Por Igor Felippe
O resultado do 1º turno assustou a campanha da presidenta Dilma Rousseff. Muitos alimentavam a ilusão de vencer em 5 de outubro… A votação de Aécio Neves ficou bem acima do que era esperado, com base nas pesquisas. O tucano ultrapassou Marina Silva e colou na candidata do PT, ficando com 8% atrás.
Uma eleição é feita de diversos componentes objetivos. No entanto, tem elementos subjetivos muito importantes, que formam um clima que influencia as pessoas. Essa atmosfera que anima ou constrange tanto a ação da militância como a manifestação de opinião do cidadão comum.
O clima ficou pesado depois da primeira votação para a campanha de Dilma, enquanto a de Aécio Neves entrou em uma fase positiva, comemorando seus 35 milhões de votos, surfando nas acusações do caso Petrobras e congregando apoio de presidenciais e partidos. A adesão da família de Eduardo Campos, de Marina Silva e do PSB, um aliado histórico do PT, foi um sinal de que a maré estava virando e, depois de 12 anos, o PT poderia perder a eleição.
Assim, o clima estava favorável a Aécio e as primeiras pesquisas referendaram essa sensação, especialmente em São Paulo, onde os tucanos têm uma força impressionante. Em São Paulo, o anti-petismo raivoso criou um clima ruim e deixou o horizonte cinza, deixando os apoiadores na defensiva.
A melhor imagem para ilustrar é um boxeador no canto do ringue, encostado nas cordas, cansado e apanhando do adversário, deixando o tempo passar sem apresentar qualquer sinal de reação.
É nesse contexto que entra o debate entre Dilma e Aécio na TV Bandeirantes, que pode ser o divisor de água nesta campanha presidencial.
Por quê?
Porque Dilma, como a representante dos setores progressistas nestas eleições, teve uma postura altiva e mostrou que os apoiadores da sua candidatura podem enfrentar o debate político de cabeça erguida.
Dilma comprovou que é possível ir para cima e colocar os tucanos na defensiva, com todo o seu discurso moralista, suporte da mídia e retaguarda da extrema-direita.
Dilma mostrou que, se o ponto for corrupção, os tucanos têm que explicar a Privataria Tucana, Mensalão Tucano, o Propinoduto Tucano e os aeroportos de Cláudio e Montezuma.
Dilma mostrou que, se o tema for conduta moral, Aécio terá que explicar as acusações que recebeu de agredir uma namorada em um evento público.
Dilma mostrou que, se o assunto for economia, os tucanos terão que comparar as gestões do PT com as do PSDB, no governo Fernando Henrique Cardoso, que privatizou o patrimônio público, achatou o salário mínimo e deixou o desemprego nas alturas.
Assim, a petista deu o sinal para os apoiadores da sua campanha levantar a cabeça e enfrentar o debate, com os vizinhos, colegas de trabalho, amigos e conhecidos.
O clima está mudando e a campanha Dilma ganhou um oxigênio, que poderá tirar da defensiva e colocar em movimento os setores progressistas da sociedade, que tem um papel fundamental para barrar o candidato do retrocesso.
Dilma tirou a campanha das cordas e deu fortes golpes no adversário, que sentiu a porrada. Agora, os setores progressistas podem continuar a ofensiva para ganhar por nocaute ou ficar em compasso de espera sob o perigo de sofrer uma nova ofensiva dos tucanos, da Polícia Federal e da mídia.
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