Milícias Organizadas a serviço dos grandes clubes de futebol
10 de Dezembro de 2013, 13:46 - sem comentários aindaDepois da vergonhosa batalha campal promovida gratuitamente por torcedores do Vasco e Atlético Paranaense no último domingo, mais uma vez inicia-se o faz-de-conta máfio-midiático de caça as bruxas, onde se procura encontrar os culpados pelo incidente e onde, mais uma vez, tudo acabará em nada, sem nenhuma punição para os verdadeiros responsáveis. Assim, temos a garantia concreta de que nos próximos anos, sempre na última rodada do brasileirão, as cenas de barbárie continuarão a se repetir.
Desta vez a caça aos responsáveis limita-se a PM catarinense que não se fez presente dentro do Estádio Arena Joinvile e ao Ministério Público Catarinense que supostamente, proibiu a presença da PM dentro daquele estádio.
Alguns mais exaltados, vociferando ódio, tentam imputar a culpa ao governo federal, esquecendo completamente do fato de que o GF não tem poderes sobre a PM catarinense, nem sobre o MP daquele estado, nem sobre o estádio e muito menos sobre a CBF, uma entidade privada, responsável pela realização do torneio.
Novamente os verdadeiros responsáveis permanecem convenientemente escondidos e, como sempre, impunes.
Tanto a torcida do Atlético Paranaense quanto a do Vasco da Gama possuem um vasto histórico de violência nos estádios, espancamentos e até homicídios. A partida, de mando do Atlético, foi realizada em Joinvile devido a uma punição que o clube paranaense recebeu por causa de atitudes violentas de sua torcida em jogos sob sua responsabilidade.
Para a partida, a diretoria do clube paranaense proibiu a venda de ingressos para mulheres e crianças…
Ora, nem é preciso usar mais do que dois neurônios para perceber que as cenas de barbárie já eram esperadas. O Atlético Paranaense, com seu esquema de segurança privada e insuficiente para conter os ânimos das duas torcidas, foi conivente e co-responsável pelas agressões.
A diretoria do Atlético já sabia dos riscos para a integridade física de seus torcedores e se tivesse um mínimo de preocupação com seus fãs não colocaria nenhum ingresso a venda. Se a CBF e a justiça desportiva tivesse um mínimo de responsabilidade para com seus clientes, os torcedores, determinariam que o jogo fosse realizado com os portões fechados e pronto, ninguém sairia machucado.
Mas já faz muito tempo que o futebol deixou de ser um esporte, é nada mais que um negócio lucrativo que movimenta grandes somas e sobrevive graças a paixão quase irracional de grandes massas de seres supostamente pensantes.
As torcidas organizadas de alguns grandes clubes estão muito mais para milícias organizadas e uniformizadas. São milícias violentas a serviço de seus líderes e, principalmente, a serviço das diretorias de seus clubes e que, a qualquer momento, podem levar seus métodos de atuação dos estádios para as ruas.
Não deve ser coincidência que os protagonistas da barbárie do último domingo, quase todos carecas bombadões, se assemelham na aparência e no método aos baderneiros dos protestos de junho, aqueles que vociferavam “Sem Bandeira,” “Sem Partido,” faziam ameaças e promoviam os quebra-quebras nas imediações do Centro Cívico.
Apesar de todas as evidências e das constantes recorrências na prática de crimes de violência das torcidas organizadas, a justiça brasileira ainda trata o assunto com desdém, as punições quase sempre muito leves, limitam-se ao indivíduo agressor e a instituição “torcida organizada”, no máximo, fica proibida de freqüentar os estádios por um breve período de tempo.
Também é evidente que toda esta impunidade das organizadas não é obra do acaso.
Os dirigentes dos grandes clubes, muitas vezes, também são muito influentes no meio político e desfrutam de certas regalias patrocinadas pelos poderes eleitos. Como uma milionária reforma de um estádio particular, bancada com dinheiro público e justificada pela realização de quatro jogos inexpressivos da copa do mundo, aqui na cidade.
Os membros e lideranças das organizadas também não ficam muito atrás. É comum um chefe de torcida ser eleito para um mandato eletivo e, no caso da barbárie de domingo, um dos envolvidos é ex-vereador de Curitiba e que atualmente exerce um cargo de confiança no governo do estado. Juliano Borghetti (PP-PR) é superintendente da Ecoparaná, uma autarquia vinculada a secretaria do Turismo do Estado.
Qual o policial, delegado ou juiz que vai se sentir a vontade para investigar ou punir um apadrinhado do governador ou alguém muito influente na política do estado?
Assim, a impunidade corre solta e aquilo que, em tese, seria a paixão nacional pelo futebol, é nada mais que um instrumento para enriquecimento ilícito de dirigentes esportivos, todos com seus interesses muito bem protegidos por suas milícias de plantão, as organizadas.
No fim das contas, o maior responsável pela violência nos estádios é o próprio torcedor que nem se envolve com as organizadas. Aquele torcedor que ama seu time, que compra o jornal com notícias esportivas, que assiste aos programas esportivos da televisão e que compra os pacotes de pay-per-view da TV fechada para poder assistir aos jogos do seu time dentro de sua casa.
É um mercado milionário e o subir ou cair de divisão não diz respeito apenas ao sucesso ou fracasso dentro do gramado. O que está em jogo são os contratos de publicidade, a visibilidade nos noticiários esportivos.
Com tanto dinheiro em jogo, comprar um resultado, um árbitro ou patrocinar a entrada de suas milícias para dentro do estádio, para que fomentem a confusão e depois, isso sirva como justificativa para reverter um resultado no tapetão é lugar comum.
Infelizmente, muitos ainda acreditam que o futebol é um esporte. Cegados pela paixão, não percebem que tudo não passa de um negócio, uma mercadoria. E numa economia de mercado, tudo tem seu preço. Inclusive um resultado, um campeonato e até, não ter que disputar uma segunda divisão.
Polaco Doido
Sem comunicação, não se vence a batalha!
5 de Dezembro de 2013, 8:41 - sem comentários aindaArtigo sugerido por Cido Araújo e Tatiane Pires
Do mural de Alan Ferreira
#ficaadica aos governos progressistas
"Sem comunicação você não vence a batalha política, sem comunicação você não vence inclusive a batalha administrativa. Hoje, se comunicar bem e interagir bem com a sociedade é um elemento de uma boa administração. Não adianta você implementar uma política correta se você não dialoga com a sociedade.
Falta à prefeitura uma política própria de comunicação, uma política aguerrida, arrojada, moderna, que leve em conta principalmente as redes sociais". Aldo Fornazieri - coordenador do programa de governo de Pense Novo - Fernando Haddad — com Patrícia Debora Lopes, Juan Pessoa, Kleyber Panisa, Humberto Tobé, Wander Bueno Do Prado, Humberto de Jesus, Fátima Grana, Carlos Grana, Edsel Ferri, Dionisio Prado, Eduardo Guimarães, Willians Bezerra da Silva e PT Santo André.
Aceite sem questionar – Hitler era socialista e o Brasil é uma ditadura comunista!
3 de Dezembro de 2013, 15:57 - Um comentárioOntem, durante minhas regulamentares leiturinhas matinais, o título de um artigo na Gazeta do Povo me chamou atenção: “República Socialista do Brasil”.
Começa assim:
“Goebbels disse: ”Aqui eu decido quem é e quem não é judeu”.
Beria disse: “Aqui eu decido quem é e quem não é inimigo do povo”.
As frases de líderes SOCIALISTAS históricos…”
Parei por aí, fechei a página e fui para o próximo artigo.
Por que:
Já de cara ou autor do texto comete um erro grave no raciocínio, uma falácia, o Reducto at Hitlerum ou apelo ao Nazismo. O argumento em si, carrega um forte peso emocional partindo do pré-suposto de que qualquer relação com Hitler ou o nazismo é automaticamente condenada e para piorar, tenta relacionar o nazismo ao socialismo.
O autor que se utilizou deste argumento logo no inicio do texto, só pode tê-lo feito devido a sua completa ignorância da história contemporânea da humanidade ou, por puro e simples mau-caratismo intelectual, ou ainda, para tentar enganar incautos e fazê-los engrossar as fileiras dos movimentos anti-esquerda que pipocam em todo o território nacional.
Não é a primeira vez que leio ou vejo alguém tentando levar o nazismo para o lado esquerdo do espectro político, mas o mais incrível, é que essa idéia esta se popularizando de uma maneira assustadora, parece que, numa tentativa de se criminalizar ainda mais, tudo e qualquer pensamento ou atitude de viés social, típicos dos movimentos de esquerda.
Eu aqui, não tenho formação teórica suficiente para afirmar se o nazismo era um movimento de esquerda, de direita, ou uma via diferente. Eu só sei daquilo que vejo, que percebo e que absorvo.
Sou fascinado pela história e um dos assuntos que mais me prende a atenção na história são justamente as causas, o desenrolar e as conseqüências do conflito que conhecemos como Segunda Guerra Mundial.
O leitor, assim como eu, também deve ser fascinado por este período da história e nunca é demais relembrarmos alguns pontos bastante importantes sobre o caso.
Não podemos limitar qualquer discussão a respeito da II Grande Guerra apenas ao período referente ao conflito armado entre nações, 1938-1945. Este período foi apenas uma continuação da 1ª Grande Guerra (1914-1918) e nenhum destes conflitos foi motivado por algum tipo de luta sagrada do bem contra o mal. Muito pelo contrário, estavam em disputa recursos naturais, mercados consumidores e mão de obra barata.
Formalmente, o conflito só acabou 1989 com o fim do Muro de Berlin e o colapso da União Soviética. Porém, acredito que o conflito ainda continua com os principais protagonistas geopolíticos ainda disputando entre si os recursos naturais, mercados consumidores e mão de obra barata e muitas vezes, essa disputa ainda se dá pela via do conflito armado. A rendição dos países do Eixo foi apenas uma formalidade para evitar mais perda de recursos e acalmar os ânimos da opinião pública já cansada da guerra.
Os nazistas são considerados os maiores vilões da história mundial e a comunidade judaica, as maiores vítimas destes vilões. A história é escrita pelos vencedores e qualquer Zé Mané tem na ponta da língua a resposta de que os Nazistas assassinaram 6 milhões de judeus. O que poucos sabem é que estes mesmos nazistas assassinaram outros tantos milhões de civis eslavos, ciganos e homossexuais, que o exército de Hitler assassinou mais de 11 milhões de civis comunistas russos. Que russos e alemães assassinaram mais de 2,4 milhões de civis poloneses. Os japoneses dizimaram mais de 16 milhões de chineses. Que os Estados Unidos são responsáveis pela morte de mais de 2 milhões e meio de japoneses ou que, no conflito, também tombaram quase dois milhões de civis alemães, não necessariamente, nazistas.
Além disso, são inúmeros aqueles que atribuem a vitória dos aliados no conflito armado quase que exclusivamente ao esforço dos estadunidenses no conflito. É evidente que não se pode menosprezar a participação americana no teatro europeu, mas a vitória militar só se tronou possível graças ao Exercito Vermelho de Stalin na frente russa, que consumiu consideráveis recursos militares de Hitler, com isso, enfraqueceu o front ocidental e permitiu a invasão aliada na Europa. Claro também, que sem o auxílio das milícias de guerrilheiros (formadas quase que exclusivamente por comunistas) agindo nos territórios ocupados essa invasão não teria sido possível.
Também é incoerente culpabilizar apenas os nazistas pelas atrocidades e ideais que deram origem ao conflito. Eles não criaram nada de novo, apenas moldaram o fascismo a suas necessidades domésticas.
O Fascismo estava em moda na época. Com seus ideais nacionalistas, um estado totalitarista e suas políticas protecionistas e intervencionistas o fascismo seduziu muitas lideranças mundiais. Lembro de Francisco Franco na Espanha, Salazar em Portugal, Mussolini na Itália, o movimento integralista no Brasil e até Getúlio Vargas que por muito tempo flertou com o fascismo durante o início de sua ditadura e só passou para o lado dos Aliados depois de a Alemanha dar sinais de que não venceria a guerra e devido a forte pressão dos norte americanos.
O Fascismo não é nem de esquerda e nem de direita, poderia ser considerado um tipo de terceira via. Apesar de ter tomado para si algumas das teorias do socialismo, distorceu seus significados transformando o conflito de classes num conflito entre nações e, principalmente, num conflito de raças, um preceito incompatível até para um socialista iniciante.
O Fascismo de Mussolini, o Nazismo, o Franquismo foram regimes políticos irmãos, todos tiveram sua origem baseada no fascismo e que sobrepunham os conceitos de nação e raça aos valores individuais e foram caracterizados por governos ditatoriais, autocráticos e centralizados. É justamente essa definição que faz com que alguns “analistas” classifiquem o Nazismo como um regime político socialista ou esquerda.
Segundo um raciocínio rasteiro destes “analistas,” a dicotomia Direita x Esquerda pode ser definida segundo o grau de liberdades individuais de cada indivíduo dentro do regime político. Assim, classificam o Anarquismo como o regime mais a direita do espectro ideológico, logo depois do liberalismo e, na outra ponta, classificam o Comunismo como um regime de extrema esquerda, seguido de perto pelo nazismo de Adolf Hitler.
Uma análise absurda que classifica o anarquismo como extrema-direita, não leva em consideração o fato de que os anarquistas, entre outras coisas, defendem a igualdade, a liberdade ética e responsável, a soberania popular absoluta, a extinção da propriedade privada, do capitalismo e do estado.
O mais estranho é que estas liberdades individuais a que se referem, não são aquelas com que estamos já acostumados, como: o direito de ir e vir, o direito de escolher nossos representantes por meio de eleições democráticas, o direito a justiça, a saúde e educação de qualidade, etc…
Não, para eles, liberdade individual se resume ao direito de comprar, de vender, de explorar o trabalho alheio. O direito de odiar e fazer piadas com negros, nordestinos, homossexuais, deficientes, abandonados e prostitutas.
Uma liberdade que independe de regime político para que seja exercida. Sim, pois independente do regime político, se você tiver dinheiro, muito dinheiro, pode fazer qualquer coisa que desejar.
Por outro lado, se qualquer um de nós tem o direito de ir e vir, mas não tem o dinheiro da passagem, da gasolina, do pedágio, este direito não pode ser exercido. O mesmo vale para justiça, saúde, educação, etc…
Estas “liberdades individuais” pregada por aqueles que criticam de maneira tão desonesta os ideais socialistas, não se tratam “liberdades individuais”. São nada mais que liberdades individualistas, reservadas apenas para aqueles que podem pagar o preço, ou seja, para aqueles nascidos em bom berço ou que conquistaram o sucesso pessoal.
Infelizmente, o sucesso pessoal não pode ser alcançado por todos. Para cada indivíduo muito bem sucedido existem centenas, talvez milhares de fracassados, assalariados, pedintes, desempregados, sem teto, sem comida e sem esperança. O socialismo tem a missão de amenizar o sofrimento e proporcionar chances de sucesso a estes menos favorecidos. Não aos bem sucedidos que não necessitam do apoio do estado.
Por fim, duvido muito, mas se por acaso o autor do texto da Gazeta do Povo der uma passada de olho aqui no texto do Polaco Doido, poderia responder uma questão para lá de pertinente?
Se o nazismo era mesmo um regime com raízes socialistas, por que será que os neonazistas, os herdeiros daquela ideologia, tem verdadeiro ódio e aversão a todo e qualquer movimento social, odeiam pretos, nordestinos, homossexuais e, por outro lado, expressam abertamente sua admiração por figuras que representam o conservadorismo e extrema-direita, como Olavo de Carvalho, Jair Bolsonaro, e Plínio Correia de Oliveira, o criador da TFP (Tradição, Família e Propriedade)?
Polaco Doido