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Rodrigo Vianna

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Humala completa um ano de governo sob críticas

29 de Julho de 2012, 21:00 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Governo Humala completa primeiro ano sob críticas e baixa aprovação
Por Márcio Zonta, no Operamundi

Quando o militar reformado Ollanta Humala recebeu a faixa presidencial no Palácio Pizarro, em Lima, há exatamente um ano, existia no Peru a esperança de uma inédita mudança no quadro social do país. No entanto, com um ano de governo completo neste sábado (28/07), seu mandato é mais comentado pelas trocas ministeriais constantes, a violência policial contra protestos sociais e o favorecimento às grandes empresas ligadas à mineração.

Em recente pesquisa realizada no fim de junho pela empresa GFK para o jornal La República, a popularidade do presidente caiu oito pontos em um mês, chegando a 43%. Sua aprovação no início de mandato caiu de 53% para 35% no interior do país, onde se concentra sua principal base eleitoral. Segundo a GFK, a gestão da economia foi o que segurou a aprovação de Humala em Lima, com 51%.

Para 60% dos entrevistados, o país permanece igual após um ano, dado preocupante para um governo que encarnou aspirações de mudança no dia da posse.

Na pesquisa da GFK, os principais pontos de aprovação de Humala são o “bom gerenciamento para melhorar o país” (47%), “o trabalho em programas sociais para os pobres” (45%) e o “cumprimento de suas promessas” (42%). Por outro lado, os eleitores desaprovam justamente como principal fator de rejeição o “não cumprimento com suas promessas” (71%), a corrupção (46%) e a segurança (45%).

As relações internacionais (33%) e o desenvolvimento de programas sociais para os pobres (29%) figuram entre as principais conquistas do gerenciamento de Humala, enquanto seus aspectos pior avaliados são a luta contra o crime (55%), o terrorismo (52%), o narcotráfico (51%) e a corrupção no Estado (45%).

Três quartos dos entrevistados afirmam que o presidente deveria viajar às zonas onde existem conflitos socioambientais pelo desenvolvimento de atividades mineradoras para negociar uma solução, como nos casos da província de Espinar e da região de Cajamarca.

Críticas
De acordo com analistas políticos ouvidos pela reportagem de Opera Mundi afirmam que, entre as principais razões que apontam para essa queda de popularidade do governo é está a morte de 18 civis durante protestos populares, a maioria de grupos sociais contra projetos de mineração. Isso se deve, em parte, à fama do presidente em adotar uma postura militarizada, pouco aberta ao diálogo.

Analistas políticos peruanos também criticam o governo por aceitar a influência da ala fujimorista (extrema-direita peruana), ocasionada por um acordo político costurado através da distribuição de cargos no governo e troca de ministros.

A pista inicial dessa aproximação aconteceu durante a primeira mudança de seu gabinete ministerial. Nomes, em sua maioria, considerados progressistas, foram trocados por militares e empresários do ramo da mineração.

“Humala limpou os progressistas do palácio peruano”, diz Oscar Ugarteche, economista peruano que trabalha no Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade do México.

Em dezembro de 2011, o chefe de Estado trocou o premiê Salomón Lerner Ghitis pelo militar e empresário da mineração Oscar Valdés, além de empossar outros nomes em diversas áreas dos ministérios com o mesmo perfil. Ghitis ficou conhecido como homem de confiança do general e ex-presidente progressista Juan Velasco Alvarado (1968-1975), que o colocou à frente da Empresa Pública de Comercialização de Farinha e Azeite de Pescados na década de 1970.

Já Valdés é proprietário de empresas que exploram minério na província de Moquegua ao sul do Peru. Além de admirador do ex-ditador Alberto Fujimori, ele também é um dos principais entusiastas do Projeto Conga, elaborado pela mineradora norte-americana Newmont para administrar Yanacocha, a segunda maior mina de ouro do mundo localizada em Cajamarca, norte do país. Os protestos ocorrem porque a população local é contra os impactos ambientais que a exploração poderá causar na região. Entre outros fatores, ela ameaça o fornecimento de água e a atividade agropecuária local.


Fonte: http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/governo-humala-completa-primeiro-ano-sob-criticas-e-baixa-aprovacao.html

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