Por Altamiro Borges, no Blog do Miro
O governador tucano Marconi Perillo voltou a sumir das manchetes dos jornalões e do noticiário das emissoras de tevê. Já nas últimas semanas, por mera coincidência, aumentou o número de anúncios do governo de Goiás em vários veículos. É sabido que a sua gestão reserva uma das mais generosas verbas para a publicidade no país. Será que Perillo fez algum “acordo” com os barões da mídia? É só uma perguntinha ingênua na busca da justa transparência de informações tão defendida pela imprensa – para os outros e não para ela!
Suspeita de contas em paraísos fiscais
O sumiço do tucano não significa que não existam mais novidades sobre suas estranhas relações com Carlinhos Cachoeira. Na semana passada, um dossiê apreendido pela Polícia Federal na casa de Adriano Aprígio, ex-cunhado do mafioso, levou a Procuradoria-Geral da República a ressuscitar a investigação sobre a suposta existência de contas de Marconi Perillo no exterior. O dossiê lista três contas, uma delas no banco suíço UBS, atrelada à empresa Aztec Group S/A, sediada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas.
Em 2010, o UBS enviou ofício informando que o papel era uma “falsificação”. Mas a PGR afirma agora que documentos mostram que o representante da Aztec é um ex-suplente de Marconi Perillo, Paulo Jesus. No dossiê, há uma procuração em que ele dá plenos poderes para a movimentação da conta ao grão-tucano. Estes documentos, que agora serão analisados, reforçam os boatos sobre lavagem de dinheiro, evasão de divisas e uso de contas em paraísos fiscais que já pesavam sobre Marconi Perillo.
Nova convocação para a CPI
Estas e outras denúncias levaram os integrantes da CPI do Cachoeira a propor uma nova convocação do governador para depor. A proposta não teve qualquer repercussão na mídia demotucana. No mesmo esforço de blindagem, a Assembleia Legislativa de Goiás, controlada pelo tucano, decidiu se antecipar para evitar novos constrangimentos. O presidente da casa, deputado Jardel Sebba (PSDB), já entrou com pedido de liminar no STF para que a CPI “não convoque, nem obrigue a comparecer ou mesmo investigue ou indicie Perillo”.
Como se nota, é grande o esforço para blindar o governador tucano. Será que a mídia, sempre tão seletiva, está metida nesta tramoia. Não seria o caso do governo de Goiás dar transparência absoluta aos seus gastos em publicidade – quanto e para que veículos – para evitar suspeitas descabidas?
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