Por dez dias, Riocentro vira cidade atípica e com segurança reforçada
17 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaRenata Giraldi e Carolina Gonçalves
Enviadas especiais da Agência Brasil
O Riocentro, que é um centro de convenções localizado em uma área isolada da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, transformou-se nos últimos quatro dias em uma espécie de cidade. O local é uma das regiões mais vigiadas e seguras da cidade. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) provocou mudanças radicais na região – com alterações no trânsito, no policiamento e na criação de uma infraestrutura própria.
Somente ontem (16), um sábado de sol no Rio, a Organização das Nações Unidas (ONU) informou que mais de 32,8 mil pessoas passaram pelo Riocentro para participar, direta ou indiretamente, da conferência. A estimativa é que os números aumentem nos próximos dias, quando mais autoridades participarão da Rio+20 e com a cúpula dos chefes de Estado e de Governo.
Ao redor do Riocentro, com instalações de 100 mil metros quadrados e estrutura montada para receber as autoridades, as delegações dos 193 países e os participantes das discussões, está proibido estacionar e demorar no desembarque de passageiros. Há policiais militares, agentes da Polícia Municipal e soldados do Exército fazendo a segurança.
Na área interna do Riocentro, além dos policiais e militares brasileiros, há também os agentes de segurança da ONU. Criteriosos, os agentes estrangeiros não fazem concessões. Todos que têm acesso ao evento, por meio de crachás, devem respeitar as normas – cada crachá dá acesso a um pavilhão do centro de convenções, do total de cinco.
A imprensa deve ficar no Pavilhão 3 e só pode circular para deixar o local quando há autorização e em direção ao setor de transportes. Dos dias 20 a 22 são esperados os 115 chefes de Estado e de Governo, entre eles a presidenta Dilma Rousseff e os presidentes François Hollande (França), Raúl Castro (Cuba) e Mahmoud Ahmadinejad (Irã). Segundo policiais, haverá reforço no sistema de segurança.
Assim como as salas dos pavilhões são tomadas por reuniões com discussões sobre o documento final do evento, os corredores também guardam verdadeiras passarelas de diversidades de trajes, línguas e costumes.
No Pavilhão 2, no qual estão os restaurantes, quiosques de alimentação e um mercado, há opções para agradar um leque significativo de paladares. Durante as refeições, num palco montado entre estandes gastronômicos, grupos de diversas origens apresentam um pouco da música e costumes tradicionais de alguns países presentes na Rio+20.
No Pavilhão 1, que é a entrada principal para a conferência, há manifestações em forma de desenhos e produções artesanais, que estão expostas na área. A voz da sociedade civil ganha traços e cores no registro de mensagens universalmente compreendidas sobre o que esperam do mundo.
Edição: Andréa Quintiere
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Economia deve valorizar recursos naturais, diz representante da ONU
16 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Vitor Abdala
A secretária executiva da Cúpula das Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), Christiana Figueres, disse hoje (17) que o mundo não pode mais se dar ao luxo de ter um sistema econômico que não valorize os recursos naturais.
Figueres participou do Rio/Clima (Rio Climate Challenge), evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que busca soluções para as mudanças climáticas.
A proposta de dar um valor econômico aos “serviços prestados” pelos recursos naturais foi uma das sugestões do Rio/Clima, que será encaminhada aos chefes de Estado e de Governo que participarão da Rio+20 nesta semana.
“As ciências econômicas precisam mudar sua visão e passar a ver os recursos naturais como algo onde está o valor para os próximos 50 anos. Se não transformarmos isso no centro da nossa estrutura econômica, nós não vamos resolver o problema”, disse.
O Rio/Clima, que reuniu especialistas de 14 países, também propôs que o conceito de Produto Interno Bruto (PIB), que hoje mede a riqueza de uma nação com base apenas na soma de bens e de serviços produzidos, seja transformado para medir também o grau de sustentabilidade de um país.
Edição: Andréa Quintiere
Leornardo Boff sugere mudanças na Carta da Terra
16 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários ainda
Leonardo Boff fala sobre sugestões de mudança para a Carta da Terra, e dá alguns conselhos aos jovens sobre como incluir a sociedade nas causas das juventudes.
Cacique de Ramos recebe índios de várias etnias na Rio+20
16 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaDa Agência Brasil
Cerca de 80 índios de várias etnias visitaram hoje (17) a quadra do bloco carnavalesco Cacique de Ramos, em Ramos, na zona norte da cidade. O objetivo do encontro, promovido pela prefeitura do Rio, foi a integração cultural e artística, além de apresentar aos índios a história do samba.
Em troca, os índios presentearam o Cacique de Ramos com uma tora de cerca de 140 quilos, que faz parte de uma dança indígena, e ficará ao lado da tamarineira, árvore símbolo do bloco carnavalesco, um dos mais tradicionais do Rio de Janeiro.
Os índios estão na cidade para participar das discussões da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que termina no próximo sábado (23). Eles estão instalados na Aldeia Kari-Oca, montada na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, zona oeste da cidade.
Durante a cerimônia, o líder da aldeia, Marcos Terena, informou que a Carta Indígena da Kari-Oca 2012, que contém recomendações a respeito da economia verde, sustentabilidade e a necessidade de demarcação dos territórios indígenas, será anunciada amanhã (18) por volta do meio-dia. De acordo com Terena, esse horário foi escolhido em virtude dos costumes indígenas.
“Ela [a carta] está sendo debatida hoje, com os últimos acertos lá na Aldeia Kari-Oca. Hoje à noite ela vai ser abençoada em uma cerimônia especial e amanhã (18), ao meio-dia, a gente vai anunciar, porque o Sol tem muito a ver com a espiritualidade que estamos trazendo aqui para o Rio de Janeiro”, disse.
Segundo Terena, em meados do próximo ano, o Rio de Janeiro sediará os primeiros Jogos Mundiais Indígenas, dos quais participarão 12 países, com disputas em modalidades tradicionais, como futebol e remo. “Temos a responsabilidade de organizar como uma resposta ao modelo de Olimpíada, que é essencialmente competitiva, porém, queremos aos povos indígenas que o mais importante é a celebração. A competição existe, mas ela não menospreza o segundo lugar”, completou.
Pela primeira vez no Rio de Janeiro, um dos líderes da tribo indígena Kayapó, do estado do Pará, Bepkarunhti, contou que ficou emocionado ao conhecer a quadra da escola. “É muito emocionante ter encontrado o Cacique de Ramos. Fico muito feliz em poder trazer meu povo para conhecer a escola de samba, saber como é feito o carnaval.”
Para outro líder indígena, o cacique Raoni Pataxó, originário da Bahia, a questão ambiental é a mais importante na carta. Segundo ele, o território indígena está sendo ocupado pelos investimentos de grandes empresas. “Queremos colocar nossas decisões, nosso ponto de vista na Rio+20. Sabemos o que é bom para nós, e não são aquelas pessoas que estão no poder que vão falar por nós. Queremos tomar as nossas decisões e que elas sejam respeitadas pelos representantes de outros países”, afirmou.
De acordo com o presidente do bloco, Ubirajara do Nascimento, a chegada dos índios tem grande importância para a história do Cacique. A escolha de um cacique como símbolo do bloco foi uma forma de homenagear os índios brasileiros, disse ele. “O índio brasileiro porque ele precisava ser mais notado, mais procurado. As influências culturais desse povo são muito importantes em toda a história do Brasil. Então, eles [os índios] são pessoas pelas quais temos um respeito tremendo por tudo o que representam para o brasileiro.”
Durante a visita à quadra do bloco, os índios realizaram seus rituais de dança e mostraram peças de artesanato às cerca de 50 pessoas que acompanharam o encontro, do qual participou também o prefeito Eduardo Paes.
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Edição: Nádia Franco
Paisagista alemão sugere transformar lixo orgânico em adubo com ajuda de minhocas
16 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPor Isabela Vieira
Enquanto os brasileiros começam a se preocupar em separar o lixo seco para reciclagem, um ativista chama a atenção para o lixo orgânico. Composto por restos de comida, cascas de frutas e de legumes, os rejeitos podem se transformar em adubo antes mesmo de serem descartados, mas com ajuda de minhocas, explica o paisagista alemão Manfred Bert.
Localizado em um dos lugares de maior movimento na Cúpula dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), Bert apresenta suas minhocas e explica a estratégia para fazer adubo em casa. “Basta pegar duas caixas de madeira que sobram nas feiras, forrar com uma tela de mosquiteiro, colocar terra, lixo orgânico e as minhocas.”
Quando a caixa estiver cheia, a recomendação é colocar uma nova caixa em cima e repetir o procedimento. Assim, assegura, as minhocas vão passar de uma caixa para a outra em busca de alimento fresco e acelerar a produção de adubo. Esse, por sua vez, pode ser vendido ou reaproveitado nas plantas de casa ou pelo próprio condomínio, sugere o ecologista.
“Todo mundo pensa no lixo inorgânico para reciclar, como latinhas e vidro, tudo o que dá dinheiro. Mas ninguém quer mexer no lixo orgânico por considerar nojento, sujo, com mosca, mal cheiro. Mas não é nada disso”, desmistifica. “Na verdade, 70% do nosso lixo são limpos, são orgânicos”, completa o alemão, que usa uma camiseta com os dizeres Minhoca ao Alcance de Todos.
Há 27 anos no Brasil, o “vermicompostador”, como também se chama, desenvolveu a técnica. Bert garante que, se bem feita, não exala mau cheiro e nem uma produção incontrolável de moscas e vermes. “As minhocas se autoregulam. Cometem suicídio coletivo para expulsar o excedente. Depois, é só retirá-las e iniciar uma nova caixa”, dá a dica.
Para quem se interessou em começar a fazer o adubo orgânico em casa, além de preparar as caixas de frutas também é preciso comprar as minhocas, que o paisagista sugere que seja de um criador especializado.
Edição: Andréa Quintiere
Acompanhe a cobertura multimídia da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na Rio+20.