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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Mulheres de Campo Largo não têm setor específico para fazer denuncias

20 de Julho de 2018, 11:51, por Terra Sem Males

Em entrevista, Zeila Plath, advogada, atual presidente do Conselho Municipal do Direito da Mulher, Secretária de Desenvolvimento Social de Campo Largo e há mais de 15 anos tratando desse assunto, explica que reativar a Delegacia da Mulher ou criar um setor específico na cidade “não é nem mais uma luta nossa, é uma briga, e faz tempo”

Quem estava no planeta Terra nos últimos dias sabe que recém acabou a Copa do Mundo de Futebol. A mobilização da massa é comum, até porque vivemos no ‘país do futebol’, certo? Mas será que essa expressão está correta? Não seria mais apropriado falar que o Brasil é o ‘país do futebol masculino’? Se você acha que não, responda essa outra pergunta: você sabe quando e onde acontecerá a próxima Copa do Mundo de Futebol Feminino? Digo mais: você sabia que a Marta, maior jogadora de futebol da história do Brasil, recentemente foi nomeada embaixadora da ONU? E que uma das suas principais lutas será por igualdade de gênero?

Mas, diz aí, na sinceridade, você acompanha mais a trajetória da Marta ou do Neymar? De qualquer forma, você deve ter ouvido falar que na final da Copa do Mundo de Futebol entre França e Croácia houve um protesto, né? Pois é, quem ‘assina’ a ação direta é o grupo feminista russo de música e arte, Pussy Riot. Na oportunidade, quatro integrantes, Veronika Nikulshina, Olga Pakhtusova, Olga Kurachyova e Pyotr Verzilov (o único homem) pararam, por alguns minutos, a final da Copa em protesto à FIFA, ao governo Putin e suas práticas contra a liberdade de expressão e a livre manifestação de grupos feministas e da comunidade LGBT.

Bom, você já deve ter percebido que o assunto não é sobre futebol. E o protesto do grupo feminista russo resultou em 15 dias de prisão para os membros, além da proibição deles em eventos esportivos por três anos. Mas, independente da discussão sobre ‘como protestar’, a principal questão é: precisamos falar sobre igualdade de gênero e tudo que envolve a luta feminista. Mais uma coisa: já parou pra pensar que qualquer manifestação contra o machismo é punida rapidamente? Já as agressões contra a mulher…

Lembre-se: o famoso caso, no Rio de Janeiro, da vereadora Marielle ainda não foi solucionado. Já se passaram meses e até agora ninguém sabe quem matou e quem mandou matar Marielle e Anderson, o motorista da vereadora. Ambos foram assassinados no centro da capital carioca em plena intervenção militar na ‘cidade maravilhosa’.

Trazendo para o Paraná, em pouco mais de três anos da Lei do feminicídio – que passou a vigorar em março de 2015; foram registrados mais de 460 casos do crime (incluindo tentativas). São aproximadamente 13 casos de feminicídio por mês (considerando inquéritos concluídos e em andamento). Isso representa uma média de um novo caso a cada dois dias. Os números são do Ministério Público (MP-PR).

Campo Largo

E na Capital da Louça, quando uma mulher tem algum problema, onde ela encontra ajuda? Se em outubro de 2017 existia uma incerteza (leia entrevista “As mulheres de Campo Largo ainda estão desamparadas e desprotegidas”, com Ávila Maria Garrett Savi de Andrade, ex-presidente do Conselho Municipal do Direito da Mulher), hoje as mulheres campolarguenses têm se reunido permanentemente para combater os abusos impostos por uma sociedade machista.

“O Conselho funciona como órgão fiscalizador. Está atuando na promoção de políticas públicas para beneficiar a mulher”, explica Zeila Plath, atual presidente do Conselho Municipal do Direito da Mulher e Secretária de Desenvolvimento Social de Campo Largo. Ela acrescenta que o órgão municipal também fiscaliza desde questões ligadas a saúde da mulher (como a violência no parto), até o trabalho de inseri-las na sociedade civil: empoderar, mostrar pra elas que temos que participar da política, sermos mais autônomas”.

‘Abrindo um parênteses’: é bom lembrar que o termo ‘empoderamento feminino’ foi o mais procurado no Brasil quando o assunto era ‘tendências visuais’, isso em 2016. A informação é do site Shutterstock – uma agência de banco de imagens fundada em 2003, com sede em Nova York. Em 2010, a ONU lançou os princípios de empoderamento das mulheres (veja AQUI – via ONU Mulheres).

Voltando a Campo Largo, cidade de aproximadamente 110 mil habitantes, na Região Metropolitana de Curitiba, Zeila explica que algo inédito acontece na atual administração municipal.

“Pela primeira vez temos um maior número de mulheres como primeiro escalão. Nunca na história do município tivemos essa representatividade” – Zeila Plath (*ZP).

 Hoje, no executivo, há gestoras nas Secretarias de Governo, Finanças, Saúde, Educação, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, Desenvolvimento Social e Ouvidoria. Além desses cargos, há ainda mais seis em secretarias adjuntas.

 “Isso é pra mostrar que as mulheres têm competência, sim, que elas podem ser escolhidas para essas funções. Isso fortalece nossa luta” – ZP.

Confira entrevista com Zeila Plath, presidente do Conselho Municipal do Direito da Mulher, secretária de Desenvolvimento Social e advogada.

Conselho Municipal do Direito da Mulher

O órgão foi criado em 2015 após a primeira Conferência dos Direitos da Mulher em Campo Largo. A representatividade é dividida em duas partes: Governamental e Não Governamental. Conta com dez conselheiras (5 Gov e 5 Ñ Gov). De acordo com Zeila, as principais demandas estão ligadas a violência e a autonomia financeira:

“Quando você começa a promover a autonomia financeira da mulher, ela começa a perceber que não depende daquele homem para sobreviver, que tem condições de cuidar dos seus filhos. Porque muitas vítimas da violência se prendem ao opressor porque elas acreditam que não tem como sustentar os filhos” – ZP.

A advogada, que há mais de 15 anos milita por igualdade de direitos, conta que trabalhou na primeira delegacia da mulher de Campo Largo. Segundo ela, foi nessa época que constatou um problema generalizado:

“Na minha visão eram só as mulheres em vulnerabilidade financeira que sofriam agressão física. Passando um tempo na delegacia eu percebi que não, havia muitas mulheres religiosas, que tinham condições e que muitas vezes bancavam seus agressores (ou seja, eles dependiam financeiramente delas)”– ZP.

Essa experiência na Delegacia da Mulher fez Zeila entrar de vez na luta por questões ligadas ao universo feminino. Para ela, “a partir do momento que a mulher está criticando a roupa da outra, ela está tirando o poder dela mesma”. Acrescenta também que é comum ouvir relatos de pessoas que sofrem preconceito estereotipado em expressões como “mãe solteira” ou “a separada”. Termos que, para ela, devem ser combatidos com educação.

“Nós vamos às escolas, tem os grupos de adolescentes, tanto de meninas quanto de meninos (temos que levar isso para o lado masculino também, para ver desde já o problema). Então o Conselho vai a esse público, seja jovem, infantil, nas associações de moradores, para tentar mostrar que nós não somos menores que os homens”– ZP.

 Violência: onde recorrer?

 Ao ser questionada sobre “onde uma vítima deve recorrer caso sofra atos de violência doméstica?”, Zeila é enfática: “Na delegacia”. Mas, ainda em dúvida, o assunto é retomado com outra pergunta: “na delegacia da mulher?”:

“Não. Nós não temos mais delegacia da mulher aqui. Nós temos uma delegacia pra tudo. Essa não é nem mais uma luta nossa, é uma briga, e faz tempo. Desde que ela foi fechada, nós retomamos o diálogo, várias tratativas com deputados, governadores, secretários de segurança, pra abrirmos esse setor de atendimento à mulher” – ZP.

 Quando ela fala “setor”, é porque essa foi uma das alternativas sugeridas para que uma vítima possa ser atendida separadamente. Zeila explica que para ter outra delegacia é preciso abrir mais vagas para delegado, além de outros cargos: “o que dificilmente vai acontecer, pois, de acordo com o governo do estado, há um déficit de delegados no Paraná”.

Já a questão do setor específico para a mulher, Zeila explica que “não podemos abrir esse setor de atendimento porque não tem servidor. Faltam servidores estaduais. Um investigador e um escrivão. A prefeitura até forneceu um espaço, mas aí veio uma carta da Secretaria de Segurança segurando o processo”.

Mas, mesmo com limitação estrutural, o Conselho Municipal está sempre de portas abertas. As reuniões são mensais (ordinárias) e também previamente marcadas (agenda extraordinária). Os encontros são sempre na Prefeitura de Campo Largo (Av. Padre Natal Pigato, 925 – Bairro Cambuí, Bloco 1). “Todo mundo pode participar das reuniões. Mulheres e homens que queiram discutir são bem vindos”, convida Zeila.

Para entrar em contato, ter acesso a agenda do Conselho, é preciso ligar na Secretaria de Desenvolvimento Social (41 3291 5000). O site está em criação.

Representatividade: Feminismo, LGBT e Política

Para a presidente do Conselho Municipal do Direito da Mulher de Campo Largo existem alguns estereótipos que precisam ser quebrados:

“O movimento feminista não é só sair na rua, também é isso, mas, por exemplo, a partir do momento que a mulher está falando com um homem, é interrompida e se posiciona, fala mais alto, ela está sendo feminista. A partir do momento que ela diz que quer trabalhar fora de casa, ou mesmo que ela quer trabalhar no próprio lar, é o direito dela, ela está exercendo seu direito, está sendo feminista, sim” – ZP.

Há outras questões desafiadoras para o órgão municipal. Uma delas é a aproximação com a Comunidade LGBT. De acordo com Zeila, há pouco contato e o motivo é que em Campo Largo o preconceito é muito forte:

“São muito discriminados. Pelo que percebemos, essa comunidade tem até medo de vir dividir os problemas conosco. Eles acabam procurando fora, em Curitiba. Mesmo existindo muitos aqui, eles vão procurar ajuda fora” – ZP.

E com a proximidade das eleições, foi inevitável não entrar na questão da participação da mulher na política da cidade:

“Temos 52% de eleitoras em Campo Largo. Na última eleição, nós perdemos uma cadeira na Câmara. Então são 11 vereadores e só duas mulheres. Eram três e hoje são duas. Historicamente, acredito, só tivemos uma ou duas mulheres presidente da Câmara em todo esse tempo (*Campo Largo tem 148 anos)– ZP.

Para a advogada, essa questão está ligada ao universo predominantemente machista na política. Mesmo com cotas para as mulheres na política, Lei nº 9.504, em vigor desde 1997, a representatividade é baixa e a legislação nunca foi cumprida pelos partidos políticos, que sempre contaram com a tolerância do Poder Judiciário.

“O Conselho não está aqui só para tratar da violência doméstica. Tratamos disso todo dia, a todo o momento e vamos continuar tratando, para mostrar que isso existe e que é errado, é crime e vamos lutar para diminuir; mas o Conselho está aqui também para fortalecer a mulher na questão política” – ZP.

 Hoje o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher conta com a participação do Sindicato dos Metalúrgicos de Campo Largo (Sindimovec) – Leia matéria sobre o Dia Internacional da Mulher com a diretora Rosi Cunico; Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Associação de Moradores do Bairro Gorski; Associação Reviver; AME; Procuradoria Geral; além de órgãos ligados ao governo municipal.

E antes de finalizar, você lembra que foi questionado sobre onde e quando seria realizada a próxima Copa do Mundo de Futebol Feminino? Então, o país sede será a França, em 2019.

*Foto: Coletivo reunido na prefeitura de Campo Largo: (da esquerda para direita) => Luciléia Schonrock (Secretaria dos Conselhos da Prefeitura de Campo Largo); Jéssica de Paula (Procuradoria Geral); Katiuscia Juliane Zini (Assistência Social e vice-presidente do Conselho); Lina Sanabria Gonçalves de Oliveira (Associação de Moradores do Bairro Gorski); Zeila Plath (Presidenta do Conselho e entrevistada); Rosimar Rocio Cunico (Secretária do Conselho e representante do Sindimovec); Karla Knauber (AME); Luana Mara Carloto (OAB); Raquel Rodrigues (Associação Reviver).

 

Por Regis Luís Cardoso.



Abertas as inscrições para o Processo Seletivo do IFPR 2019

16 de Julho de 2018, 14:26, por Terra Sem Males

Instituição oferece mais de 6 mil vagas gratuitas em 75 cursos técnicos e superiores; inscrições até 27 de agosto.

Novidade para este ano é a inclusão do transtorno de espectro autista entre as vagas destinadas a pessoas com deficiência.

Estão abertas, de 16 de julho a 27 de agosto de 2018, as inscrições para o Processo Seletivo IFPR 2019. São ofertadas 3.685 vagas em 38 cursos técnicos de nível médio e 2.403 em 37 cursos de nível superior, presenciais, distribuídas em 24 cidades do Paraná.

A novidade para este ano é a inclusão do transtorno de espectro autista (TEA) entre os 5% de vagas destinadas a pessoas com deficiência. Do total de vagas ofertadas pelo Instituto Federal do Paraná, 80% são destinadas a cotas de inclusão social e 20% à ampla concorrência.

Cursos

Todos os cursos técnicos e superiores oferecidos pelo Instituto Federal do Paraná são gratuitos (não há cobrança de mensalidade) e estão distribuídos em 25 campi, estrategicamente situados em todas as regiões do estado. O IFPR conta com um qualificado corpo técnico e docente, fator que, aliado à qualidade e dedicação dos estudantes, tem garantido um elevado nível de Ensino, além de resultados expressivos no que diz respeito à pesquisa e à extensão.

Inscrições

A taxa de inscrição para o processo seletivo do IFPR é R$ 50. Após realizar a inscrição pela página da Funtef (http://concursos.funtefpr.org.br/ifpr2019), organizadora do certame, o candidato deve gerar Guia de Recolhimento da União (GRU) e pagá-la na rede bancária.

Poderá ser concedida isenção da taxa ao candidato que comprove não poder arcar com tal ônus. Os pedidos de isenção devem ser apresentados no período de 16 de julho a 10 de agosto, conforme estabelecem os editais do processo.

Para realizarem inscrição, os candidatos que não têm acesso à internet poderão se dirigir a um dos campi do IFPR, de segunda-feira a sexta-feira, das 14h às 17h, no período destinado às inscrições.

O endereço dos campi encontram-se na página virtual do Instituto Federal do Paraná (www.ifpr.edu.br).

Provas

As provas serão aplicadas simultaneamente, em uma única fase, no dia 14 de outubro de 2018, das 14h às 18h. Os candidatos somente poderão realizar a prova na cidade que oferta os cursos para os quais efetuaram a inscrição.

Para os cursos de nível médio, as provas serão aplicadas nas cidades de Assis Chateaubriand, Barracão, Campo Largo, Capanema, Cascavel, Colombo, Coronel Vivida, Curitiba, Foz do Iguaçu, Goioerê, Irati, Ivaiporã, Jacarezinho, Jaguariaíva, Quedas do Iguaçu, Londrina, Palmas, Paranaguá, Paranavaí, Pinhais, Pitanga, Telêmaco Borba, Umuarama e União da Vitória.

Para os superiores, a aplicação das provas será realizada simultaneamente em Assis Chateaubriand, Capanema, Cascavel, Colombo, Curitiba, Foz do Iguaçu, Irati, Ivaiporã, Jacarezinho, Jaguariaíva, Londrina, Palmas, Paranaguá, Paranavaí, Pitanga, Quedas do Iguaçu, Telêmaco Borba, Umuarama e União da Vitória.

O conteúdo programático para as provas dos processos seletivos encontra-se nos editais.

O resultado final do processo seletivo será divulgado no dia 12 de novembro de 2018, na página virtual da Funtef.

Editais

Os Editais que regem o Processo Seletivo 2019, estão disponíveis para consulta no endereço http://concursos.funtefpr.org.br/ifpr2019. Visando à inclusão de candidatos surdos, a  íntegra dos editais também está disponível em libras (língua brasileira de sinais).

Interessados podem encontrar mais informações sobre o Processo Seletivo na página do facebook do IFPR (https://www.facebook.com/REITORIAIFPR/) e através do Canal no Youtube – Conexão IFPR.

Fonte: Comunicação do IFPR



Governo não cumpre acordo e assentados bloqueiam rodovia no Pará

16 de Julho de 2018, 14:19, por Terra Sem Males

O INCRA arquivou os processos de desapropriação de terra depois de realizar acordo com os assentados que já aguardavam há 12 anos o local para fins de reforma agrária

Cerca de 500 trabalhadores da agricultura familiar, rurais, acampados e assentados da reforma agrária interditaram na manhã desta segunda-feira 16.07 a rodovia que liga as cidades de Redenção e Pau D’Arco no Pará.

Com famílias debaixo da lona por mais de 12 anos, a ação é em resposta a ausência do Estado e devido ao Governo descumprir o acordo com o INCRA e proprietário das áreas ocupadas, ‘Estrela do Maceió’ e ‘Cristalino’, que estavam em negociação para desapropriação para fins de reforma agrária.

“O Governo já estava negociando essas áreas há anos com os assentados. No entanto, a atual gestão não cumpriu com os procedimentos e agora o proprietário entrou com a liminar na justiça para reintegração de posse. É justo ele reivindicar seu direito, já que não recebeu. Contudo, não vamos abrir mão da nossa luta pelo direito à terra”, diz Viviane Oliveira, coordenadora da Fetraf Pará.  

Hoje o Pará é o terceiro estado com maior quantidade de conflitos agrários, sendo mais de 8,3 milhões de hectares nesta situação.

Segundo os manifestantes, o INCRA arquivou o processo da área ‘Estrela do Maceió’ e ‘Cristalino’. ‘Ficaremos por tempo indeterminado aqui e só sairemos se o Governo atender nossa pauta de reivindicação. Queremos que ele desaproprie, quite sua dívida com o proprietário e cumpra o dever de Estado em fazer reforma agrária”, comenta Viviane.

Desde que o Governo Temer assumiu a presidência, as políticas de reforma agrária estão paralisadas. Essa ausência, implica no aumento de violência no campo e dos conflitos por terra, seguidos de massacres como foi o caso de 2017 em Pau D’Arco com 10 trabalhadores assassinados.

Vale ressaltar, que da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018 aprovado pela Casa, até o último dia 12 de junho, a execução dos recursos de algumas políticas foi de zero por cento, a exemplo do INCRA referente a concessão de crédito para instalação das famílias assentadas que teve R$ 266 milhões e não executou nada. Ainda, de R$ 270 milhões para o desenvolvimento de assentamento rurais apenas 6,9% foi executado.

‘O governo gosta de responder que não há dinheiro para se fazer reforma agrária, mas a verdade não é esta. Em 2017 acompanhamos o Governo comprando votos de parlamentares para se manter na presidência, vimos o remanejamento de recursos saindo de políticas importantes como a do PAA para injetar em propaganda governamental, e muitos outros absurdos. Então não existe é vontade política de se fazer reforma agrária e o descaso com as famílias e trabalhadores que estão há anos vivendo debaixo da lona’, destaca a coordenadora.

Fonte: Fetraf Brasil



Para salvar o mês de julho

13 de Julho de 2018, 19:02, por Terra Sem Males

Não é porque o Brasil ficou de fora das semifinais da Copa do Mundo que vai faltar emoção no mês de julho, não para a torcida paranista. Além do amistoso internacional contra o River Plate do Uruguai, serão quatro jogos pelo Campeonato Brasileiro.

Já de cara, na quarta-feira, dia 18, enfrentamos um concorrente direto, o Vitória em Salvador. Temos a oportunidade de ultrapassar os baianos em caso de triunfo, podendo até sair da zona de rebaixamento a depender de resultados. No domingo seguinte, dia 22, outro jogo contra quem está brigando na parte de baixo: o América mineiro, na Vila Capanema.

Depois é que vem os confrontos mais difíceis. Na quarta, dia 25, o adversário será o Atlético Mineiro, em Minas Gerais. Para fechar com chave de ouro o mês recheado de futebol, um clássico Paraná e Palmeiras em São Paulo no domingo, às 11 da manhã do dia 29.

Texto: Marcio Mittelbach

Foto: Geraldo Bubniak



Governo quer mudar a lei para legalizar calote na ParanaPrevidência

13 de Julho de 2018, 18:46, por Terra Sem Males

A governadora assumiu de vez que vai governar de forma idêntica ao seu antecessor. Depois de oficializar o calote no reajuste salarial, Cida Borghetti enviou para Assembleia Legislativa um projeto de Lei com novos ataques à ParanaPrevidência. Será mais uma prova de fogo para a base governista na Alep e mais um motivo para o funcionalismo estar na luta.

Mais sintética que a mudança ocorrida em 2015, mas tão desrespeitosa quanto, o que o governo quer agora é legalizar uma conduta ilegal. Desde 2014, quando as/os aposentadas/os passaram a ter de contribuir com a previdência, o Estado deveria fazer o repasse em igual valor. É a chamada contribuição patronal. O que a governadora quer é anistiar a dívida.

O não repasse da parte patronal é alvo de uma ação judicial movida pelo SindSaúde – Sindicato dos Servidores estaduais da saúde. Ação que o governo do Estado tentou barrar, mas que teve o pedido indeferido pela justiça. Significa que a probabilidade da gestão ser penalizada pelo calote é imensa.

Daí vem o pulo do gato. Para não haver punição, muda-se a lei. E não é só daqui pra frente. O projeto de lei é retroativo a 2014, quando começou o desconto para as/os aposentadas/os. O governo poderá inclusive ter direito à compensação dos valores já pagos, uma vez que houve o pagamento da parte patronal para servidoras/es de outros poderes.

Aportes – Mas o governo jurou que existe um lado bom da história. Pura balela. No projeto de lei existe uma espécie de plano de ação para que o governo reverta o déficit que ele tem gerado no Fundo Previdenciário que, segundo a própria ParanaPrevidência, está hoje entre 16,5 bilhões e 23,5 bilhões de reais. Este artigo prevê que o governo faça aportes suplementares graduais à ParanaPrevidência até 2092. Isso sim que é herança maldita. Isso sim que é irresponsabilidade!

Texto: Marcio Mittelbach/SindSaúde-PR

Foto: Joka Madruga



VÍDEO: Como fazer um projeto fotográfico, por Henry Milléo

13 de Julho de 2018, 11:33, por Terra Sem Males

O quarto episódio apresentado pelo repórter fotográfico Henry Milléo, no seu canal do Youtube, é um papo com o fotógrafo André Rodrigues. Ele conversam sobre como desenvolver um projeto fotográfico e a importância de um trabalho autoral, independente da área de atuação. Confira:



Sindicatos mantém aberta negociação pela garantia de reposição da inflação para servidores estaduais do Paraná

13 de Julho de 2018, 10:05, por Terra Sem Males

FES quer debater uma alternativa para que seja garantida data base de 2,76% ao funcionalismo público

O pagamento da reposição da inflação dos últimos 12 meses para os servidores estaduais segue na pauta das entidades que integram o Fórum de Entidades Sindicais (FES). Na manhã desta quinta-feira (12), o coletivo foi recebido pelo secretário do Trabalho do Paraná, Paulo Rossi, indicado pela governadora Cida Borghetti para ser o interlocutor do governo nas negociações com os trabalhadores.
 
O Fórum solicitou que seja mantida a mesa permanente de negociação como forma de buscar uma alternativa para o pagamento da inflação dos 12 meses, cujo índice é de 2,76%. “Não foram esgotadas todas as possibilidades e precisamos insistir nisso, já que temos estudos e cálculos que provam que o governo tem recursos para garantir o índice de reposição da inflação”, destacou Hermes Leão, da coordenação do FES e presidente da APP-Sindicato. 
A reunião desta manhã foi um desdobramento da pressão feita durante esta semana, quando trabalhadores de várias categorias intensificaram a pressão pela data base e ocuparam os gabinetes da Liderança do Governo e da Presidência e o Plenário da Assembleia Legislativa para impedir qualquer manobra que prejudicasse a garantia de seus direitos.
Nesta semana, Cida chegou a anunciar a retirada do projeto da data base da pauta Assembleia Legislativa. A posição da governadora, no entanto, mudou após a intensificação da luta dos servidores.
Paulo Rossi abriu a reunião anunciando que a governadora já fechou questão no fato de que não é possível conceder reajustes diferenciados entre os servidores e que o mesmo índice há de ser aplicado a todos os Poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo), uma questão que vem colocada desde o início das negociações pelos Sindicatos que integram o FES. O Fórum tem sido enfático na defesa do índice de 2,76% para todas as categorias. 
Outra questão tratada foi o andamento das pautas dos sindicatos com a Procuradoria Geral do Estado. Várias categorias têm questões a serem resolvidas junto à PGE. A expectativa é que essa reunião aconteça em 25/7.
 
ParanáPrevidência e Liberdade Sindical
 
Durante a reunião, o FES protocolou outros dois pedidos. No primeiro, pede que a governadora receba o Fórum para tratar da situação da Paraná Previdência e, no segundo, que seja revista a política de corte das gratificações dos servidores liberados para atividades sindicais.  
Paulo Rossi vai levar todas as pautas para a governadora e marcará a próxima reunião em seguida.
 
 
Próximos passos
19/7 – Reunião de avaliação e definição de calendário de lutas
10/08 – Dia nacional de mobilização dos trabalhadores 
30/08 – Mobilização pelos 30 anos do massacre de Álvaro Dias contra os professores do Paraná
 
Fonte: Texto e foto da assessoria do Sindarspen-PR


O mundo do futebol e a realidade dos trabalhadores

12 de Julho de 2018, 12:08, por Terra Sem Males

Não é novidade que o astro português Cristiano Ronaldo, o CR7, foi contratado pela Juventus de Turim, da Itália. A transação não chama atenção só pelo valor, que custou aos cofres da ‘Vecchia Signora’ aproximadamente 105 milhões de euros, mostra também que uma das maiores montadoras do mundo trata seus funcionários de forma completamente desigual. Entenda…

A Juventus e a FCA Fiat-Chrysler estão ligadas por um contrato de patrocínio que gira em torno de 26,5 milhões de euros por ano. Esse é o valor para estampar a marca ‘Jeep’ na camisa da ‘Vecchia Signora’. Além disso, as duas empresas têm a mesma acionista majoritária, a família Agnelli. E como consequência das ‘prioridades’ da ‘famiglia’, os trabalhadores da montadora, que estão dez anos sem receber aumento real, anunciaram possível greve entre os dias 15 e 17 de julho. As informações circularam por diversos veículos de comunicação pelo mundo, inclusive em portais nacionais como UOLESPNMSN e Globo.

Também a Unione Sindacale di Base (USB), entidade que representa os operários da montadora, emitiu um comunicado sobre a questão e sinalizou greve na planta da Fiat na cidade de Pomigliano d’Arco. O motivo: a proprietária e principal patrocinadora do time de Turim investir milhões de euros na contratação do CR7: “não é aceitável que os trabalhadores continuem a fazer enormes sacrifícios econômicos, enquanto a companhia gasta milhões de euros com um jogador. Eles dizem às famílias para apertarem cada vez mais o cinto e eles decidem investir tanto dinheiro em um jogador. Acham isso justo?”.

Manifestação na fábrica da FCA em Pomigliano d´Arco, no sul da Itália, organizada por um Sindicato e por cinco operários demitidos pela empresa (11 de julho). O cartaz mostra Cristiano Ronaldo e a frase: “Para Ronaldo, 400 milhões de euros… Aos operários, apenas chute no saco” (Crédito Foto: Ciro Fusco/Ansa)

Certa vez o técnico vice-campeão mundial pela seleção italiana, na Copa de 94, Arrigo Sacchi, disse: “il calcio è la cosa più importante delle cose non importante”, ou “futebol é a coisa mais importante dentre as coisas menos importantes”. Em setembro de 2007, o jornal New York Times nomeou Sacchi o melhor treinador italiano de todos os tempos e 11º do mundo. Mas, ao se deparar com as cifras que giram em torno do mundo do futebol, além das discussões geradas pelo mesmo, será que a leitura do técnico italiano se faz mesmo verdadeira atualmente?

O Neymar, por exemplo, recebe em média 12 milhões de reais por mês jogando em Paris. Já o trabalhador brasileiro precisa economizar todo dia para conseguir jogar um futebol semanal; e olhe lá! Indo além, em Campo Largo, os trabalhadores da planta da Fiat têm perda salarial desde 2016 e nesses últimos três anos o prejuízo foi de 4,93% (cálculo baseado na correção da inflação). E se você acha que isso é ruim, “nada é tão ruim que não possa piorar”: a participação nos lucros e resultados dos empregados da montadora italiana (PLR mais abono salarial) caiu aproximadamente 40%, segundo cálculo do Sindimovec: foi de 8 mil reis (2013) para R$4.798,20 (2018).

Negociação Coletiva de 2018

A Fiat, em Campo Largo, nesta negociação coletiva de 2018 (Leia: Fiat é traiçoeira, foge da mesa de negociação e apela para o autoritarismo), criou uma Comissão de Fábrica para tratar dos assuntos dos trabalhadores sem a intermediação do Sindimovec, entidade que representa os metalúrgicos da cidade. Além dela, o Sindicato negocia com a Caterpillar e a Metalsa. No comparativo entra as empresas, os números da multinacional italiana são piores: Fiat => (Reajuste 1,81% limitado a R$ 6.431,00; V.A (Vale Alimentação): R$ 278,40 e PLR: R$ 4.798,20) / Metalsa => (Reajuste 2,81%; V.A: R$380,00 e PLR: R$ 9.327,00) e Caterpillar => (Reajuste 2,31%; V.A: R$ 370,00 e PLR: R$ 8.800,00) – veja informativo produzido pelo Sindimovec com os números da negociação.

Outra prática comum da Fiat é dificultar a organização sindical. Tanto é que o Sindimovec denunciou a empresa em Audiência Pública (20 de junho) promovida pelo Ministério Público do Trabalho, em Curitiba. Na oportunidade, o presidente da entidade de classe, Adriano Carlesso, explicou que os atos antissindicais começaram em 2011, quando a montadora demitiu funcionários em represália a uma campanha de filiação: “saímos de 22 filiados para mais de 45% da planta de Campo Largo, que tinha 450 trabalhadores. Como reação, a empresa demitiu um terço da fábrica para acabar com os funcionários sindicalizados, e nós voltamos a ter 22 trabalhadores filiados”.

Para o Sindimovec, a verdade é que os trabalhadores do Brasil e a da Itália amam futebol, muitas vezes até esquecem de todo o resto, inclusive dos sindicatos. Em Campo Largo, por exemplo, é comum o empregado, após colocar a entidade para escanteio durante todo o tempo, buscar o Sindicato, normalmente aos 45 minutos do segundo tempo, em total desespero.

Por fim, a sociedade vê nas grandes empresas os ‘exemplos de gestão’, mas o que se vê na prática é que gigantes como a Fiat querem mesmo é status e futebol, ou pão e circo, como preferir. A certeza é que o CR7 não precisa de sindicato e não vai ser demitido caso reivindique, como se precisasse, seu aumento real. Já você, trabalhador…

 

Por Regis Luís Cardoso.



Ultratividade coloca em risco todos os direitos garantidos por 26 anos de convenção coletiva dos bancários

11 de Julho de 2018, 10:00, por Terra Sem Males

Trabalhadores realizam Dia Nacional em Defesa da CCT para denunciar que banqueiros se recusam a garantir direitos históricos pela ultratividade, extinta na reforma trabalhista

Nesta quarta-feira, 11 de julho, bancários de todo o Brasil estão mobilizados em defesa dos direitos da categoria garantidos nacionalmente por 26 anos de Convenção Coletiva unificada. O ato chama a atenção de trabalhadores da categoria para o fato de que a reforma trabalhista acabou com a ultratividade, mecanismo que garantia a extensão dos termos da CCT após a data-base, até que novo acordo seja assinado entre os representantes dos bancos e os sindicatos.

Passada a primeira reunião entre Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários, realizada dia 28 de junho, a Fenaban não garantiu que a partir de 01 de setembro, data-base da categoria, haverá a manutenção da CCT até que nova convenção seja acordada. Em anos anteriores, esse pré-acordo, uma formalidade, vinha sendo assinado no início da negociação.

Com isso, 31 de agosto é a data final de direitos como auxílios, adicionais de salário, PLR, gratificações, piso salarial, abonos de faltas, estabilidades, garantias para afastados, melhorias nas condições de trabalho, igualdade de oportunidades, segurança bancária, saúde do trabalhador. Os bancos poderão deixar de pagar vales refeição e alimentação, auxílio-creche, plano de saúde ou contratar com salários abaixo do piso, entre outros retrocessos. Ao todo, a CCT dos bancários possui 71 cláusulas com vigências para além da CLT.

O Dia Nacional de Luta ocorre na véspera da segunda reunião de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, que ocorre em São Paulo nesta quinta-feira, 12 de julho. O Paraná possui dois representantes dos trabalhadores na negociação: Elias Jordão, presidente do Sindicato de Curitiba, e Junior Cesar Dias, presidente da Fetec, federação estadual que representa dez sindicatos cutistas.

No Paraná, a atividade é realizada no calçadão de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, e também em Umuarama.

A Campanha Nacional dos Bancários 2018 tem como temática prioritária a garantia dos direitos que estão em risco por estarem garantidos somente até 31 de agosto. Com o mote “Todos por Tudo”, o movimento sindical bancário conscientiza a categoria sobre a importância da mobilização dos trabalhadores na atual conjuntura.

Fonte: FETEC-CUT-PR



Cida Borghetti oficializa o calote contra o funcionalismo

10 de Julho de 2018, 19:22, por Terra Sem Males

Ao estilo do seu antecessor, a governadora Cida Borghetti aplicou o calote pra cima do funcionalismo. Ela retirou da pauta dessa terça-feira, 10 de julho, o projeto de lei que implantava o reajuste ao funcionalismo. A medida foi respondida com indignação nas galerias da Assembleia Legislativa e pela ocupação temporária do gabinete do líder do governo na Casa.

Cida anúnciou a retirada depois que as/os deputadas/os da oposição conseguiram o apoio necessário para propor uma emenda ao projeto do governo. A iniciativa passava de 1% para 2,76% o reajuste para o Poder Executivo. Diante de uma provável derrota em plenário, Cida preferiu jogar o assunto para depois das eleições.

Partiu – Em meio a um tumulto generalizado na sessão plenária desta terça-feira, as/os parlamentares marcaram nova sessão para quarta-feira, 11/7, às 9h. A insistência das/os deputadas/os é para votar rápido tudo o que precisa ser votado e partir para o recesso parlamentar.

Isonomia ou hipocrisia? – A governadora tentou amenizar a revolta do funcionalismo dizendo que vai vetar o reajuste de 2,76% para os demais poderes. Mais um sinal que Cida está politicamente perdida, sem saber onde se agarrar.

Prorrogação – Os sindicatos que representam servidoras e servidores estaduais estão convocando suas categorias a comparecerem na sessão de amanhã, às 9h na Alep. A promessa é não deixar por isso mesmo e exigir a retomada das negociações. Vale lembrar que as perdas do funcionalismo já acumulam 12%. É como se os trabalhadores recebessem um salário a menos no final do mês.

Texto: Marcio Mittelbach

Foto: Ana Beatriz Pazos