Soberania se garante com mais liberdade e autonomia
30 de Outubro de 2013, 10:12 - sem comentários aindaEm artigo publicado hoje, em sua coluna semanal, no Jornal do Brasil, Jandira Feghali, Deputada Federal pelo PCdoB do Rio de Janeiro e presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados defende um política mais pró-ativa do Governo Federal para garantir nossa soberania tecnológica e econômica.
Vale a pena ler e refletir.
Hoje às 06h00
PAC da TI
Jandira Feghali*
A proximidade de votarmos o Marco Civil da Internet nos faz tomar uma decisão: ou colocamos o Brasil na vanguarda das garantias para a gestão de nosso potencial tecnológico ou sucumbimos a interesses mesquinhos do capital.
Recentemente fomos tomados de susto ao saber pela imprensa que somos espionados pelo Estados Unidos. Não deveríamos. Deveríamos saber que, sim, somos espionados desde muito antes. O golpe de Estado que o Brasil sofreu em 1964 foi organizado com muita informação produzida pela espionagem. A repressão durante os 20 anos de governo militar também foi garantida com espionagem. As grandes indústrias sempre espionaram uns aos outros e aos concorrentes menores.
O que temos hoje é uma rede de espionagem em escala mundial. E isso não diz somente a questões pessoais, de privacidade. Tem a ver com poder tecnológico, bélico e econômico. No livroCypherpunks, Julian Assange e colaboradores debatem o que todo hacker já sabe: todos nossos dados digitais, comunicações eletrônicas e cibernéticas são armazenadas em escala global, indiscriminadamente e por meio de sistemas de cruzamento de palavras-chaves – é como o Google funciona, sabe-se o que se quer saber em questões de minutos ou horas. Nós alimentamos essa rede.
Os dados que podem ser filtrados e usados vão de meros casos extraconjugais a dados de pesquisas científicas, como se viu com a Petrobras. Isso se torna viável, pois nosso nível de desconhecimento tecnológico é brutal e não sabemos com nos precaver, e cabe ao Estado garantir nossa segurança.
Aprovar o Marco Civil mantendo os princípios da neutralidade e privacidade é fundamental para garantir não apenas os direitos do consumidor, cidadão brasileiro na lógica de mercado, mas preservar a soberania de nossas empresas, institutos e cientistas que desenvolvem tecnologia de ponta, mas são alvo de espionagem. Mas faço um alerta: só o Marco não basta.
Temos que ir além, ir para o front da execução de políticas de fomento e salvaguarda de nossa soberania.
Para isso proponho não um debate, mas decisões firmes de nosso Governo em garantir que a liberdade do nosso país em produzir tecnologia possa nos ajudar a melhorar os serviços públicos, a educação, a saúde, o transporte, a comunicação, as artes e as ciências.
Não há a necessidade de obrigar por lei a instalação de datacenters no Brasil, erro cometido no período de 1970 a 1990 quando os militares fecharam nosso mercado. Só tivemos desenvolvimento com tecnologia ultrapassada, que reflete até hoje no desenvolvimento de nossos potenciais.
Pensar o desenvolvimento soberano do Brasil é estratégico, entendendo que software e internet, mais que acesso a entretenimento, é a logística para o desenvolvimento do país. Posso falar, com pequena margem de erro, que protagonizamos, como muito, 10% da governança de Software Livre utilizado no Brasil. Grande parte dos micro e pequenos desenvolvedores brasileiros de aplicações se baseiam em tecnologias livres e colaborativas vindas do exterior, e por lá certificadas. E grande parte disso tem sua governança nos Estados Unidos e países Europeus, onde licenciamentos de adesão, o mais conhecido é o EULA – norte-americano, estabelece que o usuário se submete a legislação daquele país.
É preciso ousar, ir além, numa espécie de PAC da TI – conhecimento livre, desenvolvimento e soberania – um programa de desenvolvimento de nosso parque tecnológico, desde a infraestrutura aos sistemas digitais, com investimento direto, desoneração e fomento baseado em tecnologias livres, colaborativas e sustentáveis. Para isso é importante avançar em três frentes: aquisição, formação, pesquisa e licenciamentos.
Quanto à aquisição, sabe-se que o maior consumidor de sistemas digitais, softwares, são os governos. O governo federal desde 2003 tem desenvolvido estudos e grupos de trabalho para discutir e estabelecer metodologias de implementação de Software Livre na administração federal. Aproveitar a assinatura do decreto que define o uso do sistema Expresso pelos órgãos federais, e como já sugerido por Gerdau em 2011, determinar que se use o Linux como plataforma prioritária, quando não obrigatória, para os sistemas digitais no governo. Os recursos que se economizarão das licenças com sistemas que nos espionam podem ser revertidos para pesquisa e desenvolvimento de um grande sistema digital nacional, auditado por nossas instituições e profissionais, em território nacional.
Para formação, criar nos Institutos Federais, Universidades Públicas e programas de capacitação dos ministérios (MTE, MCTI entre outros) cursos em tecnologia livre, com total detrimento dos sistemas proprietários. Teremos, com isso, em pouco tempo um contingente enorme de jovens capazes de contribuir com o desenvolvimento, não apenas de sistemas de cyber defesa – alinhado ao Ministério da Defesa e seus centros de defesa cibernética, mas garantir jovens capacitados nos mais diversos cantos do Brasil para assim fomentar o desenvolvimento de nossas indústrias criativas e estratégicas, que nos garantem muito mais valia que a exportação de commodities.
Para pesquisa, fomento e distribuição, partir da experiência da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação - SLTI do Ministério do Planejamento e mandar ao Congresso em caráter emergencial, um Projeto de Lei para a criação de um Instituto que se encarregue do estímulo e salvaguarda do Software Público Brasileiro, sob regime de licenças livres, colaborativas e abertas, repositório próprio e federado com as universidades públicas, e sua gestão garantida nos mesmos moldes do CGI.br.
Com isso, e com o Marco Civil aprovado como acordado em 2011 aqui na casa, os datacenters serão consequência de uma política de desenvolvimento tecnológico, pois teremos um volume de recursos e incentivos que justificarão os investimentos em nosso país.
Como parlamentar defendo que nossa soberania se baseie na lógica das tecnologias livres e colaborativas, das salvaguardas que possamos implementar como Estado e do incentivo e fomento a criatividade de nossos cidadãos, desde a escola.
*Jandira Feghali é deputada federal pelo PCdoB-RJ e presidente da Comissão de Cultura da Câmara.
http://www.jb.com.br/jandira-feghali/noticias/2013/10/30/pac-da-ti/
Para produzir liberdade com liberdade
29 de Outubro de 2013, 10:39 - sem comentários aindaMuito se fala da Liberdade de Expressão, mas como excercê-la em um universo tecnológico dogmatizado pelos formatos e sistema proprietários é o desafio.
Trabalho com produção gráfica e audiovisual há muitos anos. Em 2000 conheci o Linux e desde então só trabalho com aplicativos e arquivos em formatos livres e interoperáveis.
Hoje recebi de um amigo uma compilação interessante para quem quiser produzir audiovisual com software livre.
Não basta defender a liberdade de expressão e aprisoinar nossas opiniões e histórias em arquivos digiatais proprietários. É preciso produzir em um sistema livre.
Segue a dica e boa sorte.
http://librepipeline.animaxionstudioz.com
Para una nueva amiga y su viejo padre
24 de Outubro de 2013, 10:19 - sem comentários aindaNo importa
no importa si ahora no estás acá
no importa si ahora no te veo
no importa si ahora no te escucho
porque cuando camine por donde me enseñastes
cuando mire hacia la vida que tengo por delante
cuando cante los cuentos que me contabas
estoy segura
de tenerte
de verte
de oirte
de sentirte
Seja alguém na vida.
11 de Outubro de 2013, 8:42 - 2 comentários...
fonte: http://portugues.colband.net.br/files/2013/10/tirinha-rafa.jpg
Allende. Presente! Por todo Chile y América Latina
11 de Setembro de 2013, 7:36 - sem comentários aindaHoy hace 40 años que abatieron al Hombre de la Paz, y liberaron sus sueños por todo el continente.
Homenaje a las luchadoras y luchadores de Nuestra América y todo lo que esta fecha representa.
Salvador Allende
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=gEDumcSsxhk#t=12
Por Todo Chile
Daniel Viglietti
No, no, no,
No son campanas,
No, no,
No son de muerte
Que son de vida,
Son todo un pueblo
De compañeros,
Todos hermanos,
Cientos de miles
Por todo chile.
Sí, sí, sí,
Que son obreros,
Sí, sí,
Son campesinos,
Son los mineros,
Los estudiantes,
Los pobladores,
Los que resisten,
Cientos de miles
Por todo chile.
No, no, no,
Nadie te olvida,
No, no,
Manuel rodríguez,
De tu silencio
Nacen violetas,
Se abren caminos
Y crecen niños,
Cientos de miles
Por todo chile.
Sí, sí, sí,
El cobre nuestro,
Sí, sí,
No ha de bastarnos,
Queremos todo,
Lo siempre ajeno,
Lo nunca nuestro,
Lo tomaremos,
Cientos de miles
Por todo chile.
No, no, no,
Manos vacías,
No, no.
Si nos preguntan
Contestaremos
Con el arado,
Con el martillo
Y el guerrillero,
Cientos de miles
Por todo chile.
Sí, sí, sí,
Con alegría,
Sí, sí,
Haremos nuestra
La cordillera,
La patria toda,
Su ancha ternura,
Su fuerza larga,
Cientos de miles
Por todo chile,
Todos armados
Por todo chile.
Copyfight em Brasília - Hoje dia 10/09/2013
10 de Setembro de 2013, 12:13 - sem comentários aindaHoje acontece em Brasília o lançamento do livro o Copyfight: Pirataria e Cultura Livre (disponível em: http://copyfight.in/).
Organizado por Bruno Tarin e Adriano Belisário, o livro é uma coletânea de artigos de militantes e pensadores da cultura digital e contemporânea, onde o Bem Comum se confudne com a Apropriação Privada.
Em tempos de disputa de modelo econômico e culural sobre o simbólico e imaterial, vale a pena ler o livro e acompanhar este debate.
23 às 00hs: Projeção de curta metragens
00 às 2hs: Musicos + Dj + Vj + Jam (9/11 J4M)
Participantes confirmados até então:
- Bruno Tarin (Copyfight / Universidade Nômade)
- Pedro Paranaguá (Doutorando, Prof. da FGV e Assessor Técnico do PT na Câmara d@s Deputad@s nos assuntos relacionados a direitos autorais)
- Marcos Alves de Souza (Direitor de Direitos intelectuais do MINC)
- Bruno Lewicki (Assessor da comissao de cultura e especialista em direitos autorais)
- Nara Oliveira (Designer que trabalha exclusivamente com software livre e produtora de conteúdo livre, sócia da empresa Gunga www.gunga.com.br)
- Rafael Beznos (Produtor Musical e Audiovisual, desenvolvedor de tecnologias livres e sistemas DIY em hardware/software livre)
- Thiago Novaes (DRM Brasil)
- Deivi Kuhn (Desenvolvedor e Assessor de Diretoria e Coordenador Estratégico de Software Livre da SERPRO)
- Laura Tresca (Artigo 19)
- Fabiana Goa (Ativista e Militante da Cultura Livre)
Programação do Festival Invenção brasileira 2013
8 de Agosto de 2013, 9:47 - sem comentários aindaPROGRAMAÇÃO COMPLETA
http://invencaobrasileirafestival.wordpress.com/programacao/
PROGRAMAÇÃO DE TERÇA A QUINTA-FEIRA ( 06, 07 e 08/08/2013)
Nos três primeiros dias, na sede do Invenção Brasileira, no Mercado Sul, o Festival traz uma vertente particular, o foco não são apenas as apresentações, mas também o debate cultural. Durante as tardes, o evento contará com discussões com membros da rede cultural da capital, que irá gerar um documento preparatório, para ser levado ao Encontro Nacional de Culturas Populares que será em São Paulo. Neste documento, as opiniões e proposições dos grupos que irão participar dessas discussões do FIB.
DISCUSSÕES CULTURAIS- Cine Teatro Invenção Brasileira
(QSB 13 Bl.B Lj.05 – Mercado Sul – Taguatinga)
6 de agosto – terça
15h Seminário preparatório ao Encontro de Culturas Populares e Tradicionais
19h Abertura com eleição do colegiado de culturas populares e circo
Filmes - Cine Teatro Invenção Brasileira - Durante a noite, será realizada a Mostra de Cinema, com filmes sobre cultura popular:
6 de agosto – terça
20h30 “Patativa do Assaré – Ave Poesia”
A vida e obra do poeta Patativa do Assaré. Sua poética, a força comunicativa e social de suas poesias e a imensa contribuição à cultura brasileira são destaque deste documentário.A mostra termina com um debate sobre cinema e cultura popular.
Dir. Resemberg Cariry. 84 minutos.
Roda de Prosa com Marcelo Manzatti
7 de agosto – quarta
20h ”Deus e o Diabo na Terra do Sol”
Um épico do cinema brasileiro. Política social, sincretismo religioso, cangaço, Euclides da Cunha, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, teatro popular, canções populares, erudição, vanguarda, revolucionária construção cinematográfica e muito mais estão nessa relevante obra do cinema mundial.
Dir. Glauber Rocha. 110 min.
Roda de Prosa com Francisco Amorim
8 de agosto – quinta
20h Filme e Roda de prosa com Adirley Queirós
Exposição - Cultura Popular -Cine Teatro Invenção Brasileira
(QSB 13 Bl.B Lj.05 – Mercado Sul – Taguatinga)
“A arte secreta do mamulengo”
De 6 de agosto à 6 de setembro
De terça a sexta das 14h às 18h
PROGRAMAÇÃO DE SEXTA A DOMINGO - De 9 à 11 de agosto
A partir de sexta-feira o evento vai para o Taguaparque, com apresentações de cultura popular que irão se apresentar em dois palcos e no circo da união que será montado no local.
Taguaparque – OFICINAS
De 9 a 11 de Agosto – de 15h às 18h
- Brinquedos populares com Circo Boneco e Riso
- Mamulengo com Chico Simões e Moisés Bento
- Vídeo, registro e edição com Vitor Hugo
- Oficina de Capoeira - Semente do Jogo de Angola
- Mímica Brincante com Abder Paz
Inscrições:
(61) 3352.5054 ou invencaobrasileira@gmail.com
SEXTA-FEIRA – 09/08 – a partir das 14h
Casa Moringa - Vereda dos Mamolengos
Mamulengo Fuzuê - Benedito Abençoado e Bendizido
Cia Teatral Roupa de Ensaio - A Peleja do vaqueiro Benedito contra
o capitão João Redondo e a cobra Madalena
Pilombetagem – Palhaçaria Pilombetagem
Catira Irmãos Vieira
Chico de Assis e João Santana - Repentistas
Folia de Reis Irmãos Vieira
Zé do Pife e As Juvelinas
Banda de Pife
SÁBADO – 10/08 – a partir das 14h
Semente do Jogo de Angola -Capoeira
Jeferson Leite - Forró de Rabeca
Cia Teatral Voar - João e o Pé de Feijão
Ciartcum
O Boi Jatobá
Semente do Jogo de Angola
Samba de Roda
Chinelo de Couro
Forró
Quadrilha Junina Êta Lasquêra
Mambembrincantes
Show Caravanas
DOMINGO – 11/08 – a partir das 10h
Volmi Batista - Viola Caipira
Celeiro das Antas - Carriola – um Espetáculo de Rua
Quadrilha Junina Sucateiros
Circo Teatro Payassu - Xaxará e a Mala Para Sempre
Calampiango e Seus Curiscos - Forró
Mamulengo Sem Fronteiras - Exemplos de Bastião
Pé de Cerrado -Show Os Brincantes
Seu Estrelo -Sambada
Andréa dos Santos - Show Minha Aldeia
OUTRAS REGIÕES ADMINISTRATIVAS DO DF: CEILÂNDIA – SOBRADINHO- GAMA E NÚCLEO BANDEIRANTE
PROGRAMAÇÃO - sempre às 10h
13 /08 – ABDER PAZ – O PANTOMIMO E O CIRCO – CEILÂNDIA- RESTAURANTE COMUNITÁRIO
14/08 – MAMULENGO PRESEPADA – O ROMANCE DO VAQUEIRO BENEDITO – SOBRADINHO – FEIRA PERMANENTE
15/08 – MAMULENGO PRESEPADA – O ROMANCE DO VAQUEIRO BENEDITO – GAMA – FEIRA PERMANENTE
16/08 – ABDER PAZ – O PANTOMIMO E O CIRCO - NÚCLEO BANDEIRANTE – MERCADO CENTRAL
Arraiá no Beco
2 de Agosto de 2013, 14:36 - sem comentários aindaFesta brasileira. Amigos Clandos e Candangos. Muita alegria.
Quem quiser e puder é só chegar.
Segue a rima.
Sociedade está alerta para a votação do Marco Civil da Internet nesta terça
15 de Julho de 2013, 16:47 - sem comentários aindaAcabo de receber nota do FNDC sobre a votação do Marco Civil:
As entidades que lutam pela democratização da comunicação estão atentas e acompanhando a possível votação, prevista para esta terça-feira (11/7), do Marco Civil da Internet, projeto de lei que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da rede mundial de computadores no país.
Instrumento imprescindível para o exercício do direito à informação, à liberdade de expressão e à privacidade do internauta brasileiro, o Marco Civil da Internet foi construído em conjunto com a sociedade e é considerado referência mundial de legislação relacionada aos direitos e deveres dos cidadãos na rede. Seu conteúdo deve, portanto, ser mantido de forma a garantir esses direitos fundamentais, independente de interesses de setores econômicos que, por sinal, há meses vêm bloqueando a votação do projeto na Câmara dos Deputados.
Esperamos, assim, que a neutralidade de rede seja instituída como um princípio jurídico, sem alterações em seu texto original, para que se garanta o tratamento igualitário entre todos os usuários da internet. A rede deve se manter neutra e as operadoras de telecomunicações não poderão distinguir o tráfego nem a transferência de pacotes de dados com base em interesses comerciais.
A internet deve ser igual para todos, por isso não aceitaremos acordos que coloquem em risco um dos principais pilares garantidores dos direitos de seus usuários - a neutralidade de rede.
A recente revelação do caso de espionagem envolvendo dados telefônicos e de internet de brasileiros demonstra também a urgência em se aprovar o Marco Regulatório.
No entanto, alertamos que deve ser garantida – com o Marco Civil e outros instrumentos, como acordos transnacionais - a neutralidade da rede, a privacidade na internet e a proibição de abusos no uso de informações pelos provedores de aplicação e provedores de conexão, não somente no Brasil, mas também no exterior.
Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação - FNDC
FNDC alerta que projeto de regionalização da produção em debate no Congresso não atende aos anseios da sociedade
15 de Julho de 2013, 16:45 - sem comentários aindaNo último dia 11, dia de mobilizações em todo país em defesa dos direitos dos trabalhadores e contra o monopólio das comunicações, uma Comissão Especial do Congresso Nacional aprovou em 5 minutos um projeto para regulamentar o artigo 221 da Constituição que define critérios para a regionalização da produção cultural, artística e jornalística nas emissoras de rádio e TV.
Sem nenhum debate público com a sociedade, a Comissão Mista de Consolidação de Leis e de Dispositivos Constitucionais, formada por 6 deputados e 6 senadores, aprovou por unanimidade proposta do deputado Sergio Zveiter (PSD/RJ), relatado pelo Senador Romero Jucá (PMDB-RR), que beneficia claramente as grandes emissoras de rádio e TV em detrimento da necessidade de regionalizar os conteúdos produzidos das emissoras.
O projeto aprovado estabelece cotas irrelevantes de programação regionais, como a definição de 14 horas semanais para localidades com mais de 5 milhões de habitantes - sendo apenas metade de produção local. Cidades menores teriam cotas ainda mais ínfimas. O deputado Sergio Zveiter ainda propõe que a propaganda político-partidária, além de comunicados oficiais, sejam descontados nos horários garantidos para exibição de programação regional. Pior, a proposta beneficia as grandes emissoras ao permitir a destinação de recursos do Fundo Nacional de Cultura para produção de programas, inclusive religiosos.
Esta proposta é um atentado contra a diversidade e pluralidade nos meios de comunicação, fortalecendo o cenário de concentração que impede a liberdade de expressão da maioria da população brasileira.
O projeto contraria, ainda, a tendência de fortalecimento das cotas de produção independente e regional, garantida na aprovação da nova lei de TV por Assinatura (Lei n 12485/11), que vem nos últimos dois anos modificando expressivamente o cenário de produção audiovisual no país. O projeto também ignora uma proposta apresentada pela deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ) em 1991, aprovado há 10 anos na Câmara, que segue encostado no Senado Federal.
A regionalização da programação da rádio e TV, além do incentivo a produção independente, sempre esteve na pauta do movimento pela democratização da comunicação. É por isso que a regionalização da produção é um dos eixos centrais do Projeto de Lei de iniciativa popular da Mídia Democrática, lançado pela campanha "Para Expressar a Liberdade", uma iniciativa do FNDC. O projeto propõe uma garantia de 30% de produção local mínima diária para as emissoras, sendo que 10% da produção em horário nobre seria destinada a produções independentes.
É fundamental que o Congresso Nacional realize esse debate de forma ampla, ouvindo todos os setores envolvidos, para regulamentar o que a Constituição exige.
O FNDC além de ser contra o conteúdo das mudanças aprovadas sem debate pelo Senado, também alerta para a ausência de discussão com os quais temas fulcrais para a democracia estão sendo analisados por esta Comissão Especial sobre a Regulamentação da Constituição Federal. Regulamentar a Constituição não é algo que possa ser feito por 12 parlamentares sem um amplo debate público, porque pode trazer sérios prejuízos à democracia e alterar na prática os princípios estabelecidos pela Carta Magna.
fonte: http://www.fndc.org.br/internas.php?p=noticias&cont_key=917257