CPI da Previdência ouve representantes do governo sobre devedores do INSS
22 de Setembro de 2017, 11:49Publicada em 21 de Setembro
Link da Notícia: http://www12.senado.leg.br/noticias/audios/2017/09/cpi-da-previdencia-ouve-representantes-do-governo-sobre-devedores-do-inss
A CPI da Previdência ouviu representantes do Ministério do Trabalho e da Receita Federal para discutir a situação dos devedores do INSS. Os participantes criticaram ações como as campanhas de perdão de dívidas de empresas por meio do Refis. Segundo o presidente da CPI, senador Paulo Paim (PT – RS), depois de 31 audiências públicas, e a compilação de mais de 300 documentos, a comissão vai se concentrar em elaborar o seu relatório, que deverá ser apresentado no final de outubro.
CPI da Previdência debate situação de devedores do INSS
22 de Setembro de 2017, 11:48Publicada em 21 de Setembro
Link da Notícia: http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/09/21/cpi-da-previdencia-debate-situacao-de-devedores-do-inss
O caso dos devedores contumazes do INSS foi alvo de audiência pública da CPI da Previdência nesta quinta-feira (21). Participaram do debate representantes do Ministério do Trabalho e da Receita Federal, que criticaram ações como o perdão de dívidas de empresas por meio de Refis. Segundo os participantes, há registros de delitos de diversos tipos, como sonegação, desvio e fraudes.
O diretor da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), Cristiano Neuenschwander, informou que 85% das empresas brasileiras estão com os tributos em dia. Das 15% que estão em débito, menos de 1% são devedores contumazes, que usam diversos recursos para deixar de pagar os tributos devidos, como, por exemplo, as campanhas do Refis.
A comissão recebeu ainda a colaboração de diversas associações para a elaboração de seu relatório, como a Associação Nacional dos Juízes Federais e a Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho. O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que, depois de 31 audiências públicas e a compilação de mais de 300 documentos, a comissão vai se concentrar agora em elaborar o seu relatório.
– A nossa preocupação, quase concluindo os trabalhos da CPI, é na linha de que se a nossa Previdência fosse administrada com responsabilidade e seriedade, nós teríamos um fundo de no mínimo dois trilhões de reais – declarou o senador.
Paim disse ainda que a expectativa é que o relatório da CPI seja apresentado no final de outubro.
Presidente da Ajufe participa de audiência pública na CPI da Previdência do Senado
22 de Setembro de 2017, 11:46Publicada em 21 de Setembro
Link da Notícia: http://www.ajufe.org/imprensa/noticias/presidente-da-ajufe-participa-de-audiencia-publica-na-cpi-da-previdencia-do-senado/
Durante a reunião, Roberto Veloso entregou nota técnica que esclarece as reais motivações do prejuízo previdenciário
O presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Roberto Veloso, participou, nesta quarta-feira (21), de audiência pública da CPI da Previdência no Senado. Durante a reunião, Veloso destacou que a Previdência Social deve ser modernizada, mas defendeu que “a conta não pode ser entregue nas mãos dos trabalhadores que já são extremamente sacrificados”.
No debate, o presidente da Ajufe afirmou que a defesa de modernização da Previdência Social deve ter outro olhar. “O argumento do débito ou do déficit é um argumento frágil diante do que a previdência tem por arrecadar”, declarou.
Ao fim da audiência, Roberto Veloso entregou uma nota técnica elaborada pela associação que explica quais são as reais motivações do prejuízo da Previdência Social. “Há muito escondido quando se discute a questão da reforma da previdência. Uma delas é um assunto que nos é muito caro que é a dívida ativa da União. Ela está diretamente ligada aos devedores contumazes”, explicou Veloso.
Desde a instalação da Comissão, a Ajufe tem colaborado, a pedido do presidente da CPI, senador Paulo Paim (PT), estudando propostas e sugerindo mudanças legislativas ao texto base da Reforma da Previdência. Entre as sugestões propostas pela associação estão: a adoção de mecanismos especiais para que a Procuradoria da Fazenda Nacional dê prioridade às execuções envolvendo os grandes devedores e a independência das agências reguladoras.
Também estiveram presentes na audiência o diretor de prorrogativas da Ajufe, Marcel Citro, e representantes da Receita Federal, Procuradoria Geral da República, INSS e do Ministério do Trabalho e Emprego.
CPI: Órgãos federais apresentam sugestões para combater sonegação
21 de Setembro de 2017, 18:09
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) realizou, nesta quinta-feira (21), a última Audiência Pública para debater o crime de sonegação de contribuições sociais à Previdência Social, com integração de órgãos e de instituições públicas federais do Poder Executivo, Judiciário e do Ministério Público Federal (MPF). Na audiência, a comissão recebeu sugestões legislativas de associações de magistrados e de juízes federais. Essa foi a última reunião da CPI, a 31ª. A Comissão está desenvolvendo o relatório final, que deve ser apresentado dia 06 de novembro.
O subsecretário de Fiscalização da Receita Federal do Brasil (RFB), Iágaro Jung Martins, apresentou as práticas usuais de sonegação à Previdência Social. Entre esses, a remuneração indireta sem contabilização, como as mensalidades escolares, habitação, telefone e condomínio. Ele destacou também, entre as práticas, a distribuição disfarçada de lucros de alienação de bens a sócios com valores subfaturados, a criação de empresas fantasmas para benefícios ou créditos fiscais e a utilização de compensação de créditos tributários indevidos. “Além disso, temos a omissão de informações dos riscos ambientais no trabalho, trabalho informal (não registro de empregados) e a omissão de elementos nas folhas de pagamento por fora (hora extra, comissões, premiações e etc)”, pontua.
Segundo Martins, a legislação atual favorece a impunidade tributária e não há uma concentração de esforços na perseguição penal. O subsecretário destacou para a Comissão que é fundamental reverter a previsão de extinção de previbilidade de pagamento. “Esse é um dos grandes cânceres do direito tributário brasileiro. Os sonegadores atuam como franco-atiradores, sonegam e esperam a fiscalização chegar para discutir administrativamente durante mais ou menos sete anos. Nesse meio tempo, fazem dois ou três Refis e só depois pagam. Isso nos países de primeiro mundo é inadmissível”, apontou.
Para a secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Maria Teresa Pacheco Jansen, a fraude previdenciária é considerada como crime prioritário por estar em primeiro lugar na quantidade de ações que chegam ao Ministério Público Federal (MPF). “É a área que mais atuamos. Temos feito várias reuniões para aprimorar os instrumentos, seja a forma da representação ou de como atuamos nas grandes operações”, destacou. Maria apontou que é uma investigação que demanda tempo. Para a especialista, a fraude começa, por exemplo, nos cartórios, nas certidões de nascimento falsas e óbitos que não são computados.
O delegado da Polícia Federal (PF), Paulo Teles de Castro Domingues, disse que em dez anos de trabalho não viu mudanças efetivas em relação às fraudes. Para ele, praticar o crime é fácil para o fraudador. O sistema previdenciário não se configura apenas como um grupo de intelectuais com estratégias e grandes investimentos. O crime é tão fácil que todos estão cometendo, o ladrão de carro está indo agir na Previdência”, lembrou.
Na visão do delegado, se atuar contra os fraudadores o resultado econômico para as contas da Previdência será mais positivo. “Com certeza a arrecadação é importante, mas podemos arrecadar o dobro e o triplo no mesmo ritmo, mas a despesa do INSS em benefícios está ruim, e existem estudos que superam 30% somente em fraudes. Uma reforma previdenciária deveria ser feita com medidas administrativas”, destacou.
O procurador-Geral Adjunto de Gestão da Dívida Ativa da União e do FGTS, Cristiano Neuenschwander, disse que a Procuradoria- Geral da Fazenda Nacional (PGFN) está fazendo uma estratégia diferenciada de cobrança de acordo com cada devedor. O brasileiro é um pagador de tributo, ele não é devedor. O devedor é a minoria, e dentro dessa minoria uma minoria menor ainda. Toda a dívida ativa tem esse perfil de conseguir alta concentração. Essa dívida de quase dois trilhões está concentrada em poucos”, lembrou.
Associações de magistrados e de juízes federais apresentam propostas para a CPI
A Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP), a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA) e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (AJUFE) lavaram à CPI uma nota técnica com propostas legislativas.
Entre as sugestões de mudança, estão os delitos de apropriação indébita de contribuição previdenciária, a falsificação de documentos para fins previdenciários, o crime de responsabilidade e a concessão indevida de benefícios para o não pagamento de débitos à Previdência.
O presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Roberto Veloso, esclareceu as reais motivações do prejuízo previdenciário. Na CPI, ele destacou que a Previdência Social deve ser modernizada, mas defendeu que “a conta não pode ser entregue nas mãos dos trabalhadores que já são extremamente sacrificados.
No debate, o presidente da Ajufe afirmou que a defesa de modernização da Previdência Social deve ter outro olhar. “O argumento do débito ou do déficit é um argumento frágil diante do que a Previdência tem por arrecadar”, declarou.
Ao fim da audiência, Roberto Veloso entregou uma nota técnica da associação que explica quais são as reais motivações do prejuízo da Previdência Social. “Há muito escondido quando se discute a questão da reforma da Previdência. Uma delas é um assunto que nos é muito caro que é a dívida ativa da União. Ela está diretamente ligada aos devedores contumazes”, explicou Veloso.
Entre as sugestões da Ajufe: a adoção de mecanismos especiais para que a Procuradoria da Fazenda Nacional dê prioridade às execuções envolvendo os grandes devedores e a independência das agências reguladoras.
Desde a instalação da Comissão, as associações têm colaborado, a pedido do presidente da CPI, senador Paulo Paim (PT-RS), estudando propostas e sugerindo mudanças legislativas ao texto base da Reforma da Previdência.
Ascom da CPI da Previdência com informações da ascom da Ajufe
CPI da Previdência estima perda anual de R$ 115 bi com fraudes
20 de Setembro de 2017, 12:15O Tribunal de Contas da União (TCU) estima que o Brasil perde cerca de 56 bilhões de reais por ano com fraudes contra a Previdência, porém a CPI constatou que esse número chega a R$ 115 bilhões por ano. Para especialistas e estudiosos, ouvidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Previdência, é unânime combater à sonegação e à fraude nas contas da Previdência. Além de alegar fragilidade no sistema e falta de investimento do governo em estrutura operacional.
O ex-presidente da Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), Vilson Antonio Romero, lembrou dados históricos de desvios de recursos da Previdência. Destacou o caso dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) que, na década de 1950, foram obrigados a subscrever ações preferenciais das companhias estatais que estavam sendo constituídas (Companhia Siderúrgica Nacional, Companhia Hidrelétrica do São Francisco e Fábrica Nacional de Motores). Quando essas estatais foram privatizadas na década de 1970, os recursos não retomaram à Previdência.
“Inclusive, há um levantamento, de 1962, do débito da União com a Previdência, antes da unificação, em 1966, de todos os institutos em torno do INPS, que era de Cr$200 bilhões (duzentos bilhões de cruzeiros). E remete àquilo que é anedotário nacional: o dinheiro que se utilizou da Previdência para as grandes obras. Só aqui em Brasília, estudos e documentos, inclusive teses de mestrado, atestam que foram mais de US$ 52 bilhões utilizados para a construção da Capital Federal. Se esse dinheiro estivesse hoje no caixa da Previdência, não seria um fundo de reserva bastante suficiente?”, perguntou.
Segundo ele, há estudos comprovando que os recursos da Previdência foram usados em grandes obras, como a Transamazônica, a Ponte Rio-Niterói e as usinas de Itaipu e de Volta Redonda. Um levantamento do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) de 1999, supervisionado pelo economista André Lara Resende concluiu que, entre 1966 e 1999, o governo se apropriou de R$ 400 bilhões dos saldos positivos da Previdência, valores que atualizados alcançariam R$1,5 trilhão, revela Romero.
“R$ 143 bilhões por ano é jogado no lixo pela ação dos fraudadores da Previdência Social”, diz delegado federal
O representante da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Marcelo Borsio, afirmou, na CPI, que atualmente um terço do que é pago pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) são resultante de fraude. “Os sistemas em geral permitem a manipulação de informações (GFIP, cartórios, hospitais, identificação, laudos médicos e da segurança do trabalho, sistema prisional e etc). Não há controle algum e cerca de R$ 11 bilhões por mês, mais de R$ 143 bilhões por ano é jogado no lixo devido à ação dos fraudadores da Previdência Social”, disse.
O presidente da Associação Latino-Americana de Juízes do Trabalho (ALJT), Hugo Cavalcante, considerou que as dificuldades apresentadas pelas empresas não justificam as dívidas. “As devedoras estão demandando em juízo ou nas execuções fiscais que são promovidas ou discutindo determinados aspectos da legislação”, diz
Para Cavalcante, o cumprimento das obrigações com a Previdência não é nenhum favor, pois os valores são descontados da remuneração dos trabalhadores e tem que ser automaticamente repassadas. Além disso apresentou outros pontos em relação às dívidas. “Um segundo aspecto que não está incluído nesse débito diz respeito ao desconto da folha salarial não repassado à Previdência Social”, diz.
Ele lembrou recente estudo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revelando que nos últimos quatro anos as empresas deixaram de recolher R$ 92 bilhões ao caixa da Previdência Social, em razão de não registro de carteira de empregados.
E foi constatado, em Audiência Públicas da CPI da Previdência, uma quantidade de “ralos” por onde “escoam” os recursos destinados às aposentadorias e pensões, avalia o presidente da Comissão, senador Paulo Paim (PT/RS) e isto estará “muito claro” no relatório a ser aprovado até novembro, avalia o parlamentar.