2010. O estado do Rio Grande do Norte (Nordeste) veio em seguida, com 96,7% dos casos.
A Taxa de Vitimização Negra, cálculo da relação entre taxas de homicídios de brancos e as taxas de negros, aponta que em 2002 o índice nacional de vitimização de negros foi de 65,4, ou seja, morreram 65,4% mais negros que brancos naquele ano. Em 2006, a taxa passou para 90,8%, enquanto que, em 2010, a taxa chegou a 132,3%. Assim, a cada branco vítima de homicídio proporcionalmente morreram 2,3 negros pelo mesmo motivo em 2010. Em números absolutos, a taxa geral de mortes por assassinatos no Brasil é de 27,4 a cada 100 mil habitantes.
Os estados com mais casos de homicídios da população negra são Alagoas, Espírito Santo e Paraíba, com taxas de 80,5; 65,0 e 60,5 para cada 100 mil negros, respectivamente.
O ‘Mapa da Violência 2012: A cor do homicídio no Brasil’ foi apresentado oficialmente nesta manhã (29), em Brasília, junto ao Plano Nacional de Prevenção à Violência contra Juventude Negra, no âmbito das atividades do Mês da Consciência Negra. Segundo o Ministério da Saúde, 53% dos homicídios registrados no país atingem pessoas jovens, das quais mais de 75% são jovens negros, de baixa escolaridade e, na grande maioria, homens.
Para acessar o estudo na íntegra, clique aqui.
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