Código da Mineração - proposta do relator Quintão representa um enorme retrocesso
18 de Novembro de 2013, 9:21 - sem comentários aindaFonte: http://www.justicanostrilhos.org
No dia 11 de novembro o relator da Comissão Especial que debate o PL 5807/13, o Código da Mineração, apresentou seu relatório preliminar. O Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração vem a público apresentar os motivos que nos levaram a repudiar tal proposta.
1- A proposta tornou o projeto ainda mais desequilibrado, colocando a mineração como uma prioridade absoluta, acima de todos os outros usos do território. Chega ao absurdo de propor que a criação de unidade de conservação ambiental, demarcação de terra indígena, assentamentos rurais e definição de comunidades quilombolas dependerão de anuência prévia da Agência Nacional de Mineração - ANM. Ou seja, subjuga a proteção de nossa biodiversidade, belezas cênicas e dos territórios de uso tradicional de povos indígenas e quilombolas aos interesses das empresas mineradoras. Justamente o contrário do que propõe o Comitê Nacional, que defende a exclusão dessas áreas para a atividade mineral, por conservarem valores tão ou mais importantes que a mineração. Como consequência disso, a mineração não garante as comunidades impactadas - que a proposta reconhece existir - qualquer direito de opinar sobre a instalação dos empreendimentos.
2- A proposta representa um retrocesso frente ao projeto apresentado pelo governo no que diz respeito ao processo de concessão das jazidas, mantendo em seu centro o regime de autorização e prioridade (quem faz a requisição primeiro fica com a concessão). Enfraquece o modelo licitatório que permitiria um maior planejamento público sobre as áreas a serem mineradas. Diminui também o poder do CPRM (Serviço Geológico do Brasil) no mapeamento geológico do território nacional.
3- A proposta constrói uma relação indecente entre a mineração e o mercado financeiro. Não apenas permite a penhora dos direitos minerários como meio de "obtenção de financiamento das atividades relacionadas ao desenvolvimento da mina", como institui os "Títulos Minerários" que serão mecanismos creditícios e que "poderão ser negociados nos mercados de bolsa e de balcão como ativos financeiros", "isentos de Imposto de Renda das Pessoas Físicas e Jurídicas". Isso abrirá caminho para muitos outros Eike Batista, que através da suposição/especulação do que tem em suas jazidas vão buscar financiamentos públicos e privados para seus negócios.
4- O projeto é produtivista, pois visa, por todos os meios, garantir os investimentos e subtrair os empecilhos aos projetos mineradores. Não apresenta qualquer estratégia de aproveitamento dos bens minerais segundo uma racionalidade que leve em conta a sua finitude e o fato de não serem renováveis. Subordina a extração mineral à lógica exclusiva da competição de mercado, que acelerará o ritmo de exaustão de nossas jazidas sem necessariamente devolver bem-estar social. Pelo contrário, com todas as isenções, facilidades financeiras e ausência de planejamento socioambiental, o mais provável é que deixe mais prejuízos do que benefícios.
Mesmo com a incorporação de pequenas parcelas de propostas da sociedade civil, a proposta apresentada pelo deputado Leonardo Quintão (PMDB/MG), em seu relatório preliminar, é, em seu conjunto, um ataque frontal aos interesses da sociedade civil e, em especial, às comunidades atingidas pela mineração. Não apresenta qualquer estratégia alternativa à lógica do mercado de reduzir custos e ampliar lucros. Nesse caso, reduzir os custos deve ser lido como não reconhecer os direitos sociais e ambientais, tratando os territórios do país como "áreas livres" para os interesses das empresas mineradoras.
Se não forem feitas profundas mudanças na proposta, exclusões e inclusões, o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração se posicionará contrário a ela, em seu conjunto.
Carta à presidenta Dilma com relação as parceiras da SENAES/MTE com organizações da sociedade civil
14 de Novembro de 2013, 7:57 - sem comentários aindaO Fórum Brasileiro de Economia Solidária vem a público divulgar os apoios a sua carta sobre as parceiras da SENAES/MTE com organizações da sociedade civil. Apesar da Casa Civil ter liberado os convênios e novos editais, ainda permanecemos com uma insegurança jurídica com relação ao marco regulatório entre governo e as organizações da sociedade civil no país. Mantemos nossa mobilização nos estados, aprofundando a pauta e as articulações.
Excelentíssima Senhora DILMA ROUSSEFF,
Presidenta da República Federativa do Brasil
A Plataforma pelo Novo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (OSCs), do qual o Fórum Brasileiro de Economia Solidária é integrante, vem avançando desde 2011 na construção de uma proposta de legislação para aperfeiçoamento do marco legal e de medidas visando mais transparência sobre a atuação das OSCs, buscando diálogo com a Secretaria Geral da Presidência da República e Vossa Excelência. Atualmente segue em andamento no Senado o substitutivo ao Projeto de Lei 649/2011 sobre o tema.
Acesse a carta em pdf em: http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=1811&Itemid=18
As organizações da Sociedade Civil têm desempenhado um papel fundamental na construção, gestão, execução e controle social das políticas públicas, contribuindo significativamente com sua execução de forma ágil, eficaz, ética e comprometida com resultados qualitativos e quantitativos. Vossa Excelência afirmou a necessidade de uma relação jurídica mais adequada entre o Estado e as OSCs, reconhecendo que, para cumprirem suas funções, "as entidades devem ser fortalecidas sem que isso signifique reduzir a responsabilidade governamental, em um ambiente regulatório estável e sadio".
Assim como Vossa Excelência, acompanhamos com preocupação as denúncias sobre irregularidades em convênios firmados entre o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e entidades sem fins lucrativos, principalmente a maneira como tais fatos vêm sendo tratados por setores de gestão pública e pela mídia. Isso compromete a imagem pública de uma infinidade de organizações e faz com que a opinião pública julgue sem critérios e se volte contra todas as organizações, entre elas as que têm prestado relevantes serviços à democracia e ao desenvolvimento deste país.
Repudiamos diversas ações que vem sendo realizadas por este governo que criminalizam as organizações da sociedade civil e os movimentos sociais, colocando todas as parcerias, convênios e repasses de recursos sob suspeita. O governo deve ter uma atuação para apurar os fatos denunciados relativos ao Ministério do Trabalho e Emprego, bem como de outros ministérios, e não bloquear a relação com todo o conjunto das OSCs, o que gera uma penalidade injusta das mesmas, como a atual suspensão de todos os repasses de recursos dos termos de adesão e convênios celebrados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, incluindo os da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Portaria 1.409/MTE). Isso traz o risco de interrupção dos projetos e ações de economia solidária em andamento, visto que se até final de novembro o MTE não celebrar os convênios, os recursos retornam para os cofres da União.
Esperamos maior proximidade do governo junto a sociedade, os movimentos sociais e as organizações da sociedade civil para fortalecer a democracia, superar as desigualdades e combater a pobreza. Os programas e projetos de economia solidária, ainda com pequeno e limitado orçamento, são prioritários na superação da pobreza e da miséria, fortalecendo práticas de organização coletiva do trabalho, educação popular cidadã, finanças solidárias, produção, comercialização e consumo, organização de redes, entre outros, que atendem milhares de trabalhadores e trabalhadoras brasileiras.
Repudiamos o não andamento das políticas públicas de economia solidária, o cancelamento de projetos em andamento ou qualquer outra penalização injusta de parceiras da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES/MTE) com as organizações da sociedade civil, as quais já passaram por um rigoroso e burocrático processo público de conveniamento e contratação com entidades reconhecidas dos movimentos sociais, sociedade e pelos serviços que prestam.
Apoiamos o trabalho da SENAES que desde 2003 atua para fortalecer as práticas de economia solidária em conjunto com a sociedade e o movimento social da economia solidária, a qual nunca esteve envolvida em denúncias e escândalos por desvios de recursos públicos. Sem a sociedade civil organizada, os programas e políticas públicas de economia solidária, da agroecologia, mulheres, povos e comunidades tradicionais, e tantos outros, não teriam seus objetivos alcançados com a mesma agilidade e comprometimento para fortalecer estas práticas e contribuir significativamente no processo de desenvolvimento justo, solidário e sustentável deste país.
Brasília, 01 de novembro de 2013.
Assinam e apoiam esta carta
Movimentos e organizações nacionais
Associação Brasileira de Organizações não Governamentais - ABONG
Associação de Mulheres Vitória-Régia (RS): cultural, ecosol, meio ambiente, direitos humanos e voluntariado
Associação dos Sem Terra da Zona Norte de São Paulo
Articulação Semiárido Brasileiro - ASA
Centro de Direitos Humanos de Palmas - CDHP
Centro de Teatro do Oprimido - CTO (RJ)
Coisa de Mulher (RS)
Comissão Nacional dos Pontos de Cultura - CNPdC
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil
Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas - CONAC
Criola
Fórum Brasileiro de Economia Solidária - FBES
Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional - FBSSAN
Fórum de Transparência e Controle Social de Niterói
Gestos - HIV, Comunicação e Gênero
Instituto Kairós de Consumo Responsável
Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA Brasil
Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu
Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis - MNCR
Observatório Social de Niterói
ONG Rio Ambiental
Plataforma de Direitos Humanos - Dhesca Brasil
Ponto de Cultura da Biblioteca do FSM
Ponto de Cultura Voluntário Vitória-Régia (RS)
Rede de Mulheres Negras para Segurança Alimentar e Nutricional
Rede Nacional de Controle e Promoção da Saúde das Lésbicas Negras - Rede Sapata
Rede Nacional de Cultura Ambiental Afrobrasileira
Representação da Região Sul no Colegiado Setorial de Artesanato do CNPC/MINC-RS
União Popular de Mulheres de Campo Limpo e Adjacências (Banco Comunitário União Sampaio, Agencia Popular de Fomento a Cultura Solano Trindade e Loja Colaborativa É D Marca)
Redes e Organizações Internacionais
Chantier de L'Economie Sociale - Quebec/Canadá
Coalición Rural Estados Unidos de Norteamerica y Mexico
Instituto de Desarrollo de la Economía Asociativa (IDEAC) - República Dominicana
Instituto de Organizaciones de Economía Solidaria (Redesol) - Republica Dominicana
Mesa Nacional de Trabajo Cooperativo y Solidario - Colombia
Red de Fundaciones y Organizaciones de ESS de Centroamerica y Caribe
Rede Intercontinental de Promoção da Economia Social e Solidária Capítulo América Latina e Caribe - RIPESS LAC
Banco comunitários quilombola de Iguape convida para inauguração no dia da consciência negra
13 de Novembro de 2013, 5:10 - sem comentários aindaDivulgado por Diogo Rego
Com muita satisfação e prazer que a Comunidade Quilombola do Vale do Iguape convida a todos e a todas para a Inauguração do Primeiro Banco Comunitário de Desenvolvimento Quilombola da Bahia!
É mais força para a luta e desenvolvimento comunitário, por meio das finanças solidárias, através do Banco Solidário Quilombola de Iguape, que será inaugurado no próximo dia 20 de novembro, a partir das 14h, na Casa do Povo, em Santiago do Iguape.
Reforma do Centro de Comercialização de Economia Solidária foi entregue hoje
12 de Novembro de 2013, 14:15 - sem comentários aindaFonte: http://www.capitalnews.com.br/ver_not.php?id=255571&ed=Geral&cat=Geral
O governador André Puccinelli entrega hoje (12) a reforma e ampliação da Central de Comercialização de Economia Solidária de Mato Grosso do Sul (CCES/MS). As obras das novas instalações foram realizadas com recursos próprios do Estado, no valor de R$ 214 mil.
A CCES/MS nasceu da parceria entre os "Empreendedores Econômicos Solidários", Fórum Estadual de Economia Solidária (FEES/MS) e o Governo do Estado, por meio da Fundação do Trabalho (Funtrab). Sua atividades tiveram início no ano de 2006, com 26 empreendimentos econômicos produtivos. Atualmente, conta com 75 estabelecimentos em 39 municípios do Estado e cerca de 2.800 empreendedores envolvidos.
Com as novas adequações o CCES/MS se tornará referência para todo o Estado, tanto na formação de seus empreendedores, quanto na divulgação das ações que envolvem a sensibilização do comércio justo e do consumo ético. No local também irá funcionar a Secretaria Executiva do Fórum Estadual de Economia Solidária.
A solenidade acontece , às 8 horas, a Central está localizada na Rua Marechal Rondon, no. 1.500, centro de Campo Grande.
Encontro Estadual de Empreendimentos de São Paulo
12 de Novembro de 2013, 12:25 - sem comentários aindaDivulgado por Fórum Paulista de Economia Solidária
Ocorre entre 27 e 29 de novembro o Encontro Estadual de Empreendimentos de São Paulo, na cidade de Carapicuíba. O objetivo é organizar uma rede estadual de comercialização do estado.
Acesse a programação, contatos e outras informações no cartaz em: http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=1813&Itemid=99999999
Encontro Estadual de Empreendimentos de São Paulo
12 de Novembro de 2013, 12:25 - sem comentários aindaDivulgado por Fórum Paulista de Economia Solidária
Ocorre entre 27 e 29 de novembro o Encontro Estadual de Empreendimentos de São Paulo, na cidade de Carapicuíba. O objetivo é organizar uma rede estadual de comercialização do estado.
Acesse a programação, contatos e outras informações no cartaz em: http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=1813&Itemid=99999999
Os 8 pilares do Trabalho Associado
12 de Novembro de 2013, 6:49 - sem comentários aindaPor Henrique Novaes (divulgado pela Agência Jovem http://www.agenciajovem.org/wp/?p=17595)
Uma crise estrutural do capital que assola os trabalhadores de todas as partes do mundo desde os anos 1970 tem trazido consequências de grande alcance: falência da democracia totalitária do capital financeiro e irrupção de inúmeras revoltas contra esta "democracia", processos precários de urbanização, favelização e "condominização", concentração da renda e da terra, encarceramento em massa dos trabalhadores miseráveis, aumento do desemprego e da precarização estrutural do trabalho, além da intensificação do trabalho, do retorno do trabalho análogo ao escravo e do crescimento do trabalho infantil.
Esta crise estrutural do capital, que ganha traços de regressão econômica, política e social, trouxe consigo o ressurgimento do Trabalho Associado na América Latina. Na América Latina como um todo, houve uma explosão de lutas principalmente para por fim às ditaduras na região e por demandas clássicas como terra, habitação, direito ao emprego e trabalho não alienado, serviços públicos de qualidade e, em termos mais gerais, uma vida digna. É neste contexto que surgiram muitas lutas com grande potencial anti-capital, ainda que restritas a algumas regiões e setores econômicos: lutas pela terra pelos camponeses e pelos trabalhadores urbanos sem teto; resistência das populações atingidas por barragens e grandes obras de infraestrutura, lutas pela auto-organização do trabalho, lutas pela quebra da hierarquia de gênero, geração e etnia. Lutas contra a expropriação do território indígena, contra o avanço das mineradoras e petroleiras e contra as corporações produtoras de alimentos transgênicos e envenenados.
Da mesma forma, lutas pela construção de decisões coletivas que superam a democracia formal, o abismo entre representantes e representados, e que questionam os parlamentos dominados por bancadas do capital ou por representantes vindo dos trabalhadores, mas que personificam o capital. Ao mesmo tempo, surgiram lutas defensivas pelos direitos civis e humanos, contra a mercantilização da educação pública, contra a privatização das empresas estatais, contra governos que espoliam a riqueza do país, inclusive levando a queda de presidentes na Bolívia, Argentina e Equador.
Os 8 Pilares do Trabalho Associado
O ressurgimento do Trabalho Associado na América Latina nos levou a pensar no que é necessário para o seu florescimento e generalização na sociedade:
a-) Autogestão no microcosmo produtivo: as lutas autogestionárias têm como princípio a construção de novas relações sociais. Elas nos mostram a prescindibilidade, ou seja, a não necessidade dos patrões, dos gestores e tecnocratas. Na autogestão, temos a hegemonia das assembleias democráticas, os conselhos são eleitos pelos trabalhadores, há rodízio e revogabilidade dos cargos. Todas estas medidas anti-burocratização questionam a perda do controle do processo de trabalho e são criadas formas de superação do sistema salarial e, geralmente, criados fundos para a destinação do excedente;
b-) Desmercantilização: é impossível existir uma sociedade para além do capital sem o questionamento da produção de mercadorias. Deste ponto de vista, a autogestão avança na medida em que os trabalhadores conquistam graus crescentes de controle da produção, tendo em vista a satisfação das necessidades humanas, isto é, a produção de valores de uso sem a concomitante produção de valores de troca. Nesta esteira, haverá a ampliação dos espaços públicos e da noção de "bem público", como água, energia, transporte, saúde, terra, telecomunicações, educação, habitação, a cidade como valor de uso, etc, negando a mercantilização da vida.
c-) Autogestão no macrocrosmo social: a autogestão no sentido amplo significa a superação do Estado capitalista, isto é, o fim da burocracia estatal inamovível e das formas de dominação típicas da democracia formal. É a luta pela criação das condições gerais de produção e reprodução da economia comunal, e não mais das condições gerais de produção e reprodução do capital. Para a reprodução da vida social não alienada, os trabalhadores necessariamente deverão reduzir drasticamente a sua jornada de trabalho (em processo de desalienação), tendo tempo para decidir os rumos do bairro, da cidade, do país, etc. e para a eleição de representantes com cargos revogáveis. Enfim, terão tempo e poder para controlar as decisões fundamentais da sociedade. Da mesma forma, terão tempo e controle da composição e destinação dos fundos públicos (aposentadoria, escolas, etc.). Para finalizar, a autogestão no macrocosmo social traz consigo o debate do planejamento democrático da produção e reprodução da existência humana, isto é, a coordenação global da produção e reprodução da vida pelos produtores livremente associados.
d-) Educação para além do capital. Aqui, poderemos apenas delinear quais seriam os fundamentos da escola do trabalho emancipado: estudo da história de um ponto de vista materialista e da articulação particularidade/totalidade; apropriação e reprojetamento da ciência e tecnologia tendo em vista a satisfação das necessidades humanas; educação para o trabalho associado/coletivo; educação para a luta /inserção das escolas nas lutas do seu tempo; a formação de valores do ser humano novo (Che Guevara). A educação para a produção de arte revolucionária, a valorização da cultura popular e para compreensão de toda expressão artística;
e-) Universalização do trabalho emancipado: O trabalho será organizado através da igualdade substantiva, isto é, a cada um segundo as suas possibilidades, a cada um segundo as suas necessidades. No trabalho, o desenvolvimento do ser humano se dará em sua integralidade. No que se refere ao trabalho reprodutivo, a igualdade substantiva traz consigo a superação do patriarcalismo, isto é, a mulher cuidando da casa e dos filhos e o homem provedor, exercitando então a igualdade de gênero entre homens e mulheres em todas as tarefas.
f-) A propriedade real dos meios de produção pelos trabalhadores: para a autogestão avançar na sociedade, necessariamente os trabalhadores deverão questionar a propriedade privada dos meios de produção. Nas palavras de Marx, teremos a "expropriação dos expropriadores" ou o que chamamos de "retorno do caracol à sua concha". A reconciliação entre os trabalhadores e os meios sociais de produção e reprodução material da vida social se dará em distintas formas de economia comunal.
g-) Por último, mas não menos importante, deverá haver a unificação das lutas anti-capital para a superação do sociometabolismo do capital, através do convencimento político dos próprios trabalhadores de que outro mundo é possível e necessário.
ENVOLVA-SE!
Quer conhecer mais sobre o tema? Abaixo vão algumas dicas de onde acessar outros materiais para você ficar mais por dentro do assunto:
NOVAES, H. T. O retorno do caracol à sua concha: alienação e desalienação em cooperativas e associações de trabalhadores. São Paulo: Expressão Popular, 2010.
Acesse materiais sobre autogestão, economia solidária na biblioteca do Fórum Brasileiro de Economia Solidária
Conheça e se envolva no fórum local de economia solidária mais próximo de você, acesse pelo mapa: www.fbes.org.br/foruns
Exerça a autogestão na sua vida! No consumo, no trabalho, em atividades culturais e lúdicas.
* Docente da Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC) da UNESP - Marília. Professor do Programa de Pós Graduação em Educação. hetanov@yahoo.com.br
Nova Coluna na AJN
Esse texto faz parte da nova coluna da AJN sobre economia solidária. Conheça essa iniciativa! http://www.agenciajovem.org/wp/?p=17222
Lançamento Plebiscito Popular ' Por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político" - DF
11 de Novembro de 2013, 11:07 - sem comentários aindaDivulgado por plenaria05deagosto@gmail.com
Lideranças da economia solidária reivindicam fundo do setor
11 de Novembro de 2013, 10:29 - sem comentários aindaFonte: http://www.almg.gov.br
As dificuldades enfrentadas pelas entidades de economia solidária em todo o País, especialmente em Minas Gerais, sobretudo no que diz respeito a criação de políticas públicas que garantam seu financiamento, foi a tônica da audiência pública promovida nesta quinta-feira (7/11/13) pela Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Nesse sentido, foi consenso entre os participantes a necessidade de criação de um fundo estadual, já previsto em lei, e, de forma mais ampla, a implementação de uma política estadual de fomento à economia popular solidária, temas do encontro. Os participantes lembraram ainda os 10 anos do Fórum Brasileiro de Economia Popular Solidária. A reunião atendeu a requerimento do deputado André Quintão (PT), que coordenou os debates.
Diante do auditório da ALMG lotado, com muitas manifestações dos presentes, a audiência pública foi aberta por uma apresentação do assessor do Cáritas Brasileira, Regional Minas Gerais, e membro do Fórum Mineiro de Economia Solidária, Rodrigo Pires Vieira. Ele lembrou que a aprovação da Lei 15.028, em 2004, que trata do assunto, foi a primeira vitória do setor em Minas, mas alerta que é preciso retomar a mobilização de dez anos atrás, sob pena de retrocesso.
"Foram muitas realizações nesses dez anos, mas a economia solidária ainda enfrenta grandes dificuldades dentro do cenário das politicas públicas. Não somos mineração, não produzimos transgênicos, não estamos gerando aquecimento global. O que fazemos é gerar renda e dividi-la com justiça no final do mês. Realmente é difícil defender isso diante do capitalismo atual", ironizou. "País rico não é país sem miséria, é um país sem ricos e também sem pobres, ou seja, sem concentração de renda", completou. Rodrigo Vieira relembrou aprovação de lei considerada 1a. vitória do setor em Minas Rodrigo Vieira relembrou aprovação de lei considerada 1a. vitória do setor em Minas - Foto: Sarah Torres
Rodrigo Vieira citou o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI) e o Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) ao lembrar, de forma prática, a necessidade urgente de garantir os recursos para duas ações (números 4173 e 4584) previstas no planejamento orçamentário do Executivo que, sistematicamente, são contingenciados. "É incrível, mas R$ 16 milhões acabam se transformando em R$ 5 mil, apesar de todo ano voltarmos à luta pelas emendas populares ao PPAG", exemplificou. O cronograma de audiências de revisão do PPAG, que consta do Projeto de Lei 4.550/13, em tramitação na ALMG, foram encerradas na última quarta.
André Quintão elogiou as propostas apresentadas por Rodrigo Vieira, ressaltando que a criação do Fundo de Erradicação da Miséria pode embasar a criação de um fundo similar para a economia solidária. "Nesse fundo foram previstos 2% a mais de arrecadação do ICMS sobre os setores de produção de armas, bebidas e cigarros. Só isso representou uma arrecadação extra de R$ 170 milhões anuais. Nos últimos anos o Brasil avançou muito ao retirar 40 milhões de pessoas que estavam abaixo da linha da pobreza, mas podemos sonhar com algo mais e a economia solidária é um caminho para isso", apontou.
Requerimento - Durante a audiência pública, o parlamentar conseguiu a aprovação de requerimento de sua autoria para que seja encaminhado à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) pedido de providências para que sejam liberados com urgência os recursos da emenda na ação 4173, no valor de R$ 505 mil, destinada ao apoio de feiras livres e pontos fixos de venda. O documento lembra o pregão, já em curso, para aluguel dos equipamentos para a execução das feiras regionais e dos serviços para realização das conferências regionais.
A vice-presidente da comissão, deputada Maria Tereza Lara (PT), lembrou que incentivar a economia solidária é também dar novas oportunidades de vida às mulheres, que são maioria no segmento. "Não é apenas uma questão de economia, mas de construção da cidadania. Somos apenas cinco mulheres em 77 parlamentares, mas felizmente temos aqui na Casa colegas sensíveis à luta por nossos direitos", lembrou.
Professora da UFV elogia empenho da ALMG pelo tema
A professora do Departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e coordenadora do projeto de extensão Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da instituição, Bianca Aparecida Lima Costa, traçou uma defesa emocionada do modelo de economia solidária e elogiou o papel da Assembleia como legítimo canal de discussões do tema. "Não por acaso, dez anos depois, o tema volta a ser discutido aqui. Naquela época, realizamos um ciclo de debates e promovemos a primeira feira estadual, ali na Praça da Assembleia. A lei que saiu daqui foi um marco na luta pela economia popular e serviu de exemplo para outras leis semelhantes por todo o Brasil", afirmou. Bianca Aparecida falou da necessidade de projetos estruturadores Bianca Aparecida falou da necessidade de projetos estruturadores - Foto: Sarah Torres
"E o que fazer daqui pra frente? Há milhares de pessoas em Minas vivendo da economia popular solidária, mas que ainda demandam apoio do poder público. Não é nada que o Governo de Minas já não faça a outros tipos de empreendimentos econômicos, pois não são demandas vazias. Necessitamos de projetos estruturadores, só para falar nos mesmos termos técnicos da burocracia estadual. Tudo é possível com apoio político e apoio de uma base social", receitou.
Na mesma linha, Belmiro Alves de Freitas, representante do Conselho Estadual de Economia Popular Solidária, lembrou que a lei aprovada em 2004 previa a regulamentação do fundo no prazo de 120 dias, o que até hoje não aconteceu. "O trabalho é um direito de todos, que é ainda mais legítimo se lembrarmos que economia solidária diz respeito a uma prática de produção e consumo pautada na autogestão, que privilegia o desenvolvimento comunitário em vez do lucro. O ser humano é o centro de tudo", ressaltou.
Outro depoimento emocionado foi dado pela representante da Cooperativa de Confecção e Arte de Minas Gerais (Coonarte-MG), Francisca Paulina da Silva. "Estamos falando de gente que escolheu um caminho honesto para sobreviver, a maioria mulheres, mães, que encontraram um novo rumo na vida. Digo a todos que tenho 16 anos, pois comecei na economia solidária aos 50, quando finalmente achei um jeito para conquistar minha cidadania e realizar meus sonhos. Os governantes precisam entender que não somos pedintes, nós somos a economia solidária, algo que cresce no mundo todo. Por que um empresário que instala uma nova fábrica consegue ficar dez anos sem pagar impostos e nós não podemos ter espaço para realizarmos nossas feiras?", questionou.
Bahia - Em um contraponto à situação da economia solidária em Minas Gerais, a coordenadora de Formação e Divulgação da Superintendência de Economia Solidária da Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia, Tatiana Araújo Reis, contou que é crescente o investimento na área naquele estado, tendo em vista os efeitos positivos no combate às desigualdades sociais. Em 2007, segundo ela, foram aplicados R$ 215 mil, contra mais de R$ 20 milhões no ano passado, o que tornou a Bahia uma referência no País em termos de economia solidária. "Estamos privilegiando um outro modelo de desenvolvimento, mais justo, mais solidário, conforme diz o nome, realmente capaz de transformar a vida das pessoas", destacou.
Representante do Executivo enumera ações em andamento Hélio Rabelo enumerou projetos em que o Executivo apoia o setor no Estado Hélio Rabelo enumerou projetos em que o Executivo apoia o setor no Estado - Foto: Sarah Torres
Em resposta aos questionamentos feitos na reunião, o secretário-adjunto de Estado de Trabalho e Emprego, também presidente do Conselho de Economia Popular Solidária, Hélio Augusto Martins Rabelo, disse que, apesar das dificuldades burocráticas, há vontade política e ações concretas para dar o apoio necessário ao setor em Minas. Ele enumerou vários programas em que o Executivo já faz isso, mas por meio de contrapartidas a repasses federais. Entre os contemplados estão, por exemplo, comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas que vivem de recursos da assistência social.
"Estamos criando alternativas de vida para aqueles que até agora não sabiam que podiam se sustentar de outra forma, sozinhos e com dignidade", afirmou. Ele também citou a atuação do Governo do Estado no estímulo a reciclagem de resíduos sólidos. "Tais recursos são empregados para um público composto de 70% de não associados a qualquer entidade. São pessoas que estão progredindo e futuramente vão ser capazes de se associar à economia solidária", analisou.
Já Paulo Jamim, especialista em Políticas Públicas da Seplag, alertou que a criação de um fundo, por si só, não garante os recursos necessários. "Pode até garantir uma maior visibilidade, mas temos estudos indicando que apenas 20% desses fundos têm execução satisfatória. Isso acontece por uma série de fatores, muitos deles que vão além da capacidade de gestão. Mas posso garantir, para todas as demandas apresentadas, que temos a disposição de articular e avançar", pontuou.
Outros requerimentos - Outros dez requerimentos foram aprovados pela Comissão de Participação Popular, todos de autoria de André Quintão. Oito deles têm como tema o imóvel situado em Belo Horizonte e pertencente à Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), ocupado por integrantes do Espaço Comum Luiz Estrela. Entre as reivindicações estão a melhoraria das condições de vida no local e para que a Polícia Militar não intervenha até que esteja esgotada a negociação.
Outro requerimento solicita a realização de debate público pela Assembleia, em 2014, sobre os 50 anos do golpe militar no Brasil. Por fim, o parlamentar também requereu a realização de audiência pública da Comissão para debater a regularização fundiária e a titulação da comunidade quilombola em Minas Gerais.
Acesse mais informações em: http://www.almg.gov.br/acompanhe/noticias/arquivos/2013/11/07_participacao_popular_economia_solidaria.html
Revista cubana publica edição 75 sobre Economia Social e Solidária
11 de Novembro de 2013, 9:49 - sem comentários aindaFonte: http://www.temas.cult.cu
A revista cubana "Temas: cultura, ideologia e sociedade", publicou a edição 75 sobre Economia Social e Solidária, com textos: Tres corrientes en la ESS - José Luis Coraggio; La economía solidaria en Brasil - Paul Singer; Economía social en Quebeq. Entrevista al ministro Sylvain Gaudreault - Nancy Neantam, entre outros.
Acesse a revista em: http://www.temas.cult.cu/sumario.php?numero=75
Orgânicos no prato: mapeamento de restaurantes que usam orgânicos em SP
8 de Novembro de 2013, 15:39 - sem comentários aindaFonte: http://organicosnoprato.blogspot.com.br
Sempre com o objetivo de ter subsídios para cooperar com os elos da cadeia de produção (agricultores), distribuição e consumo (restaurantes e consumidores) e com apoio e financiamento da Oxfam Internacional desenvolvemos o mapa de restaurantes que usam produtos orgânicos em suas receitas.
Para nós a pesquisa começou como forma de compreender os desafios envolvidos no abastecimento de restaurantes paulistanos com produtos orgânicos, agroecológicos e da Agricultura Familiar (veja qual a diferença aqui).
O projeto acabou servindo para informar a população sobre a presença desses produtos no cardápio cotidiano e ganhou destaque em matéria do Estadão:
Esperamos assim contribuir para melhorar as opções de venda para os agricultores, ajudar quem faz a entrega, oferecer meios para a logística de distribuição, superar os gargalos existentes e apoiar os restaurantes, que, apesar das dificuldades, têm se esforçado para fornecer os melhores produtos.
Mapeamento
Para realizar esse levantamento, desenvolvemos um questionário direcionado aos restaurantes, aos distribuidores e aos agricultores que fazem diretamente as entregas. Nos questionários, buscamos entender quais as motivações e o entendimento sobre agricultura orgânica, agroecologia e agricultura familiar. Também buscamos conhecer as dificuldades encontradas e a origem dos produtos para confirmar as informações dos restaurantes e ampliar o mapeamento com os dados de quem distribui. Assim, temos alguns restaurantes que foram mapeados a partir dos questionários e das informações dos agricultores e/ou distribuidores.
E o que o consumidor pode fazer?
Quer saber quais restaurantes na cidade de São Paulo utilizam produtos orgânicos em seus pratos? O novo blog Orgânicos no Prato pode te ajudar! O primeiro passo é ter acesso à informação para conhecer os restaurantes que oferecem orgânicos em seus cardápios, cuja qualidade para a saúde de quem se alimenta, de quem produz e também do ambiente já têm sido amplamente divulgada.
Quer ir além? Que tal refletir sobre a procedência dos alimentos que consome? Que tipo de cadeia de produção apoiamos quando optamos por esse ou aquele produto? Questionar a origem do alimento oferecido no restaurante pode incentivá-lo a ampliar a inclusão de orgânicos no cardápio e a comprar diretamente do produtor.
Acesse o mapa e saiba mais em: http://organicosnoprato.blogspot.com.br/
Próxima reunião dos Cirandeir@s na quarta-feira (13.11)
7 de Novembro de 2013, 20:00 - sem comentários aindaPor Secretaria Executiva do FBES
Dando sequência na construção coletiva do Cirandas e na sua apropriação, a comunidade Cirandeir@s fará dia 13.11 (quarta-feira) às 14h (horário de Brasília) sua sexta reunião virtual.
A reunião será por skype e pelo Cirandas e todos os usuários do Cirandas, em especial os empreendimentos de economia solidária estão convidad@s a participar.
Para isso, é preciso enviar ao e-mail cirandas@fbes.org.br o usuário de skype, estar conectado no skype horário da reunião e ter como contatos os usuários: dtygel, necakirsch, ligia.bensadon.
A reunião terá sua parte escrita e sistematizada na comunidade, através do link:
Esta será a sexta reunião dos empreendimentos cirandeiros e o objetivo é aprender a usar funcionalidades do site de empreendimentos no Cirandas, em específico a apresentação do preço aberto e uso do cesto de compras.
Fóruns Estaduais em debate e mobilização pelo Marco Regulatório
7 de Novembro de 2013, 10:08 - sem comentários aindaPor Secretaria Executiva do FBES
Considerando a conjuntura no governo federal e nos estados de criminalização, burocracia e paralização de projetos em parceria com organizações da sociedade civil (OSC), os fóruns estaduais de economia solidária iniciam atividades e mobilizações da pauta.
A orientação é aprofundar os debates com base na Plataforma do Marco Regulatório das OSC, do qual o FBES é integrante.
Estas orientações foram formuladas tanto para ampliar os debates, quanto para preparação do III Encontro Nacional dos Signatários da Plataforma, previsto para 17 e 18 de fevereiro de 2014. Além disso, é fundamental a articulação da pauta com outros movimentos sociais e redes parcerias da economia solidária.
Orientações abaixo e no link: http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=1812&Itemid=216
Acesse também a cartilha construída pela Plataforma do Novo Marco Regulatório: http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=1791&Itemid=216
Proposta ao Comitê Facilitador do Marco Regulatório das OSCs
Preparação do III Encontro Nacional dos Signatários da Plataforma
O III Encontro Nacional dos Signatários da Plataforma do Marco Regulatório das OSCs que deverá ocorrer nos dias 17 e 18 de fevereiro de 2014, com os seguintes objetivos:
- Rever a Carta de Compromisso da Plataforma 2010
- Fazer o balanço dos avanços e desafios frente à conjuntura e cenários
- Definir um Plano de Ações para os próximos anos, em especial a conjuntura eleitoral de 2014
- Redefinir compromissos de organização da articulação. Este encontro deve ser compreendido como parte de uma estratégia politica da Plataforma, a retomada de um processo a relação "cidadania-OSCs-Estado", integra os esforços que visam aprofundar a democracia, criando ainda subsídios para o debate e o fortalecimento da campanha pela Reforma Política de nosso País.
I - Processo de Mobilização e Preparação
O Comitê Facilitador da Plataforma (CF) entende que para o sucesso deste evento será fundamental realizar uma série de atividades de mobilização e de preparação dos participantes. O CF avalia que, sem tal processo, não conseguiremos viabilizar a agenda politico-institucional da Plataforma nem o atendimento de nossas reivindicações por parte do Governo.
Nesta direção o CF identificou algumas atividades que devem ser realizadas, segundo os interesses e capacidades dos signatários.
1) Reuniões Estaduais - Regionais Tais encontros podem servir para inventariar problemas, informar e "enraizar" o tema do MR no conjunto das OSCs, sensibilizar, motivar as organizações de base bem como criar e/ou reforçar a rede de signatárias comprometidas, definir um curso de ação permanente para aquele estado e no nível nacional. A Reunião pode ser de um dia ou 1/2 dia.
Sugestões de pauta:
Levantamento de dificuldades encontradas por entidades, associações, grupos, pastorais que atuam em comunidades ou em causas de interesse público e que estejam sendo bloqueadas, apenadas ou constrangidas por excessos burocráticos e regulatórios em suas relações com governos ou outras instituições cooperantes e co-financiadoras.
Socialização de informações, análise de documentos como a Cartilha preparada pela Cáritas e o CF e alguns documentos importantes tal como as "Notas Públicas", comunicações e cartas da Plataforma que detalham posições e reivindicações coletivas.
Balanço da situação no estado e sua relação das OSCs com a Plataforma Nacional. Nesse tópico, devem ser abordados os seguintes assuntos, visando subsidiar o encontro nacional:
1- Estratégias: As ações de negociação e/ou pressão com executivo, legislativo no nível nacional estão surtindo efeito? Ações desse tipo podem ser feitas no nível estadual/regional?
2- Comunicação: As informações da Plataforma estão fluindo? O que fazer para melhorar a comunicação?
3- Governança: Há um comitê facilitador nacional composto por 14 organizações que representam alguns setores/segmentos da sociedade civil organizada. Mantém-se, amplia-se ou altera-se? Há necessidade de pessoas/entidades de referência nos estados?
4- Mobilização: Quais ações de mobilização devem ser realizadas no nível nacional e estadual/regional (tipo: encontros, audiências públicas, divulgações, etc.)?
5- Proposição: O que esta articulação nacional/regional deve propor e levar ao Encontro Nacional para participar de um Plano de Mobilização para 2014?.
Espera-se que os signatários de cada estado se mobilizem e facilitem a mobilização do maior número de entidades para participar destes processos. O Encontro Nacional permitirá reunir tais contribuições estaduais, preparar ações de divulgação, mobilização e debates para 2014 (e anos seguintes), Na ocasião, se oportuno, será realizada algum tipo de manifestação nacional.
2) Eventos de Outras Redes, ou Eventos Setoriais
Além das reuniões diretamente incentivadas ou mobilizadas e organizadas pelos signatários e pelo CF deveremos nos articular para buscar "espaços" de participação em eventos de outras redes, em conferências, conselhos e consultas onde haja significativa participação de OSCs (signatárias ou não), para pautar ou atualizar a problemática do Marco Regulatório apresentar a Plataforma, convidar entidades para integrá-la.
3) Mobilização de Parlamentares
O CF sugere que os responsáveis pela convocação dos eventos incluam também em sua agenda um sistemático esforço de incorporar ao debate do MR representantes do Parlamento (tanto os deputados estaduais como os das bancadas federais de cada estado). Esta incorporação deve ser planejada com uma estratégia a curto e médio prazo visando sensibilizar estes setores que, por sua importância social podem torna-se importantes aliados das OSCs nesta temática. Como encaminhamentos de tais eventos avaliando cada situação local específica, poderiam ser criadas comissões de OSCs signatárias -- que poderiam sugerir a este setor a realização de audiências públicas sobre o MR tanto no que diz respeito a carências da legislação municipal e estadual quanto na socialização das iniciativas e avanços da Plataforma.
4) Mobilização das Mídias
É óbvio que todo este esforço pode e deve ser potencializado pela incorporação de setores da mídia local-estadual-nacional. Deveremos fazer um esforço sistemático para ampliar o alcance público de nossas iniciativas. Assim, para os eventos e outras atividades aqui mencionadas, seria de muito valor que se criasse algum mecanismo de contato (ou enlace, porta-vozes) permanentes deste grupo de signatários com as mídias.
Isto contribuirá para alterar as distorções e desinformações existentes nos setores governamentais, empresariais, na "opinião pública" quanto a credibilidade, seriedade e importância das OSCs para o País e a nossa democracia.
É interessante também que as OSCs se manifestem em seções do tipo "carta do leitor" todas as vezes que as mídias abordarem de forma inadequada, desinformada ou criminalizante as OSCs e os movimentos sociais.
5) Outras Atividades
As atividades propostas são indicativas e não devem ser entendidas como limitativas. Ao longo dos próximos meses novas iniciativas muito provavelmente irão se somar. Por exemplo, a utilização das redes sociais para fortalecer os processos de mobilização da sociedade em geral se mostra muitas vezes efetiva. Da mesma maneira, em várias ocasiões, OSCs e redes de OSCs têm promovido manifestações públicas (de rua) incorporando além das instituições e suas lideranças, as famílias associadas ou interessadas nas ações das entidades ou dos projetos em implantação.
II - Tarefas do Comitê Facilitador
O Comitê Facilitador animará e apoiará a realização das reuniões, bem como, receberá as contribuições e relatórios e preparará o Encontro Nacional. De imediato estamos preparando um "Kit III Encontro" para socializar com todos interessados. Nele disponibilizaremos material informativo estratégico sobre a Plataforma, a nossa caminhada politico-institucional e os elementos de preparação do III Encontro.
Este kit contará dos seguintes documentos: Cartilha Marco Regulatório das OSCs, elaborada pela Cáritas; Nota pública sobre Marco Regulatório das OSCs e o controle da Corrupção; Síntese dos principais PLs que tramitam no Congresso versando sobre parcerias entre governos e OSCs, síntese dos pontos essenciais defendidos pela Plataforma em relação às parcerias OSCs X órgãos de governo.
Adicionalmente, O CF se avisado com antecedência e dependendo das agendas de seus integrantes, buscará assegurar a presença de pelo menos um de seus integrantes em todos os eventos estaduais.
III - Observações Adicionais sobre as Reuniões Estaduais
Os eventos estaduais deverão ser preparados por uma equipe de pessoas de organizações que tenham condições de convocação, animação e comunicação. Desde já o CF conta com apoio de algumas OSCs e lideranças das várias redes e entidades singulares signatárias da Plataforma.
Desta forma, o CF trabalhará diretamente com estas equipes locais no sentido de viabilizar nas melhores condições e níveis de participação em tais eventos. Deseja-se que nestas reuniões cada Estado/Região identifique e designe pessoas para compor uma delegação estadual para participar no Encontro Nacional. Tais delegados deverão preparar um pequeno informe estadual que deverá sem encaminhado rapidamente ao CF e que, eventualmente, poderá ser editado como subsidio para o encontro nacional. O formato e estrutura deste relatório devem ser comuns para facilitar sua compilação.
Pelo menos um representante de cada Estado será integralmente patrocinado com recursos dos projetos definidos pelo Comitê Facilitador. O CF envidará o máximo de esforços para assegurar financeiramente uma presença significativa e um quórum qualificado na reunião nacional; para tanto, desde já, convoca todos os signatários a cooperar neste financiamento.
ATENÇÃO:
Propomos que este processo seja articulado e coordenado desde Brasília por uma equipe composta de Adriana, Ademar, Wellinton, Silvio e Aldiza. Esta coordenação trabalhará (via teleconferência ou skype com o núcleo de SP= ABONG, GIFE, ETHOS, etc). A Esquel se dispõe a operar como Secretaria Executiva deste processo, portanto todas as solicitações de apoio aos debates nos estados e Regiões devem ser encaminhadas ao email aldiza@esquel.org.br e podem também fazer contatos pelo telefone (61) 3322 2062 ou 9213 5401.
Toda a comunicação a respeito disto deverá ser concentrada no site da Plataforma (e replicada nos demais sites). A alimentação do site da Plataforma com as informações encaminhadas ficará a cargo da Abong.
Para compreender o Decrescimento
7 de Novembro de 2013, 7:07 - sem comentários aindaPor Alan Bocato, publicado em http://www.outras-palavras.net
O movimento pelo decrescimento tem sido alvo de crítica recorrentes e repetitivas. De modo geral, acusam-no de tratar o crescimento econômico apenas em termos quantitativos, sem considerar suas variantes qualitativas. Além disso (ou por isso), afirma-se que seus defensores são malthusianos, porque propõem que a população e o consumo global sejam estabilizados, se não reduzidos. Seriam os decrescentistas saudosistas de um estilo de vida pré-civilizatório, por não reconhecerem que o progresso tecnológico libertou a população humana dos limites biofísicos da natureza e nos apresentou o progresso? Este artigo tem como objetivo dialogar com essas críticas.
A questão do crescimento
Há, no decrescimento, uma defesa explícita pelo aumento das atividades econômicas que fortalecem a saúde humana e a diminuição das que intoxicam a sociedade. Defende as atividades que causam impactos menos acentuados e a diminuição das que degradam o ambiente de modo acelerado. Defende ainda o aumento das que fortalecem a autonomia das pessoas, estreitam seus laços e distribuem renda e a diminuição das que alienam, fragilizam as relações sociais e geram exclusão. Mas os decrescentistas reconhecem que mesmo para as atividades econômicas qualitativamente diferenciadas os limites biofísicos do planeta persistem. Certamente a humanidade terá uma maior margem de manobra. Mas os limites ao crescimento econômico continuarão existindo.
A partir disto, a qualidade do crescimento econômico é relevante, mas secundário. O ponto principal é o paradigma do crescimento ilimitado. O decrescimento coloca em questão o modelo de sociedade, e as teorias de desenvolvimento que o sustentam, que tem o crescimento como condição fundamental para a "harmonia" socioeconômica ou, em outras palavras, a ausência de crise. Para o decrescimento, uma sociedade organizada sob o paradigma do crescimento ilimitado está fadada ao fracasso, pois é impossível crescer indefinidamente seja qual for a qualidade desse crescimento.
População, consumo e tecnologia
O decrescimento reconhece como verdadeira a equação I=PAT formulada por Ehrlich. Essa referência aparece de modo pontual e periférico em algumas publicações do decrescimento (1). Ela nada mais diz que o impacto ambiental (I) tem relação direta com o tamanho da população (P), sua afluência ou consumo (A) e a tecnologia (T). Com base nela, os decrescentistas aceitam a conclusão de que a redução de (A) por suficiência e sobriedade, bem como a de (T) pelo progresso tecnológico não determinam a redução indefinidamente do impacto sem que a população seja estabilizada ou diminua.
Dessas três variáveis, o decrescimento foca sua crítica no consumo. E por isso, seus partidários são acusados de negligenciarem os avanços tecnológicos. A verdade é que o decrescimento não nega que estratégias como reciclagem, diversificação da matriz energética e ecoeficiência sejam essenciais e devam ser estimuladas. Mas não as vê como soluções salvadoras do crescimento econômico ilimitado. Desta forma, reconhece a tecnologia sem a ingenuidade de acreditar que seu avanço seja prova de que a sociedade não deve se libertar da "gaiola do consumismo" (2). De modo que somente numa sociedade fora do paradigma do crescimento, que tem como base o consumismo, a tecnologia ganha alguma eficácia para conciliar atividade econômica e capacidade de carga do planeta.
Já a variável população está muito pouco presente na literatura e nos debates sobre o decrescimento (3). A redução da população é categoricamente entendida como uma falsa solução (4). Quando se trata de uma eventual regulação da população, ela deve ser igualitária e democrática, em vez de violenta e desumana, conforme propunha Malthus. Os decrescentistas rejeitam a limitação do número de filhos e assumem uma transição demográfica por meio da emancipação das mulheres, da alfabetização e da democracia (5).
Diferentes raízes
O decrescimento não tem uma única raiz. Podem ser identificadas até seis fontes intelectuais do movimento (6) como: 1) ecológica; 2) pós-desenvolvimentista e anti-utilitarista (7); 3) sentido da vida e bem viver (8); 4) bioeconômica (9); 5) democrática (10) e; 6) justiça (11). Uma das influências intelectuais é Ivan Illich, que figura em duas dessas seis fontes (2 e 5). Uma das inspirações buscadas nesse autor está no processo de "coisificação" que consiste na transformação da percepção das necessidades reais em produtos manufaturados de massa. Ou seja, as necessidades reais das pessoas transformam-se na necessidade por produtos industriais: a sede se converte na necessidade de um refrigerante, a mobilidade se reduz à necessidade de se ter um carro e a saúde se transforma na necessidade de tomar remédios e suplementos comprados numa farmácia. Assim, a indústria passa a deter um monopólio radical sobre as necessidades humanas. A técnica industrial cria as necessidades fictícias para as pessoas, e sugere que apenas os bens e serviços produzidos por ela são capazes de atender essas necessidades.
Uma das críticas feitas pelo decrescimento e inspiradas em Illich recai sobre a hegemonia do sistema de saúde pautado numa abordagem industrial, individual, privatista e heteronômica. Isso não significa negar os avanços da medicina científica. Aponta-se, isto sim, a apropriação perversa da medicina pela indústria, que transforma a primeira em mero produto destinado ao consumo. Ao denunciar este processo, o decrescimento pretende contribui para a democratização do acesso à medicina científica. Mais do que isto, denuncia a supremacia da prática médica em detrimento às outras formas de conhecimento e práticas de cuidado com a saúde. Isto implica em entender a saúde individual e coletiva a partir de múltiplas perspectivas. É ampliar o leque das possibilidades de cuidados, de modo que ao mesmo tempo aumenta-se a autonomia do indivíduo em cuidar de si, naquilo que for adequado. Em outros casos, defende-se acesso democrático ao serviço especializado.
Diferentes correntes
Sobre o tema do decrescimento, existem dezenas de livros, centenas de artigos acadêmicos, muitos blogs, inúmeros coletivos de experimentação prática, grupos de discussão, de pesquisa e de formação em países dos hemisférios Norte e Sul (12), inclusive o Brasil (13) que se auto-reconhecem como parte do movimento pelo decrescimento. Todos à sua maneira e entendimento vêm contribuindo para a construção das múltiplas identidades e entendimentos sobre o decrescimento. Há inclusive uma sistematização (14), que não abrange a totalidade dessa diversidade, que reconhece ao menos duas "vertentes" que se complementam: o decrescimento à francesa, que foca sua crítica à modernidade; e o decrescimento sustentável, mais alinhado com a disciplina Economia Ecológica. Assim, este é um movimento ainda em processo de formação e significação, sendo que qualquer crítica dirigida a ele baseada em apenas um único autor constitui um erro precário.
A novidade
Ao reconhecer e divulgar suas fontes intelectuais, o decrescimento assume que o debate que provoca não é novo (15). Desta forma, o decrescimento ao mesmo tempo, incorpora e articula movimentos e autores que já empreenderam criticas à modernidade, ao desenvolvimentismo, ao consumismo, à democracia, à impossibilidade de generalização do padrão de consumo dos países e das classes ricas e às desigualdades ecológica e social.
Mas o decrescimento abre perspectivas radicalmente novas, quando denuncia que, sem superar o paradigma do crescimento ilimitado, o crescimento das economias já desenvolvidas irá agravar as desigualdades globais. Além de explicitar que todas as teorias de desenvolvimento, sejam quais forem, tratam de como provocar mais crescimento econômico. Ademais, o decrescimento retoma o debate sobre a autonomia da sociedade com relação ao Estado e sobre a influência da razão contábil e instrumental das grandes burocracias públicas ou privadas. Assim, os decrescentistas rejeitam as falsas soluções que se focam apenas na gestão e na escolha dos tipos de recursos. Mais que isto, os decrescentistas buscam provocar mudanças de sentido, não só dos meios, mas também dos fins (16). Em suma, a novidade está no entendimento de que sem modificar a essência do modelo socioeconômico e dos valores pessoais não haverá saída.
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Alan A. Boccato-Franco nasceu em São Roque-SP e mora em Brasília. Estudou biologia, programas de reforma agrária, trabalha no Ministério do Meio Ambiente e desenvolve uma dissertação no Centro de Desenvolvimento Sustentável-UnB sobre o decrescimento e a economia solidária. Procura simplificar a vida e é angoleiro. Além de fazer a gestão do blog decrescimentobrasil.blogspot.com.
1. KERSCHNER, C. Economic de-growth vs. steady-state economy. Growth, Recession or Degrowth for Sustainability and Equity?, v. 18, n. 6, p. 544-551, abr. 2010;
MARTINEZ-ALIER J. Environmental justice and economic degrowth: An alliance between two movements. Capitalism, Nature, Socialism, v. 23, n. 1, p. 51-73, 2012.
SORMAN, A. H.; GIAMPIETRO, M. The energetic metabolism of societies and the degrowth paradigm: analyzing biophysical constraints and realities. Degrowth: From Theory to Practice, v. 38, n. 0, p. 80-93, jan. 2013.
XUE, J.; ARLER, F.; NÆSS, P. Is the degrowth debate relevant to China? Environment, Development and Sustainability, v. 14, n. 1, p. 85-109, 2012.
2. JACKSON, T. Prosperity without growth: economics for a finite planet. London: Earthscan, 2009.
3. A questão da população, sobretudo relacionada às ideias de Ehrlich, considerado por alguns como um autor malthusiano, não é sequer citada em diversos livros sobre o decrescimento, em edições especiais de revistas acadêmicas dedicadas exclusivamente ao decrescimento ele tampouco figura entre as raízes intelectuais do movimento. Para verificação veja:
BAYON, D. et al. Decrecimientoâ¯: 10 preguntas para comprenderlo y debatirlo. [Mataró]: Ediciones de interveción cultural/El Viejo Topo, 2011.
DEMARIA F et al. What is degrowth? from an activist slogan to a social movement. Environmental Values, v. 22, n. 2, p. 191-215, 2013.
FLIPO, F. Conceptual roots of degrowth Proceedings of the First International Conference on Economic De-Growth for Ecological Sustainability and Social Equity. Paris: Research & Degrowth, Telecom Sud-Paris, 2008
KALLIS, G.; KERSCHNER, C.; MARTINEZ-ALIER, J. (EDS.). Special Section: The Economics of Degrowth. Ecological Economics, v. 84, n. 0, p. 172-269, dez. 2012.
LATOUCHE, S. Pequeno Tratado do Decrescimento Sereno. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
LATOUCHE, S. La apuesta por el decrecimiento ¿cómo salir del imaginario dominante? Barcelona: Icaria, 2009.
MARTINEZ-ALIER, J. et al. Sustainable de-growth: Mapping the context, criticisms and future prospects of an emergent paradigm. Ecological Economics, v. 69, n. 9, p. 1741-1747, 2010.
TAIBO, C. En defensa del decrecimientoâ¯: sobre capitalismo, crisis y barbarie. Madrid: Los Libros de la Catarata, 2009.
4. Ver a subseção "Uma falsa solução: reduzir a população" do livro Pequeno tratado do decrescimento sereno, de Latouche (2009) - citado acima.
5. Ver o capítulo "El decrecimiento, ¿es malthusiano?" do livro Decrecimiento: 10 preguntas para comprenderlo y debatirlo, de Bayon e colaboradores (2011) - citado acima.
6. DEMARIA e colaboradores (2013) - citado acima
7. Algumas referencias desta fonte intelectual são: os criticos do desenvolvimento das décadas de 1970 e 1980, como Latouche, Arturo Escobar, Gilbert Rist, Helena Norberg-Hodge, Majid Rahnema, Wolfgang Sachs, Ashish Nandy, Shiv Visvanathan, Gustavo Esteva, François Partant, Bernard Charbonneau e Ivan Illich. Inclui também os críticos inspirados por Marcel Mauss como Alain Caillé e outros membros do MAUSS. Além de outros autores como Karl Polanyi e Marshall Sahlins.
8. Algumas referencias desta fonte intelectual são Henry David Thoreau, Pierre Rabhi, Mongeau, Schumacher, Kumarappa e Easterlin.
9. Georgescu-Roegen, Herman Daly, Donella Meadows, Kenneth Boulding, E. F. Schumacher, Howard T. Odum e Elizabeth C. Odum
10. Algumas referências desta fonte intelectual são: Ivan Illich, Jacques Ellul e Cornelius Castoriadis.
11. Uma das referências desta fonte intelectual é Paul Aries
12. Demaria e colaboradores (2013) - citado acima
13. BOCCATO-FRANCO, A. A. O decrescimento no Brasil. In: LÉNA, P.; NASCIMENTO, E. P. DO (Eds.). Enfrentando os limites do crescimento: sustentabilidade, decrescimento e prosperidade. Rio de Janeiro: Garamond, 2012. p. 269-288.
14. Martínez-Alier e colaboradores (2010) - citado acima
15. Para verificação: Latouche (2009); Bayon e colaboradores (2011) e Martínez-Alier e colaboradores (2010) - citados acima.
16. KALLIS, G. In defence of degrowth. Ecological Economics, v. 70, n. 5, p. 873-880, 2011.
Radiografia das Favelas Brasileiras aponta felicidade e consumo mais alto do que países vizinhos
7 de Novembro de 2013, 6:04 - sem comentários aindaInteressante pesquisa do DataFavela mostra que a percepção que os mais pobres tem do país é bem diferente daquela da classe média ou intelectuais.
Mostra, indiretamente, um preocupante abismo entre o pensamento de esquerda, que se reivindica popular, e a situação dos brasileiros que vivem em condições precárias.
Uma reflexão precisa ser feita: ou a esquerda entende este fenômeno e volta atuar nas bases ou deixará que a direita populista com sua teologia da prosperidade ocupe de vez este "país" chamado favela...
A maioria dos moradores das favelas no Brasil se declaram felizes na favela onde nasceram e vivem. O consumo nas favelas brasileiras é superior ao de países como Bolívia, Paraguai e Uruguai. De acordo com o levantamento, se fosse um país, as favelas ocuparam o71º lugar no ranking deconsumo, com gastos de R$ 63,2 bilhões por ano. É o que revela a pesquisa "Radiografia da Nova Favela Brasileira”, lançada hoje (4) no 1º Fórum Nova Favela Brasileira, evento que surge com o propósito de desenvolver uma rede de contatos úteis para o estímulo a iniciativas que contribuam para a matriz econômica das favelas. O estudo, feito pelo instituto Data Favela, ouviu 2 mil moradores de 63 comunidades brasileiras.
A pesquisa "Radiografia da Nova Favela Brasileira” é a primeira do Data Favela, instituto focado nas classes C e D. Ela ainda mostra que 81% dos entrevistados gostam de viver na comunidade, 60% não tem vergonha de morar na favela. 66% dos entrevistados não querem sair das comunidades; 51% acham que ela melhorou e 76% acreditam que ela vai melhorar ainda mais.
Porém nem todos os índices encontrados são positivos. Cerca de 30% dos moradores de comunidades já afirmaram ter sofrido preconceito. Para 32% dos que se disseram vítimas de preconceito, a cor da pele foi a motivação e para 30%, morar em uma favela foi o motivo. Para 20%, o preconceito decorreu da falta de dinheiro e, para 8%, das roupas que vestiam. A pesquisa mostra também que 37% dos moradores de favela já foram revistados por policiais, proporção que chega a 65% quando se trata de jovens de 18 a 29 anos.
A divulgação dos dados faz parte da programação do 1º Fórum Nova Favela Brasileira, que acontece em meio às comemorações do "Dia da Favela”, dia 4 de novembro. O evento foi criado para oferecer conteúdo que contribua para a melhoria da vida das pessoas, sobretudo as inseridas no universo das favelas, como também das políticas públicas pensadas a partir de um conhecimento sólido.
Dia da Favela
O Dia da Favela foi instituído no Calendário Oficial do Rio de Janeiro com a Lei Nº 4383 de 28 de junho de 2006. Já no estado de Minas gerais a aprovação do Projeto de Lei aconteceu em 3 de julho de 2013, encampando a proposta de valorização das comunidades que vivem em favelas. A iniciativa da criação do Dia da Favela tem como objetivos trazer modelos positivos de identificação das comunidades para a cidade através do resgate da autoestima e a cidadania dos moradores locais.
Fonte: Adital