A espantosa fala do pequeno estadista
13 de Junho de 2017, 10:32Por mais que a gente sinta repulsa pelo minúsculo que habita o Jaburu, é preciso reconhecer uma coisa: o homúnculo é uma figuraça.
Pois não é que ele, acusado todos os dias de alguma nova diatribe, ao ponto de não se saber mais onde e quando a sua longa carreira delituosa teve início, ainda se mostra capaz de desafiar o povo brasileiro, que o rejeita na quase totalidade?
Se não, como entender o vídeo que exibe nas redes sociais desde segunda-feira, aparentemente para exibir bravatas?
Se bem que a gravação serve também para demonstrar, mais uma vez, que sua mente sofre um processo de deterioração, cujo sintoma mais evidente é a dissociação da realidade.
“Nas democracias modernas, nenhum Poder impõe sua vontade ao outro. O único soberano é o povo, e não um só dos Poderes. E muito menos aqueles que eventualmente exerçam o Poder. Sob meu governo, o Executivo tem seguido fielmente essa determinação: não interfiro nem permito interferência indevida de um Poder sobre o outro. Em hipótese alguma, nenhuma intromissão foi ou será consentida”, disse o traíra, sem nem corar ou demonstrar sinais de que não era ele, mas um mamulengo bem acabado que falava tais disparates.
Indômito, incorporou o espírito de Winston Churchill, disse que não vai esmorecer e “o Brasil não vai parar”.
É muita coragem para um homem só!
E o diminuto foi além nesse seu arroubo de bravura e determinação: segundo ele, as "reformas" trabalhista e previdenciária têm trazido o país de volta aos “trilhos do crescimento”.
Ainda bem que suas palavras estão gravadas para a posteridade, pois se não a lição de moral que deu a seguir ficaria perdida para as gerações futuras:
“Justamente no momento em que saímos da mais grave crise econômica de nossa história, quando havia sinais claros de que as reformas teriam maioria no Congresso Nacional, assacaram contra meu governo um conjunto de denúncias artificiais e montadas. O Estado Democrático de Direito não admite que as instituições públicas e seus responsáveis cometam ilegalidades sob qualquer justificativa ou motivo. Na democracia, a arbitrariedade tem nome: chama-se ilegalidade.”
Sem mencionar nomes, foi épico ao dizer que o “caminho que conduz da Justiça aos justiceiros é o mesmo caminho trágico da democracia à ditadura”, e, para firmar a sua imagem de estadista, soltou mais uma pérola: “Não permitirei que o Brasil trilhe este caminho. Não vou esmorecer.”
O fim de sua alocução, que deve ter lhe rendido os mais calorosos cumprimentos e, sem dúvida, foi capaz de elevar o ânimo dos brasileiros à estratosfera, também merece destaque.
Coroou um discurso memorável e perene:
“Com coragem e determinação, estou convencido que alcançaremos nossos objetivos de retomar crescimento e emprego sobre bases sustentáveis e seguras do conjunto de reformas mais ambiciosas e necessárias das últimas décadas. O Brasil não pode esperar. O Brasil não vai parar.”
Ah, ele lembrou ainda que seguirá “liderando o movimento” pela aprovação das "reformas".
Que os deuses de todas as religiões nos ajudem! (Carlos Motta)
É tudo culpa de 2013?
12 de Junho de 2017, 9:52 - sem comentários aindaÉ lugar comum nas análises atuais dizer que a desgraça pela qual passa o Brasil é culpa das manifestações de 2013. Não há dúvidas que as mesmas tiveram um papel nisso tudo e parte delas contaram inclusive com financiamento interno e externo do grande capital. Porém, é preciso analisar o que tornou, ao longo de décadas, possível que 2013 tivesse lugar da forma como aconteceu.
No artigo Ciberguerra potencializa guerra informacional analisamos o roteiro usado nas chamadas revoluções coloridas ou primaveras disso ou daquilo que aconteceram no planeta desde o início da década de 2010.
Obviamente as condições que permitiram a aplicação do roteiro variaram de acordo com o momento histórico de cada país, mas regra geral, estas condições foram sendo criadas ao longo das últimas 3 décadas com maior ou menor intensidade segundo o momento histórico e o estágio de desenvolvimento político, econômico e social vivido por cada um deles. Não se trata aqui de debater qualitativamente o desenvolvimento de cada país, mas entender que os países se desenvolvem em ritmos diferentes.
Mas como o objetivo deste artigo é tentar entender como as manifestações de 2013 foram possíveis no Brasil precisamos olhar o que aconteceu em nosso país e no mundo nas últimas 3 décadas.
O processo que levou a derrota do projeto de governo petista de inclusão social e redução da pobreza não teve início em 2014, nem em 2013, nem 2010 e muito menos em 2002.
Por paradoxal que possa parecer, este processo teve início em meados de 1980, quando o movimento sindical e o PT viviam um momento de ascendência. Crescíam vertiginosamente, com uma proposta popular e socialista quando o mundo soviético a rejeitava ferozmente.
No Brasil e no Mundo daquela época acontecem alguns movimentos importantes que podem indicar porque chegamos ao que chegamos:
- O trabalho como conceito moral, como valor social, é sistematicamente desqualificado, criando a ideia de quem trabalha é otário;
- A Igreja Católica da Teologia da Libertação é dizimada pelo anti-comunista papa polonês (Józef Wojtyła) e seu buldog alemão (Natzinger);
- A Teologia da Prosperidade (dos neopentecostais) cresce e leva os católicos a pregar a renovação carismática e uma guinada à direita;
- O movimento sindical tira o pé do acelerador e começa a deixar o trabalho de base de lado em nome de uma possível eleição de Lula, processo que fica cada vez mais forte depois da quase vitória em 1989;
- O neoliberalismo ganha força no mundo todo (inclusive na URSS), cuja derrubada do Muro de Berlim foi o símbolo maior;
- A esquerda mundial entra numa crise de criatividade sem precedentes;
- A socialdemocracia europeia rende-se ao neoliberalismo e, por vezes, é mais radical em sua implantação que os próprios direitistas;
- A esquerda que sempre teve um papel importante no imaginário das pessoas e forte influência na área cultural, perde o espaço para a direita;
- Direitos Humanos e o Humanismo são ridicularizados. O deus mercado e o lucro fácil tomam contam de corações e mentes das mais distintas classes sociais;
- A utopia cede espaço ao pragmatismo, que na prática se traduz em vantagens pessoais de curto prazo colocadas acima dos objetivos históricos coletivos de longo prazo;
- O fim do modelo soviético fortalece o dogma ideológico difundido pelos capitalistas de que não há alternativas ao capitalismo e que, portanto, a saída que nos resta é melhorar a situação econômica dos mais pobres e, com isso, garantir seu apoio aos programas de governos progressistas;
- Passa-se a tolir todo e qualquer debate que possa levar a um crítica ao capitalismo e desqualifica-se àqueles que lembram que a Luta de Classes não terminou com o fim da URSS.
Por outro lado, os problemas e as mazelas no Brasil eram e são tão profundos que até mesmo pequenas reformas e alguns programas sociais teriam um efeito enorme sobre toda a sociedade, conforme pudemos notar nos anos de governos petistas. Isso gerou a atual onda de fúria e ódio da CasaGrande que culminou no impedimento de Dilma em 2016 e nos ferozes ataques, que ocorrem desde a instauração do governo golpista e cleptocrata de Michel Temer e seus tucanos, aos direitos sociais e trabalhistas duramente conquistado ao longo de décadas de lutas de brasileiros e brasileiras.
É claro que em 13 anos de governos petistas não se conseguiria substituir toda uma estrutura socio-político-econômica cuidadosamente montada em 502 anos de domínio pleno da Casagrande. Esta tarefa se tornou ainda mais difícil ao deixarmos de fazer trabalho de conscientização e organização de base, coisas, aliás, que fizemos muito bem no final dos anos 1970, começo dos anos 1980.
Contudo, um dos maiores erros cometidos por parte da esquerda foi acreditar que a tomada do poder político (ganhar o governo) facilitaria o processo de transformação econômica. A história já demonstrou que aqueles que conquistam o poder político, sem ter o poder econômico, acabam transformados em servos do último e, nos casos onde não se submetem aos pesados interesses econômicos, são expulsos do poder político por movimentos mais atrasados e piores para os Trabalhadores, piores até que os derrotados pela esquerda no período anterior.
Para evitar este desastre socio-político é preciso que existam na sociedade forças extremamente organizadas a partir da base e preparadas para fazer com que a economia funcione, capaz de gerar riquezas, segundo novas condições. Em outras palavras é preciso construir poder econômico, tendo os Trabalhadores não só a frente deste processo, mas sujeito dos mesmos. (Escrevemos este parágrafo em 2007, publicado na apresentação do livro Concepção Anarquista de Sindicalismo de autoria de Neno Vasco, o anarco-sindicalista português que traduziu para a língua pátria os versos de A Internacional.)
Eis aqui uma das chaves para entender porque 2013 foi possível. Além de não se ter investido na formação de poder econômico próprio, controlado pelos trabalhadores e apontando para uma nova forma de organização política, social e econômica, não conseguimos fazer frente ao massivo ataque ideológico direitista de endeusamento do mercado e das liberdades para o capital porque deixou-se de fazer trabalho de base e estar junto com o povo, ouvindo-o e construindo coletivamente com ele as soluções possíveis, assim como lançando as bases para a construção da alternativa desejada e compartilhada por todos.
Então, 2013, foi possível não só pela organização da direita, mas também pela desorganização e desmobilização da esquerda, da qual, uma parte, se contentou com os programas de governo que podia implantar a partir dos palácios do governo e, outra parte, se meteu num radicalismo acadêmico distante do povo.
Certamente, poderíamos nos comunicar melhor com o povo e não deixar que seu imaginário fosse conquistado pelos fundamentalistas de mercado e seu braço neopentecostal. Resta saber se teremos capacidade para avaliar todo este processo, fazer autocrítica, aprender com os próprios erros, reconquistar o imaginário das pessoas e avançar.
Ficar na análise fácil de que tudo é culpa das manifestações de 2013, certamente não nos ajudará a entender nada.
O singelo conto de Banana Verde
1 de Junho de 2017, 18:02
O Dr. Mesóclise era o mais ilustre cidadão de Banana Verde, farol ético e moral para as gerações presentes e futuras, receptáculo de extensivos conhecimentos exclusivos e gerais, conjugador emérito de verbos e excepcional colocador de pronomes.
Com tantas virtudes, coube a ele a tarefa de salvar seu rincão das desgraças causadas por alienígenas sequiosos de impor, como se estivessem em suas exóticas terras, ideologias estranhas à boa índole do trabalhador e ordeiro povo bananaverdense.
Reunidos os cidadãos de bem, foi traçado o plano para que se restaurassem os antigos costumes e a moral de sempre, aquela que determina que cada um não só reconheça, mas permaneça, em seu devido lugar, predeterminado em eras esquecidas, algo que os de fora trataram de mudar, impetuosa e temerariamente, tão logo assumiram o controle dos negócios executivos do povoado.
Escolhidas as tarefas de cada um, saíram todos à labuta, empolgados com a relevância da missão purificadora.
O delegado, o juiz, o promotor, o presidente da Câmara dos Vereadores, o dono do supermercado Boa Compra, o diretor do semanário Letras da Comarca, o quase centenário Juca Belo, ainda ativo nos afazeres de sua fazenda Esperança, todos sabiam perfeitamente o que tinham de fazer para limpar o ar das impurezas trazidas pelos forasteiros.
No austero e venerando salão onde se reuniu o escol bananaverdense, restou apenas o ínclito Dr. Mesóclise, a esfregar as suas delicadas, longas e honradas mãos, como se lhe estivessem a borbulhar milhões de pensamentos, cada qual mais inspirador, sobre o novo porvir de sua querida estância.
Com tantas forças reunidas, expulsar os adventícios foi um encargo relativamente fácil.
Restaram, na sóbria sociedade bananaverdense, alguns focos de resistência à nova velha ordem que se instaurava, mas eram desorganizados, e, pior, periféricos que eram, por mais alta a sua algaravia, ninguém os escutava.
Passado o tempo, os homens de bem supuseram ter reposto o que de direito em seus lugares arcaicos.
Para eles, tudo corria como sempre deveria ter sido na Banana Verde de seus sonhos.
Até que...
Um dia, o carro do juiz quebrou em plena estrada para a vizinha e aprazível Campo dos Abacaxis; o prédio da Delegacia de Polícia pegou fogo; o promotor torceu o pé direito ao subir a escadaria (oito degraus apenas) do Fórum; as vacas do velho Juca Belo pararam de dar leite; pelo menos dez pessoas passaram mal depois de se deliciarem com amostras de petiscos no Supermercado Boa Compra; o presidente da Câmara dos Vereadores foi flagrado em relações íntimas com a secretária da Casa Legislativa; e a manchete do Letras da Comarca saiu com um terrível "Nosocômio local sofrerá amputação" - o redator jura que no texto que mandou para a oficina estava escrito "ampliação".
Já o Dr. Mesóclise sofreu a maior de suas desventuras.
Foi num discurso de inauguração daquela que considerava uma das mais marcantes e grandiosas obras da nova/velha gestão bananaverdense, um sólido e amplo banco para três lugares, todo de cimento, na Praça Imperial, centro pulsante da urbe.
Num lapso, devido talvez ao estresse provocado pelas suas mais recentes funções, quiçá pelo seu esforço cotidiano em prol da recuperação social, econômica, e, principalmente, ética e moral, de seu querido torrão natal, o Dr. Mesóclise desafinou em sua alocução e relegou à mediocridade o pronome usado no elegante verbo "sentar", que usava em referência ao objeto a ser inaugurado - em vez de "sentar-me-ei", muito mais adequado ao seu extenso conhecimento, soltou um singelo, prosaico e ordinário, "me sentarei".
Depois dessa tragédia, o Dr. Mesóclise nunca mais foi o mesmo, danou-se a tartamudear repetidamente, como se as palavras, antes tão próximas, fossem agora suas inimigas.
Também Banana Verde, que parecia ter recuperado, depois da aventura dos forâneos, todo o seu resplender de outrora, rendeu-se à irrelevância de tantos outros povoamentos esquecidos deste planeta Terra.
Estudiosos de centros avançados ainda se debruçam nesse estranho episódio, tentando entender por que se deu o colapso de tão sofisticado projeto redentor.
Castigo divino, coincidências de infortúnios?
As hipóteses são várias, mas a mais tentadora é a que diz que Banana Verde sucumbiu à sua própria ambição, ou a de seus mais ilustres cidadãos - de materializar aquilo que eles possuem em seu íntimo, o que, no caso, era, para surpresa de muitos, tão somente a mais profunda ignorância, um gigantesco vazio - o nada, enfim. (Carlos Motta)
Desafio Democrático: organizar manifestações maiores que a do Rio. Boralá!
28 de Maio de 2017, 20:03 - sem comentários aindaCopacabana tomada por mais de 150 mil manifestantes que pacifica e democraticamente reinvindicam #ForaTemer #DiretasJá
Note-se que sem polícia, não tem infiltrado, nem quebra-quebra. Por que será? Vamos pensar?
E assim deixamos aqui o Desafio Democrático: cada grande cidade brasileira irá organizar um ato maior que este #ForaTemer #DiretasJá do RJ.
Boralá?
Curitiba nas ruas com chuva e tudo mais
21 de Maio de 2017, 17:13Mesmo com o frio e a chuva que castigam Curitiba desde a madrugada, a galera saiu às ruas pedindo Fora Temer Nenhum Direito a Menos
Lava-Jato supera Stálin na fabricação de provas processuais
13 de Maio de 2017, 10:58 - sem comentários aindaOpa! Print de rascunho de mensagem de e-mail não enviada serve de prova de participação em esquema de corrupção. Stálin foi beeem mais light em 1937!
Muitos já traçaram uma certa correlação entre os abusos cometidos pela Lava-Jato e aqueles dos famosos Processos de Moscou.
A direita brazuka e mundial acusa Stálin de fabricar provas e arrancar, sob tortura, "confissões" dos réus nos Processos de Moscou.
Ao apresentar como prova um print de rascunho de um e-mail, sem data completa e sem destinatário, a Lava-Jato supera em muito as habilidades stalinistas no quesito fabricação de provas.
Ensandecidos com a derrota de Moro no dia 10/05, agentes da mentira nazi-fascista partiram para o tudo ou nada. Para eles, pouco importa se é verdade ou não. É preciso alimentar o show midiático e a caça às bruxas do século XXI, numa espécie de inquisição repaginada, tecnológica, digital, televisada.
É preciso manter a farsa. É preciso manter, a qualquer custo, as massas ignorantes (e não me refiro aos pobres, mas principalmente à classe média, leitora e teleauditiva do PiG, os midiotas), subordinadas a esta mentira criada nos "aquários" das redações dos meios de comunicação, nas salas do MP e do Judiciário partidário e classista, essa aliança do capeta, defensora dos privilégios da Casagrande e mantenedora das desigualdades sociais e econômicas no Brasil.
Ao fazer isso, a Lava-jato mostra que não está disposta apenas a fazer qualquer negócio para destruir a reputação de Lula, Dilma ou quem quer que seja, mas também que faz qualquer coisa para destruir a reputação do Judiciário Brasileiro.
Tais provas são piores que a falta delas. Desmoralizam a Justiça!
Ao se valer de tais expedientes, a Lava-Jato se mostra muuuito mais totalitária que os famosos processos de Moscou.
O jogador boquirroto e a adoração do fascismo
2 de Maio de 2017, 10:55
O jogador do Palmeiras Felipe Melo saiu jovem do Brasil e rodou por vários clubes europeus, tendo retornado ao seu país há poucos meses. Já se meteu em várias confusões nos campos, o que não o impediu de até integrar a seleção brasileira. Outra característica de sua personalidade é sua língua solta: boquirroto, quase sempre confunde sinceridade com ofensas.
Melo tem salário de cerca de R$ 500 mil mensais e, portanto, ocupa o topo da pirâmide social, faz parte do 1% dos mais ricos, a elite econômica do Brasil, essa que nada de braçadas na crise que já desempregou 14 milhões de trabalhadores.
Nascido na pobreza, ele tem pouca escolaridade, e seu sucesso pode servir como propaganda da tão propalada "meritocracia", o método celebrado pelos neoliberais como o mais justo para se destacar em nossa sociedade.
Certa vez, numa entrevista a uma emissora italiana de televisão, Melo resumiu sua vida:
- Se eu não fosse jogador, teria sido um assassino. Vivia em uma das favelas mais perigosas e ali havia drogas e armas. Deixei aquela vida para seguir meu sonho. Às vezes ia ao treinamento e, na volta, algum amigo meu estava morto. Tinha que dizer sim ao futebol ou a uma vida ruim. E disse sim ao futebol e a uma vida diferente.
Como se vê, Melo é um sujeito determinado e que sabe o que quer.
E talvez por ter sido criado num ambiente violento, de miséria e sujeira, onde certamente 99,9% de seus amigos de infância não conseguiram se livrar da pobreza, ele vê o mundo em preto e branco, dividido entre aqueles que, como ele, por vários motivos, progrediram, e os que ficaram no mesmo lugar, empacados, sem perspectiva nenhuma a não ser sobreviver no dia a dia.
Nessa segunda-feira, dia do trabalhador, Melo, em mais um de seus ataques de boquirrotismo, expressou aquilo que pensa parcela da população sobre a data e sobre o presente e o futuro do Brasil, de forma seca e crua, como é de seu feitio:
- Posso falar uma coisinha? Deus abençoe todos os trabalhadores e pau nos vagabundos. Bolsonaro neles!
É isso.
É esse o retrato do Brasil de hoje: um país dividido entre os "trabalhadores" e os "vagabundos" e cuja esperança de dias melhores, para muitos, reside num político de extrema-direita sem nenhum programa de governo a não ser a apologia da violência como meio de resolver todos os problemas.
Felipe Melo não poderia ter sido mais didático no resumo de como o fascismo se alastrou no corpo social do país.
E de como é necessário parar de encará-lo como apenas um sintoma de uma sociedade doente e não uma das causas dessa doença. (Carlos Motta)
Como vai ser bom negociar diretamente com os patrões!
28 de Abril de 2017, 17:08
Vai ser interessante ver, daqui a algum tempo, quando a legislação trabalhista "modernizada" já estiver em vigor, esse pessoal que odeia os sindicatos e diz que sindicalistas não passam de um bando de vagabundos, negociar aumentos de salários com seus patrões.
Conheci vários desses tipos: os colegas do Sindicato dos Jornalistas chegavam na redação, e eles corriam para o cafezinho ou fingiam trabalhar, fazendo de conta que não prestavam atenção nos informes que eram dados, geralmente sobre as campanhas salariais.
Muitos xingavam abertamente o sindicato.
Daqui para a frente, porém, como diz a letra da famosa canção de Roberto e Erasmo Carlos, tudo vai ser diferente.
Esse povo que acredita piamente na meritocracia terá, finalmente, a oportunidade de convencer seus chefes, e por tabela, seus patrões, que eles merecem ganhar muito mais, porque são competentes, trabalhadores, e extremamente leais - vestem, como se diz, a camisa da empresa.
Agora, o problema todo é como vão fazer isso.
Alguns, mais ousados, talvez consigam chegar até a secretária do chefe e pedir para falar com ele.
Os outros, mais temerosos, mais tímidos, é bem provável que nem isso façam.
Vão, provavelmente, quando muito, reclamar que o salário está baixo, que não se ouve falar em aumento, que tudo está subindo, e que ninguém faz nada para resolver essa situação.
Em compensação ele estará vivendo num país onde, finalmente, há ordem e progresso. (Carlos Motta)
Combata a doença, o vírus e seus transmissores!
15 de Abril de 2017, 8:40Embora concorde que não devemos ficar repetindo e divulgando os nomes de certas pessoas, evitando, desta forma fazer-lhes propaganda gratuita e contribuir para que as medições de citações destas pessoas nas redes digitais sejam supervalorizadas e usadas como argumento de "popularidade", noto que não podemos separar as pessoas das ideologias como se as últimas fossem uma criação metafísica ou sobrenatural que nada tem a ver com as pessoas.
Evitar fazer propaganda gratuita para entreguistas e colonizados que posam de nazi-fascistas para surfar na onda conservadora neoliberal e neopentecostal é uma coisa. Dizer que as pessoas que portam as ideologias não são o problema em si é outra completamente diferente.
As pessoas e as ideologias estão intrinsicamente ligadas. Ideologias são criadas por pessoas, por elas são transmitidas e propagadas. E são as pessoas as portadoras de ideologia.
Por mais paradoxal que possa parecer são pessoas, humanos, que criam ideologias anti-humanas. O capitalismo e seus irmãos o nazismo e o fascismo, que colocam o capital e o lucro acima da vida Humana, não são uma criação do além nem tampouco da natureza. São criações humanas, criações lógicas e humanamente racionalizadas para garantir o domínio de umas poucas pessoas sobre milhões de Seres Humanos.
Logo, ao combater as ideologias temos sim que combater as pessoas que as criam, transmitem e as portam.
Não tem como fazer de outra forma.
Não vamos combater pessoas, vamos combater ideologias
Vamos parar de citar o nome das pessoas que acabam reproduzindo, acabam dando voz a uma maioria silenciosa de fascistas, de racistas, de preconceituosos ou de pessoas que acabam maquiando um tipo de ideologia reacionária com o slogan de não sou político, sou trabalhador.
Por Ana Roxo
Talvez uma estratégia inteligente de combate no momento seria a gente parar de falar o nome dessas pessoas que acabam representando um tipo de ideologia, um tipo de pensamento fascista, preconceituoso, racista. Vamos parar de citar o nome das pessoas que acabam reproduzindo, acabam dando voz a uma maioria silenciosa de fascistas, de racistas, de preconceituosos ou de pessoas que acabam maquiando um tipo de ideologia reacionária com o slogan de não sou político, sou trabalhador.
Porque essas pessoas em si não são o problema. O problema é a ideologia. E essa ideologia, esse tipo de pensamento, o preconceito, o racismo, o machismo, a exclusão social, a violência, mesmo que a violência seja simbólica. Isso que tem que ser combatido. Não são as pessoas.
O exemplo de que não adianta combater pessoas é que a gente estava aí achando que ia ter que lidar com o picolé de chuchu e o picolé de chuchu apresenta o seu amiguinho trabalhador como alternativa. Então não são as pessoas. Se a gente combate pessoas a gente tem derruba pessoas. Se a gente combate ideologia a gente muda as ideologias. A gente derruba as ideologias. E é isso que precisa ser mudado.
Não dá mais para citar o nome. Se a gente for falar daquele tal mito. E acho que mito no sentido de mentira né? Porque a pessoa é a mentira em si. A pessoa não tem nada a acrescentar na sociedade, além de ficar dando voz a um pensamento racista, raivoso, ignorante. Um tipo de pensamento cuja a sofisticação é tão profunda quanto o pires e que a gente fica combatendo como se isso fosse digno de pauta.
Tem uma velha máxima da publicidade que é falem mal, mas falem de mim. Se a gente parar de falar dessas pessoas metade da publicidade sai. Porque na raiva a gente quer falar mesmo. Não vamos combater o capitão do mato, vamos combater a escola sem partido. O tipo de ideologia que gera um projeto como escola sem partido.
Não vamos combater uma tal palestra que um tal filhote de Hitler deu justo onde? Vamos combater o que faz essa pessoa ter voz. Essas pessoas elas não estão implantando uma ideologia. Não tem nada de novo no que elas falam. É o bom e velho preconceito. É o bom e velho machismo. É o bom e velho escravagismo. Aquele pensamento aquele pensamento colonialista, coronelista que continua aí. Que continua estrutural no nosso pensamento, que continua estrutural na nossa sociedade.
Então, não se trata mais de falar dessas pessoas. Se trata de combater a ideologia que elas vociferam.
A próxima Lei: a da Abolição Ampla, Geral e Irrestrita do Brasil e de sua Imediata Anexação aos EUA
22 de Março de 2017, 14:00 - sem comentários aindaPLIP: Projeto de Lei de Iniciativa Peculiar
Lei da Abolição Ampla, Geral e Irrestrita do Brasil e de sua Imediata Anexação aos EUA.
Nas atribuições que lhe conferem o voto popular e a Constituição da República Federativa do Brasil, o Congresso Nacional, em sessão especialmente extraordinária, discutiu e aprovou, e o Senhor Presidente da República sancionou nesta data:
Artigo 1º Do Objeto
A República Federativa do Brasil deixa de existir na qualidade de país autonomo e soberano, passando incondicionalmente a integrar os Estados Unidos da América na qualidade de seu 51º estado.
§ Único A partir desta data entra em vigor em todo o território da ex- República Federativa do Brasil, a Constituição dos Estados Unidos da América.
Artigo 2º Dos Nomes
O nome oficial da ex-República Federativa do Brasil passa a ser apenas Brazil State.
§ 1º Os antigos estados da ex-República Federativa do Brasil passam a ser condados.
§ 2º Os governadores dos antigos estados da ex-República Federativa do Brasil receberão o título de Conde e, concomitantemente, em nome de Deus e do Presidente dos Estados Unidos da América, poder vitalício.
§ 3º Os municípios passam a se chamar City
§ 4º Os governantes municipais passam a se chamar Major
§ 5º Os mandatos dos Majors serão mantidos de acordo com aqueles exercidos na data da promulgação desta lei
Artigo 3º Do Idioma
O idioma oficial de Brazil State a partir da publicação desta lei passa a ser o Inglês Norte-Americano.
§ Único Revoga-se o idioma português, de origem lusitana e, portanto, estranho aos costumes e tradições dos Estados Unidos da América.
Artigo 4º Do Meio Circulante
A moeda de Brazil State passa a ser o US Dollar
§1º Todas as transações na antiga moeda brasileira serão convertidas em US Dollar
§2º Salários e recebimentos de pessoas físicas serão convertidos pela taxa de câmbio em vigor
§3º Dívidas, contas a pagar, mensalidades escolares, planos de saúde e qualquer outro pagamento feito por pessoas físicas serão convertidos ao cambio de R$ 1,00 (um real) por US$ 1,00 (um Dollar)
§4º Pagamentos e recebimentos feitos por pessoas jurídicas distintos daqueles previstos nos parágrafos anteriores receberão tratamento especial diretamente relacionado ao grau de comprometimento das mesmas com o governo dos Estados Unidos da América.
Artigo 5º Da Cidadania
Todos os cidadãos residentes em Brazil State no momento da promulgação desta lei receberão incondicionalmente a cidadania norte-americana
§ 1º Asseguram-se a todos os cidadãos e cidadãos de Brazil State os mesmos direitos e, principalmente, DEVERES, garantidos pela Constituição dos Estados Unidos da América.
§ 2º Para comprovar que se encontram em território de Brazil State, todos os cidadãos e cidadãs deverão se dirigir ao Police Departament mais próximo do local onde se encontrar
§ 3º Aqueles que não conseguirem atendimento no Police Departament devido à super lotação, poderão dirigir-se aos presídios mais próximos, assim como aos estádios de futebol, independentemente de estes ostentarem o padrão FIFA.
Artigo 6º Da Abolição
Fica abolida a Constituição da República Federativa do Brasil e todas as leis federais, estaduais e municipais vigentes até esta data.
§1º Fica abolida a Abolição dos Escravos.
§2º Fica abolido o SUS – Sistema Único de Saúde
§3º Fica abolida a educação pública e gratuíta
§4º Fica abolida a CLT – Constituição das Leis do Trabalho
§5º Ficam abolidos todos os programas sociais
§6º Ficam abolidos os direitos à renda mínima, salário mínimo e congêneres
§7º Fica abolido o sistema público de previdência, aposentadorias e pensões
§8º Ficam abolidos todos os programas e leis que possam representar ou se assemellhar àquelas promotoras do Estado de Bem-Estar Social
Artigo 7º Dos Direitos e Deveres
Todos os cidadãos e cidadãs de Brazil State tem o Direito de pagar em Dóllar, com seu próprio esforço ou com a ajuda de Deus, os gastos com:
-Alimentação
-Transporte
-Educação
-Saúde
-Laser
Artigo 8º Das Disposições Transitórias
Estão revogadas todas as disposições em contrário a esta lei.
In God We Trust
Brazil, October, 11, 2016.